The Love Doenst Have Age, o que Aconteceria se Você Apaixonasse por Alguém com Metade da Sua Idade?? escrita por kaka_cristin


Capítulo 24
Capítulo 24 - Obrigado por me fazer feliz.




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O tempo passava e eu não tinha coragem de contar as coisas que aconteciam ao Gerard. Sarah era a única que sabia de tudo. Estava sempre na minha casa me ajudando e me dando apoio, mas tudo disfarçadamente pra que o Gerard não percebesse nada.

Chegara o dia de mais uma turnê do Gerard. Ele passaria uma semana longe de casa. Eu teria uma semana pra por todas as coisas em ordem e me preparar pro que eu tanto planejava fazer.
No dia da viagem a banda e Lindsay apareceram na minha casa já que todos iam juntos viajar e banda dela abriria o show do Gerard. Enquanto esperavam a van que viria buscá-los pra levar ao aeroporto, eles ficaram na varanda conversando. Quando eu voltei pra varanda com a bandeja de suco pra servi-los, Gerard e Lindsay conversavam destacados de todos. Os dois pareciam se divertir juntos. Davam altas gargalhadas. Fiquei parada observando os dois da porta que dava pra varanda. Ela sorria e jogava seus braços em cima dele e lhe fazia carinho no rosto ou no ombro. Eles se davam tão bem, qualquer um que não nos conhecesse juraria que eles fossem um casal de namorados.

Centenas de coisas se passaram pela minha cabeça naquele momento. E seu eu contasse pro Gerard que eu estava doente? Ele me largaria e ficaria com ela? E se eles se casassem? Ela seria uma mãe perfeita pra criança que eu esperava? Seria ela a pessoa certa para minha família? Eu não sei explicar o por quê de eu estar pensando nessas coisas. Eu parecia tão conformada com a idéia de eles estarem juntos agora. Acho que se o Gerard chegasse pra mim e me dissesse que estava com ela eu o agradeceria. Por que o que eu mais queria é que ele se afastasse de mim e vivesse a vida dele. Por mais que aquilo me doesse, era o que eu rezava pra que acontecesse antes que eu tomasse coragem pra fazer eu mesma.

Esse meu conformismo tinha nome: morte. Eu não viveria pra sempre pra estar ao lado do Gerard e do meu filho ou filha que estava na minha barriga. Triste, porém sensato, eu não queria que o Gerard se prendesse ao meu lado por pena. Eu sei que ele me ama, mas eu não posso fazer isso com ele. Eu não posso privá-lo de viver a vida dele. O que fazer agora? Eu tenho tão pouco tempo pra resolver milhares de coisas ao mesmo tempo. E o meu filho Josh? Nossa! Eram tantos problemas.

Enfim, a van chegou pra levá-los. Antes de irem Gerard se despediu de mim com beijos calorosos. Quando nos distanciávamos reparei que Lindsay nos observava enquanto nos beijávamos. Ela gostava dele. Sim, ela realmente gostava dele. Percebi isso naquele momento. Poderia estar enganada, mas que alguma coisa ela sentia por ele além de uma simples amizade, ela sentia com certeza.

Enquanto a semana passava, eu resolvia o que fazer com meus problemas. O que mais demorei a resolver foi o Gerard. Não que ele fosse um problema, mas aquela situação era. A semana passou bem rápido.

Quando foi na segunda, Gerard apareceu e eu já o esperava sentada no degrau da varanda da frente da casa. Estava preparada pra dizer tudo que havia pensado durante a semana. Ele não chegou como sempre costumava chegar. Uma pontada no meu peito indicava o que eu mais temia. Ele veio cabisbaixo até mim e começou a chorar sem dizer nada.

- está tudo bem? – perguntei chorosa. Eu já sabia o que ele ia me falar antes dele me dizer. Aquela noticia me trouxe tristeza. Antes dele falar, eu comecei a chorar.

- não. Precisamos conversar, Rose.

- ok. – disse enxugando as lágrimas e entramos. Tentei sorrir pra ele pra que ele ficasse mais calmo e conseguisse falar alguma coisa. – então, me conte.

- Rose, me perdoe.

