Digimon: O Limiar de um novo mundo! escrita por Takeru Takahashi Usami WZD, Augusto Snicket


Capítulo 39
Capítulo 37 - A Traição


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, desculpem a demora, mas cá estou eu para revelar: Quem roubou as Chaves e traiu a União? Boa leitura!



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                - Olá meus queridos leitores! – João entrou no palco acompanhado de Taki - No último capítulo nós não aparecemos, mas foi por que estávamos de folga. Na verdade, alguém ainda está de folga...

                - O Diretor foi aproveitar o Ano Novo com o Gennai na casa de praia do Digimundo e acabaram pedindo pra ficar por lá por uns tempos! – Taki explicou – Podíamos fazer algo assim também João-sama... – fez bico.

                - Mas o que seria melhor Taki? Passar o feriado em casa... Ou aproveitar que não tem ninguém que nos proíba... E fazer algo aqui mesmo?

                - Se peguem aqui mesmo! – a plateia gritou eufórica.

                - João-sama... Vamos largar o capítulo? – sussurrou o ruivo corado já no colo do moreno enquanto era apalpado – Antes que eu...

                - Claro amor! – o apresentador sorriu – Então vamos lá, boa leitura meus queridos!

 

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“Neo ttaeme na ireohge manggajyeo

Geumanhallae ije neo an gajyeo

Motagesseo mwot gataseo

Jebal pinggye gateun geon samgajwo”

I Need U, BTS.

 

 

Todos estavam reunidos na sala de reuniões, algo tinha acontecido. Os líderes das equipes, apreensivos, não paravam de si olhar e sussurrar coisas sem nexo, os próprios pais de Bucky e Pink estavam presentes, Pedro parecia abatido, possuía olheiras fundas e um curativo grande no tórax, este visível pelo fato de o mesmo não estar de camisa; Ster parecia que ia explodir a qualquer momento, a mulher, com uma cara de fúria surpreendente, encarava Grell e Leticia fulminando-os com o olhar.

— O que está acontecendo aqui? – Hayaki perguntou chamando a atenção de todos.

                - Tenha educação, garoto! – Dead reclamou – Estamos em situação de emergência!

                - Que situação é essa? – Bucky ficou em pé na cadeira – Eu, o futuro líder do mundo, quero saber!

                - Bucky... – Ster respirou fundo, fuzilando o filho com o olhar – Sente-se e cale a boca! Você é bem mais bonito calado, meu filho!

                - É o seguinte, digiescolhidos... – Grell ajeitou-se em sua cadeira, com o rosto sério e sem o sorriso malicioso de sempre o shinigami parecia muito ameaçador – Todo nosso trabalho meio que foi em vão...

                - Como assim? – perguntou Hacko.

                - As chaves foram roubadas... – a velha Alice, cabisbaixa, sussurrou – Não sabemos quem foi, mas elas sumiram! Não posso crer...

                - Alguém invadiu o cofre! – Pedro abriu o jogo – Invadiram a porra! Para ser mais exato, o filho da puta sabia a senha! Que lástima para a União! Meus filhos se arriscaram por nada!

                - Olha aqui! – Grell irritou-se – Se você não calar sua boca, eu tratarei de terminar aquilo que fizeram em você!

                - Não ouse falar com meu pai desse jeito! – Pink gritou já ativando seus poderes psíquicos.

                - Poderiam sentar-se e ficarem calmos? – Leticia sorriu calmamente – Eu creio que não iremos a lugar algum dessa maneira... – ninguém obedeceu à ordem da moça – Eu... Mandei... Se acalmarem! – sorriu ainda mais, e no mesmo instante, todos estavam sentados, como se algo os empurrassem aos seus lugares – Obrigada! Live? Gostaria de falar algo? – disse ao ver a mão do garoto levantada.

                - Como roubaram as Chaves sem ninguém ver? – Live perguntou enquanto despetalava uma rosa – Aliás, o cofre da União não é bem protegido?

                - Claramente! O cofre era bem protegido! Não apenas por senhas, mas também por magia! – Dead explicou.

                - Disse certo, “era” do verbo “não é mais”! – Stephen resmungou - Nós quase morremos por essas chaves! Lucy e Miwa estão desmaiadas na enfermaria por causa dessa busca!

                - Vamos recuperar o que é nosso! – Kitsu se pronunciou batendo na mesa.

