Uma ultima vez escrita por América Fray Herondale


Capítulo 2
Primeiro dia de aula


Notas iniciais do capítulo

O primeiro e o segundo capitulo estão prontos e eu vou postar, espero que gostem.
Beijos.



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Segunda-feira primeiro dia de aula depois das férias de verão. Como passou tão rápido? Às vezes tenho a sensação de que o tempo passa rápido demais.

Ah! Desculpem-me, esqueci de me apresentar, meu nome é Sophie Sparks, tenho 16 anos e sou brasileira, mas minha família e eu nos mudamos para Seattle por causa do emprego do meu pai, ele é médico e recebeu uma ótima proposta há dois anos atrás para trabalhar em um dos hospitais daqui, eu gostei da mudança, pois nas minhas condições uma cidade onde há pouco sol é o melhor para mim. Desde então estamos morando em um bairro simples aqui em Seattle, e ainda bem que minha casa é perto da escola ou eu estaria muito atrasada nesse momento.

Levanto da cama e faço minha higiene matinal, meu quarto é bem simples, tem um guarda roupa ocupando toda a parede e uma cama de casal encaixada nele, na parede do lado esquerdo esta a janela com uma sacada que é onde eu geralmente desenho, na parede do lado direito esta o meu banheiro e em frente a minha cama, junto com a porta, esta minha escrivaninha com meu computador e uma estante enorme de livros, e tudo isso em tons de madeira clara e alguns detalhes em verde que é para combinar com a única parede pintada de verde. Após terminar a minha higiene, visto uma calça azul claro e uma blusa verde de manga comprida com minha sapatilha azul marinho, passo um gloss rosa claro e um rímel, não sou muito de passar maquiagem, depois desço as escadas e vou para a cozinha e encontro meus pais na mesa tomando o café da manhã.

— Bom dia filha. - disse minha mãe, Victoria Sparks, ela é decoradora e honestamente ela é uma das mulheres mais linda que eu já conheci, com seus cabelos dourados e olhos castanhos nem parecia que ela tinha 37 anos, e infelizmente não herdei a sua beleza só os olhos parecidos que botaram algo atrativo no meu rosto, no geral sou mais parecida com meu pai que com os seus 39 anos ainda está com seus cabelos negros sem nenhum fio branco, muitos dizem que tenho os traços de minha mãe e a personalidade do meu pai e eu até concordo, meus cabelos são castanhos meio enrolados numa mistura perfeita dos meus pais, porém não sou tão bonita como a minha mãe.

— Bom dia querida. – disse meu pai, Jonathan Sparks, que estava tomando seu café enquanto lia seu jornal. – Ansiosa para voltar á aula?

Fiz uma cara de tipo “O que você acha?” e ele riu.

— Não se esqueça de tomar cuidado, filha o tempo esta bom hoje para você. – Meu pai falou preocupado comigo, por que nem sempre consigo controlar o que sou.

— Eu sei pai vou tomar cuidado. – Tentei tranquiliza-lo. Eu sei que o medo dele é que descubram o que sou caso eu perca o controle, ainda me lembro o que aconteceu quando eu era pequena.

Flash back:

Uma vez, quando eu tinha 6 anos, eu acordei no meio da noite por causa de um pesadelo e quando olhei para meu quarto ele estava todo congelado, como se uma nevasca tivesse entrado pela janela. Eu fiquei assustada e chamei meus pais, eles vieram correndo até meu quarto e me encontraram chorando na cama.

— Mamãe o que aconteceu? – Eu perguntei tentando entender o que estava acontecendo comigo.

— Calma minha filha é normal isso acontecer com você. – Minha mãe disse me deixando mais confusa ainda.

— Olha meu amor, olha as suas mãos. – Meu pai pediu tentando me ajudar a entender tudo.

Quando olhei para minhas mãos elas estavam soltando um brilho azul e meus dedos estavam mais gelados que o normal. Eu ofeguei assustada.

— O que eu sou? O que esta acontecendo comigo? Eu sou um monstro? – Perguntei apavorada para meus pais.

— Calma minha filha, você é ainda muito nova para entender, mas um dia eu prometo que eu irei lhe explicar tudo. O que você precisa saber é que você não é um monstro, você é muito especial e isso que você tem é um dom que poucos recebem. – Minha mãe me disse e ela conseguiu me tranquilizar um pouco.

— Eu sou especial? – Eu ainda tentava entender o que era.

— É sim meu bem, só que você precisa tomar cuidado, minha filha, algumas pessoas não entendem isso e se souberem o que você é vão querer machucar você. – Meu pai completou o que minha mãe disse e eu fiquei com medo quando ele falou que poderiam me machucar.

— Vão me machucar por que eu sou especial? – Minha inocência não me fez entender o que eles estavam falando.

