Intruso escrita por LunnaLay


Capítulo 1
Capítulo Único




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Ele estava em meu quarto. Novamente. Como um fantasma, apenas consegui ver seus olhos brilhantes na escuridão. Sua respiração estava pesada e seu sorriso branco começava a aparecer entre as sombras.

 

— O que você quer aqui?

 

Ele nada disse, apenas se aproximou de minha cama, de uma maneira nada familiar. Seus olhos estavam predando-me.

 

— Seja lá o que for, vá embora. O medo tomou meu corpo quando ele abaixou-se sobre mim, encarando-me. Analisando-me.

— Não posso evitar. Te amo há muito tempo princesa, preciso devorar-te.

 

Meu estômago revirou-se. Como meu companheiro, em quem eu confiava, estava prestes a me “devorar” ? Ele já tinha me feito algumas visitas, mas nada tão ousado assim. Poderia eu tornar-me meu alter ego e batê-lo até dizer chega? Eu definitivamente poderia fazê-lo e obrigá-lo a nunca mais me ver. Porém, meu coração clamava por ele.

Senti seus dentes em meu pescoço. Eu virei sua refeição.

 

— 

 

Acordei, fiz minha higiene e fui para a escola, nada de anormal, até ai. Sentei-me em meu lugar favorito, ao lado de minha melhor amiga. O rapaz a quem estou caindo de amores, se senta em minha frente.

Apesar das imagens da noite passada não saírem de minha cabeça e eu estar constantemente ruborizada – coisa que fez muitas pessoas acharem que eu estava doente - , quando eu o vi, meu coração se aquietou. Loiro, alto e super fofo. Adrien era o que eu poderia chamar de “meu tipo” totalmente.

Porém, quando me viu, seus olhos estavam diferentes. Isso fez meu peito arder e meu estômago ficar inquieto, mas não como quando comemos muito ou estamos com dor de barriga, nada disso. Uma dor diferente, gélida. Ao decorrer das aulas, seus olhares para mim ficavam mais constantes e intensos, por que logo hoje? Minha cabeça já estava cheia de pensamentos inúteis, intrusos e indecentes.

 

 

Flashbacks de sua boca e olhar, seu rabo tocando-me o rosto e sua risada, seus dentes e seu corpo. Me peguei devaneando sobre o intruso em meu quarto na noite passada. Me deitei sobre meus braços e enfiei meu rosto ali. Alya não poderia perceber-me desta forma, eu queria evitar perguntas sobre este assunto. Minha mente estava ficando lenta.

 

— Marinette... ? De quem seria esta voz?

— Marinette? Senti uma mão em meu ombro e inspirei fundo, tentando afastar o sono. Finalmente levantei meu rosto.

 

Seus olhos verdes estavam inundando minha mente, logo, um frio tomou meu estômago e a imagem daquela figura negra voltou-me a cabeça.

 

— A-Adrien? Pulei levemente, sua presença me deixava desnorteada.

— Você está bem? Seus olhos estavam curiosos.

— Sim, estou. Olhei ao redor da sala, não havia mais ninguém, estávamos sozinhos.

— A aula já acabou, você está bem mesmo? Você está meio.... Sua mão tocou-me a bochecha e senti uma corrente elétrica percorrer-me o corpo. - Quente.

 

Quente. Aquela era a palavra errada para sair daquela boca. Imagens novamente invadiram-me os pensamentos.

 

— E-estou sim Adrien. Fiquei acordada até tarde, talvez seja por isso. Forcei um bocejo. - Preciso dormir mais, só isso. Nada para se incomodar. Apesar de eu estar tentando evitá-lo, meu coração estava derretido.

— Que bom. Seu sorriso era lindo, radiante. - Eu tenho que ir então.. Suas ações eram perfeitas, até sua vergonha era linda. - Te vejo mais tarde. Novamente, seus olhos estavam intensos.

— A- até... Fique ali por alguns minutos, como ele poderia me encontrar mais tarde?

