O olhar do coração escrita por memoriei


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura leitores!!
Espero que gostem ^-^



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Para Sofia, as manhãs de primavera eram as mais belas do que todas as estações. Onde ela podia ser livre para sentir as incríveis criações da natureza. O seu desejo era ver, mas não podia. Sofia nascera assim, sem nenhuma possibilidade de ver, era cega. Mas com todo seu desejo e amor às coisas, só ao sentir, já bastava a sua alegria.

Nessa manhã, Sofia desceu as escadas apressadamente para poder apreciar o nascer do Sol. Ao chegar lá, sentou-se no gramado para sentir se rosto ser iluminado pelo Sol.

            Um jovem, que aparentava ser magro e alto, andava em passos acelerados para chegar a uma casa, onde passaria a ser seu novo trabalho. Foi quando se deparou ao ver aquela linda moça sentada no gramado, seus olhos fechados, mas seu rosto estava iluminado. Seu cabelo que era soprado pelo vento, era na altura dos ombros em um tom loiro.

            - Quem está aí? – Indagou a moça.

         - Como sabe que há alguém aqui? – Respondeu surpreso á moça.

            - O vento entregou o odor de sua colônia.

            - E o cheiro que o vento levou a você, é bom? – Perguntou o rapaz.

            - Sim. – Diz a moça meio tímida, soltando um sorriso.

            - O que mais o vento te traz? – Diz ele, tentando puxar assunto com a moça.

            - Você também apresenta estar ofegante. – Diz a moça ainda com o rosto exposto ao Sol.

            - Mas, como a senhorita sabe apenas pelo simples fato de nem estar me olhando? – Perguntou ele.

            - Eu não posso ver, mas posso sentir. – Diz ela, olhando para o rapaz.

          - Então quer dizer que você é cega, e consegue perceber tantas coisas sobre mim apenas com o sentir?

            - Claro, desde que nasci eu só descubro as coisas com o sentir. – Diz a moça estendendo a mão em direção ao rapaz. – Venha cá, te mostrarei como ver o nascer do Sol sem olhar.

            O rapaz se juntou perto a moça, onde logo a moça cobriu seus olhos. Aquelas mãos o deixaram ainda mais encantado pela moça.

            - Rodrigo! – Diz uma voz masculina.

            A moça logo tirou as mãos dos olhos do rapaz, que logo se levantou.

            - Olá senhor Antônio. – Diz ele ao homem.

            - Vejo que já conheceu minha filha, Sofia? – Diz o homem dando um sorriso.

            - Sim. – Diz o rapaz com um sorriso.

            - Bom, se não se incomoda, preciso que você venha comigo para eu te apresentar a fazenda.

            - Claro, e prazer em te conhecer Sofia. – Falou o rapaz olhando a moça.

            - O prazer é todo meu, Rodrigo. – Diz a moça com um sorriso.

             A partir daqueles dias, Sofia e Rodrigo passaram a se encontrar depois da hora de serviço dele.

            Depois desses encontros, Sofia começou sentir algo diferente pelo rapaz, mas não sabia o que era.

            Parecia que aqueles momentos eram únicos para ambos. Rodrigo se encantava cada vez mais pela moça apenas com seu jeito. Era tão delicada e esforçada em tudo que fazia que para ele, ela era perfeita.

             Um dia ele se pôs a falar com o patrão sobre seus sentimentos pela garota.

            - Senhor Antônio, tenho algo para falar com você. – Falou o rapaz.

            - Claro Rodrigo.

            - Estou apaixonado por sua filha, e quero ficar ao lado dela em toda a minha vida. – Diz o rapaz com um tom calmo.

            - Apaixonado por Sofia? – Diz o homem em uma gargalhada.

            - Sim senhor. – Diz o rapaz sem entender.

            - Mas ela nem pode te ver, como se apaixona por uma pessoa assim?

            - Eu acho que é o amor que causa isso. – Diz ele ao homem com um sorriso.

            - Pense melhor Rodrigo, não pode simplesmente tirar conclusões por uma simples paixão. – Diz o homem.

            - Mas não é uma simples paixão, é amor senhor.

            - Esses jovens! – Falou o homem se afastando do rapaz.

             Rodrigo não entendeu a reação do patrão em relação a isso. “Era sua filha, como não queria que ela fosse feliz?” passava na cabeça de Rodrigo naquele momento.

             Sofia estava feliz naquele dia, pois, finalmente tinha descoberto aquela sensação.

