De uns dias para cá, Haydee passou a notar algo diferente em seu corpo; parecia mais delicado, frágil.

Sentia leves e constantes pontadas na barriga, achou que tudo aquilo fosse inteiramente normal até cruzar com a professora Pamela, num dos corredores da admirável escola.

— Haydee! – exclamou a atriz, com uma mescla de surpresa e animação.

— Olá, professora Parker! – cumprimentou a ruiva. – Desculpe mais estou atrasada para a aula de filosofia, então...

— Tenho uma noticia muito, muito boa mesmo. – a loira de olhos álgidos a cortou. – Parabéns, você foi aceita... É a mais nova rainha Valerie!

Sem saber como reagir, Haydee gaguejou, lembrando-se em passo acelerado que encenaria ao lado do príncipe Árabe, o misterioso Khalid.

Não sabia porque, mas de algum forma, ele a deixava sem-graça, louquinha da cabeça, completamente acanhada.

— Está sem palavras... Sei que é algo  realmente maravilhoso, eu diria esplendor! – comentou euforicamente a professora. – Bom, os nomes dos outros atores estão num painel no meio do patio... A gente se vê por ai, garota.

E saiu rapidamente.

Incrédula e sem pensar nas consequências, muda de direção. Filosofia agora se tornara menos interessante.

Muitas garotas jaziam aglomeradas, tentando ler o quadro de avisos. Nina é a primeira a questionar, dá passos medidos e sai resmungado.

— Euzinha, fazendo papel de empregada? – rezinga. – Completamente ridículo e mau pensado!

E muito pouco audível;

— Essa professora está completamente pirada! Custe o que custar, eu vou ser a rainha Valerie, não importa o que precisa ser feito... Vou conseguir!

Daphne não parecia muito satisfeita, mas terminou que contentada.

— A Lady Celeste não é tão ruim assim, não é mesmo? Quer dizer, ela também é uma Stewart... Somos quase interligadas!

Haydee deu um passo á frente com a intenção de olhar o quadro de avisos, quando foi surpreendida com a voz sedutora do príncipe Khalid.

— Então você será a minha rainha? – ela se virou para encara-lo, Khalid sorria, levando tudo na brincadeira.

Haydee ficou quieta, envergonhada.

— De qualquer forma – continuou, sem graça por não ter ouvido uma responta (imaginando que a garota estava sendo arrogante e metida). – vai ser muito bom se distrair com alguma outra coisa.

E ele saiu. Pensando encontrar tranquilidade, enganou-se, pois sem a presença de Khalid tudo só piorava.

Olhou para a sua mão e viu que soava muito.

Enquanto isso, Lucya rumava aceleradamente pelas escadas da escola, depois de descer todos os degraus, caminhou em direção a um corredor. Quando; PUFT! Deu de cara com o príncipe Khalid, que no embalo, derrubou todos os seus livros, misturando-os com o do Árabe.

— Meu Deus, me perdoe! – remitiu a garota, atordoada. Em movimentos rápidos, a inocente Lucya recolhe os seus livros, sem imaginar que trocou o seu exemplar de gramatica pelo diário de Elise Watson.

— A culpa foi toda minha! – Khalid abriu um sorriso generoso.

Ambos seguiram lados opostos, inconscientes da confusão que estava prestes a acontecer.