"eu" pertenço a "Ela" escrita por Thares G heradna


Capítulo 1
"eu" pertenço a "Ela"




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“História/Estória” é uma palavra, no português, feminina: “A História/A Estória”. É uma garota, mulher ou deusa que pode nos revelar, ensinar e orientar sobre o mundo em que constituímos nossas pequenas vidas. Não posso afirmar nada pelos outros, mas ela sempre foi um fascínio para mim: um garoto desorientado nas áridas trilhas da vida.

Também faço História/Estória; “minha história/estória”, meu lado sensível, monstruoso, racional, masculino e feminino.

Minha criatividade percorre meus pensamentos e faz pegar a caneta entre os dedos, traçando o caderno em busca de um mundo novo, só meu.

Minha imaturidade, infantilidade tentando fugir do mundo real e da responsabilidade; recanto temporário até voltar ou encontrar um novo “útero” que proteja o moleque indefeso de tudo e de todos.  

A “Deusa” possuidora tanto do “bem” quanto do “mal”.

Sobre a palma da mão de uma “Deusa” benevolente, a qualquer momento, sem maiores explicações, posso encontra-me esmagado como um inseto nojento.

Vida própria “Ela” tem. Algo que demorei a notar e admitir por meu fútil orgulho e remoído ego, insistente em se manter quando deveria ter sido expurgado como um câncer do meu corpo e mente.

Confundo que sou o criador “Dela”, mas na verdade “Ela” sempre esteve “lá”, informe, esperando a oportunidade de ser moldada. Eu sou o primata que a imagina sua forma física, em uma estátua de barro - sou capaz somente de representa-la com palavras e frases.

Nunca percebi a arrogância em afirmar ser o seu criador.

“Ela” sempre esteve “lá”.

Do mundo subterrâneo “Ela” me observava com seus olhos maravilhosamente cruéis; azuis, brancos, amarelos, pretos - as cores dos quatro cantos do mundo. Tudo vê e possui o domínio. O centro é “Ela”, tudo está voltado para “Ela”.

O Centro Imóvel Invisível.

Veio até mim. Subiu degrau por degrau as escadas para o mundo que por direito lhe pertence. Orfeu foi fraco e desobediente perante as ordens dos deuses; restou somente a perda de sua amada para a morada dos mortos. “Ela” não hesitou. Não precisava recear qualquer coisa do passado. O mundo das trevas já não era o suficiente para manter sua reluzente luz, benevolência colossal... tornara-se pequeno demais para manter sua terrível monstruosidade.

Naquele aspecto informe enxergo seu libidinoso corpo; o corpo que fascina, mas que pode levar à morte. A tentação além do amor - não sei se “Ela” emergiu do mundo das trevas para salvar-me ou aniquilar-me; para libertar-me ou escravizar-me... Para ensinar a viver ou a morrer.

O mundo lhe pertence; eu pertenço a “Ela”.

Sou um mero garoto que pensava estar totalmente fora do alcance “Dela”; imune aos seus efeitos, benções, castigos.

Pensava estar imune a sua salvação.

Multiforme e informe. Corpóreo e incorpóreo. Sensível e insensível. Benevolente e malevolente. Bem e mal. Vida e Morte.

Capaz de ser único e muito, “Ela” mantem meu equilíbrio e me desequilibra nos segundos seguintes. Uma constante e incansável perseguição para encontra-la; exaustiva e temerosa fuga “Dela”.

Olhar para frente ou para trás? Só consigo realizar um desses atos.

“Ela” enxerga até mesmo o infinito.

Conhece-me da cabeça aos pés, mas não pretende mostrar quais são os defeitos e as virtudes.

“Encontre por si mesmo!”

Palavras cruéis eu ouço. Estou sozinho.

“Siga para onde indico. Há algo lá!”

Palavras de esperança. O que posso encontrar ao final?

Ao meu lado estará como Mentora, mostrando-me um mundo magnífico e concedendo-me provações perigosas. Testar é seu objetivo, pois não é uma criança franca que “Ela” deseja. É o único modo para que a benção divina desça sobre mim.

É a esperança e desejo “Dela”.

A forma pela qual a moldei é também a trilha indicada para a jornada.

“Há algo lá!”

A esperança cresce para encontra-la.


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Notas finais do capítulo

Obrigado pela sua atenção.

Torço que esse curto texto traga sensações especiais a você para anima-lo e fortalece-lo.


Até a próxima...





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