Confissões Adolescentes escrita por Talyssa


Capítulo 8
Show particular


Notas iniciais do capítulo

Olá (:
Tudo bem?
Boa leitura!



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A semana passou tranquila e sem mais incidentes; as questões do cinema acabaram sendo deixadas de lado e todos tinham coisas mais interessantes para discutir. O fato dos alunos do terceiro prestarem prova importante no final do ano, fez com que os professores os enchessem cada vez mais de matérias, exercícios e trabalhos.

— Esses trabalhos todos vão me deixar louco. Será que eles acham que ninguém aqui tem vida social? – Cascão comentava com incredulidade e muito drama, levando as mãos à cabeça.

Mônica apenas balançava a dela, estava bem calma em relação a tudo aquilo, estudara direito durante as aulas e as tardes também, por isso, não tinha nada acumulado, inclusive sobrara bastante espaço para aproveitar o final de semana. Porém, assim que ouviu Cas afirmar que não daria conta de preparar tudo para segunda, não conseguiu deixar de oferecer ajuda.

— Mas no sábado? Caraca, Mô... – O menino reclamava.

— Que folgado! Ela vai desperdiçar o sábado pra te ajudar e cê ainda quer exigir? – Xaveco ria ao lado ao mesmo tempo em que chamava a atenção do amigo.

— Ué, se você não quiser, sem problemas. É que eu já tinha ficado de ajudar a Magali amanhã, então...

— Então tá tudo pelo certo, Moniquinha! Por que cê não disse nada antes? – Cascão concordou, provavelmente com algumas segundas intenções, já imaginando se não teria alguma oportunidade de conversar com a Maga sem muitas pessoas por perto.

Carminha faltara naquela sexta-feira, a menina vivia fazendo isso na antiga escola, não iria ser diferente nessa, encontrava várias desculpas para aumentar o final de semana, muitas vezes prolongava-o até na segunda! Então, Mônica acabou decidindo voltar a pé para casa, assim conseguiria passar pelo campinho que tanto gostava, e quem sabe até dar uma parada para comer um sanduíche num dos bancos rodeados de flores.

A jovem despediu-se dos amigos e saiu caminhando rapidamente pelas ruas, o sol brilhava bem forte lá no alto, por isso queria apressar o passo para descansar na sombra de alguma árvore. Demorou pouco menos de dez minutos para chegar ao seu destino, sentiu-se feliz em finalmente poder sentar e sentir o vento refrescar sua pele.

O campinho nunca mudara desde que ela se entendia por gente, seus pais a tinham levado para brincar ali um número limitado de vezes, geralmente quando não havia muitas crianças por perto, principalmente garotos jogando bola. O lugar trazia tranquilidade, as folhas das árvores balançavam como se a saudassem por chegar ali, Mônica escolheu a maior delas para sentar encostada no tronco largo e forte.

Mesmo não usando o campinho muito tempo na infância, era exatamente a isso que ele cheirava. Não é bem como se um período da sua vida tenha um determinado aroma, mas a essência da grama, misturada com flores e terra, fazia com que recordasse do pai a empurrando no balanço que jazia inteiro, porém bem velho por ali. Se fechasse os olhos, conseguia ouvir sua versão mais jovem rindo e pedindo para que a embalassem mais forte e mais alto. Sorriu com a lembrança.

Acabou recordando a canção infantil que aprendera e logo depois tentara ensinar para seu coelhinho de pelúcia azul. Olhou para os lados e vendo-se sozinha, começou a cantarolar bem baixinho, sentindo as notas apenas para si, mas acabou empolgando-se e soltando a voz, afinal, estava apenas ela no lugar, que mal poderia haver?

O rapaz levava a mão à boca segurando o riso, ela com certeza não reparara nele no alto da árvore quando chegou. Ele até pensou em descer e sair logo à procura da irmã, a quem tentava ensinar uns bons lances de futebol, mas então ela começou a cantar, provavelmente ficaria com vergonha se percebesse ter plateia.

A moça não cantava mal, ele percebeu com um sorriso, talvez pudesse ficar a tarde inteira ouvindo-a sem cansar, além disso, não escutava aquela música há um bom tempo, estava sendo interessante aquele show particular. Ele acomodou-se nos galhos e levou as mãos para trás da cabeça, fechando os olhos e torcendo para que ela não parasse.

— Ai! – Mônica exclamou levando a mão ao rosto assim que sentiu uma pancada atingir o lado direito de sua face. – Que droga foi essa? – Perguntou já levantando para ver quem havia chutado aquela bola.

Uma menina, deveria ter uns quatorze ou quinze anos, vinha correndo em sua direção com uma expressão assustada. Os cabelos pretos, presos em um rabo de cavalo, vinham gingando de um lado para o outro enquanto ela se movia, alguns fios caiam soltos na frente do rosto, onde brotavam algumas gotas de suor.

— Caraca, moça! Foi mau! Eu não queria chutar em você... Quer dizer, eu nem te vi aí. – Ela disse com as bochechas coradas; o que Mônica não sabia se atribuía à vergonha ou ao fato de a garota estar praticando aqueles chutes.

— Tá, tudo bem... Só toma mais cuidado onde chuta da próxima. – Assim que soltou a frase, percebeu o quanto era ridícula. O lugar onde estava parada era um campinho, e ela encontrava-se sentada na árvore justamente atrás do gol.

A menina riu percebendo a compreensão passar pelo rosto de Mônica.

— Meu nome é Maria. Eu tava treinando com meu irmão ainda há pouco. Daí ele chutou a bola pra longe e eu tive que ir buscar, péssimo em pontaria, sabe? – Ela apresentou-se tagarelando um pouco.

— Pelo visto, é melhor você não pegar aulas com ele, porque já tá errando o gol feio também hein? – As duas riram. – Meu nome é Mônica.

— Ah, fala sério! Você é vizinha da Maga, não é? Já te vi por lá quando subi a rua. – Maria observou perspicaz e a moça concordou com um aceno de cabeça. – Enfim, você não viu um idiota por aqui? Como eu disse, é meu irmão! Ele tem um cabeção, e um cabelo arrepiado que escova alguma dá jeito.

— Poxa... Eu não vi ninguém quando cheguei. – Mônica respondeu sorrindo com a descrição do rapaz.

— Hum... Ele deve estar se escondendo, ou então voltou pra casa e me deixou aqui fazendo papel de otária... Que raiva! Eu vou matar esse moleque.

Mônica simpatizou com a menina, ela tinha um jeito engraçado e descontraído, além de ser tagarela e não ficar sem muito papo. Elas saíram conversando do campinho, descobriram que moravam na mesma rua, porém, Maria um pouco mais em baixo.

Assim que viu as duas pegarem uma boa distância, o garoto saltou da árvore. A princípio não percebera de quem se tratava, sua ficha só caiu quando ouviu a frase ‘vizinha da Magali’. Sabia exatamente quem ela era, e não é que sua irmã havia sido muito mais rápida do que ele para conhecê-la? Sorriu com vários planos em mente e saiu caminhando refazendo o caminho das duas.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que vocês gostaram desse quase contato (aa' hahaha
Espero que não me matem nos capítulos seguintes. Sério, galera, contando com vocês para deixarem suas opiniões!
Beijos ♥



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