Será? escrita por Brubs Romualdo


Capítulo 8
Prima


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Acordei às 9 horas da manhã e senti saudades do vento que vem do mar pela manhã em meu apartamento. Levantei, abri as malas para procurar uma roupa e fui tomar banho, vesti um shorts jeans, blusa preta larga e chinelos.

Meia hora depois estava arrumada e tirando as coisas da mala que deixaria lá no meu guarda roupas.

Às 10 desci para tomar café.

— Bom dia! – Falei ao chegar na cozinha aonde estava meu pai, minha mãe, Júnior e Luciano.

— Bom dia! – Responderam.

— Vou arrumar meu quarto e vou na rua antes do almoço, alguém quer ir comigo? – Perguntei.

— Não vou poder, preciso fazer o almoço. Suas tias irão vir almoçar aqui. – Disse minha mãe.

— Vai querer ajuda? Posso ir mais tarde se preferir. – Falei colocando café na caneca.

— Não precisa, sua madrinha virá ajudar. – Respondeu ela.

— Eu vou na rua comprar carne e carvão, você vai de carro? – Perguntou meu pai.

— Vou sim, quer carona? – Falei.

— Sim, é melhor. – Respondeu ele.

— Saímos em meia hora? – Perguntei.

— Por mim tudo bem. – Ele respondeu.

Terminei meu café e fui para o quarto, arrumei a cama, procurei alguns porta retratos com fotos minhas e das meninas que havia levado para deixar em meu novo quarto. Não que eu fosse voltar sempre, mas pelo menos teria Raissa e Clarice por perto enquanto estivesse por ali.

Meia hora depois estava em frente ao único super mercado da cidade.

— Vamos lá, te ajudo e depois volto. – Falei para meu pai.

— Não precisa filha. – Disse ele.

— Faço questão pai, não vou fazer nada demais depois mesmo. – Falei pegando um carrinho de compras.

O mercado não é tão grande como os hiper mercados perto de casa, mas não chega a ser tão ruim assim.

Peguei alguns refrigerantes, caixinhas de cerveja e fomos para o açougue.

— E aí Luiz! – Meu pai falou para o açougueiro.

— Fala Eco, o que vai ser hoje? – Perguntou Luiz para meu pai chamando ele pelo apelido.

— Manda aquela perfeita para churrasco, olha quem veio fazer uma visita. – Disse meu pai, me puxando e dando um beijo em minha testa.

— Essa é a mais velha que mora em Santos? – Perguntou o açougueiro.

— Ela mesma. – Respondeu meu pai.

— Oi! – Disse meio tímida tentando sorrir e acenando.

— Tá grande ela, lembro de você bem pequena moça. – Disse Luiz.

Não faço ideia de quem ele seja, mas sorri.

— Vou na padaria, pai. – Falei dando tchau para o açougueiro.

Da padaria conseguia ouvir meu pai e Luiz conversando, falando de como as crianças crescem e coisas do tipo.

— Vocês fazem bolo por encomenda? – Perguntei para a moça atrás do balcão da padaria.

— Fazemos sim, para quando seria? – Falou ela.

— Hoje por volta dás 17:00 horas. – Falei olhando os bolos já prontos. – Quero de chocolate, recheio de beijinho e cobertura de brigadeiro, se puder colocar algumas cerejas também. – Fiz o pedido.

— Pode deixar. – Disse a moça anotando tudo que eu falei.

— Pago agora ou depois? – Perguntei.

— Quando vier buscar, pode pegar aqui e pagar no caixa. – Respondeu ela.

— Ok. – Falei.

— Seu nome? – Perguntou ela.

— Betina Linhares. – Respondi.

— Ok Betina, o meu é Maria. Se quando você voltar eu não estiver, diga que encomendou com a Maria. – Disse ela.

— Tudo bem. – Falei sorrindo e indo encontrar meu pai.

Pegamos mais algumas coisas e fomos para o caixa.

— Vamos dividir. – Falei.

— Claro que não. – Respondeu meu pai. – Pode deixar que pago tudo. – Completou.

— Tem certeza? – Perguntei.

Ele fez sinal de afirmação com a cabeça e um olhar de queria dizer "eu que mando menina".

— O senhor que sabe. – Falei.

Enfrentamos uma pequena fila, depois levei ele para casa e voltei para o centro da cidade.

Parei em uma rua sem movimento e estacionei o carro. A cidade é pequena, mas subir um morro andando nesse sol não é legal, então fui de carro.