— Isso minha pequena, mas só por que eles não entendem o que você é então você não pode contar a ninguém, tudo bem? – Perguntou minha mãe para ver se eu tinha entendido.

— Entendi. – Dei um sorriso para ela vê que eu entendi.

— Ótimo a partir de agora nós vamos treinar para você conseguir controlar os seus poderes. – Meu pai prometeu.

E como ele disse a partir daquele dia eu comecei a treinar e aprendi a controlar meus poderes e eu nunca contei para ninguém o que eu era.

Flash back.

— Você já não esta atrasada senhorita Sophie? – perguntou minha mãe com um olhar acusador me tirando dos meus pensamentos.

— Sim, é por isso que preciso comer rápido. – disse engolindo uma torrada e tomando meu leite de uma vez só. – Tchau mãe, tchau pai. – falei dando um beijo na bochecha de cada um e sai de casa correndo para não pegar a chuva que caia em mais um típico em Seattle para entrar no meu carro que era meu bebe, um lindo New Beattle em um tom de amarelo bem fraco, ganhei quando completei 16 anos, alguns meses atrás. Entrei no carro, liguei o som estava tocando Adele à música Hello, eu amo essa musica, enquanto ia em direção à casa do meu melhor amigo Felipe Mason, nós nos tornamos amigos no primeiro dia de aula, eu estava perdida e não sabia onde ficavam as coisas naquela escola até que Felipe veio me ajudar e me apresentou a Juliana Smith minha outra melhor amiga e logo nós três nos tornamos inseparável, mas no começo eu ainda tinha medo de me relacionar com as pessoas.

Assim que me aproximei de sua casa toquei a buzina e ele logo saiu pela porta da frente com seu moletom cinza de capuz para não pegar muito a chuva, Felipe morava a cinco quadras da minha casa então todos os dias eu o buscava e íamos juntos a escola já que ele não tinha carro.

— Oi gata. - disse ele assim que entrou no carro e largou a mochila nos pés enquanto tirava o capuz e bagunçava um pouco seu curto cabelo castanho.

— Oi Lipe, ansioso para voltar aula? - eu perguntei enquanto arrancava o carro para irmos à escola.

— Claro, vai que tenha algumas meninas novas hoje. - Ele disse com um sorriso sacana. Ele sempre tinha a esperança de que alguma menina entre depois das férias de verão, o que eu acho impossível por que estamos no meio do ano e quase ninguém se transfere nesta época.

— Você é mesmo um galinha Felipe Mason! Não sei como sou sua amiga. - Respondi meio indignada meio brincando, meu amigo não era bem um santo e isso podia ser notado de longe, mas afinal dá para saber por que as garotas gostavam dele, Felipe tem um cabelo castanhos e os olhos verdes que ás vezes dependendo da luz eles ficavam meio azulados, e tudo isso num corpo definido na academia com a pele branca na medida certa. Apesar de sermos diferentes algumas pessoas acham que somo parentes, pois temos os mesmos cabelos e alguns traços parecidos, mas não somos Felipe é meu irmão de coração.

— É por que você me ama baby. - Fala isso dando uma piscadela para mim. - E por que eu sou um ótimo amigo.

— E muito modesto também, não é? - Dei a ele um sorriso.

— Modéstia é meu nome do meio. - Respondeu com um sorriso no rosto.

Dei uma gargalhada, ele sempre sabia como me fazer rir. Fomos o resto do caminho rindo e brincando como dois idiotas, quando chegamos ao colégio Seattle High School eu estacionei em uma vaga perto da entrada para não ter que pegar muita chuva, nossa escola é uma das maiores de Seattle com três andares, o primeiro andar ficava as salas de aula junto com o refeitório e o pátio, no segundo ficavam os laboratórios e a sala de informática e o auditório e no terceiro ficava a secretaria, a sala dos professores e a diretoria, tinha um estacionamento e pátio enormes, a escola inteira era envolta de arvores e flores o que a deixava muito bonita, por mais que tenha umidade eu gostava da escola e de Seattle também.

Fomos direto para o auditório onde o diretor diria algumas palavras para “incentivar nossas mentes”, pelo menos era o que ele dizia. Assim que entramos no auditório alguma coisa se chocou contra mim.

— Sophieeee! Que saudades de você. – Era a Juliana me sufocando em um abraço de urso. Juliana era uma menina muito bonita, tinha os cabelos longos e loiros que iam até sua cintura com olhos castanhos claros que ficavam muito bonitos no seu rosto delicado com uma pele clara com algumas sardas pelas maçãs do rosto.

— Ju! Também estava com saudades de você. – Falei, mas ela não me soltou. – Hm, Ju? Será que dá para me soltar? – Perguntei já sentindo falta de ar.

