Broken escrita por LunnaLay


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Sim, ficou curto. Bem, na verdade eu deveria ter terminado no capítulo anterior mas, eu estava com a cabeça muito cheia com outros assuntos e acabei enrolando muita linguiça.



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Ele estava faminto. Aquele cheiro doce de sangue inundou suas narinas e ele correu até sua refeição. Cravou seus dentes e pode sentir um naco de carne quase se desvinculando de sua presa. Seus olhos involuntariamente subiram até o rosto da deliciosa refeição e ela não estava apreciando em nada sua atitude. Porém, como um verdadeiro gato, quanto mais ela se mexia e reclamava, mais seu desejo aumentava. Seus olhos foram parar em algo redondo, ao que sua presa tentava alcançá-la.

O gato abriu sua boca para soltar aquela comida apetitosa, que a essa altura, já tinha consciência de que seu fim era iminente. Plenamente satisfeito, por saber que sua presa havia quase desistido e aceitado a honra de ser devorada por ele, estava quase eufórico.

Seu toque com a ponta dos seus dedos felinos fez com que aquele objeto se abrisse. Havia ali uma coisa estranha de cheiro engraçado, tentou identificá-la mas não soube ao certo o que era. A refeição em sua audácia, tentou tocar o novo brinquedo do felino e, logicamente ele o defendeu. Guardou-o entre seus dentes e levou ao longe do alcance de seus braços compridos.

 

— Adrien... Esse som era bem familiar aos ouvidos do felino, mas ele não sabia e nem lembrava de onde.

— Adrien... por favor. Um rosnado com intenção de mandá-la calar a boca. Ele tentou avidamente descobrir o que era aquela coisa. - Você... você reconhece isso? Adrien.. você escreveu isso pra mim, lembra? Por favor... eu sei que você se lembra.

 

Internamente, ele se perguntava o porquê de ela não calar a boca. Seria bem mais fácil quebrar logo seu pescoço e a devorar, antes de continuar brincando. Afinal, aqueles sons que ela fazia eram bem estranhos aos seus ouvidos. Ela estaria tentando se comunicar? O felino ergueu-se e foi em sua direção, cheirou bem seu pescoço procurando o local certo. Ele sabia que ela já havia aceitado a morte, então isso já bastava.

Ela tremeu ao sentir lentamente os dentes afiados e o hálito quente em sua pele pálida. Ele inspirou lentamente, inundando-se novamente com seu cheiro delicioso e, durante alguns segundos, imaginou se não era melhor mantê-la ali, já que não havia encontrado nenhuma refeição tão saborosa assim. Mas, sua vontade de comê-la era maior que qualquer tipo de raciocínio.

 

— Adrien... Ela colocou suas mãos na volta do felino e seus pelos se arrepiaram. Marinette sentiu os dentes começando a rasgar sua pele. Seu choro e reclamação surtiram algum efeito. Em seu interior, o felino queria muito olhá-la.

— Adrien... por favor... Seus olhos foram ao encontro do novo brinquedo escondido atrás do felino, e ele a observou alguns segundos.

 

Ele se afastou e o trouxe até ela, soltando-o em sua mão. Não poderia fazer nenhum mal a ele, afinal. De sua boca, novamente aqueles sons estranhos que o felino não compreendia.

Chat Noir não conseguia desgrudar seus olhos dela. Sua boca se movia lentamente, e aqueles sons já se pareciam bem mais bonitos. Sentou-se em sua frente e concentrou em sua voz. Então, tudo escureceu.

 

 

Marinette se arrastou até seu corpo inerte. Ela precisava arrancar aquele anel de seu dedo, porém com sorte, tinha somente alguns minutos. Sua perna estava tão ruim que evitava olhá-la, ao que desejava mais evitar senti-la. Tateou pelo braço de seu algoz e ao aproximar seus dedos de onde deveria estar seu anel, sentiu queimarem.

Buscou seu ioiô, e de sua boca saíram as palavras de invocação. Uma caixa desceu lentamente em suas mãos. Parecia de vidro, e no meio, havia uma almofada com um local para ser depositado o anel de Chat Noir. Sentiu o coração aquecer-se e respirou fundo, encarando seu obstáculo.

