O Uivo de um Alfa escrita por Sasami Nakoto


Capítulo 2
Descobertas e Raiva.




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Depois de muito me debater nos braços do meu pai ele me soltou, mas o que eu vi não era nem de perto o que eu iria imaginar ver, o que eu imaginava ver era os 5 lobos atacando um corpo já sem vida ao chão, mas não foi isso que eu vi, o que eu vi foi mais um lobo no meio deles, se mostrando desengonçado e roupas pelo chão, um lobo maior e totalmente negro sentou o olhando e uivou alto e forte, mas era um uivo que mostrava felicidade e logo os outros uivaram também, eles começavam a pular um no outro assim como filhotes de cachorro brincam e isso me deixou confuso, meus olhos se voltaram ao meu pai e  falei totalmente confuso.

— O que aconteceu ali?! – Falei receoso até e meu pai novamente se virou aos lobos, pegou no meu braço e começou a me guiar.

Enquanto meu pai me guiava os olhos dele brilhavam e ele tinha um grande sorriso nos lábios, parecia orgulhoso com alguma coisa, assim que chegamos próximos aos lobos notei que o tamanho deles era descomunal, eles eram muito maiores que lobos normais, mas pareciam ser inteligentes, os olhos dele eram diferentes como o do meu pai, quando dei por mim estava encarando o lobo negro, os olhos dele eram de um tom azulado quase violeta e ele me encarava de volta, se aproximando o focinho encostava em meu peito e ele cheirava enquanto soltava um rosnar que me fez dar um passo atrás, assim que fiz isso meu pai começou a rir, olhei incrédulo para ele e logo que ia questionar uma energia diferente preencheu o local e onde havia um lobo negro antes, estava um homem de pele bronzeada e cabelos caídos no meio das costas, ele estava completamente nu o que me fez fazer uma careta e virar o rosto para não encara-lo, não era nada interessante olhar outro homem nu, ele soltou uma risada como a do meu pai e logo caminhou para longe, pegava uma bermuda e vestia, quando voltava ele estendia a mão, apertei a mão dele o olhando ainda sem entender, minha mente não conseguia assimilar que ele era o lobo que estava ali na minha frente, era completamente impossível acreditar naquilo, ele logo falou em minha direção a voz era forte e parecia fazer meu corpo vibrar.

— Finalmente estou te reencontrando Pedro... Da última vez que te vi era apenas um filhotinho – ele riu e eu me limitei a sorrir brevemente enquanto ele continuava. – Sou John... Beta do seu pai e responsável pelos treinamentos e auxilio a primeira transformação de alguns... – falou olhando sobre o ombro.

Não consegui entender nada, estava em choque e rindo, histericamente eu estava rindo, ele falava que era o beta do meu pai... O que é ser um beta? Isso quer dizer que ele era o segundo no comando e dizia que eles agiam como uma matilha..., mas eu acabei de ver ele virando um homem, porque não conseguia acreditar que isso realmente acontecia?! Não sei explicar, somente balancei a cabeça de modo rápido e ri novamente enquanto respirava pesado, o corpo novamente começava a tremer e aquele calor que eu não sabia de onde vinha subia pelas minhas veias.

— Eu não entendo mais nada... Pai o que isso quer dizer? Que eu sou um lobo? Que eu vou virar um lobisomem quando eu menos esperar ou eu tenho que esperar pela lua cheia? Vou viver uivando por aí? – Ri de modo descarado, estava em choque não conseguia me controlar.

Meu pai respirou fundo e andou na minha direção, segurou em meus ombros e me balançou, os olhos dele estavam preocupados e ele estava com o ar de autoridade que sempre conseguia usar em mim e me fazer obedecer, será que era porque ele era meu alfa que ele conseguia fazer isso? Então era assim que meu pai fazia para que eu o obedecesse, isso me deixou magoado, eu deveria saber desde cedo o que eu era, eu não estaria tão perdido agora e com medo do que estava por vir, não gosto de mudanças e essa veio para mudar toda a minha vida – literalmente – de cabeça para baixo.

— Filho, olha como fala... você não precisa da lua para se transformar, não vai viver uivando e não vai se transformar quando menos esperar... você já está na idade de se transformar e parece que não vai demorar muito, toda essa raiva que você segura e esses tremores dizem que logo você vai se transformar e vai entender tudo o que acontece meu filho... você é um futuro alfa... sinta-se orgulhoso. – Ele falava para que eu me sentisse orgulhoso, não consigo compreender as palavras, porque minha vista estava escurecida e minha respiração pesada.