            Dias se passaram e aquele sentimento que cada um sentia um pelo outro, ia crescendo. Mal sabia ambos, o que iria acontecer.

            - Preciso falar com você Rodrigo. – Diz o patrão.

            - Sim senhor.

            - De agora em diante você passará a trabalhar em outra fazenda. – Diz o homem sério.

            - Mas por qual motivo? – Diz o rapaz desesperado.

            - Não tenho mais como sustentar alguns de vocês. Por isso te dou três dias para que possa se ajeitar.

            - Nossa, mas a outra fazenda é longe daqui? – Perguntou o rapaz.

            - Infelizmente sim, Rodrigo. Mas você consegue se virar, eu garanto.

            Rodrigo sentiu-se perdido naquele momento, não poderia deixar Sofia para trás, eles se amavam.

            Aquela tarde não parecia à mesma para ele. Só de saber que não poderia mais vê-la todos os dias, os sorrisos que soltava com sua presença. Nada faria sentido, logo agora que descobriu o que era amar.

            Rodrigo viu a moça sentada em um banco, perto de um lago. Então resolveu sentar ao lado dela.

            - O que houve Rodrigo? – Perguntou a moça.

            - Nada, só estou preocupado. – Falou ele.

            - E eu posso te ajudar em algo? – Falou a moça segurando a mão do rapaz.

            - Infelizmente não Sofia. Mas peço, o que acontecer não me esqueça.

            - Claro Rodrigo. – Diz a moça sorrindo.

             Os dias iam passando, até que chegou o dia da despedida.

            - Tenho algo para te falar, Sofia. – Diz o pai.

            - Pode falar.

            - Rodrigo não passará mais a trabalhar aqui na fazenda.

            - Por quê? – Falou Sofia indagando o pai.

                   - Alguns de seus parentes estão doentes, por isso ele terá que ir.

                 - Meu Deus, não tem como o senhor fazer algo? – Diz ela com os olhos lacrimejando.

                  - Não, desculpe.

        - Mas eu o amo! – Diz a moça automaticamente.

                 - Pare de dizer que o ama, sendo que você não pode vê-lo! – Diz o pai.

         - Você sabe que pra mim não é preciso enxergar, eu o amo apenas com o que eu sinto.

            - Isso não é amar Sofia. – Concluiu o pai.

            Sofia não queria ficar ali escutando essas palavras, que o tanto a machucava. Subiu as escadas em direção ao seu quarto.

            Sofia se pôs a chorar em seu quarto. Ela o amava tanto, que não queria que partisse para longe.

        - Querida, posso entrar? – Diz a empregada.

        - Claro.

        - Não chore, você encontrará alguém de novo. – Diz passando as mãos no cabelo da moça.

      - Mas eu o amo, não quero que vá. – Falou a moça, chorando igual uma criança.

         - Então, faça algo que ele nunca irá se esquecer. – Diz a senhora.

           - Como o que Celina? – Diz a moça enxugando as lágrimas.

            - Como uma coisa que demonstre que o ama. – Diz Celina, se dirigindo a porta, deixando a garota sozinha.

            Aquilo ficou na mente de Sofia durante aquele dia. Assim que o encontrasse faria um ato em que ele nunca a esquecesse.

            A tarde já estava indo e Sofia não tinha o encontrado ainda. Ficou triste, nunca poderia demonstrar esse amor. A porta se abriu, e lá estava Rodrigo.

            - Eu te amo Sofia! – Diz Rodrigo ofegante, em direção da garota.

            - Eu também te amo, não quero viver sem você. – Diz ela, apalpando o rosto do rapaz.

            - Eu não tenho escolha Sofia, mas nunca vou te esquecer. Você é uma pessoa incrível, e meus dias só melhoraram com a sua existência. – Diz o rapaz.

            - Só uma coisa que quero, para demonstrar que te amo. – Diz a garota.

            - O que? – Diz o rapaz, olhando para a moça.

            Sofia fechou os olhos e o beijou. Uma coisa que descobriu que nunca o deixaria partir de seu coração.

            Nada impediu o pai para que ficassem juntos, mas o amor de Sofia por ele nunca acabou. Todas as manhãs, Sofia vai ao mesmo lugar que o encontrou pela primeira vez, fechava os olhos e esperava o Sol. Onde que Rodrigo está ele se senta no gramado e põe as mãos nos olhos e espera o Sol, como Sofia o ensinara ver o nascer do Sol.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler :)



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