A Filha do Coringa: a Origem escrita por Apenas mais alguém qualquer


Capítulo 21
Choque de realidade


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, esse capítulo não é nada demais, mas espero que estejam gostando da fic até agora :)
Vou tentar postar durante a semana, estou tentando adiantar alguns capítulos antes de eu viajar e ficar sem internet...



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Ele me jogou no chão, de repente, quando já estava perto o bastante do terraço. Gritei. Meu corpo todo doeu com o impacto e eu saí rolando. Mas ainda estava consciente o suficiente para ouvir o Coringa gritar ao longe: “Tchau, tchau e aproveitem a explosão!” e sua risada se perdeu em meio ao barulho do helicóptero decolando do terraço.

             - Robin, cuide da garota. Eu vou checar a bomba – ouvi a voz rouca do Batman.

            Passos rápidos vieram em minha direção, logo um rosto mascarado ficou visível. Era Jason... quer dizer, Robin. Aparentava estar preocupado, seus olhos sondaram meu corpo inteiro.

            - Cecy, você está bem? Está ferida? – suas mãos moviam-se pelo meu corpo, a procura de ferimentos.

            - Só alguns arranhões e hematomas – respondi, quase sussurrando. Minha cabeça estava quase explodindo, mal conseguia deixar meus olhos abertos por muito tempo. – Você pode pegar algumas pílulas nos berloques, por favor?

            Jason foi ágil e cortou o lacre que me prendia, facilmente, e pegou umas 3 pílulas nos berloques da pulseira e os colocou em minha boca. Engoli-os em seco e pude senti-los atravessando minha garganta, lentamente. Um pouco de calma tinha começado a se alastrar pelo meu corpo.

            Pude ver uma expressão de alívio no rosto de Jason.

            - Robin precisamos sair daqui! – seu companheiro gritou ao longe. - Não consegui desativar uma das bombas! Temos menos de 1 minuto!

            Rapidamente, Jason me pegou no colo e ambos correram em direção à uma das janelas ao invés da saída pelas escadas. Em meio à corrida, quase perdi o lencinho que o Coringa me dera, mas eu o coloquei num lugar seguro, no bojo do meu vestido. Robin nem percebeu.

            Como Batman chegou lá primeiro, já tinha posicionado o gancho de seu arpão em um lugar seguro e estava pronto para descer. Robin, sem hesitar, me entregou para seu parceiro sombrio, para ajustar o seu arpão também.

            - Você está bem, senhorita? – ele perguntou por educação.

            - Não podia estar melhor – brinquei. Pude ver o canto de sua boca levantar um pouco.

            - 30 segundos, Robin – avisou, mas ele já estava preparado também. – Vamos lá!

            Descer era pior do que subir, um friozinho tomou conta da minha barriga e meu grito ecoou pela cidade. Quando chegamos ao chão, estava tão agarrada ao Batman que se ele me soltasse não iria cair.

            - Bomba! – Robin gritou, e todos que se encontravam nas ruas desesperaram. – Se abaixem, rápido!

            Todos fizeram o que foi mandado, Batman até me colocou no chão e eu me encolhi, e então um estrondo emergiu da Prefeitura, acendendo o céu. Um zunido tomou conta dos meus ouvidos.

Em meio à aquela algazarra depois da explosão, Robin me levou à uma ambulância, onde fui atendida imediatamente e Robin me deixou. Porém apenas tinha alguns arranhões e hematomas pelo corpo, e ainda tinham os pequenos cortes provocados pela faca do Coringa. Mas mesmo assim fizeram curativos em mim.

            Entretanto, quando mediram minha pressão e perceberam que ela estava fora do normal, não me deixaram sair de lá até ela estabilizar. Sério, não sei qual é o problema de enfermeiros com pressão. O meu enfermeiro me deu uma pequena dose de um remédio para estabilizar a pressão.

             Eu sabia, mas não queria admitir, que essa tinha sido uma noite tensa e que mexeu com meu emocional de uma forma que se eu não tivesse tomado meus remédios, provavelmente estaria tendo um surto. Ainda bem que os remédios estavam conseguindo me sustentar.

            Quando meus pais me encontraram na ambulância, estavam abalados demais para fazerem qualquer coisa do que chorar de alívio. Até psiquiatras renomados não conseguiam se controlar sempre. Mas eu fiquei impassível, apenas os confortei com abraços. Podia parecer rude da minha parte não reagir ao aperto deles, mas acho que estava traumatizada demais para reagir. A frase da Arlequina ainda ecoava em minha mente: “Se eu fosse você, mocinha, não acreditava em mais nenhuma palavra que eles dissessem.” Porém eu realmente estava aliviada deles terem conseguido fugir e de estarem bem.

            Meus pais, então, mais calmos, começaram a fazer perguntas desesperados, mas eu os interrompi e falei que estava cansada demais para responder. Mas eles estavam longe de me deixarem em paz. Minha dor de cabeça estava voltando por causa deles, mas não comentei nada para não magoá-los.

            Ao invés disso tive que agüentar meu pai reclamando com o enfermeiro para me liberar, entretanto ele vinha checar como estava e ainda não estava seguro de que eu estava bem o bastante para ir para casa. Minha mãe também não me deixou em paz, fazia uma pergunta a cada 5 segundos.

