Confissões Adolescentes escrita por Talyssa


Capítulo 12
Por um fio


Notas iniciais do capítulo

Por algum motivo desconhecido estava com saudades de vocês! (Desconhecido por que nos falamos domingo, né?)
Queria agradecer pelos comentários e favoritos ♥ Mas quero deixar um agradecimento especial àquelas pessoas lindas que não abandonaram a fic, mesmo não curtindo o casal, mesmo com férias, enfim, vocês são as pessoas mais incríveis desse social inteirinho *-*
Leiam esse capítulo que fiz com carinho para oferecer a visão mais detalhada daquele que tanto demorou para aparecer... O nome é "Por um fio" [by Je Chaud], mas bem que poderia ser por Cinco fios, né? Sacô, sacô? kkkk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/703945/chapter/12

Anteriormente em Confissões Adolescentes...

— Ah, fala sério! Eu não sabia que iam tão cedo, teria chegado antes, pô! – O garoto respondeu cabisbaixo, precisava fechar aquele negócio.

— Fica frio, vocês vão ter outras oportunidades de se encontrarem. Agora bora é jogar bola! Tá nessa, Cebolinha?

— Já é! Mas é Cebola, cabeção! – Respondeu dando um pedala de leve no amigo.

— Então tá, bora, cabeção. – Do Contra debochou e os dois saíram rindo em direção ao campinho para a partida que iria recomeçar.

Agora...

O segundo tempo não saiu como o planejado, os meninos, que estavam chateados pela demora do Cebola, acabaram decidindo não colocar o amigo de imediato na partida como punição pelo atraso. Claro que o garoto não lidou muito bem com isso e foi pisando duro em direção a sua acompanhante.

— Fez eu vir pra ti ver no banco? É isso mesmo? – A garota perguntou entediada.

— Olha, Camila, não me estressa, tá bom? Primeiro que eu tô no banco como punição pelo atraso. Segundo que me atrasei por culpa sua. E terceiro que eu não te convidei pra vir. – Ele respondeu irritado, seu olhar continha uma advertência que insistia claramente para sua namorada não perturbar naquele momento.

Os meninos do outro bairro não só empataram como viraram o jogo, foi só quase no fim que deixaram o cinco fios entrar na partida. Por um instante ele pensou em recusar, mas depois acabou decidindo tentar reverter a situação, deixando a raiva de lado.

A entrada do novo jogador trouxe sorte, com algumas viradas de bola e a organização do meio campo, eles conseguiram empatar e sem demora o juiz apitou o fim da partida. Terminara tudo igual, dois gols para cada lado.

— Pô, se vocês tivessem deixado eu entrar mais cedo a gente tinha condições de ganhar esses pelas! – Cebola resmungou irritado, vinha caminhando torcendo a camisa nas mãos, ela pingava suor.

— Então na próxima vê se não atrasa, chega no horário! – Titi respondeu bravo.

— Ah, qual é cara! Eu não fiz de propósito, a mina atrasou um pouco! Se fosse a Aninha cê não ia esperar?

— Se fosse a Aninha ela começaria a se arrumar antes pra não atrasar ninguém. – Falou em voz alta para o recado chegar em Camila, aquela não era a primeira vez que ela atrapalhava compromissos da turma. A menina se quer importou-se, fingindo não ser com ela.

Cebola, farto das discussões e indiretas dos companheiros do time, pegou a moça pela mão e tratou de sair dali o mais rápido que pôde, depois daria um jeito de se desculpar com os meninos.

— Amor, não fica assim, vai! Você já tem 21 anos e...

— 22, Camila! – Ele respondeu revirando os olhos.

— Certo, que seja. Você tem 22 anos, não sei por que ainda anda com esses caras.

— Esses caras – Frisou irônico. – são meus amigos de longa data, e eu ando com eles por que gosto, não é problema seu.

— Você já viu como eles me tratam? Nenhum gosta de mim. E o pior, você não faz nada pra me defender. – Subiu o tom de voz em uma oitava, visivelmente começando a estressar-se. Cebola previu a cena que faria a seguir.

— Não começa. Você também não alivia, eles não estão mentindo quando falam essas coisas. – Deixou escapar e arrependeu-se no mesmo instante.

— Então vai ficar do lado deles outra vez? – Perguntou cerrando os dentes para não gritar.

