School Princesses - Interativa escrita por Gabs


Capítulo 9
Oitavo capitulo.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe aê pela "demora"!



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Rachel Lindsay Donovan não se encaixava minimamente na lista de boa garota.

Apesar do titulo suntuoso de princesa do Canadá, é o tipo de adolescente que adora festas, bebidas e confusões.

Ela detesta ser controlada e tem uma paciência minúscula, é extremamente briguenta e às vezes até um pouco violenta. Vive trocando farpas com a mãe que não aceita sua personalidade, em contrapartida é a queridinha do pai e é sempre defendida por ele nas brigas de família. Rachel é filha única e tira proveito disso constantemente, ela não esconde quem ela é e tem um sério problema com sinceridade, ela vai te dizer a verdade mesmo que isso vá te quebrar em pedaços.

Naquela manhã, o perfume que exalava de sua pele lembrava o verão. Caminhava confiante e audaciosa, como se no primeiro passo que alguém desse contra ela, atiraria na pessoa com um raio de encolhimento.

Depois de tomar o café-da-manhã, escoltada pela sua nova amiga, Aley, ambas seguiram por caminhos diferentes.

Rachel adentrou na sala de aula com um ar de grandiosidade e ao mesmo tempo despreocupação.

As janelas abertas refletiam fortemente o cômodo. Tinha uma aparência agradável, com cortinas e paredes de tons quentes.

Rachel decididamente se sentou nas últimas cadeiras do fundo, passando por algumas garotas que a encaravam com indignação.

— Aquela lá é uma perdida! – ouviu uma das garotas comentarem, era loira e de boa aparência.  – Cerca de 70% dos escândalos da família real canadense consistem nela.

— Que ridícula! Olha que só que grotesco... Alterou o uniforme da Casa Real Verde! Está parecendo um gângster sem cérebro. – comentou uma segunda garota, tinha cabelos negros e pele levemente bronzeada.

Rachel visualizou o uniforme customizado, não havia nada de mau ali. Trocara uma saia rodada azul por um short artisticamente rasgado. Blazer celeste e camiseta branca de botões.

Calçava contornos pretos e os cabelos jaziam rebeldemente soltos.

— Horrível mesmo é esse delineador arrepiante! – comentou a loira, maldosamente. – Parece uma daquelas garotas do filme exorcista.

Rachel está quase sempre sem maquiagem, no máximo um delineador e uma máscara de cílios.

Depois de aguentar pacientemente, Rachel resmungar e se levanta bruscamente em direção as patricinhas.

De um lado a sua cabeça gritava para manter a calma, enquanto a outra clamava para que quebrasse imediatamente a cara daquelas duas.

— Algum problema com a minha vida? – perguntou hostil e ofensiva. – Por não cuidam da de vocês, suas ratazanas de cemitério?

Por um momento, afirmou ter visualizado surpresa e medo nos olhos da loira, mas essa impressão foi rapidamente apagada quando viu um sorriso maldoso.

— Desculpe querida, mas você sabe com quem está falando?

— Não costumo perguntar o nome das pessoas antes de bater nelas. – respondeu ironicamente.

— Eu sou Daphne Stewart... Sobrinha da diretora dessa escola, enteado do barão da Islândia... Sobrinha neta da rainha da Suécia. Eu sou poderosa, garanto que posso tornar a sua vidinha num inferno constante!

— Cala essa boca! – gritou Rachel.

Todos os olhares se caiam sobre elas.

A garota morena ao lado de Daphne se levantou e correu para fora da sala.

— Não ouse me mandar calar a boca... Meu pai vai processar os seus. Se tocar um dedo em mim, juro que terá de me dar o seu país inteiro! – bradou a loira, firmemente.

— Não ligo! Por acaso te perguntei alguma coisa?  – retrucou Rachel, fungando de impaciência.

Daphne se levantou da cadeira feito uma cobra dando o bote.

Rachel gargalhou. – Você é uma patricinha que vive só de aparências, não passa disso.

— Como pode saber tanto da minha vida? Nunca te falei nada sobre ela! – Daphne cruzou os braços.

— Da mesma forma que você ousa criticar a minha. – contrapôs a canadense.

— Claro, uma bêbada metida à drogada a gente compreende de longe.

Doeu, Rachel sentiu aquelas palavras queimar no fundo do peito. No fim, concluiu que aquilo não foi tão intenso quanto à esbofeteada que Daphne recebera.

A loira girara e cairá no chão, consequência desastrosa da forte pancada.

— Pra diretoria! Agora! – gritou a professora, adentrando furiosa na sala de aula. Do lado da tutora jazia a amiguinha de Daphne Stewart.

— D. Fabulosa... Céus! – gritou a morena, correndo desesperadamente para acudir à amiga. 

Daphne estava sentada no chão, passando a mão levemente no rosto seu vermelho, lágrimas de furor caiam descontroladamente, escorregando no rosto.

