Era de manhã, no Palácio de Jade é possível ouvir barulhos de gritos de luta e golpes, no salão de treino havia uma felina de pelagem laranja e listras pretas praticando os seus golpes de kung fu como sempre fazia todas as manhãs. Ela mantinha a concentração nos golpes que dava no ar como se estivesse em uma luta real, mas, também mantinha seus pensamentos em outras coisas que vinham acontecendo com a mesma nos últimos dias:

—"Nossa, faz tanto tempo que não nos vemos, e, agora ele voltou do nada, eu me sinto tão feliz mas também me sinto tão confusa. O Po têm agido tão estranho ontem, será que ele tá com ciúmes"?

Ela pára de treinar para descansar, ela começa a respirar ofegantemente, sentiu menos vontade de treinar naquele momento e nem depois, só queria relaxar, e a pessoa certa apareceu para ajudá-la com isso. De repente ela sente duas patas em seus olhos:

—Adivinha quem é! - Disse uma voz masculina.

—Hum... não faço ideia! - Ela respondeu soltando um risinho no final.

Ela é virada para frente do sujeito e é surpreendida com um beijo nos lábios, ela viu que era Po e retribuiu o beijo, durou por mais alguns segundos até eles se separarem na necessidade de ar.

—Bom dia, minha gatinha. - O panda disse fazendo a felina corar com o apelido que dera a ela.

—Hi hi, bom dia meu bolinho de feijão. - Ela disse rindo.

—Você está bem, meu amor? Parece tensa. - Ele questionou.

—Melhor impossível, meu panda.

—Que bom, não gosto de ter ver assim.

—Assim como? - Ela fica curiosa.

—Assim, sabe, como você ficava, séria, sem esboçar emoção, mal humorada, eu quero você feliz! - Ele falou docemente enquanto passava os dedos na pelagem laranja da bochecha da felina lentamente.

—Ora, meu panda bobo, como eu posso ficar chateada se agora eu tenho os dois homens da minha vida ao meu lado? - Ela o abraçou mas o mesmo não retribuiu.

—Você tá falando do Chi Su? - Ele pergunta temendo a resposta.

—Sim, agora que ele voltou eu tenho os meus dois homens especiais do meu lado, estou mais feliz que nunca!

O panda se chocou, Tigresa considerava Chi Su alguém especial? Ele não era apenas um amigo? 

—Ti, eu quero conversar com você sobre uma coisa séria! - Ele desfez o abraço e pôs um olhar sério para a felina.

—E o quê é?

—Eu....

—Ah, aí estão os dois pombinhos! - Chi Su chega na sala e interrompe os dois. 

—Chi Su!!!! - Tigresa corre na direção do tigre e o abraça. 

—Bom dia, Ruivinha listrada! - Ele disse passando os braços pelas costas dela fazendo Po rosnar.

Os outros furiosos também entraram e ou verem os dois felinos naquele abraço, Macaco e Louva-deus começaram a cochichar entre si e rirem, causando mais raiva em Po.

—Ei, panda, pode me emprestar a sua princesa? Este cavaleiro precisa comprar ingredientes para fazer um jantar especial e queria que ela me acompanhasse. - Chi Su pede como um verdadeiro cavaleiro.

—Errrrrrrr..... - Po se engasgou e antes que ele respondesse um não foi interrompido.

—Obrigado, me acompanhe my lady! - Chi Su segurou a pata de Tigresa e a guiou para fora do salão.

—Hi hi, tchau pessoal, até mais Po. - Ela se despediu rindo alegremente.

—Na moral, eles são meu novo shipp! Só preciso criar um nome misturando os nomes deles! - Disse Macaco.

—Que tal: TigreSu. - Sugeriu Louva-deus.

—Não, tem que ser um mais fofo!

—Chigresa. - Sugeriu Víbora.

Po ficou ali parado como uma estátua, não acreditava na ousadia do felino, nem esperou sua permissão para levar sua namorada, se sentiu furioso e do nada correu até uma coluna de madeira e começou a socá-la como um doido e gritar de raiva, um minuto depois ele pára e vê seus amigos o encarando assustado.

—Errrr... he he he, vamos pro treino, pessoal! - Ele tentou disfarçar.

