School Princesses - Interativa escrita por Gabs
Notas iniciais do capítulo
Desculpe aê pela "demora"!
Rachel Lindsay Donovan não se encaixava minimamente na lista de boa garota.
Apesar do titulo suntuoso de princesa do Canadá, é o tipo de adolescente que adora festas, bebidas e confusões.
Ela detesta ser controlada e tem uma paciência minúscula, é extremamente briguenta e às vezes até um pouco violenta. Vive trocando farpas com a mãe que não aceita sua personalidade, em contrapartida é a queridinha do pai e é sempre defendida por ele nas brigas de família. Rachel é filha única e tira proveito disso constantemente, ela não esconde quem ela é e tem um sério problema com sinceridade, ela vai te dizer a verdade mesmo que isso vá te quebrar em pedaços.
Naquela manhã, o perfume que exalava de sua pele lembrava o verão. Caminhava confiante e audaciosa, como se no primeiro passo que alguém desse contra ela, atiraria na pessoa com um raio de encolhimento.
Depois de tomar o café-da-manhã, escoltada pela sua nova amiga, Aley, ambas seguiram por caminhos diferentes.
Rachel adentrou na sala de aula com um ar de grandiosidade e ao mesmo tempo despreocupação.
As janelas abertas refletiam fortemente o cômodo. Tinha uma aparência agradável, com cortinas e paredes de tons quentes.
Rachel decididamente se sentou nas últimas cadeiras do fundo, passando por algumas garotas que a encaravam com indignação.
— Aquela lá é uma perdida! – ouviu uma das garotas comentarem, era loira e de boa aparência. – Cerca de 70% dos escândalos da família real canadense consistem nela.
— Que ridícula! Olha que só que grotesco... Alterou o uniforme da Casa Real Verde! Está parecendo um gângster sem cérebro. – comentou uma segunda garota, tinha cabelos negros e pele levemente bronzeada.
Rachel visualizou o uniforme customizado, não havia nada de mau ali. Trocara uma saia rodada azul por um short artisticamente rasgado. Blazer celeste e camiseta branca de botões.
Calçava contornos pretos e os cabelos jaziam rebeldemente soltos.
— Horrível mesmo é esse delineador arrepiante! – comentou a loira, maldosamente. – Parece uma daquelas garotas do filme exorcista.
Rachel está quase sempre sem maquiagem, no máximo um delineador e uma máscara de cílios.
Depois de aguentar pacientemente, Rachel resmungar e se levanta bruscamente em direção as patricinhas.
De um lado a sua cabeça gritava para manter a calma, enquanto a outra clamava para que quebrasse imediatamente a cara daquelas duas.
— Algum problema com a minha vida? – perguntou hostil e ofensiva. – Por não cuidam da de vocês, suas ratazanas de cemitério?
Por um momento, afirmou ter visualizado surpresa e medo nos olhos da loira, mas essa impressão foi rapidamente apagada quando viu um sorriso maldoso.
— Desculpe querida, mas você sabe com quem está falando?
— Não costumo perguntar o nome das pessoas antes de bater nelas. – respondeu ironicamente.
— Eu sou Daphne Stewart... Sobrinha da diretora dessa escola, enteado do barão da Islândia... Sobrinha neta da rainha da Suécia. Eu sou poderosa, garanto que posso tornar a sua vidinha num inferno constante!
— Cala essa boca! – gritou Rachel.
Todos os olhares se caiam sobre elas.
A garota morena ao lado de Daphne se levantou e correu para fora da sala.
— Não ouse me mandar calar a boca... Meu pai vai processar os seus. Se tocar um dedo em mim, juro que terá de me dar o seu país inteiro! – bradou a loira, firmemente.
— Não ligo! Por acaso te perguntei alguma coisa? – retrucou Rachel, fungando de impaciência.
Daphne se levantou da cadeira feito uma cobra dando o bote.
Rachel gargalhou. – Você é uma patricinha que vive só de aparências, não passa disso.
— Como pode saber tanto da minha vida? Nunca te falei nada sobre ela! – Daphne cruzou os braços.
— Da mesma forma que você ousa criticar a minha. – contrapôs a canadense.
— Claro, uma bêbada metida à drogada a gente compreende de longe.
Doeu, Rachel sentiu aquelas palavras queimar no fundo do peito. No fim, concluiu que aquilo não foi tão intenso quanto à esbofeteada que Daphne recebera.
A loira girara e cairá no chão, consequência desastrosa da forte pancada.
— Pra diretoria! Agora! – gritou a professora, adentrando furiosa na sala de aula. Do lado da tutora jazia a amiguinha de Daphne Stewart.
— D. Fabulosa... Céus! – gritou a morena, correndo desesperadamente para acudir à amiga.
Daphne estava sentada no chão, passando a mão levemente no rosto seu vermelho, lágrimas de furor caiam descontroladamente, escorregando no rosto.
