Por Violetta

Eu não precisaria estar passando por isso... Eu não precisaria ter mudado de Madrid, eu não precisaria mudar o meu jeito de ser. Tudo por culpa dela.

León: Você se machucou? – eu neguei – F-Foi só um susto, não precisa chorar.

Eu passei a mão pelo rosto secando as poucas lágrimas. Ele se agachou e pegou o folheto da escola que tinha caído.

León: Você está indo pra lá?

Violetta: Sim.                                                                  

León: Então vamos.

Violetta: Não, eu n-não.

León: Não adianta me impedir, eu vou te ajudar.

Eu abri a minha boca para contestar, mas ele começou a andar e eu consequentemente o seguir.

León: A escola fica por aqui, você sabe que a essa hora já perdeu a primeira aula, não sabe?

Violetta: Eu não pretendia me atrasar – continuei andando olhando pro chão.

León: A propósito me chamo León Vargas.

Violetta: Eu sei – olhei para ele que tinha uma expressão confusa – Na livraria, a garota já te chamou algumas vezes.

León: Ah, sim.

Violetta: Me chamo Violetta Castillo.

León: Eu sei – e foi a minha vez de ficar confusa – Naquele dia no hotel, eu te ajudei, lembra? Ou você continua pensando que eu estou te perseguindo?

Eu corei e voltei a andar olhando para o chão. Ficamos alguns minutos em silêncio... O silêncio pra mim sempre foi reconfortante, mas ficar em silêncio com uma pessoa como o León ao seu lado é... Que? NÃO, o silêncio é muito reconfortante, não é porque uma pessoa como ele está ao meu lado que eu vou ter que conversar, certo? Não... Sabe aquelas cenas de desenhos animados onde o personagem tem o seu lado bom e o mal? E cada um dá a sua opinião?... Pois é, acho que isso acontece comigo.

León: E então? O que se passa nessa cabecinha?

Violetta: Que?

León: Você está com a maior cara de ´´minha cabeça está trabalhando`` - o encarei.

Violetta: Os seus pensamentos são os seus maiores segredos.

León: Andou lendo algum livro de filosofia? – eu não respondi – Eu não duvido.

Viramos mais uma rua e eu já pude ver o grande campo da escola. Era um conjunto de uns quatro prédios e com um gramado verdinho com algumas árvores e algumas mesas.

León: Decorou o caminho? – franzi a testa.

Violetta: Não prestei atenção.

León: Sei – ele se aproximou de um grupo de pessoas que estavam em uma mesa – Tá todo mundo matando aula?

xXx: A professora de literatura faltou, só entramos na segunda aula – falou a morena que trabalhava na livraria.

León: A professora faltou logo no primeiro dia de aula? Não tem coisa melhor – ele falou sarcástico.

xXx: Só você que acha isso ruim mano – falou um baixinho com boné.

xXx: Eu te conheço de algum lugar – falou uma ruiva, mas desta vez era para mim.

León: Pessoal, essa é a Violetta... Violetta esses são Maxi, Camila, Francesca, Broduey, Naty e Ludmila.

Violetta: Oi – falei baixo.

Francesca: Finalmente o garanhão teve coragem de falar com você? – ela levantou da mesa e passou o braço pelos ombros do León.

León: Francesca...

Francesca: Acho que lembra de mim da livraria – ela estendeu a mão e eu a cumprimentei – Não ligue pro meu irmão, ele às vezes pode ser irritante.

Violetta: Irmão?

Francesca: É, essa coisa é meu irmão.

León: Eu não sou surdo.

Francesca: I love you – ela fez um coraçãozinho com as mãos e eu não pude evitar de rir e eles olharam para mim.

Violetta: Desculpa – corei.

Maxi: Vai se acostumando com as loucuras desse dois Violetta.

Quem seriam eles? Os populares? Os excluídos? Os baladeiros ou os nerds? Em um analise de primeira vista é difícil explicar, seriam os que tiram sarro dos esquisitos? Os bajuladores de professores?... Quem são eles na grande pirâmide, na grande divisão escolar?...