Ninguém estava com animo para seguir viajem naquele dia, então resolvemos para em uma dessas pousadas de beira de estrada.

De todos que estavam tristes, Silena com certeza era a pior, depois de escolhermos quartos, resolvi ir falar com ela, para ver como ela estava.

- Se veio me consolar vá embora, eu não preciso. – assim que entrei no quarto dela, não fiquei ofendido pelo tom dela, mas percebi que ela provavelmente estava me culpando por não ter impedido Charles de morrer.

- Não vim só vim pegar uma tolha, não a nenhuma no meu quarto. – eu menti indo rumo ao toalheiro.

Ela me olhou de forma confusa enquanto eu pegava uma toalha, mas comentei:

- Eu até falaria algumas daquelas bobagens que se diz quando se quer consolar alguém, mas sei que isso não funciona. - eu disse.

- Como sabe? – ela perguntou curiosa.

- Acho que Rachel contou a minha historia, você não vê nenhuma semelhança? – eu perguntei, encostando na parede.

Vi-a pensar alto algo a ver com verdade.

- Eu vivi séculos vendo pessoas morrer, sei como é, queremos sempre culpar alguém, porque é mais fácil suportar a raiva do que a tristeza. – eu disse desencostando da parede.

- Mas você deve estar acostumado né? – perguntou Silena

- Eu sei o que é perder um amigo, mesmo depois de 3000 anos isso me afeta da mesma maneira, a única coisa que eu aprendi é aceitar, e não parar de viver por causa de perdas. – eu disse e sai, com sorte isso a faria pensar.

Por falta sorte o tempo não melhorou, e assim, nós voltamos a nossa viagem, Annabeth perguntou:

- Onde exatamente um batalhão de monstros pode se esconder? – ela perguntou mais para quebrar o silencio que se instalara no local.

- O Monte Watson é um lago que fica na encosta de uma montanha, provavelmente ele se instalou nas galerias subterrâneas. – eu respondi votando a atenção para a estrada

Demorou quase um dia inteiro de viagem, e quando chegamos lá o local estava completamente vazio, sem nenhuma família acampando.

- Loki deve ter feito algo para espantar as pessoas daqui, eu já vi esse lugar lotado. – eu disse saindo do carro.

Logo vi a primeira criatura monstruosa, um enorme Jotun, tinha pelo menos seis metros, vasculhando a área onde ficava possivelmente uma lanchonete.

- Esse daí vai dar uma ótima estatua, aposto que posso vender ela por 1000 dracmas para o titio Hades. – minha piada pareceu descontrair um pouco o clima.

Peguei uma das minhas pontas de ouro divino, coloquei em uma seta e atirei, ao tocar o corpo gigante do monstro, ele se transformou em uma estatua de ouro, ele ficou em uma posição engraçada, meio abaixado, como se fosse pular.

- Legal! – disse Nico ao ver o resultado da flechada.

- Me lembrem de colocar ele em cima do carro quando formos embora. – eu disse enquanto íamos à direção ao lago

- Como vamos saber onde ele está? – perguntou Rachel.

- Eu vou os fazer sair do seu esconderijo, vamos nos esconder até saber com o que estamos lidando.

Abaixei a cabeça, engoli o orgulho e rezei baixinho: “Pai, por favor, em preciso que o senhor invoque um terremoto no Monte Watson”.

Por sorte, minha luta com a minhoca supercrescida no palácio de Posseidon pareceu o divertir ou ele só queria me matar, pois assim que terminei, o chão começou a tremer com uma imensa força.

- Vocês tem que sair de perto das arvores elas podem cair. – eu avisei a todos.

Varias arvores tombaram, e uma entrada surgiu no chão onde uma escada de pedra levava a um lugar oculto pelas sombras.

- Peguem as lanternas. Achamos nossa entrada - eu disse acendendo uma tocha.