Vítima. escrita por G I Dallastra


Capítulo 4
Maria de Fátima: Vítima da Ambição, parte 3.




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Maria de Fátima tinha todas as armas a seu favor, ela sabia que Rubens era infiel, tinha as imagens de Ângela traindo Rubens e a oportunidade perfeita havia chegado para ela dar em cima de Rubens. No dia 23 de novembro, a revista daria uma festa de natal para os funcionários e na lista de convidados, havia sido confirmada a presença de toda a família Machado.

 

***

Rubens estava no banheiro lavando as mãos e percebeu que alguém entrou e trancou a porta, ele assutado olhou para trás e se deparou com Fátima e antes mesmo que ele dissesse alguma coisa, ela partiu pra cima dele, beijando-o e ele não resistiu.

— desculpa, ai meu Deus que loucura é essa! - disse Fátima cobrindo o rosto. - que vergonha, a Ângela é a melhor patroa do mundo, eu não posso fazer isso.

— calma minha querida, se acalme, isso pode ficar só entre nós – disse Rubens sorrindo gentilmente para Fátima – mas acho que a gente não deveria continuar aqui agora com a minha mulher a poucos metros de distância.

Rubens sugeriu que os dois continuassem outro dia com hora e local combinados, pois ali era arriscado demais, ideia que Fátima achou ótima. Ela havia chegado ao ponto onde tudo o que ela havia sonhado estava concreto agora.

Com o passar do tempo, eles começaram a se ver com mais frequência, ela foi conquistando a confiança de Rubens e avaliando como conseguiria separá-lo da mulher, tudo estava dando certo, porém Fátima nem fazia ideia que seu passado ainda estava vivo.

Era uma tarde de segunda, Fátima estava no estacionamento da revista, havia sido deixada ali por Rubens após os dois terem ido a um motel no horário de almoço e ela entrava por ali para ser mais discreta, então, ao passa pelo vão de dois carros, algo agarrou seu braço com muita força e a puxou para trás, por um instante ela ficou apavorada pensando tratar-se de um assalto.

— pelo amor de Deus, pode levar tudo, só não me mata! - ela disse apavorada, porém o que veio a seguir a deixou muito mais aterrorizada do que a ideia de ser assassinada por um bandido.

— a secretária dando pro patrão, francamente Fátima, de você eu esperava algo mais original – a voz de Carlos entrou pelo ouvido de Fátima e desceu por sua espinha congelando-a.

— o que você está fazendo aqui? Como você me achou?

— isso não interessa, o que te importa agora é que antes eu era teu cúmplice e te amava, mas agora meu silêncio ficou bem caro sua vaca.

— solta meu braço e vamos conversar, a gente pode se entender, eu ainda não tenho nenhum dinheiro mas…

— não me vem com essa! Eu sei que você deve conseguir arrancar algum desse velho otário aí. Você tem dois dias pra me arrumar uma entrada, ainda vou ser bonzinho e te deixar você decidir quanto vale o meu silêncio.

— tá, como eu te acho?

— eu te acho. Daqui a dois dias, depois do meio dia vocês esteja com a grana que eu te acho.

Na sala de Ângela, nesse mesmo momento, Marcela e Ângela conversavam.

— você disse que tinha coisas pra me vender e que essas coisas eram do meu interesse. O que Diabos poderia estar nas tuas mãos que me são de interesse? - Ângela estava curiosa.

— fotos minha querida amiga – Marcela olhava para Ângela sorrindo, com aquele deboche característico de Marcela que tanto irritava a todos – fotos das aventuras do seu marido.

— eu imaginei que fosse algo do gênero vindo de você. De que se trata?

— seu marido e uma funcionária de sua confiança entrando em um motel.

— funcionária da minha confiança? Me mostre isso agora garota!

— claro, mas primeiro, valores – Marcela sorriu enquanto Ângela abria o talão de cheques.

Alguns minutos depois, Fátima chegou em sua mesa e notou que Ângela não estava em sua sala e sobre sua mesa havia um bilhete escrito “me encontre na sala de reuniões no segundo andar, Ângela”. Sem desconfiar de nada, Fátima pegou sua bolsa e foi para a sala. Ao abrir a porta, Ângela convidou-a para entrar, quando Fátima entrou, Ângela trancou a porta. Fátima olhou com estranheza e Ângela foi em sua direção sorrindo, parou na frente de Fátima e deu-lhe uma bofetada que lhe arremessou sobre uma cadeira.

— mas o que é isso Ângela, você ficou louca? - disse Fátima assustada, fingindo dor em sua fala.

— você tem cinco minutos pra juntar as suas tralhas da mesa e sumir da minha empresa sua prostituta! - Ângela foi enérgica.

— mas o que houve?

— não perca seu tempo fingindo que é inocente sua cadela, eu tenho fotos de você e do canalha do meu marido saindo de um motel.

— mas Ângela, eu fui conversar com ele, pra ajudar ela a organizar uma surpresa pra você lá, ele ia te levar a noite…

Ângela ergue Fátima pelo braço e lhe dá outra bofetada na cara que dessa vez, lhe joga no chão.

— não insulte a minha inteligência, sua cadela ordinária!

Fátima mudou o semblante de uma falsa dor para uma frieza absoluta, ela levantou-se, arrumou o cabelo que estava sobre seu rosto e caminhou calmamente até sua bolsa. Ela pegou um pen-drive e conectou ao computador da sala de reuniões e colocou para passar no telão que havia na ponta da mesa o vídeo de Ângela e Ricardo se beijando sobre a mesa do escritório dela.

— mas que baixaria é essa sua desgraçada? Como você conseguiu isso? - ela investiu com ódio em direção a Fátima.

— eu pensaria muito bem se você em me agredir novamente.

Ângela parou e ficou olhando fixamente nos olhos de Fátima.

— eis as regras do jogo querida, eu não vou me demitir coisa nenhuma e você vai aumentar meu salário, ou esse videozinho vai parar na internet.

— você está completamente louca sua desgraçada?

— a partir de hoje, se eu fosse você, pensaria muito bem em como fala minha querida, se você não quer que eu acabe com sua carreira e sua moral nesse país. A, vamos fazer assim, vamos ser uma grande família feliz você, o Ricardo, o Arnaldo e eu. - Fátima sorriu sarcasticamente para Ângela – e ainda vou ser querida, vou te dar tempo de fazer um pé-de-meia antes de fazer o Arnaldo se separar de você. Ai ai, agora que os termos estão todos bem claros, me sinto bem melhor. A, e mais uma coisa minha querida, não adianta tentar fazer nada comigo, porque eu tenho gente da minha confiança que tem cópias do vídeo, se eu morrer em algum assalto, acidente ou coisa do tipo, isso vai parar na internet.

Fátima saiu da sala de reuniões de Ângela ficou lá, tomada pela raiva, ela havia declarado guerra à Fátima e ia dar um jeito de destruí-la antes que ela a destruísse.


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