A tensão estava forte na sala, todos se encaravam, Leticia sorria plenamente ao lado de Grell como se aquela situação a entreter-se.  Alice sussurrava algumas coisas, com uma estranha expressão no rosto; Live despetalando a rosa olhava os digiescolhidos com ar de tédio e desgosto, uma cópia quase exata de seu pai naquele momento.

— Pois bem, o que faremos escravos? – Bucky indagou – Perdemos nossa conquista... E agora? E, aliás, pai, por que o senhor e a mãe estão aqui? E que ferimento é esse?

— Estamos aqui, pois precisávamos avisar algo a Sra. Alice. – Ster disse – Já esse ferimento... Foi causado...

— Por Wizardmon! – Pedro surpreendeu todos ali presentes, o seu Digimon tinha causado aquilo? Não era possível! – Ele arrancou uma das minhas costelas... E desapareceu depois!

— Parece que... O jogo está prestes a começar... – Kitsu sussurrou com os olhos brilhando – Todos aqui presentes, me ouçam! – o corpo da garota brilhava de maneira familiar, sua voz se tornou etérea, Homeostasis, o deus supremo do Digimundo, possuiu a garota – É um prazer estar em vossa presença novamente!

— Que nada, senhor! – Leticia sorriu – O prazer é nosso! Como vão as coisas agora que seu coração corre o maior perigo possível?

— Não acho que isso seja motivo de piada, Leticia! – A velha Alice reclamou – Mostre respeito!

— Ora, ora, velha Alice... – Grell se pôs a frente – Agora entendo a razão de João trocar você pelos Digimons! – e pela primeira vez naquele dia o shinigami sorriu, mas não o mesmo sorriso de sempre, e sim um misto de ameaça e sadismo – Eles valiam a pena! – lágrimas correram pelo rosto da idosa que encara o ruivo como se quisesse o obliterar.

— Não fale assim com minha tia! – Pedro levantou de sua cadeira, logo voltando a sentar-se com uma cara de dor pelo ferimento.

— Eu peço o silêncio! – Kitsu/Homeostasis ordenou sendo obedecido – Não derrame suas lágrimas, Senhora Alice. Pois bem, realmente é uma situação preocupante, e que não é digna de risos e piadas! – encarou Leticia que retribuiu com um sorriso – Meu coração está próximo das garras de Slash, necessito ser salvo!

— É sempre assim! – Hacko reclamou – O Digimundo sempre irá precisar dos Digiescolhidos! Nós quase morremos pegando a droga dessas Chaves e agora vamos realmente morrer para pegá-las de volta!

— Sinceramente, se eu soubesse que ser Digiescolhido era assim, eu teria desistido na primeira oportunidade! – Pink levantou e deu as costas a todos se retirando do local – Com vossa licença, vou para enfermaria, minhas amigas precisam de mim! – e saiu.

— Eu irei acompanha-la... Minha neta está lá... – a velha Alice levantou-se e seguiu o mesmo caminho da menina de rosa.

— E agora Gasparzinho, o que iremos fazer? – Bucky perguntou pondo os pés na mesa, mas logo se endireitando ao receber um olhar de desaprovação da mãe.

— Terão que ir até onde meu coração está... Derrotar Slash antes que ele use as chaves! – o deus respondeu – Ele ainda está fraco... Vocês têm condições de esgotá-lo! Digiescolhidos, se João estivesse vivo, eu poderia pedir a ele, mas eu só posso confiar agora em vocês, me ajudem... Conto com vocês... Obrigado... – a luz se foi e Kitsu desmaiou batendo a cara com tudo na mesa.

— Doeu em mim... – Hayaki condoeu-se.

— Ela vai precisar descansar... – Live pegou as pétalas da rosa e jogou para o alto – Isso requer uma comemoração!

— Live! – Dead encarou o garoto, que nem percebia – Comemorar? Numa situação dessas?

— Comemorar a morte dos Digiescolhidos ué! – o rosado sorriu – Vamos enfeitar essa sala e comemorar a morte!

— Live, calado você é mais atraente para o Dite! – Leticia desdenhou do garoto que a olha sem entender quem era Dite.

— Dite... Ah, o Afrodite! Quem lhe deu autorização de chama-lo assim? – Live exaltou-se, mas logo sendo calado pelo pai.

— Crianças, se preparem, nós vamos para o Digimundo, para proteger o coração de Homeostasis! – Dead anunciou – Bucky, leve Kitsu para a enfermaria, veja o estado das outras meninas! Acho que esse será um grande confronto!