 

Finalmente, eu estava no caminho de casa. Estava nervosa, suas palavras não saíam de minha cabeça. turbilhões de pensamentos e possibilidades estavam cercando minha cabeça. “Te vejo mais tarde”, como poderia? Como deveria?

Passei a tarde com isto na cabeça. Tentei distrair-me, mas sem sucesso. Conversei com Tikki, afinal ela era a única que poderia me ouvir sobre o dia anterior. Agradeci por ela ter se mantido escondida durante o tempo que meu visitante permaneceu em meu quarto. Mas, apesar de seus bons conselhos, nada aquietou meu coração. Me perdi entre pensamentos e acabei adormecendo.

 

 

Acordei no meio da noite, assustada. Um barulho em minha janela e meu coração acelerado, meus olhos percorriam todo meu quarto. Peguei meu celular e tentei uma iluminação improvisada. Procurei-o. Não sei porquê o fiz, mas fiz. Saí em minha varanda e olhei para os prédios. Eu queria vê-lo. Ele havia invadido meu quarto, e meu coração também. Mas ninguém veio.

 

 

Os dias se seguiram. Me senti cada vez mais irritada e incomodada com essa situação. Quando estávamos juntos, em batalha, ele não dava nenhum sinal de que sabia quem eu era. Tudo estava naturalmente normal. Menos eu. Eu estava mais agressiva, e desejava saber o porquê de ele ter abandonado-me.

Sim admito. Eu queria que ele viesse até mim novamente.

Na escola eu fiquei mais distante de todos, meus pensamentos estavam atribulados. Percebi Adrien me observando cada vez mais, e cada vez mais se mostrando interessado e curioso sobre o que estaria acontecendo. E toda noite, eu acordava com o mesmo barulho em meu quarto, porém, nenhum sinal de meu visitante além de um bilhete. Sempre o mesmo bilhete.

 

" Adormecida, és linda como a lua, minha princesa. " 

 

Se ele estava indo até lá, por que não estava vindo até mim?

 

 

Esta noite tinha sido diferente. Eu estava acordada, fiquei sentada no escuro. E eu o vi. Entrou pela minha janela e foi ao canto do quarto. Não tirei meus olhos dali apesar de não ver nada além da escuridão.

 

— Sentiu tanto minha falta assim que ficou acordada para me ver?

 

Meu coração estava acelerado, eu queria correr a abraçá-lo, para que ele não fugisse. Mas me mantive passiva.

 

— Culpa sua.

— Por que seria minha culpa, princesa? Meus bilhetes não te agradam?

 

Bufei e virei meu rosto na direção da janela, ouvi seus passos se aproximando.

 

— Só dizem a mesma coisa, e você não pode fazer uma garota se apaixonar por você e se recusar a deixá-la vê-lo. É uma coisa muito ruim de se fazer.

— Mas é a verdade, minha princesa. Tu és linda como a lua. Eu o olhei, ele estava parado e a pouca luz que entrava marcava bem sua silhueta. Seus olhos verdes brilhantes dominavam-me.

 

Ele se aproximou de meu rosto e o senti inspirar o cheiro do meu cabelo, fechei meus olhos e virei meu rosto, soltei um som de reclamação. Sua risada rouca tomou meus ouvidos e quando me dei conta ele já estava sobre mim.

 

— Senti saudades de tocá-la,  de cheirá-la, de devorá-la.

— M- mentiroso.

 

Apertei minhas sobrancelhas e soltei o ar pelo nariz, eu não queria encará-lo.

 

— Não vais me dizer o mesmo? Sua voz era quase manhosa.

— S-senti sua falta, gato idiota.

 

Sua risada inundou meu quarto. Segurei seu rosto com as duas mãos.

 

— Nunca mais faça isso, Chat! Nunca mais me torture assim!

— Prometo. Seu sorriso surgiu levemente no canto de sua boca. Eu precisava beijá-lo. - Eu prometo ser o intruso em seu quarto daqui pra frente.

— E em meu coração também. Tomei seus lábios para mim, daqui pra frente, ele seria somente meu.

 


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Notas finais do capítulo

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