Vítima. escrita por G I Dallastra


Capítulo 8
Carolina: Vítima da Obsessão, parte 1.




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Carolina e Laura eram melhores amigas desde sempre. A filha de Ângela e Laura havia estudado juntas a vida toda e sempre frequentaram os mesmos círculos sociais que Carolina, elas sempre estiveram juntas, porém Laura era uma garota complicada. Aos 16 anos ela conseguiu que os pais a emancipassem e ela vivia sozinha desde então, sem contato nenhum com eles. Ela havia pego sua parte na herança deixada por seus avós e foi viver sozinha, porém Carolina nunca havia tocado nesse ponto pois sabia que a amiga não gostava.

Claro que ser filha de Ângela ajudou muito Carolina em sua carreira de modelo, porém ela tinha talento pra coisa, e toda vez que subiu na vida, ela fez o possível pra levar a amiga junto. Praticamente todos os editoriais que ela assinava, ela fazia questão que o contratante chamasse a amiga também e assim as duas subiram, uma das mais lindas amizades do mundo, que era perfeita e construída em cima de muitos anos de confiança, até aquele dia, aquela manhã em que Carolina apresentou Fabrício a Laura. a gente se conheceu tem um tempinho já, foi naquele fim de semana que você foi pra Angra e eu fui na festa do Renato lembra?” disse Carolina sorridente para Laura “eu vou levar ele na festa comigo hoje” referindo-se a festa de aniversário de uma amiga em comum que ela levaria ele como seu par, Laura ficou superfeliz pela amiga e mega curiosa para saber se “aprovaria” ou não o cara para a amiga.

Como combinado, por volta das 23h Carolina chegou na festa com Fabrício e foi logo procurar Laura para o apresentar e o encontrou em uma roda conversando com alguns amigos e ela chegou e cumprimentou Laura com um forte abraço e sussurrou “acho que finalmente encontrei o amor amiga!” no ouvido dela, fazendo com que Laura se virasse para ver o homem e quando o fez por alguns instantes ela ficou chocada, nunca havia sentido-se atraída tão rápido por um homem em sua vida, nem se quer por um instante ela pensou “esse é o namorado da minha amiga”, apenas colocou na cabeça que era o homem que ela queria, e Laura, sempre que precisava, jogava baixo para conquistar o que queria… Na noite da festa enquanto Carolina dançava e se divertia com Fabrício, Laura aproveitava todas as oportunidades que tinha para trocar olhares provocativos com ele, para que ele notasse o interesse dela, porém Fabrício ficou muito desconfortável com aquela situação, justamente por ter percebido o interesse de Laura e pediu para que fossem embora cedo.

— aquela sua amiga, Laura, garota meio estranha ela – disse Fabrício, deitado com Carolina na cama.

— ela é meio mimada, tem um jeitão daqueles que toma conta do lugar que ela entra – disse Carolina sorrindo – mas ela é gente boa, somos amigas da vida toda sabe.

Temendo criar uma situação triste entre as duas amigas, Fabrício achou melhor não falar nada para Carolina. Na manhã seguinte, Fabrício acordou num susto ao ouvir um estridente grito de Carolina vindo da sala e levantou-se e foi correndo para lá, quando chegou ele viu Carolina jogando o celular no sofá e correu até Fabrício e o abraçou e deu-lhe um beijo.

— amor, eu vou ser capa da Vogue! - ela abraçou Fabrício – aquele ensaio de outono que fiz pra revista da mamãe me abriu muitas portas, e uma delas foi a da vogue!

Fabrício não entendia nada do ramo da moda, porém o nome Vogue não lhe era estranho, ele imaginou que era alguma coisa realmente importante.

Conforme o relacionamento foi ia ficando cada vez mais estreito, Carolina foi apresentada à família de Fabrício e teve certeza que sua sogra não gostou dela.

— mas nem dê bola meu amor – dizia Ângela – a Branca sempre foi amargurada, ela é uma ótima colega de trabalho, mas não sei como aquele santo daquele marido dela aguenta ela a tanto tempo.

— mas mãe, tenho até medo sabe, vai que o Fabrício seja de sucumbir às vontades da mãe?

Naquela noite, teria uma festa em que Carolina encontraria Fabrício, porém Carolina tinha um compromisso profissional e chegaria atrasada e Laura ficou sabendo disso e pensou que seria a oportunidade perfeita para atacar Fabrício.

A hora da festa chegou, e Laura mandou uma mensagem para Carolina dizendo que havia esquecido sua bolsa Chanel com todos os seus documentos dentro do apartamento na hora que saiu e que agora não teria como voltar pegar, então implorou para que Carolina fosse pegá-la antes de ir para a festa, pois Carolina sabia onde Laura escondia a cópia da chave, porém ela havia deixado a bolsa em seu caro e aquela era somente uma desculpa para atrasá-la e ter mais tempo com Fabrício, e assim o fez. Enquanto Carolina não chegava, Laura foi simpática em demasia com Fabrício, porém Fabrício foi ficando cada vez mais “alegre” devido as bebidas da festa e acabou socializando mais do que gostaria, então Laura começou a conversar cada vez mais perto, tocando cada vez mais Fabrício e dando cada vez mais sinais de seu interesse nele, até que ele percebeu e achou melhor sair de perto e quando Laura começou a segui-lo ele foi franco:

— Laura, eu não estou disposto. Eu estou namorando filme com Carolina e você me parece uma mulher interessante, mas eu sou fiel – e saiu em direção a porta, esperaria Carolina do lado de fora.