                Eu não sabia o que sentir para ser sincero, tudo aquilo que estava me acontecendo me deixava com certo medo e com uma dor no peito que não sabia dizer de onde ela vinha, minha respiração pesada me fazia tremer e meus olhos não se abriam mais, os lábios estavam abertos e eu ouvia poucos sussurros acima de mim, mas nada que fosse realmente identificado, só sabia que estava deitado na grama, pois sentia isso, meu corpo sentia a natureza se isso fosse realmente possível, eu sentia toda a extensão daquela clareira, sentia todo o ser vivo que estava ali, assim como conseguia identificar quem estava na clareira e se estavam em forma de lobo ou não, o que se passava em minha mente agora era se eu estava me transformando ou somente em choque com tudo, mas um estrondo me tirou do torpor, eu senti todo o meu corpo ruir em dor e um grito brotou dos meus lábios e esse grito logo se tornou um uivo, meus olhos estavam abertos e a proporção do que eu via era inexplicável, eu via com mais clareza as cores estavam mais intensas e pensamentos rolavam em minha mente, varias vozes soavam ali, como se eu estivesse em uma chamada mal organizada no Skype, todos falando ao mesmo tempo e a única coisa que eu consegui fazer foi imaginar uma única palavra.

                - “CALEM A BOCA!” – soou forte e alto o meu tom de voz e isso me assustaram porque todos se calaram e vários começaram a falar novamente.

                - “Finalmente o filho do alfa se transformou” – um falou e eu não tinha a mínima ideia de quem fosse.

                - “Seja bem vindo à matilha” – soou uma voz feminina o que me fez parar imediatamente o que eu pensava, era a voz da minha mãe.

                Estava imóvel, com medo de respirar e me mover, mas logo meu pai apareceu no meu campo de visão e se abaixou ficando na altura dos meus olhos, me olhava com felicidade e orgulho, eu via orgulho nos olhos dele, então ele se afastou novamente apontando a floresta a minha frente, sua voz soava calma e de certo modo autoritária.

                - Ande filho, conheça a floresta, corra... Veja os seus limites, sinta suas patas e todo o seu ser, conheça seu novo corpo e sua força, és um belo lobo... – as palavras dele me fizeram colocar a cabeça de lado e somente agora tinha dado conta de que estava transformado, olhei para baixo e o que via era enormes patas cinza, imaginava que cor eu seria e isso fez uma agitação brotar em meu coração.

                Logo que meu pai saiu de minha frente, dei dois passos vacilantes em direção à floresta, era estranho, eu me imaginava andando e assim acontecia só que agora eu tinha quatro patas e era difícil se controlar daquela forma, então deixei um lado que me cobrava tomar conta, ele exigia que eu corresse e que deixasse o vento vir de encontro com meu rosto, então me coloquei a correr em direção a floresta, passos largos e pesados, minha respiração rápida e meu corpo vibrando, as arvores não eram nada próximas a mim somente um borrão na paisagem, então eu me mantive correndo, até que meu corpo pediu para parar, estava em uma clareira novamente e com um enorme lago ao meio, me aproximei e quando olhei o reflexo arfei soltando uma lufada de ar pelo focinho, olhava a imagem refletida e colocava a cabeça de lado, minha pelugem era cinza escuro na parte dos olhos, mas o focinho e parte da lateral da cabeça tinha os pelos negros como a noite, virei de lado e olhei com o canto dos olhos, era mesclado naquelas duas cores o cinza e o negro, tinha um porte grande e forte, era visível os músculos quando mexia as patas pisando no chão e me movendo, quando cansei de olhar me deixei cair no chão ficando deitado a relva baixa, minhas orelha em alerta sempre e no primeiro som que ouvi me coloquei em pé, as orelhas para trás e os instintos tomando conta, um rosnado brotou enquanto encarava as arvores do meio dela saia uma loba, pelos alaranjados e brancos, os olhos verdes e brilhantes como esmeraldas, ela se aproximava cautelosa por conta de eu estar em forma de ataque, os rosnados altos em direção a ela e logo uma voz brotou em minha cabeça me fazendo parar de rosnar.

                - “Calma meu filho... sou eu sua mãe... veja como é um lobo lindo!” – quando ouvi a voz em minha cabeça um choro brotou e meu corpo tremeu como se eu fosse um filhote com medo, aquela sensação era estranha, mas me sentia protegido ao lado dela.

                Ela foi aos poucos se aproximando de mim e logo esfregou o focinho no meu lentamente, meus olhos se fechavam e eu bufava com aquilo, retribuía como se fosse natural fazer aquilo, então fiquei ali parado, enquanto a voz dela brotava novamente em minha cabeça.