- você ficou com ela, não foi? – enfim eu falei o que pensava. Ele me olhou assustado e depois abaixou a cabeça.

- me perdoa. Eu juro que não foi minha intenção. Eu bebi demais naquele dia.

- não culpe o álcool, por favor.

- mas eu...

- era visível que isso um dia acabaria acontecendo, Gerard. Eu sabia que um dia me trocaria por uma mais nova. Por isso nunca quis que esse nosso romance acontecesse. Eu sabia que um dia se cansaria de mim e iria procurar alguém jovem como você. Ta aí. Dito e feito. Você realmente me trocou por uma garota jovem, bonita, que tem tudo a ver com você...Vocês se dão tão bem não é?

- me perdoa. Eu te amo, Rose. Por mais que não acredite em mim, e com razão, eu não tiro sua razão...Eu te amo. De verdade, Rose. Eu te amo mais do que tudo.

- acabou Gerard.

- como é? – e me olhou desesperado. – Rose...não...

- me desculpa...acabou...

- mas eu te amo.

- mas não deve.

- como não? Você também me ama.

- não amo mais. – apesar de difícil eu disse aquilo olhando nos olhos dele.

- por que?

- eu só quero agradecer pelos melhores dias da minha vida.

- Rose... – lágrimas rolavam pelo rosto dele. – tudo por causa da Lindsay? Ela foi um erro.

- não é só por causa dela. Também tem outra coisa que eu tenho pra te dizer. – e ele me olhou esperando pro que eu tinha de tão importante pra dizer. – eu estou grávida.

- mas... – e me olhou sem entender. -...Isso seria mais um motivo pra que fiquemos juntos.

- não é seu. É do Brian.

- o que?

- eu estou esperando um filho do Brian.

- impossível.

- lembra do dia que ele esteve aqui com o teste? Então...Ele e eu dormimos juntos antes de você chegar.

- é mentira!

- não. Eu me deitei com ele naquele dia. E esse filho é dele com toda certeza.

- Rose...Mas e aquela historia dos exames?

- eu inventei tudo aquilo. Não existe exame nem doença. Foi tudo pra você não desconfiar de nada.

- você não faria isso.

- mas eu fiz. E já está feito. Eu sinto muito.

- como pôde ter coragem de fazer isso comigo?

- só o que tenho à dizer é: obrigada por ter me feito feliz. Muito obrigado mesmo.

- isso é sério? – ele não queria acreditar.

- quero que vá embora Gerard. vá e não volte nunca mais.

Ele me olhou incrédulo com tudo aquilo e depois subiu. Quando voltou, estava com duas malas na mão com todos seus pertences.

- não esperava isso de você. – foi a única coisa que ele me disse antes de bater àquela porta, antes de eu desabar no choro e meu coração se despedaçar em cacos.

Já devem imaginar como fiquei depois daquele dia, não é? Eu tive que ser o mais cruel possível pra que ele se afastasse de vez da minha vida. Desde aquele dia ele não apareceu mais no meu caminho. Eu só o via em jornais e na tv. Alguns meses depois uma noticia me deixou bem triste, ele e Lindsay haviam se casado. Fiquei em choque. Alisei minha barriga, dentro dela havia uma menina, Julie, filha daquele homem no jornal.

- te amo Gerard Way...Vou levar você comigo pra sempre no meu coração. – dizia alisando minha barriga e olhando pra foto dele no jornal todo sorridente com Lindsay ao lado.

Recortei aquela foto da matéria, mas só guardei a parte do Gerard, a da linsay eu joguei fora. Guardei numa pasta junto com outras noticias que eu colecionava dele. Na verdade aquilo faria parte do meu livro que preparava pra Julie pra quando ela nascesse.

- como você está se sentindo, Rose?

- bem...Quanto tempo ainda tenho Dr. Walker?

- lamento, mas não muito.

- vou pelo menos poder ver minha filha?

- acho que sim.

- eu só quero isso. Vê-la. – e ele me abraçou.