            Entretanto, livrei-me dos dois quando o meu enfermeiro gentilmente os expulsou, alegando que eu precisava de um tempo em paz e que se continuassem lá ele me levaria para o hospital.

            - Obrigada – agradeci.

            - Não há de quê, eles também estavam enchendo meu saco – nós dois sorrimos.

            Depois disso, fiquei observando o caos em minha frente. Parte prefeitura ainda estava em chamas, mas nada tinha desabado ainda. Os bombeiros ainda estavam tentando apagar o fogo, porém, o incêndio já estava praticamente controlado. Nas ruas, policiais, bombeiros e ambulâncias, tomavam conta delas. Um silêncio mórbido e vazio também.

            Foi quando percebi que uma figura de vermelho estava vindo em minha direção. Robin chegou com um homem de bigode, dizendo que queria fazer algumas perguntas. O enfermeiro quase que os expulsou também, mas eu não deixei.

            - Srta. Ainsley, não é? – o cara de bigode perguntou. – Eu sou Jim  Gordon, Comissário do Departamento de Polícia de Gotham, desejo fazer umas perguntas se não se importar.

            - Claro que não – menti.

            - Só seja breve, ela precisa descansar – o enfermeiro interveio.

            - Tentarei – o policial respondeu.

            Em meio ao diálogo dos dois eu e Robin nos entreolhamos e só de seu olhar, consegui perceber que ele estaria ali para me acobertar. Fiquei um pouco aliviada.

            - Então, Robin disse que você não foi presa com os outros reféns com a bomba. O que aconteceu? – seu olhar era inquisitivo.

            - Não – confirmei. Mas tive que mentir logo em seguida – Eu consegui fugir pela escada, despercebidamente, quando o salão foi atacado. Subi dois andares e entrei em uma sala onde me escondi no armário.

            - Eu imagino que a sua fuga não deu muito certo.

            - Acho que foi azar, na verdade – agora eu não precisava mentir. – Acontece que fui me esconder bem no gabinete do prefeito e ele próprio foi se esconder lá. Entretanto foi morto pela Arlequina e depois fui descoberta.

            - Você está dizendo que o Prefeito Jenkins está morto? – dessa vez, era Robin que estava surpreso.

            Confirmei com a cabeça. Meu olhar era sincero e ele acreditou em mim.

            - Pelo menos, agora sabemos o paradeiro dele – o Comissário comentou, tentando parecer impassível, mas vi uma centelha de decepção passar por seu rosto. Abordou um policial que passava perto de nós e falou onde o corpo do prefeito estava. – Vai precisar dar um depoimento sobre a morte dele, mas continue sua história.

            - A Arlequina me levou até o salão, mas não me deixou com os outros reféns, não sei o porquê – fiz-me de desentendida. Sabia exatamente o porquê daquilo.

            - Mas você não conseguiu fugir junto com os outros reféns quando Batman os soltou?

            - Não, eu tentei mas me seguraram. Me mantiveram refém até fugirem de helicóptero, o Coringa até colocou uma faca em meu pescoço um pouco antes da fuga.

            - Você se lembra de mais algum detalhe?

            Haviam muitos mais detalhes, só que eles eram pessoais demais para serem revelados para a polícia.

            - Não – menti.

            - Você confirma a história dela? – o comissário perguntou ao herói.

            - Sim – respondeu.

            Aconteceu uma troca de olhares entre nós, que significava que iríamos conversar mais tarde. E de fato, era necessário.

            - Mais uma última pergunta, os depoimentos dos outros reféns durante o ataque era que estavam assassinando pessoas que tinham o nome em uma lista. A maioria era políticos e pessoas importantes que deviam dinheiro ao Coringa. O que sabe sobre isso?

            - É, realmente havia uma lista. Eu a vi. E antes do prefeito ser assassinado, a Arlequina falou algo sobre ele estar endividado com drogas e prostitutas e depois o acusou de corrupção, e ele não negou – meu olhar se perdeu ao longe, junto com minha voz.

            Quanto mais eu falava, tudo se tornava mais real; como se eu tivesse acordado de um sonho – um pesadelo, na verdade – mas tinha acontecido de verdade. Um massacre terrível tinha acabado de acontecer, vi pessoas morrendo e cadáveres. Meus pais quase morreram. Eu quase morri.

            A realidade estava me atingindo que nem um saco de pancadas.

            Só queria ir para casa logo e dormir, mesmo que à base de remédios

            - Acho que já chega de perguntas – Robin declarou.

            - Eu tenho certeza disso – o enfermeiro confirmou, pegando meu braço para medir a pressão novamente.

            - Tudo bem – o comissário concordou. –Vou falar com seus pais, Cecily. Preciso contatá-la depois para agendar o depoimento sobre a morte do prefeito. Mas vou deixá-la descansando por hora – ele então, se virou para ir embora. – Na verdade, todo mundo precisa de um descanso para se recuperar dessa tragédia.

            Não muito longe de mim, vi macas com saco preto cobrindo cadáveres sendo arrastadas para algum lugar.

            Não podia discordar do Comissário Gordon.


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Notas finais do capítulo

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