Postcards From Far Away escrita por Nightshade


Capítulo 2
Atingida Por Um Raio




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Na manhã seguinte, acordei me sentindo bem disposta e animada; mal estava acreditando que iria para Harvard, para HARVARD! Após tomar um maravilhoso e reforçado café da manhã, levei minhas coisas para o carro, com a ajuda de meus pais. Iria sozinha, dirigindo, até Cambridge, mas eu já tinha 18 anos, então não seria nenhum problema.

Me despedi de minha mãe e de meu pai; a despedida não foi tão difícil quanto pensei, e também não foi chorosa, afinal, meus pais estavam orgulhosos por sua filha ter escolhido História.

Entrei em meu carro depressa e ajeitando uma mochila no banco passageiro; não sei o que havia me dado na cabeça de colocar em uma mochila roupas e meus itens pessoais. Eu não estava indo acampar, eu estava indo para uma universidade.

O céu estava nublado e o tempo agradavelmente frio, com ventos gelados, do jeitinho que eu gostava. Algumas vezes chuviscava e então parava. O trânsito estava normal, pelo menos até a metade do caminho, onde encontrei um longo engarrafamento. Não conseguia ver o que havia causado este transtorno, mas trinquei os dentes pois ficar presa no trânsito não estava em meus planos de forma nenhuma.

Os outros motoristas buzinavam, mas eu tentei relaxar; respirei fundo e me encostei no banco acolchoado, enquanto esfregava a testa. Um trovão soou e a chuva começou a cair mais uma vez, só que com mais intensidade. Joguei meu cabelo para trás enquanto me olhava pelo espelho do carro. Meu cabelo estava ondulado e solto como sempre, muito pretos, como o de meu pai e não castanhos como o de minha mãe, mas em compensação tinha herdado seus olhos castanhos e não os azuis de papai. E eu me ressentia disso, realmente me ressentia.

A chuva aumentava, mas não me importei. Uma tempestade não me afetaria muito enquanto eu ainda estivesse parada no trânsito. Relâmpagos cortavam o céu nublado e os trovões soavam mais frequentemente. Lembrei da época em que tinha medo de trovões; tinha oito anos e costumava acordar com as tempestades de verão. Corria para o quarto de meus pais, ou então, me escondia debaixo de minha cama com algum livro.

Mas logo fui tirada de minhas lembranças. A principio, apenas escutei um barulho bem alto, e demorei meio segundo para perceber que um raio havia atingido o meu carro. Gritei ao mesmo tempo em que via a energia percorrer a extensão de meu carro e gritei com o clarão que veio em seguida, me cegando.

Me senti sendo puxada e largada em um chão, ao mesmo tempo em que uma grande dor consumia todo meu corpo. Permanecia com meus olhos totalmente cerrados, enquanto sentia a dor intensa ir se aliviando aos poucos. Algumas lágrimas escapavam de meus olhos fechados. Será que havia desmaiado? Não sabia dizer.

Senti algo tocar minha testa, talvez uma mão, e algumas palavras sendo sussurradas, e no mesmo instante me senti melhor e mais leve, embora não totalmente bem. Aliviei os meus olhos, mesmo sem abri-los, conseguia perceber que estava em um ambiente iluminado.

Mexi minhas mãos; parecia que eu estava deitada em cima de um gramado. Decidi abrir os olhos, e foi o que fiz, lentamente. Primeiro, vi um sol lindo brilhando no céu límpido, e em seguida, vi um homem com uma longa barba cinzenta, chapéu pontudo cinzento e uma roupa de viagem cinzenta. Carregava um cajado. Não era possível...

— Gandalf... - ofeguei, arregalando os olhos de uma vez.

Ele sorriu para mim. Isso não era possível! Eu só podia estar sonhando! Isso não era verdade, era apenas imaginação minha, não podia ser real!

— Parece que você sabe meu nome, pequena senhorita, mas eu não sei o seu. - ele continuava sorrindo gentilmente - O que acha de conversarmos um pouco? Assim pode me dizer seu nome e eu poderei ajuda-la.

Percebendo que eu provavelmente estava de boca aberta e olhos arregalados (sem contar que estava esparramada no chão), me sentei e tratei de melhorar minha expressão. Olhei rapidamente ao redor; grama verdejante, ar puro e agradável, caminhos bem feitos, árvores e pequenas casinhas que pareciam tocas. É... eu estava no Condado. Ou melhor, na entrada do Condado.

Respirei fundo, tentando não surtar.

— Isso seria bom, Gandalf. - o olhei - E acho que essa conversa vai demorar... e o que eu vou contar é algo bem difícil de se acreditar.


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Notas finais do capítulo

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