                - “Agora você entende filho? Porque tivemos que guardar segredo, todas essas pessoas estão em jogo na nossa vida, existem pessoas que querem somente o nosso mal, querem somente a nossa magia de direito... diga que entende o porquê de te escondermos isso.” – falou ela baixo, como se estivesse angustiada com a resposta que eu daria, então deixei como se fosse natural responder daquele modo telepático com ela. – “Entendo mãe, desculpe por ficar bravo e por gritar com a senhora e com o papai... Não era minha intenção e eu tive medo, ainda tenho medo.”.

                Depois de minhas palavras minha mãe soltou um suspiro audível o que me fez ficar a olhando, eu sentava na grama e fiquei admirando como minha mãe é linda tanto na forma de lobo e tanto quando esta em forma humana, se não fosse um lobo eu estaria sorrindo agora enquanto olharia bobo para ela, mas novamente um turbilhão de vozes atingiu minha cabeça me fazendo chacoalhar a mesma tentando me desvencilhar daquilo.

                - “Voltem à clareira principal... Pedro e Bruna...” – esse eu reconhecia era meu pai falando, só que ouvindo assim sua voz era forte e passava ordem nela.

                - “Alfa, todos precisam comparecer ou somente seu filhote e companheira?” – mais uma voz feminina soava em minha mente, só que desta vez eu senti um formigamento em meu corpo quando ouvi falar.

                - “Sarah, todos devem comparecer... inclusive você...” – respondeu meu pai de forma bruta, imaginava o porquê ele falava daquele modo com ela.

                - “Estamos indo pai...” – respondi de imediato e logo olhei minha mãe que se colocava a correr na minha frente, agora eu conseguia entender o porte físico dela, então me coloquei a correr atrás dela.

                A floresta passava rapidamente ao meu lado, sentia as folhas ao chão enquanto minhas patas batiam no chão, quando saímos do meio das arvores me deparei com vários lobos, devia haver no mínimo uns 20 lobos ali, era possível ver famílias, casais e filhos, mas o que me chamou atenção era uma loba mais afastada, o pelo dela era completamente branco e os olhos dela eram azuis, ela estava sentada como se estivesse aparte daquilo tudo, meus olhos foram levados a ver um grande lobo cinza escuro parado no meio da clareira, estava sentado e os olhos eram os do meu pai, ao lado dele aquele mesmo lobo negro que colocou o focinho em mim, minha mãe corria até ele e roçou o rosto no dele após andar envolta dele e se sentar ao seu lado, enquanto eu me aproximava lentamente em passos lerdos até, tinha muita gente me olhando e isso sempre me deixou inquieto, fora que meus olhos vez ou outra pousava naquela loba que tinha achado tão linda, se eu estivesse em forma humana estaria sorrindo para ela, assim que cheguei próximo ao meu pai ele apontou com o rosto ao lado dele e fiquei ali, então ele deu dois passos pesados, um poder que eu não sabia de onde vinha emanava dele e isso me fez tremer rapidamente, ele estava me apresentando a matilha, me reconhecendo e retomando seu posto como alfa, como eu sabia disso? Agora posso dizer que é coisa de lobo, nos simplesmente sentimos isso.

                - “Eu Roger Santos, Alfa da segunda maior matilha do continente, retomo meus afazeres junto ao meu povo, peço perdão pela ausência e já estou ciente de todos os fatos que aconteceram na minha ausência...” – ele fez uma pausa e olhou para a loba branca – “Estou aqui para restaurar a matilha e apresentar meu filho, Pedro Santos, conheçam seu futuro alfa.” – após essas palavras senti meu corpo vibrar, me levantei e caminhei até ficar ao lado dele, uma luz diferente brilhava no local.

                Assim que meu pai parou de falar, todos os lobos bateram as patas nos chão e começaram a uivar em aceitação, assim que pararam olhei a loba, ela estava com a cabeça baixa e depois olhei para o meu pai, assim que olhei para ele, ele se aproximou e encostou o focinho em mim, ele falava somente na minha mente e eu senti isso.

                - “Você sente um formigamento quando olha para ela não é?” – eu não respondi, somente fiz um sim com a cabeça, ele balançou a grande cabeça e falou novamente. – “Ela é sua companheira, e ela sabe disso também, se aproxime e chame ela assim...”.

                Depois que ouvi o que ele falou eu deixei o corpo tremer, mas pisei forte até chegar nela, o rosnado dela brotou no fundo da garganta, fiquei a olhando e sentei, como se esperasse ela se acalmar, logo ela se calou, eu me aproximei e rocei meu rosto no dela e falei em sua mente, como se quisesse falar somente com ela, como se eu tivesse uma necessidade somente dela.