Saí do carro, dobrei uma esquina e cheguei na rua onde fica o comércio.

Não sabia ao certo o que estava procurando, mas cá estava eu... Em um mundo totalmente diferente do meu habitual. A cidade havia mudado bastante, as calçadas que antes eram de concreto agora dava lugar a azulejos estilo calçadão de Ipanema, as lojas com fachadas pintadas recentemente entre outras coisas.

Entrei em uma loja de R$1,99, não achei nada interessante e sai, entrei em uma perfumaria e comprei xampu e condicionador.

Quando estava saindo da loja meu celular tocou.

— Alô. – Falei sem ver quem era como sempre.

— Bom dia para você também razão do meu viver. – Disse Edu com voz de sono do outro lado da linha.

— Boa tarde, né?! Já não é mais hora de estar na cama gato. – Respondi em tom brincalhona.

— Falou a pessoa que nunca se atrasa para o trabalho, a pessoa que acorda com o galo... – Retrucou ele.

— Ok Eduardo. – Cortei os comentários dele. – A que devo a honra? – Perguntei.

Sentei em um banco de madeira que tinha ao lado da perfumaria, algo que não é exclusividade só de lá, pois longo de toda a rua existem bancos como aquele.

— Vamos ao cinema, Beh? – Perguntou.

— Aí tapado, não me lembre que aqui não tem cinema. – Falei fazendo voz de choro.

— Oxi, onde tu tá? – Perguntou.

— Vim visitar meus pais, eu te falei que viria. – Respondi.

— Ah, verdade. – Falou como se estivesse lembrando de nossa conversa. – Mas você já tinha dito isso várias vezes e nunca ia. – Completou.

— Pois é, mas dessa vez eu vim. – Falei.

— Deveria ter me chamado, eu adoraria conhecer meus sogros. – Disse ele rindo.

— Me poupe Eduardo, tenho mais o que fazer. – Falei brava, mas não totalmente brava, talvez só tentando parecer, mas sem sucesso.

Tive vontade de rir do que Eduardo disse, mas como estava no meio da rua me contive a apenas uma advertência.

Eu e Edu somos amigos a um tempo, ele sabe dos caras que eu fico assim como eu sem das meninas que ele pega. Nada de romance, até porque a única vez que ficamos estávamos bêbados, apesar de lembrar vagamente do que aconteceu entramos em um acordo e a amizade prevaleceu. Há quem diz que entre nós existe uma química.

— Você maltrata meu coração amor. – Disse ele fazendo voz de triste.

Sorri imaginado ele fazendo biquinho.

— Vou tentar melhora isso e não me chame de amor. – Falei.

— Ok, chata. Vê se responde minhas mensagens, já que você não vem me tirar da cama vou dormir mais. – Falou ele bocejando.

— Vai lá dorminhoco, beijos. – Respondi.

— Beijos dorminhoca gostosa. – Disse ele.

— Você não presta menino! – Falei e desliguei, consegui ouvir sua risada preguiçosa no fundo antes.

Levantei do banco, olhei para os dois lados da rua e decidi voltar para o carro.

Pouco antes de chegar no carro ouvi uma risada vindo de uma lanchonete a minha frente, nunca me esqueceria daquela risada irritante que eu tanto odiava.

Olivia estava saindo da lanchonete quando me viu e sorriu.

Ela usava um vestido azul solto e sandálias baixa, seu cabelo loiro estava amarrado num rabo de cavalo.

— Betina? – Perguntou ela meio em dúvida.

— Olivia?! – Falei demonstrando dúvida também. – Sim, sou eu Betina.

— Quanto tempo, voltou de vez? – Perguntou ela.

— Não, só de passagem. Aliás estou atrasada para o almoço, até mais. – Falei tentando passar por ela.

— Está cedo ainda menina, tudo bem com você? – Perguntou ela fazendo com que eu ficasse mais do que pretendia ao seu lado.

— Estou bem sim, e você? – Falei tentando parecer o mais educada possível e mostrando pressa.

— Ótima. – Respondeu ela.

— Que bom! Tenho que ir. – Falei me afastando.

— Espera! – Gritou ela. – Já sabe da novidade? – Perguntou ela quando parei e me virei.

Olívia me encarava com a mão direita para cima mostrando um anel em seu dedo anelar.

— Entrei para a família! – Disse ela sorrindo.


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Notas finais do capítulo

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