— Mila, não vou ficar do lado de ninguém, mas não me pede pra escolher entre você e meus amigos... – Respondeu preparando-se para o que viria a seguir.

— Tá! – Gritou dando várias tapas no menino, enquanto falava outras coisas sem sentido que ele não entendia.

Cebola apenas se protegeu com os braços erguidos até ela acalmar-se, quando isso aconteceu, Camila deu as costas e saiu caminhando depressa pelo caminho oposto ao dele. O menino sabia que até a noite eles provavelmente fariam as pazes, afinal, já tinham terminado conversas assim incontáveis vezes.

Os dois namoravam por pouco mais de um ano, ela havia sido a primeira pessoa com quem quis assumir um compromisso depois da virada brusca que sua vida tomara. Foram longos dois anos sem querer nada com ninguém, praticamente internado em casa por vontade própria, recebendo poucos amigos, de preferência aqueles que não demonstravam sentir pena pelo que ocorrera.

Passado todo o período de reclusão decidiu que era hora de retomar sua vida e começou a sair com a família e os amigos novamente, mas muita coisa mudou, não nos outros, mas sim nele. Como era solteiro, buscava várias garotas em festas, ficava, divertia-se e depois as descartava, não mais conseguia sentir por nenhuma o sentimento que o invadira anos atrás.

Camila apareceu numa dessas festas, seu jeito alegre e descontraído acabou fazendo como que ele sentisse vontade de repetir aquele dose mais algumas vezes, e foi então que percebeu que entrara num compromisso. No começo não era sua vontade, não queria levá-la a sério. Não se orgulhava nenhum pouco, porém, no início já havia inclusive traído a garota, mas logo notou que aquela atitude não era correta, afinal, não estava obrigado a ficar com ela, ficava pelo fato de gostar, assim decidiu não mais brincar e assumir um namoro sério.

Os primeiros meses foram bem legais, entretanto, o relacionamento caiu na mesmice e agora ele mal sabia o porquê de ainda sustentar aquilo tudo. Talvez pelo fato de ter alguém com quem contar, sabia que a moça gostava dele de verdade, mas já não sentia que aquilo tudo duraria muito mais tempo, a frequência das brigas havia aumentado, fosse por ciúmes ou mesmo por birra, Cebola estava meio cansado.

Foi com esses pensamentos que chegou em casa, quase atropelou Maria que estava jogada no jardim da frente brincando com Floquinho, o cachorro deles.

— Tá cego, cara? Por acaso não olha por onde anda? – Ela reclamou levantando-se .

— Foi mal, pirralha! Tava distraído.

— Brigou outra vez com a azeda? – Perguntou referindo-se à cunhada.

— Não é da sua conta, Maria! – Falou por cima dos ombros, já que entrava em casa para evitar mais perguntas.

— Já vi que acertei na mosca! Também deve ter perdido o jogo, quem manda não querer me levar... – Resmungou sozinha, mas logo voltou a brincar com Floquinho que implorava sua atenção.

Cebola não queria saber de nada, aquele domingo não tinha saído como o planejado e, para completar, o terceiro semestre da faculdade começara com tudo, muita matéria e mais complicação. Mesmo assim, preferiu nem tocar nas anotações, fazer o curso de Engenharia da Computação era um sonho que adiara devido às circunstâncias, mas retomou por que sabia que ela gostaria que fosse assim, não, não se referia à Camila, ela estava longe de ser quem ele queria, pensava em alguém que tinha o incentivado muito no passado, porém, ela teria que perdoá-lo, naquele dia nem pensava em estudar.

Repentinamente ele percebeu que deveria mudar os pensamentos. Tarde demais! As lembranças invadiram como a água que quebra uma barragem, inundando tudo, de repente sua cabeça, seu corpo, sua alma estavam afogados em todos os sentimentos que ele tentava guardar em algum lugar obscuro da mente, mas quando distraia-se era lá que acabava preso. Não tinha mais jeito de escapar, sabia o que precisava fazer, encolheu-se na cama, como uma criança indefesa, e deixou as lágrimas escorrerem, a dor que ainda sentia ninguém era capaz de imaginar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam de tudo isso? Confessem que não imaginavam... kkkkkkk
Alguma opinião sobre o que aconteceu no passado do Cebola?
Deixem tudo aqui que eu amo ler suas teorias loucas e, na maioria das vezes, certeiras haha
Beijos e até quinta ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Confissões Adolescentes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.