— Juro que vai me pagar! – berrou Daphne, levantando-se com zanga.
Sem dizer mais nada, a loira saiu correndo para fora daquela sala de horrores.
Sentia-se humilhada, pisoteada e completamente arrasada. No fim do corredor, acaba tropeçando com Lucya.
— Ah! Você. – um brilho maníaco brotou nos seus olhos azuis e gélidos.
— Daphne... Queria mesmo conversar contigo. – murmurou Lucya. – É sobre a Elise Watson... O que acha?
— O que quer saber sobre essa maluca? – indagou, demonstrando um desprezo óbvio por Elise. – Não importa! Digo tudo o que você quiser... Mas antes precisa fazer uma coisa; quero que me esbofeteie.
Lucya ficou confusa, assustada, qualquer outro adjetivo que envolva surpresa, espanto e choque.
— O quê? – tornou.
— Bate logo na minha cara, sua cadela desprezível! – gritou à loira.
Irou-se. Supreendentemente, quando se deu por sã, havia esbofeteado duas vezes o rosto da loira, que manifestava uma confusão de sentimentos; dor e felicidade.
— Bate de novo, caramujo! Quero ficar com o rosto tão roxo que se torne praticamente impossível olhar pra minha cara. – pediu.
Depois de uma sessão inteira de tapas e chutes, Lucya sentia a adrenalina ferver no sangue, embora estivesse preocupada e descontente com a atitude insana da loira Stewart.
— Estou pronta para contar. – disse Daphne por fim. – Pare de me bater, estou cansada!
Lucya a encarou, além do rosto visivelmente roxo e alguns ferimentos de aparência realmente grave, constatou que demoraria meses para que Daphne pudesse andar normalmente com o rosto estabilizado.
— Elise Watson era uma garota ruiva que estudava aqui há cerca de dois anos. – começou ela. – tinha sardas no rosto e um aspecto muito frágil e delicado. Existem fotos dela no anuário escolar do ano de 2014, estão na biblioteca.
Lucya assentiu.
— Vocês estudavam juntas? – perguntou.
— Sim. – respondeu. – Ela era uma fedelha estranha! No inicio, imaginei se tratar de uma pessoa simpática, mas a cada dia se tornava mais insuportável.
— Eu achei o diário dessa garota. – relembrou Lucya. – se descrevia de um jeito que parecia sentir raiva de si própria.
— Eu já a vi, pelo menos umas duas vezes se cortando no banheiro. – Daphne tentou rir, mas acabou gritando de dor por conta do rosto alterado. – Droga! Lucya... Ninguém pode saber disso! Eu não te vi aqui... Não sou eu quem conversa com você nesse momento.
— Posso perguntar pelo menos o que quer com esses hematomas horrorosos?
— Não. – resmungou a loira. – Continuando; Elise era maluca, insuportável e nutria sentimentos de inferioridade. Vivia muito solitária, era menosprezada por todas as garotas.
— Inclusive por você? – perguntou Lucya, com a voz carregada de dureza.
— Digamos que sim. – disse a garota. – Isso não vem muito ao caso... Ela era uma boba, maluca de pedra, nem você a suportaria.
Lucya ficou com uma leve dúvida na cabeça, mas concluiu depois de alguns segundos;
— Não tenho coragem de desamparar ninguém.
Daphne fez careta.
— Por fim; a louca da Elise vivia dizendo haver espíritos dentro de espelhos, o que para mim é um sinal claro de demência. Dizia conversar com o espelho e ele lhe falava que havia feitiços no castelo... Maldições!
Lucya sentiu-se arrepiar.
— Deus meu!
— Sim, – murmurou Daphne. – depois ela sumiu completamente. Eu não sei muito bem o que aconteceu, mas numa noite ela já não estava mais no castelo. Minha maior hipótese é que tenha se suicidado.
Perplexa com a descoberta, Lucya correu para a biblioteca sem dizer mais um “A”.
Só se deu por satisfeita quando encontrou o livro de fotos dos alunos, numa sessão de folhetos de imagens.
Folheou cada capitulo, observou cada imagem, encontrando inclusive a bela e sorridente foto da loira Stewart.
Nas duas últimas páginas, encontrou a certa. Ela era ruiva, delicada e vulnerável, como indicara Daphne.
Linda, Lucya admirou os traços angélicas da garota, eram ternos e suaves. Sua natureza era bela e muito ingênua.
Na diretoria, aos prantos a sobrinha entrara para requerer a presença da tia.
Espantada com a aparência da garota, a diretora deixa cair um vaso no chão.
— Meu Deus, eu nunca imaginei que fosse tão grave!
— Titia. – ela gemeu, enquanto lágrimas de ódio deslizavam pelo seu rosto. – Expulse-a! Processe-a! Aquela garota é uma bandida das piores!
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