                - “Companheira...” – depois de falar isso fechei os olhos e senti o bufar dela, mas ela nada fez e retribuiu o roçar, ela falou comigo e era aquela voz que me fez formigar todo.

                - “Você demorou companheiro...” – aquelas palavras fizeram meu ser se encher, mas algo estava errado eu sentia que algo estava muito errado.

                Era muito boa a sensação de tê-la próximo a mim, o que fazia o sentimento que um dia nutri por Fernanda parecer nada, somente um romance de infância, uma paixonite, mas o que eu sentia pela aquela loba era diferente, como se meu corpo me levasse até, como se meu ser precisasse dela, mas sentia uma sensação ruim, como se algo a estivesse machucando, logo ouvi meu pai falar novamente e ela se encolheu rapidamente o que me fez soltar um rosnado por perder o contato que eu tinha com ela.

                - “Voltem aos seus afazeres, menos você Sarah... Pedro e Bruna, por favor, me acompanhem...” – a voz dele soava forte e aquilo era uma ordem selada a matilha toda, assim que ele terminou, todos começavam a sair dali.

                Claro, exceto eu, Sarah e minha mãe, nós seguimos meu pai que ia entre as arvores lentamente, evitando algumas trilhas que tinham ali no meio, ele logo nos levou a uma grande casa de madeira rustica, ela era bonita, tinha janelas enormes de vidro que deixavam transparecer o lado de dentro, se via que era uma grande sala bem mobilhada, logo aos poucos o corpo de meu pai brilhava e ele voltava a ser homem, estava nu o que me fez soltar um resmungo e ele ouviu e riu brevemente falando em voz alta.

                - Logo você se acostuma à nudez não é vergonha para nós... Não sentimos malicia quando olhamos o corpo de um irmão ou irmã... Só nos atraímos pelo nosso companheiro somente... – depois que falava isso os olhos dele faiscavam para minha mãe que voltava a sua forma humana e novamente eu rosnei só que alto, não era legal ver minha mãe nua, então ela riu e abriu a porta.

                Minha mãe entrou na casa e logo voltou vestida, ela jogou uma roupa ao meu pai que também se vestia, ela me olhava e jogou uma bermuda para mim e uma cueca enrolada ali no meio me sentiu estranho e olhei para a loba branca ao meu lado, ela parecia se sentir perfeitamente normal em questão a nudez, eu ainda não me sentia assim, logo me transformei, fiquei de costas, apesar de que isso não ajudava em nada eu estaria nu e todos ali conseguiam ver isso, então me vesti o mais rápido possível, coloquei a cueca e a bermuda, ficando sem camiseta, era estranho, mas sentia meu corpo mais forte, mas cheio de energia se assim eu podia dizer, assim que terminei de me vesti olhei para o lado e a loba estava me olhando,  a grande cabeça de lado e ela parecia me admirar o que fez o meu rosto esquentar com um pouco de vergonha, logo minha mãe jogou um vestido para ela, aos poucos ela se transformava também o que eu via me deixava fascinado, ela era tão linda, mas me contive em não olhar o corpo dela, então em respeito virei meu corpo de costas e logo ouvi a voz dela em um riso delicado.

                - Já me vesti Pedro, pode olhar... – ela riu novamente, como se o que eu fizesse fosse realmente engraçado.

                Assim que ouvi me virei para olha-la, como imaginei ela tinha a pele branca e os olhos em um tom azul como o céu sem nuvens, fiquei prezo naqueles olhos, os cabelos dela eram tão loiros que beiravam o branco, quando ela se moveu eu sai daquele topor, a olhei por completo, tinha o corpo bonito, devia ter o mesmo tamanho da minha mãe, quando ela se aproximou ela abaixou os olhos levemente e escondeu um sorriso calmo nos lábios, mas logo entrou na casa, fiquei parado ali, assim que meu pai me olhou ele colocou a cabeça de lado e fez um movimento me chamando para entrar, eu o segui, entrei lentamente na casa rustica de madeira, me encontrei em uma sala com um sofá que tomava toda a parede que não era de vidro, vi minha mãe apontando o sofá e caminhei até la para sentar, assim que me sentei Sarah se aproximou e se sentou ao meu lado, eu tremi rapidamente com aquela sensação de proximidade, ela me olhou e somente agora eu conseguia ver uma grande cicatriz que pegava o pescoço dela e isso me encheu de uma raiva sem limites, eu levei a mão direita ao rosto dela e ela me olhou quando fiz isso, mas logo baixei a mão e toquei o pescoço dela o que me fez tremeu completamente, eu contornei aquela cicatriz com a ponta dos dedos e falei baixo e com os olhos enchendo de lágrimas, me sentia mal por não estar próximo dela para que eu a defendesse desse tipo de coisas.