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Na aldeia, Tigresa e Chi Su estavam no mercado comprando os ingredientes para o jantar, Tigresa estava muito feliz por ter a companhia dele, e Chi Su com certeza estava muito feliz, fazia questão de jogar todo o seu charme em Tigresa, que ficava com o rosto bem vermelhinho.

—Ei, você sabe onde tem açafrão, Chi Su? - Ela perguntou enquanto olhava nas barracas à procura de seu tempero favorito.

—Como este aqui? - Ele mostra um potinho de açafrão em sua pata.

—Ah, valeu, Floco de neve! - Ela agradeceu pegando o tempero.

—De nada, eu sei que você adora entupir a sua comida de açafrão. 

—Sim, é o meu tempero favorito! 

Ele lança um olhar malicioso para ela e um piscada, isso a deixa corada e a faz lhe dar as costas soltando alguns risinhos e voltar a procurar por ingredientes.

—Quantos ingredientes faltam em sua lista? - Ela pergunta ainda de costas para ele para esconder o seu rubor.

—Já compramos tudo, podemos voltar... se você quiser... - Ele a contou novamente e ela riu.

—Bem, podemos dar mais uma volta, seria agradável e ainda está muito cedo. - Ela concordou.

—Que assim seja, me acompanhe, my lady. - Ele ofereceu sua pata para que ela segurasse como um cavaleiro.

—Há há há, Chi Su....! - Ela segura a pata dele e os dois caminham pela aldeia sem se importar com os olhares e cochichos dos aldeões sobre eles e sem notar que eram vigiados de cima.

—Ei, Ruivinha. - Ele a chamou.

—Sim?

—Você ama mesmo aquele panda né?

—Sim, mais que minha própria vida, Po é o meu primeiro amor verdadeiro e nós ficaremos juntos até o fim de nossas vidas. - Ela disse olhando para o céu suspirando apaixonada.

—Hum... - Foi tudo que ele disse antes de olhar cabisbaixamente para o chão.

Ele não conseguia entender como sua amiga pode ter caído no amor justo com um panda gordo e bobo, ele sabia que poderia fazer Tigresa mais feliz do que aquele panda bastardo poderia, como ela seria feliz com alguém que não é da mesma espécie que ela? Será que sua amiga estava sobre um feitiço que a fez achar que o panda é o certo para ela e não ele? Ela foi tudo que ele sempre quis para o resto de sua vida, já podia imaginar os filhotes que teriam, tigresinhos-do-sul com colorações misturadas quase como Tigresa, metade laranja e metade brancos, suspirou com esses pensamentos de ter filhos com ela. E também, imaginou o momento em que iriam "produzi-los", já podia ver a noite de lua cheia, em um quarto de hotel, os dois em uma cama de luxo dançando de um jeito especial, ouvia a voz de Tigresa gemendo seu nome.

—"Chi Su! Chi Su!" CHI SU! - Ele é trazido de volta à realidade quando Tigresa grita por seu nome bem alto. 

—O quê aconteceu? - Ele pergunta confuso.

—Você apagou do nada, tava pensando no quê? 

—Hum... nada importante, Tigresa, eu não aguento mais, preciso te dizer que.... - Ele se engasgou no meio da frase.

—Que o quê? O que você quer me dizer? - Tigresa perguntou preocupada.

—Eu t.... - Ele é interrompido quando Po cai dos céus em cima dele fazendo o chão estremecer.

—CHI SU!!!!!! - Ela gritou ao ver seu amigo ser esmagado na sua frente.

—Aaaaaaaaiiiiii, eu não deiva ter chegado muito perto da borda, 

— Po! Sai de cima dele, agora!!!!!!!!!! - Tigresa gritou de raiva puxando o panda pra longe do tigre no chão.

—Chi Su, você está bem? - Ela pergunta.

A silhueta de Chi Su ficou marcada no chão, ele se levanta e limpa a poeira de seu corpo.

—Eu estou bem, fraturei uma costela mas isso já é frequente. - Ele diz calmamente.

Então os outros furiosos aparecem:

—O que aconteceu aqui? - Pergunta Víbora.

—Ele caiu em cima de mim mas estou bem. - Chi Su respondeu.

—Temos que ir pro palácio, o Mestre Shifu voltou e temos uma nova missão! - Disse a serpente. 

—O mestre voltou? - Questionou Po.

—Missão?! - Completou Tigresa.