Todos se retiraram da sala com a palavra final de Dead. Bucky pôs a amiga nas costas e se dirigiu a enfermaria, o garoto estava confuso, o Digimon de seu pai tinha arrancado uma costela do mesmo, as Chaves foram roubadas, e agora teriam que lutar contra um ser de trevas altamente poderoso... O que ele como líder dos Digiescolhidos iria fazer? Qual caminho iria seguir? Ele queria que seu avô estivesse ali para orientá-lo... Ao entrar na enfermaria se deparou com as meninas tendo uma conversa bem animada com a velha Alice.

— Meu Santo Yaoi, vó! – Lucy riu – Com 10 anos a senhora viu seu primeiro yaoi?

— Sim! – a velha endireitou-se na cadeira – Fui influenciada por João! Aquele safado em treinamento... Ainda bem que foi um bem levinho... Praticamente um shounen-ai! Foram bons tempos... Ah, olá Bucky! O espirito já saiu da garota não é? Eu te ajudo a deitá-la! – e levantou-se ajudando o garoto a pôr a amiga em uma das macas. Parecia que a chegada de Bucky tinha trazido um ar tenso para o local, as meninas ficaram cabisbaixas e os risos pararam.

— E então, mano? – Pink perguntou – O que faremos agora?

— Foi decidido que nós teremos que ir ao Digimundo... Vamos defender o coração nós mesmos! – o garoto respondeu sentando no chão – Eu queria que o velho pudesse ajudar...

A velha Alice fechou sua cara numa carranca triste. Seu irmão era seu ídolo antigamente, seu porto seguro! Mas ele a trocara pelos Digimons! Ela foi “exilada” da família por 13 anos... Apenas por não apoiar João. Ele tirara seus direitos só por que possuía poderes... E ainda por cima meteu sua neta num trabalho tão perigoso... Ela ansiava para que João pagasse por seus pecados!

As crianças conversavam ansiosas. Após Kitsu acordar todos se dirigiram ao quarto onde dormiam, para se organizar, a luta mais perigosa estava por vir! Hayaki não saía do lado de Hacko, o ajudando; as garotas não se separavam, acenderam velas em frente a um mangá yaoi e discutiam um plano elaborado por Pink enquanto Hawkmon voava sobre elas; Stephen se isolou num canto ao lado de sua parceira Plotmon acariciando seu pelo; Bucky estava fora do quarto, em pé em frente à porta, esse confronto poderia ser o último, e ele esperava ser reconhecido pelo avô seja lá onde ele estivesse.

Preparativos já feitos, os digiescolhidos foram para a sala dos portais, Dead e os outros os aguardavam, mas infelizmente não iriam juntos, apenas Leticia se voluntariou para ir ao Digimundo e assim foi feito. Ster e Pedro os abraçaram e aconselharam, Live passou a localização do Coração para eles, feito às despedidas Grell abriu o portal, abraçou Leticia e a mesma junto às crianças entram para o Mundo Digital. Alice espreitava tudo atrás de uma parede e com um sorriso e lágrimas no rosto se distanciou.

No Digimundo tudo refletia a circunstância. As árvores se moviam selvagemente ao vento, os Digimons se escondiam em qualquer lugar, o céu estava nublado e ameaçava chover. Os garotos aterrissaram no lago aonde as cinzas de João tinham sido espalhadas, as águas estavam revoltas e o velho bondinho tremia.

— Digiescolhidos, aqui jaz o coração! – Leticia informou prendendo o cabelo devido ao vento – Nas profundezas do lago!

— Mas foi aqui que jogamos as cinzas do vovô! – Pink falou – E que ventania é essa?

— O Digimundo... – Plotmon subiu nos braços do seu parceiro – Ele sente que tem algo errado! E essa é a reação! O mundo está com medo...

— Sinistro... – Hawkmon sussurrou parando de voar para não ser levado.

— Beleza! Como vamos pegar a chave?- perguntou Hacko.

— Isso não é possível! O Coração só aparece se as Chaves forem reunidas. – Miwa recebeu olhares surpreendidos por ela saber disso – O que é? Eu só disse o óbvio! Acho que...

— Teremos que esperar Slash chegar e usar as Chaves para então derrotarmos ele, pegar as Chaves de volta, deixar o Coração bem trancado e voltar a tempo do jantar! – Bucky despejou o plano – Fácil como caminhar na neve!