                - O que aconteceu com você companheira? – Minha voz saia embargada e ela se encolheu fazendo minha mão recuar e nada disse.

                - Vamos falar sobre isso Pedro... – minha mãe falou dessa vez então ergui o rosto para ela e isso me preocupou ela estava com o rosto triste e meu pai estava tenso sentado em uma poltrona.

                Não podia negar o ódio que eu sentia naquele momento, vê-la machucada daquele modo me deixava em fúria, talvez fosse uma coisa de lobo, não é? A proteção de quem eu amo viria primeiro do que tudo, assim que ouvi que falariam sobre isso eu respirei pesadamente enquanto meus olhos se fecharam e eu me curvei esperando que eles começassem a falar e assim foi.

                - A Sarah não é nascida nesta matilha, ela apareceu aqui pedindo ajuda... porém na minha ausência que isso aconteceu, ela estava sendo mantida prisioneira por humanos normais, eles queriam estuda-la, ela para falar a verdade é modificada, nascida em um laboratório, por isso os pelos brancos, porém... quando ela chegou a matilha quem a recebeu foi John meu beta e o filho dele Nicolas... – meu pai respirou profundamente e ergui meu rosto para fita-lo, ele estava agoniado, parecia doer nele mesmo o que ele queria falar. -  Nicolas não é o melhor dos lobos... muito menos o melhor dos homens de nossa matilha... ele depois de acolher a Sarah foi atrás dela... para abusar dela... e machuca-la... ele não queria que ela fizesse parte da matilha...

                Aquilo foi a última gota, meu coração vibrou e eu me levantei com as mãos fechadas em punhos, enquanto Sarah se encolhia no sofá, comecei a andar de um lado para outro enquanto bufava tentando segurar minha raiva, assim que parecia mais ou menos calmo me dei ao luxo de falar alto e minha voz tomava conta de toda a sala.

                - Ele... abusou da minha companheira e tentou MATA-LA? Fácil assim? Como se ela não fosse um ser vivo?! Qual foi a punição que ele recebeu por isso? – Falei gritando enquanto meu corpo todo tremia completamente.

                Meu pai se encolheu na poltrona pelo jeito que falei com ele, meus olhos se fechavam com força enquanto ele balançava a cabeça de um lado para outro, minha respiração estava descompassada e eu não sabia o que fazer, teria uma crise de raiva ali mesmo, então meu pai falou enquanto meu ser todo era tomado por mais ódio.

                - Ele não foi punido... John não teve coragem de punir o garoto então Sarah ficou reclusa em sua casa, ela saiu somente hoje que eu estava aqui... Filho se acalme... – meu pai falava preocupado enquanto eu balançava a cabeça.

                - Calma? Você quer que eu tenha calma? Ele quase matou ela e você me pede calma? Quero ter o direito de puni-lo por esse ato! – Gritei enquanto ouviu um soluço vindo do sofá.

                Quando me virei olhei para o sofá, Sarah estava chorando, me abaixei para ficar da altura dela e segurei suas mãos enquanto ela me olhava, via o pavor nos olhos dela como se ela estivesse lembrando o que ele tinha feito com ela e isso somente inchou minha raiva, me deixou com mais vontade de punir o rapaz então ouvi um suspiro vindo do meu pai seguido por um da minha mãe, logo me virei para olha-lo, meu pai fazia um sim com a cabeça, me autorizava a punir o rapaz, então comecei a andar em direção a porta e falei um tanto alto.

                - Avise seu beta pai... não vou me conter ele merece a morte... – depois do que falei meu pai me seguiu para fora da casa e minha mãe foi acudir Sarah.

                Assim que saímos da casa deixei a raiva tomar meu ser e me transformei em lobo, meu corpo estava quente eu sentia ele quente e um uivo feroz rompeu no ar, era o meu uivo a minha promessa de vingança, deixaria a raiva tomar conta de mim, deixaria que minha crise de raiva tomar conta de todo o meu ser, logo atrás de mim meu pai se transformou, ele permanecia calmo, somente eu estava agitado, então ouvi a voz dele soar na minha mente, sabia que ele falava com toda a matilha, mas aquela mensagem era para John e seu filho Nicolas, aquele que eu mataria.

                - “John e Nicolas, quero que compareçam a clareira do lago... Agora, isso é uma ordem, John você sabe do que se trata.

                - “Não haverá perdão pelo que aconteceu a minha companheira...” – falei agora somente para meu pai e John que era os únicos que eu conhecia.


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