No mês seguinte o Doutor Walker resolveu que fosse melhor eu ter a criança. Eu estava de sete meses e seria uma operação arriscada, mas tudo aquilo era por que ele não me dava mais tempo de vida. Chegara a hora. Eu estava muito nervosa. Aconselhei Sarah que tomasse conta de Josh e Julie quando nascesse. A despedida foi péssima. Eu não queria chorar, mas foi inevitável. Talvez eu não os visse depois do parto.
Foram horas de operação pra retirada do bebê. Tudo com o maior cuidado possível pra que ela nascesse bem. Mesmo anestesiada eu não consegui pregar os olhos, queria presenciar aquele momento.

Horas depois ouvi o choro da minha filha. Tudo acontecera perfeitamente. Walker me deu sinal positivo de que ela estava bem e eu sorri emocionada. Vi o rostinho da minha filha e comecei a chorar. Então que eu pude descansar. Ela nascera bem e agora eu poderia descansar em paz. Eu me sentia tão cansada, meus olhos pesavam. Eu sentia que aquela era a hora. Eu estava satisfeita, eu vi a minha filha e ela estava bem. Eu não conseguia mais suportar aquele peso dos meus olhos, eles foram se fechando lentamente e eu não quis relutar mais contra aquele cansaço todo e então tudo se apagou.

- enfim ela dormiu, ficou o tempo todo acordada durante a operação. – disse uma das enfermeiras.

- dormindo? – perguntou Walker dando o bebê a outro enfermeiro e vindo examinar Rose. De repente um bipe. Aquilo indicava que Rose tinha ido.

Walker apareceu no berçário onde Sarah e Josh viam Julie pra dar a triste noticia.

- eu sinto muito. – disse ele. Foi o suficiente pros dois saberem o que tinha acontecido. Josh e Sarah se abraçaram chorando.

Anos depois Sarah que agora morava na antiga casa de Rose teve uma surpresa com alguém que batia na porta.

- calma meu amor, eu já vou te dar o danone, deixa a tia atender a porta. – quando abriu a porta ela quase teve um treco ao vê-lo ali depois de tanto tempo.

- Sarah. Oi.

- Gerard! – e Sarah o abraçou.

- nunca pensei que eu seria tão bem recebido na minha volta.

- nem acredito que está aqui. – disse Sarah emocionada.

- quem é essa criança linda? Sua filha? – disse olhando pra menininha que o olhava envergonhada com a mão na boca.

- entre. Precisamos conversar.

- eu vim ver a Rose, ela está? – disse olhando de um lado a outro da casa a procura dela.

- Gerard, a Rose faleceu.

- o que? – ele a olhou arrasado com aquela notícia.

- eu tentei entrar em contato com você varias vezes, mas nunca consegui e... – ela fez uma pausa. - acho melhor você ler uma coisa, assim saberá de tudo. – e ele se sentou no sofá ainda perturbado. Sarah voltou com uma carta e o entregou. – vou te deixar sozinho. Com licença. Vem, Julie.

E Sarah o deixou sozinho com a tal carta que Rose escrevera pra ele caso um dia ele aparecesse. Ali explicava tudo, desde a doença até a criança que ela esperava dele. Gerard terminou de ler a carta com o rosto marejado em lágrimas. Olhou pra frente e a menina o olhava sorrindo.

- então você é...Minha filha! – e ele sorriu emocionado. – vem cá! – disse ele pra garotinha que assim fez e ele a envolveu em seus braços. – minha filha! – repetia ele emocionado apertando a menina em seus braços, aquela era sua filha, não tinha como negar, era a cara dele.

“... Eu não fiz nada pelo seu mal, procure entender que tudo que eu tenha feito foi pelo seu bem. Quis te poupar de todo sofrimento que teria se ficasse ao meu lado. Confesso que foi um pouco de egoísmo o meu por não ter compartilhado a felicidade minha que é ter um ser dentro de mim, o nosso ser. Deixo um pedacinho de mim à você pra que ao menos lembre de mim e de tudo que passamos juntos, todos os nossos risos e lágrimas dados juntos.. Te deixar foi à coisa mais difícil que eu tenha feito na minha vida e continuar te amando e te vendo nos braços de outra é o meu pago-pecado. Eu te amei como nunca amei alguém. Apesar de tudo, eu ainda o tenho comigo e levarei em meu coração para todo o sempre.

Obrigado por ter me feito feliz!
Rose Way”.



FIM

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