Laura então entendeu aquilo como um “sinal”. Ela teria que separar Carolina de Fabrício, e usaria o mais clássico dos golpes: o falso flagrante.

No outro dia, ela mandou uma mensagem para Fabrício dizendo que queria muito conversar com ele, resolver qualquer mal entendido que talvez tivesse ficado entre os dois e insistiu muito que ele fosse, então ele acabou aceitando. Quando Fabrício chegou ao apartamento de Laura ele foi convidado a entrar e os dois começaram a conversar. Com dois drinques prontos sobre a mesa, Laura pegou o celular e enviou uma mensagem a alguém e o largou e os dois começaram a conversar.

Quando o copo que Fabrício tomava chegou ao fim ele notou que ficou mais alto que o normal, pensou tratar-se de um uísque mais forte que o normal, porém continuou bebendo e a conversa estava agradável, Laura em momento algum se insinuou para ele. Com o passar das horas, ele foi ficando cada vez mais embriagado, mesmo tendo bebido pouco, menos do que o era acostumado a beber socialmente porém realmente ele não tinha condições de dirigir, Laura então mostrando cordialidade ofereceu-se para colocar Fabrício para dormir no quarto de hóspedes que ela tinha em seu apartamento, porém ele insistiu que ela chamasse um táxi para ele, então ela o fez, porém ela disse que o atendente da central disse que o táxi demoraria para chegar, pois a noite estava agitada para eles, então ele aceitou deixar-se um pouco na cama de hóspedes até que ele chegasse.

Dentro de quarenta minutos, Carolina chegou na casa de Laura e tocou a campainha, porém ninguém abriu a porta, então ela pegou a chave reserva e entrou, ela chamou Laura e ninguém respondeu, então la foi até todos os cômodos e não encontrou ninguém então ela foi até o último quarto do corredor, o único que ela não tinha olhado então ela viu a cena que lhe congelou os ossos, Fabrício estava deitado na cama sem camisa e Laura deitada ao seu lado, usando um babydool.

— mas que diabos está acontecendo aqui? - ela gritou – me mandou uma mensagem pra quê Laura, pra eu participar da orgia de vocês?

Fabrício acordou em um susto tão grande que o porre chegou a passar.

— vocês dois não tem vergonha na cara não? - ela dirigiu-se a Fabrício diretamente – o que está acontecendo aqui?

— amor, eu não fiz nada! - ele pegou seu celular e foi em direção a Carolina – olha aqui, mas mensagens dela me pedindo pra vir aqui esclarecer qualquer mal entendido porque a poucos dias eu havia dado um fora nela.

Carolina pegou o celular e leu, e então olhou fixamente para Laura.

— eu simplesmente não acredito que minha melhor amiga, a pessoa mais próxima a mim foi capaz de uma cachorrada dessas contra mim! - escorreu uma lágrima de raiva em seu rosto e ela secou – eu te dei uma confiança, amizade, você era uma irmã pra mim, eu te dei uma carreira sua desgraçada, e você me insulta dessa forma? Você insulta minha inteligência dessa forma, achando que ia cair no golpe mais antigo do mundo?

— golpe, do que você está falando? - Laura fez cara de vítima e olhou para Fabrício – você vai negar que me ama? Você vai negar todas as coisas que a gente fez nessa cama? Aliás, todas as coisas que a gente faz a tempo.

— mas do quê você está falando sua maluca? - Fabrício havia terminado de se vestir e olhou fixamente para Laura – eu nunca toquei em você sua doente?

— você é um covarde, eu não sou! Carolina, ele me ama. A gente não queria te machucar, eu te mandei a mensagem pra você vir aqui porque íamos te contar conversando civilizadamente, mas acabou acontecendo de novo, o nosso desejo é muito forte e nós…

— cala a boca sua cadela, cala a boca ou eu vou calar ela! - Carolina mudou completamente a expressão, de dor para ódio.

— mas Carol, você não pode ficar assim, a gente se ama, mas eu amo você e quero que sejamos amigas a vida toda e…

Sua fala foi interrompida por uma bofetada que a jogou no chão e um grito.

— cala a boca sua cadela maldita! Aliás, cadela não, porque animal nenhum é sórdido como você.

— você ficou louca? - ela levantou-se e encarou Carolina – você pensa que é quem pra levantar a mão pra mim? Ninguém nunca encostou um dedo em mim sua filha de uma…

Outra bofetada.

— quem sabe foi bem esse o problema! Nunca ter levado uma boa de uma surra. Mas também não vai ser hoje que você vai levar. Cala essa tua boca e pensa bem na merda que você fez hoje, você acabou de perder a amizade da pessoa que mais se importava com você. Nunca mais fala comigo, nunca mais chega perto de mim e começa a dar graças a Deus por eu não chamar a polícia agora e te fazer ser presa por embriagar e abusar do Fabrício. Vamos embora Fabrício.

Os dois foram em direção a porta e Laura ficou sem reação.

— a – disse Carolina já na porta, virando-se para Laura – pode se despedir da sua carreira também sua vadia, eu vou destruir você. - Carolina bateu a porta com força ao sair.


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