 

— Tikki, por favor... aguente firme... Soltando um gemido, Marinette ergueu a mão do loiro até onde foi capaz.

— Por favor Tikki... sei que conseguimos. Você vai sentir queimar um pouquinho. Me perdoe por isto. A morena levou seus dedos novamente ao encontro daquela nebulosa.

— Sei que pode ser muito perigoso, que ele vai tentar te sugar também. Mas eu aguento. Seus dedos foram rapidamente ao encontro daquela fonte de calor. A pele vermelha começava a escurecer, até se desfazer. Um grito contido saiu pelos seus lábios e em segundos, sua pele estaria em carne viva.

 

Marinette envolveu seus dedos naquele fogo contínuo, e o tirou de vez. Depositou dentro da caixa de vidro vermelha o anel de seu amado, e a fechou. Adrien rosnou alto e seu rosnado foi virando um grito humano, ao que seu corpo ia variando novamente para seu tamanho e forma normal. Se arrastou e se posicionou por cima do loiro, como se o protegesse. Seu Kwami negro foi repelido por aquela força, e apesar da turbulência e dos movimentos bruscos, ela não soltou Adrien. Seu corpo frágil se machucou mais ainda e ambas já estavam no limite, ela sabia disso. Porém, continuou segurando forte o pulso do loiro e o abraçou.

 

— Adrien? Ela puxou seu rosto, mas ele continuava desacordado, bem magro, mas ele sobreviveria. Dentro da caixa de vidro, somente seu anel prateado. Apesar de saber que ela e sua Kwami estavam a beira de uma morte lenta, ela fez a escolha que lhe pareceu mais certa.

— Tikki, de-transformar.

 

Seu corpo, pesou 10 vezes mais do que o normal no momento em que Tikki se desvinculou. A respiração dificultou-se por causa das suas costelas quebradas. Sua Kwami tentava acalmá-la, segurando suas bochechas. A garota virou-se, com dificuldade devido às fraturas na região torácica, e ignorando a dor de sua mão queimada, segurou a mão de seu amado.

 

— Marinette, você... você não vai aguentar sem mim, por favor! Em seus olhos nublados, a imagem da Kwami estava cada vez mais embaçada.

— Não posso morrer e levar você comigo, Tikki. Uma de nós tem que sobreviver. Seu riso cansado veio acompanhado com um gosto de sangue.

— Não Mari! Nós duas vamos sobreviver! Por favor! Você é a Ladybug!

— Tikki... eu sou somente a Marinette.

— Você é a Ladybug, você sempre foi, dentro de si! Por favor, vocês são uma só. Me clame novamente, eu aguento outra transformação. Eu não quero te perder! Apesar de seus gritos desesperados, a Kwami estava a ver sua pequena humana se perder. Ela estava desistindo.

— Não posso fazer isso com você, Tikki. Sua mão envolveu a Kwami em um gesto de carinho.

— Marinette, não desista! O que eu vou fazer sem você? E o Adrien? Como ele vai se sentir? Por favor, você é forte. Você não pode desistir ainda! O que o mundo ainda guarda pra você, é surpreendente e grande Mari, muito grande.

Tikki, tudo bem. Eu amo você e amo o Adrien. Por favor diga a ele, o quanto eu o amei. E saiba que eu sempre estarei com vocês.

Não faça isso comigo... A Kwami se jogou contra o rosto do loiro, em uma atitude desesperada. - Adrien, faça alguma coisa!

 

A mão da morena caiu, inerte.

 

"Adeus, Tikki."


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Notas finais do capítulo

O final já estava designado desde que comecei, e bem, pelo título da história já da pra perceber que não é um final feliz, não é? E não me xinguem, por favor, coloquei todo meu coração nessa história, em cada capítulo, apesar de ter demorado. Eu chorei bastante, porque mesmo que eu queira um final bem triste, ainda tenho um coração e esse coração ama muito a Marinette. Eu não poderia simplesmente inventar um final qualquer. Me desculpem, mas eu quis ter uma experiência nova, diferente das outras histórias que já escrevi sobre Miraculous, e um final bem triste. Mas, se vocês realmente odiarem, eu talvez faça um final alternativo pra essa história no futuro. Muito obrigada por acompanharem até aqui ♥