— Sim! Fácil quanto caminhar descalço na neve! – Hacko especificou – Não será tão fácil assim!

— Calma! – Leticia virou-se para o grupo – Silêncio, por favor... Está vindo... Ouço algo...

Os garotos correram para dentro do bondinho com a moça, se mantendo abaixados ao nível dos bancos observando o que acontecia pela janela. Um portal escuro se abriu sobre o lago e dele três seres saíram, um era um Digimon baixinho que se parecia com um duende e carregava um arco, Zamielmon; outro era uma bela dama Digimon, com asas de morcego, vestido preto e um olhar atraente e ameaçador, a Lorde da Luxuria, Lilithmon; o último não passava de um homem envolto num manto aos farrapos, que ocultava o rosto por um capuz, mas algo nele negava que era apenas aquilo que aparentava ser, pois toda a energia sombria do portal era atraída pra ele. As três figuras flutuaram pelo lago, olhando tudo ao redor e parando, como se esperassem alguém.

— Lilithmon! – o encapuzado chamou – Quanto tempo para ela chegar?

— Não sei ao certo, Mestre Slash! – A Digimon exclamou andando ao redor do seu mestre. Os Digiescolhidos assombraram-se ao ouvir o nome do ser. Aquele era o rei das trevas, o possuidor de todo veneno... Slash – Mas não se preocupe! – disse vendo o mestre cerrar os punhos – Ela deu certeza que viria! Nós possuímos a chave, mas apenas ela pode abrir!

— O senhor voltará a sua forma original, Mestre! – Zamielmon pulava ao redor dos outros dois com alegria estampada no rosto – Vai ser grandioso! Não vejo a hora de pegar o Coração, atacar a WZD, destruir aqueles fedelhos irritantes e espalhar o caos aos dois mundos! Tudo isso ao seu comando, pois apenas o senhor possui o poder e a glória...

— Cale-se Zamielmon! – Slash ordenou friamente – Se a cada bajulação sua eu perdesse um pouco da minha vida, eu já estaria morto! – o Digimon se calou cabisbaixo enquanto Lilithmon se deleitava com a cena.

— Isso mesmo, Mestre! – ela sorriu – Ponha este rato em seu devido lugar!

— Lilithmon, eu gostaria que sempre que você rebaixasse alguém seu poder aumentasse... – Slash desdenhou – Assim você teria pegado a Chave sozinha! – a Lorde da Luxuria calou-se, mas sua raiva era perceptível, pois a água sob seus pés agitou-se mais – Ah, abra o portal novamente, ela chegou! – e sorriu.

A Digimon mexeu as mãos e um portal menor foi aberto, dele saiu um figura curvada, de bengala em mãos, tez morena, cabelos grisalhos e um olhar triste, Alice Jesus, irmã de João e ajudante da equipe vermelha saiu do portal, e ao olhar para o lago, onde as cinzas do seu irmão repousavam, ela deixou uma lágrima cair e um sorriso diabólico se abriu em seu rosto.

Os Digiescolhidos no bondinho ficaram boquiabertos. O que a velha Alice tinha a tratar com o Rei dos Venenos? Como ela ousa sorrir na presença dele? Lucy estava assombrada, sua querida avó foi quem traiu a União? Foi ela que pegou as Chaves? Ela está ajudando Slash?! Naquele bondinho Leticia era a única que observava tudo com interesse ao invés de espanto, a mesma já esperava por isso.

— Boa tarde, para vocês! – a idosa cumprimentou sorridente – Aqui estou eu!

— Olá, Alice... – o encapuzado se aproximou dela – Obrigado por ter vindo... E antes de tudo, obrigado pelas Chaves... No novo mundo, você será recompensada!

— Poupe-me disso! – Alice cuspiu as palavras para Slash que a olhou surpreendido – João me prometeu o mesmo há anos atrás! Como eu fui recompensada? Sendo exilada da família por longos 13 anos, e depois virando uma mera ajudante na WZD!

— Como ousa falar assim com o Mestre? – Lilithmon ergueu sua Nazar Nail, a luva dourada que destruí tudo aquilo que toca e mirou na idosa – Se arrependa agora!

— Silêncio sua estupida! – a velha rangeu os dentes – Você não me mataria nem se quisesse! Vocês precisam de mim!

