A diretora Lauren remexia nas papeladas da escola, quando a presença inusitada de Daphne a fez estremecer.

— Desculpe pelo susto, titia! – absorveu a loira, hesitante.

— Sabe que horas é, garota? Passa das onze da noite! – retrucou friamente a diretora.

— Sim, mas é urgente... Tem duas garotas da Casa Real Dourada desaparecida. – informou Daphne. – Eu não ás vejo desde hoje bem cedo, conversei com algumas garotas que concordaram comigo.

— Elas não estão dormindo, Daphne? – comentou Lauren Carson.

— Os dormitórios estão vazios. – respondeu a garota por último.

Helena e Lucya corriam pelos corredores.

— Meus pés ainda doí! – gemeu Lucya, lacrimejando.

— Dá pra calar essa boca, garota! – resmungou Helena. – se formos pegas, aí sim que vai doer.

 Abriram a porta da sala principal Dourada, estava tudo completamente escuro e calado.

Helena tropeçou numa escrivaninha e pranteou de dor.

Continuaram andando, no fim da sala jazia um abajur ligado, sendo assim visíveis apenas uma mesinha de canto e um quadro de uma mulher ruiva.

 Por uma fração de segundos, Helena jurou ter visto os olhos da senhora ruiva se revirarem. Piscou algumas vezes para ter certeza que não estava delirando.

— Aqui. – escutou Lucya gritar e o ranger de porta se abrindo. Ambas em passos rápidos correram para dentro de seu quarto e se jogaram na cama.

Em fração de dois segundos depois, ouviram a porta se abrir novamente. Era Daphne e a diretora Lauren.

Lucya e Helena fingiram estar dormindo profundamente.

— Você está ficando ruim das ideias, Daphne! – escutaram a voz da diretora resmungar. - E vai levar detenção por ter me perturbado e também por caminhar na escola durante horário improprio.

Seguido por um barulho de uma porta fechar.

— Foi por pouco. – conheceu Helena.

No dia seguinte, Lara a filha do rei Christopher e da rainha Helena do Reino Unido, tomava café da manhã acompanhada pela irmã, Christy.

— Isso foi muito perigoso! – disse Lara. – Mas tirando a parte da garota doente, parece ter sido divertido!

— Sim e foi. – respondeu Christy, olhando distraidamente para o prato. – O lago é muito bonito.

— Jura? – a pequena sorriu.

Violet vinha se aproximando animadamente.

  - Saí da cadeira, pirralha! – falou olhando para Lara.

Lara encarou a outra com um bico.

— Saí você, cara de reboco!

— Lara. – repreendeu a irmã.

— Tá. Tá. – resmungou a pequena saindo da cadeira e avançando agressivamente para outra mesa.

Intencionalmente, Lara empurra uma garota que trazia consigo uma bandeja.

— Ah, por favor! – resmungou a garota ruiva, completamente ensopada do próprio suco.

Lara apenas riu e saiu andando.

— Deixa eu te ajudar! – Outra, com fone de ouvidos e aparência preguiçosa veio se aproximando com lenços. – Sou Haydee, e antes que pergunte eu não costumo ser tão boazinha assim, só estou te ajudando porque se na sua pele iria odiar ser incógnita.

— Obrigada, Haydee. – agradeceu ela. – eu me chamo Katerine, senta comigo?

— Sim. – respondeu levemente ruborizada.

As duas tentaram achar mesas desocupados, mas a única menos cheia estava ocupada por uma garota.

Ela tinha cabelos loiros dourados, que caiam em perfeitas ondas douradas. Possuía belos e penetrantes olhos azuis, lábios carnudos e sorriso com covinhas discretas.

— Algum problema? – perguntou ela, olhando mal humoradamente para Haydee e Katerine.

— Podemos nos sentar? – indagou. – Eu sou Haydee e você é a?

— Alteza para vocês. – arrogantemente retrucou.

Outra garota se aproximou aos arredores da mesa. – Sou a Rachel, posso me sentar com vocês?

Delicada e formal a loira se levantou da cadeira. – Agora podem. –  e hostilmente saiu.