— Ops, desculpa. – Ela disse me soltando um pouco envergonhada. Até que ouvimos alguém limpar a garganta.

— Eu estou aqui sabia? Não sentiu falta de mim Juli? – Felipe perguntou fazendo uma carinha de cachorro abandonado que fariam muitas meninas se derreterem, menos a minha amiga, mas por mais que ela negue sei que sente uma coisinha pelo nosso amigo.

— Na verdade não, minhas férias estavam ótimas sem você. – Ela respondeu mal humorada, e me segurei para não rir, ela gosta dele, mas sabe que ele é um galinha então fica negando qualquer sentimento para não se machucar.

— Ai essa doeu Jujubinha. – Ele fingiu estar magoado colocando a mão sobre o peito e fazendo uma cara triste, a Ju odiava esse apelido e era exatamente por isso que ele a chamava assim.

— Não me chame assim Mason, eu detesto esse apelido e você sabe disso. – Ela começou a ficar vermelha tanto zangada quanto envergonhada, ela meio que gostava quando ele a chamava assim, eu tinha que ouvir todas as lamentações dela sobre o Felipe e honestamente eu estava começando a querer botar esses dois juntos para ver se assim ele sossegava um pouco.

— É eu sei, mas você fica muito fofa quando fica vermelha. – Ju ficou mais vermelha ainda e o Felipe deu um sorriso maior mostrando suas covinhas. Então percebi que eu estava sobrando e fui me retirando devagar para poder arrumar um lugar para sentar, o auditório do colégio era bem grande, com varias cadeiras azuis espalhadas pelo salão viradas de frente para o grande palco onde ocorriam os eventos do colégio, nesse momento havia um púlpito nela que seria onde o diretor Duck iria fazer o seu discurso,  tinha enormes janelas com cortinhas brancas e pretas, o chão era de madeira escura e tinha vários ar condicionados espalhados pelo local.

Peguei um lugar no meio do auditório não queria ficar muito na frente e nem muito atrás, logo a Juliana e o Felipe vieram e sentaram cada um do meu lado, Juliana do direito e o Felipe do lado esquerdo, e esperamos o diretor chegar para fazer o seu anuncio, o Felipe e a Ju conversavam alguma coisa que não tava prestando atenção, estava analisando o auditório vendo os alunos conversando, vi Dakota Jenks e suas seguidoras junto com o time de futebol, eles eram os populares, Dakota é uma das meninas mais rodadas dessa escola e agora esta namorando Rick Jones o capitão do time de futebol, tenho pena dele nesse momento deve estar o um chifre maior que a cabeça. Virei para olhar para o outro lado e congelei, ai meu Deus, ali sentado um pouco atrás de mim nas fileiras do meu lado esquerdo estava ele, o garoto mais bonito que eu já vi, ele tinha cabelos pretos com os olhos escuros, pele branca e parecia ser macia, o rosto angular e intimidador mas ao mesmo tempo lindo, sua expressão e postura pareciam indicar que ele estava entediado com tudo que estava acontecendo ali, ele usava uma blusa branca com uma jaqueta de couro preta e parecia um modelo, quando voltei para olhar seu rosto vi seus olhos olhando diretamente para mim com uma expressão de curiosidade e imediatamente fiquei corada.

“AI MEU DEUS eu nunca fiquei corada só com um olhar, NUNCA.” Pensei assustada enquanto desviava o olhar.

— Sophie, ta tudo bem? – Perguntou a Ju por causa do meu rosto corado. – Ai meu Deus até que enfim veio um gato para nossa escola e ele ta olhando para você! – Ela disse sussurrando animada para mim. – Que bom que ele tem um amigo assim é um para cada uma, é muita sorte ter dois transferidos gatos. – Ela completou. Eu nem havia reparado se havia alguém ao seu lado fiquei muito chocada com sua beleza que parecia não haver mais ninguém ali.

— Pare de olhar para ele Juliana! – Disse assustada por que ela estava encarando demais os dois.

— Ok, mas ele continua olhando para você. – Ela disse feliz. Ju estava sempre tentando me empurrar para alguém já que eu nunca namorei ninguém, mas é por que nunca encontrei a pessoa certa.

— Só digo uma coisa Sophie, se você namorar com ele eu vou precisar conversar com esse cara primeiro. E eu não acredito que não entrou nenhuma garota de novo! – Felipe falou usando sua voz autoritária de irmão mais velho e ao mesmo tempo indignado por não ter nenhuma menina nova, eu revirei os olhos.

— Calem a boca. - Pedi aos dois que deram risadinhas e se voltaram para frente, pois o diretor subiu ao palco e começou seu discurso e, nesse momento eu tive a sensação de que esse ano ia ser diferente dos outros. E eu não fazia ideia do quão diferente ia ser.


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