— Podemos até precisar... – Slash pôs um dedo sobre a testa de Alice – Mas caso me irrite, eu buscarei outro meio de me recuperar, mas não hesitarei em lhe matar! Sua velha pútrida! – e ao se virar de volta aos Digimons jogou as Quatro Chaves para a idosa – Faça o que tem que fazer! Abra o lago!

— Vamos impedir... – Bucky sussurrou dentro bondinho para os outros, ele estava furioso! Como sua tia-avó teve essa audácia de trair o próprio irmão? Seu sangue zunia em seus ouvidos, a raiva tomando conta do seu corpo – Eu farei todos eles pagarem! – e se levantou.

— Se acalme pirralho! – Hayaki o segurou – Temos que pensar direito! Ou será nossa ruína! Lembre-se da Líder Linx Tamaii! A impulsividade vai ser seu fracasso!

— Vovó... – Lucy indignou-se – Como... Por quê?! – foi consolada pelas amigas.

— Vamos observar! Silêncio! – Stephen abraçou Plotmon e foi para janela bem a tempo de ver a cerimônia.

Alice ergueu as Quatro Chaves e as jogou no lago que em um instante começou a borbulhar, como se estivesse fervendo e logo depois ficou completamente dourado, era possível ver um brilho esverdeado vindo do fundo do lago, aquilo que deveria ser o que Slash tanto buscava. O vento, as folhas, tudo parecia ter parado, o único ruído era do lago dourado se revoltando em ondas e abrindo caminho; duas mãos feitas de pedra se ergueram da abertura, elas seguravam a fonte do brilho daquele lago uma enorme joia verde que brilhava intensamente.

— Aqui está! – Slash riu em júbilo – O que eu preciso para voltar completamente! O Coração de Homeostasis! Pegue-o para mim humana! Dê-me o que é meu!

— Claro... – Alice caminhou até a joia e tentou tirá-la das mãos, mas sem sucesso – Ué... Saia! – era como se as mãos n quisessem entregar a joia, quando a senhora tentava puxar as mãos brilhavam dourado oferecendo resistência.

— Digiescolhidos... Nossa chance... – Kitsu sussurrou – Na contagem... 1...

— 2... – Miwa prosseguiu.

— 3! – Bucky gritou e saiu correndo do bondinho – Tome Slash! Onda Sônica! – o ataque atingiu o vilão em cheio o empurrando para bem longe do coração – Digiescolhidos! Salvem o heart alheio!

— Vó! – Lucy berrou invocando a água do lago como um punho contra velha que apenas usa sua bengala para desviar o ataque – Como ousa nos trair?

— Com a mesma facilidade que João teve para matar muitos antigamente! – ela pulou contra a neta acertando-lhe um chute no rosto da garota. Apesar da idade avançada, Alice tinha uma força e agilidade surpreendentes – Aprenda que sua avó é mais do que aparenta!

— Hawkmon digivolve para... – a luz da digievolução envolveu a pequena ave a transformando num enorme pássaro vermelho com chifres – Aquilamon! Vamos acertar nossas contas Lilithmon! Ataque Rasante! – e investiu conta a Lorde que pula para fora do seu alcance.

— Ora sua enorme galinha! – a Digimon berrou – Morra! Nazar Nail! – ela levantou a mão da luva para atacar, mas foi impedida por um “Soco de Gato”, Gatomon veio em defesa do seu amigo atacando Lilithmon por trás derrubando-a no lago.

— Flechas venenosas! – o Digimon duende atirava uma saraiva de flechas contra Hacko que apenas brilha com a digievolução e se torna Systemon – Ai... – Zamielmon tentou correr, mas foi atingido pelo Raio Elétrico do Digiescolhido – Mestre Slash! – ele suplicou olhando para a direção em que o mestre foi atirado por Bucky – Por que o Coração não veio para nós?

— Essa era a última defesa de João! – Leticia sobrevoou o Coração – Suas cinzas... Elas protegem o Coração! Só pode tirar daqui aquele que for digno! – a moça sorriu tocando a joia que brilho intensamente.

Os digiescolhidos atacavam com toda a força; Lucy, Miwa e Kitsu atacavam a velha que se defendia com o dobro de sua força; Pink, Stephen e seus Digimons cuidavam de Lilithmon sem nem precisar da digievolução de DNA; enquanto isso Systemon e Hayaki estavam perto de dar um fim ao duende que já ameaçava se desintegrar.

