Escrito por V.G Victor

Lá estava o grande campo de borboletas, o campo mais famoso do nosso país. O clima estará ótimo, ventava forte. A relva branca balançava no mesmo ritmo que as outras, sim a relva branca. Não era verde, e sim branca. O céu era branco, as nuvens eram cinza, as borboletas variavam de: brancas, cinzas e pretas. Estranho? Pois o meu país inteiro é assim, só existem apenas três cores, mais isso não importa agora.

Caminho pela relva com os pés descalçados, seguro firme a pequena rede. Vou em direção a uma borboleta cinza, tento captura-la com a rede. Mais ela abre as asas e foge voando no ar.

Não ia ser nem um pouco fácil pegar pelo menos uma borboleta, elas eram ágeis. Mais eu não ia desistir tão fácil assim. Tento pegar de novo, de novo e de novo. Nenhumas das minhas técnicas obtiveram sucesso.

Sento no relvado, limpo o suor que descia pelo o meu rosto com as costas da minha mão. Tinha algum jeito de pegar elas, pelo menos uma. Certa vez li em algum lugar, esta frase:

“O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.”

Quem sabe talvez isso ajude. Retiro das minhas vestes uma rosa, uma rosa vermelha, a única rosa com cor que sobrou. Planto-a um pouco distante do campo das borboletas. Agora era só sentar e esperar. Em três dias uma pequena tulipa rosa brotou no solo, duas semanas depois quatro girassóis enormes surgiram no solo, cinco dias depois varias margaridas brotaram do solo. Em alguns meses, um grande jardim se formou.

Lá estava eu, sentado esperando as borboletas virem até a mim, mais nada. Nenhuma se quer borboleta. Mais tinha um inseto no jardim, não era uma borboleta. Estava camuflado na grama. Era uma lagarta verde, uma pequena lagarta verde.

— Olá Amiguinha. — ela sobe vagarosamente o meu dedo.

Com o passar do tempo, aquela pequena lagarta verde logo virou uma grande e linda borboleta azul. A única borboleta azul daquele jardim.