— Juro que vai me pagar! – berrou Daphne, levantando-se com zanga.

Sem dizer mais nada, a loira saiu correndo para fora daquela sala de horrores.

Sentia-se humilhada, pisoteada e completamente arrasada. No fim do corredor, acaba tropeçando com Lucya.

— Ah! Você. – um brilho maníaco brotou nos seus olhos azuis e gélidos.

— Daphne... Queria mesmo conversar contigo. – murmurou Lucya. – É sobre a Elise Watson... O que acha?

— O que quer saber sobre essa maluca? – indagou, demonstrando um desprezo óbvio por Elise. – Não importa! Digo tudo o que você quiser... Mas antes precisa fazer uma coisa; quero que me esbofeteie.

Lucya ficou confusa, assustada, qualquer outro adjetivo que envolva surpresa, espanto e choque.

— O quê? – tornou.

— Bate logo na minha cara, sua cadela desprezível! – gritou à loira.

Irou-se. Supreendentemente, quando se deu por sã, havia esbofeteado duas vezes o rosto da loira, que manifestava uma confusão de sentimentos; dor e felicidade.

— Bate de novo, caramujo! Quero ficar com o rosto tão roxo que se torne praticamente impossível olhar pra minha cara. – pediu.

Depois de uma sessão inteira de tapas e chutes, Lucya sentia a adrenalina ferver no sangue, embora estivesse preocupada e descontente com a atitude insana da loira Stewart.

— Estou pronta para contar. – disse Daphne por fim. – Pare de me bater, estou cansada!

Lucya a encarou, além do rosto visivelmente roxo e alguns ferimentos de aparência realmente grave, constatou que demoraria meses para que Daphne pudesse andar normalmente com o rosto estabilizado.

— Elise Watson era uma garota ruiva que estudava aqui há cerca de dois anos. – começou ela. – tinha sardas no rosto e um aspecto muito frágil e delicado. Existem fotos dela no anuário escolar do ano de 2014, estão na biblioteca.

Lucya assentiu.

— Vocês estudavam juntas? – perguntou.

— Sim. – respondeu. – Ela era uma fedelha estranha! No inicio, imaginei se tratar de uma pessoa simpática, mas a cada dia se tornava mais insuportável.

— Eu achei o diário dessa garota. – relembrou Lucya. – se descrevia de um jeito que parecia sentir raiva de si própria.

— Eu já a vi, pelo menos umas duas vezes se cortando no banheiro. – Daphne tentou rir, mas acabou gritando de dor por conta do rosto alterado. – Droga! Lucya... Ninguém pode saber disso! Eu não te vi aqui... Não sou eu quem conversa com você nesse momento.

— Posso perguntar pelo menos o que quer com esses hematomas horrorosos?

— Não. – resmungou a loira. – Continuando; Elise era maluca, insuportável e nutria sentimentos de inferioridade. Vivia muito solitária, era menosprezada por todas as garotas.

— Inclusive por você? – perguntou Lucya, com a voz carregada de dureza.

— Digamos que sim. – disse a garota. – Isso não vem muito ao caso... Ela era uma boba, maluca de pedra, nem você a suportaria.

Lucya ficou com uma leve dúvida na cabeça, mas concluiu depois de alguns segundos;

— Não tenho coragem de desamparar ninguém.

Daphne fez careta.

— Por fim; a louca da Elise vivia dizendo haver espíritos dentro de espelhos, o que para mim é um sinal claro de demência. Dizia conversar com o espelho e ele lhe falava que havia feitiços no castelo... Maldições!

Lucya sentiu-se arrepiar.

— Deus meu!

— Sim, – murmurou Daphne. – depois ela sumiu completamente. Eu não sei muito bem o que aconteceu, mas numa noite ela já não estava mais no castelo. Minha maior hipótese é que tenha se suicidado.

Perplexa com a descoberta, Lucya correu para a biblioteca sem dizer mais um “A”.

Só se deu por satisfeita quando encontrou o livro de fotos dos alunos, numa sessão de folhetos de imagens.

Folheou cada capitulo, observou cada imagem, encontrando inclusive a bela e sorridente foto da loira Stewart.

Nas duas últimas páginas, encontrou a certa. Ela era ruiva, delicada e vulnerável, como indicara Daphne.

Linda, Lucya admirou os traços angélicas da garota, eram ternos e suaves. Sua natureza era bela e muito ingênua.

Na diretoria, aos prantos a sobrinha entrara para requerer a presença da tia.

Espantada com a aparência da garota, a diretora deixa cair um vaso no chão.

— Meu Deus, eu nunca imaginei que fosse tão grave!

— Titia. – ela gemeu, enquanto lágrimas de ódio deslizavam pelo seu rosto. – Expulse-a! Processe-a! Aquela garota é uma bandida das piores!


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