— HUMANOS! – a voz de Slash foi ouvida – Devolvam o que é meu! – uma fumaça escura veio na direção do lago e o vilão emergiu dela – Eu quero o coração! – ele gritou e de sua boca um liquido espesso e roxo jorrou para o lago – Veneno do Despertar! – todo o lago foi escurecendo, peixes começaram a boiar, mortos, e as mãos de pedra foram rachando à medida que apodreciam, em poucos minutos o local estava morto. As mãos tentavam resistir, mas rapidamente se esfarelaram em pó, Leticia tentou pegar o Coração, mas antes que conseguisse a joia caiu em meio ao veneno.

— Não! – Bucky gritou e correu contra Slash, seu peito doía fortemente, um sentimento grande de angustia como se perder aquela joia fosse perder todo o mundo! Como se fosse algo grandiosamente importante para ele – O Coração não é seu! – seus olhos brilharam brancos e sua voz tornou-se dupla, os ventos giravam furiosamente ao seu redor o elevando ao nível do encapuzado – Onda Potente! – várias esferas de energia foram lançadas contra Slash que apenas afunda em sua fumaça rindo.

— Humano tolo... – ele surgiu no meio do lago segurando o coração – Você e seu avô me renderam muitos problemas! Mas agora... – ele aproximou o Coração do próprio peito – Eu ressurgirei! E quanto a você... – olhou para Leticia – Saia! – a chutou para o bondinho que vira com o impacto – Agora sim... Renascer!

Lilithmon e Zamielmon observavam orgulhosos, seu mestre pegara o Coração e agora iria renascer! Toda a água envenenada do lago envolveu Slash enquanto ele brilhava junto ao coração, uma luz intensa preencheu o ambiente e todos tiveram que fechar os olhos, o ar se tornou denso, a terra ficou cinza, as árvores murchavam com uma velocidade alarmante; quando a luz se apagou, flutuando sobre o lago ele estava, seu corpo jovem e musculoso recuperado, com uma tez branca quase pálida, longos cabelos verdes, olhos anis, sua capa se tornara um majestoso manto feito de veneno e um cajado feito de ossos pairava sobre ele. Slash, o rei do veneno, retornou.

— Finalmente... – ele deleitou em sua voz jovem recuperada – Consegui! Não preciso mais disso! – e atirou o Coração que agora brilhava fracamente na direção de Leticia.

— Mestre Slash! – os dois lacaios correram para o vilão – Que bom que estás de volta! – Lilithmon o abraçou – Grande Chefe! Parabéns! – Zamielmon bateu palmas – Vamos destruir os digiescolhidos agora!

— Zamielmon... Lilithmon... Obrigado por me acompanharem até aqui... – Slash olhou para o céu – Mas eu não preciso mais de vocês – e olhou de volta para os confusos subordinados – Vocês ajudaram de outra forma... Dentro... Do meu corpo! – Lilithmon olhou assombrada, compreendendo o que o vilão queria dizer e antes de tentar qualquer coisa, Slash apontou seu cajado para os dois e com um grito mudo Lilithmon e Zamielmon desapareceram. Os dois foram absorvidos para o corpo de Slash.

— Seu monstro! – Bucky gritou – Eles eram seus companheiros não eram?

— Eles eram ferramentas! – e olhou para a velha Alice – Mas a ferramenta da qual eu mais me orgulho... É Alice!

— Vovó! – Lucy chorou – Qual a razão disso?! Por que nos traiu?!

— Eu estava cansada! Eu cansei de ser a irmã reclusa, aquela que ninguém nota ou dá valor! Meu irmão sempre preferiu os Digimons a mim! E agora? Onde estão os Digimons para salvarem ele e a sua querida WZD? Desculpem-me crianças, mas vocês é o futuro do meu irmão, e eu não quero que seu legado continue... – e se afastou – Boa Sorte Slash!

— Digiescolhidos! Foi uma honra estar com vocês até agora! Mas... – seu cajado começou a acumular uma grande energia sombria – Hora de dizer adeus! Raio das Trevas! – atacou, mas foi impedido por Leticia que pula na frente erguendo um escudo de luz – Ora... Seu verme!

— Os benefícios de ser imortal! – ela olhou direto para o vilão, sangue molhava mechas do seu cabelo devido à batida no bondinho, mas seu olhar mostrava confiança – Finalmente a verdadeira luta vai começar!

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo pode demorar um pouco de sair, estou super atarefado, mas aí está esse capitulo! Até mais!



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