Memories escrita por Yuuko chan


Capítulo 6
Capítulo 4




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Talvez tudo aquilo não fosse mais que apenas um sonho estranho, daqueles que não se esquecem incluso depois de abrir os olhos ainda estando sonolentos. O tipo de sonhos que Melina transformava em estórias numa página vazia de world.

 Sim, deve ser isso.  Ela refletiu levantando as pálpebras com lentidão, mas tudo o que viu foi um interminável borrão de cores  sem vida. Melina não lembrava que o teto de seu quarto fosse daquele tom...Talvez por que não estivesse em seu quarto em primeiro lugar.

Não é um sonho.

Não é um sonho...

Desperta!

Ela lembrou-se então começando a tremer, claro que não havia sido um sonho. "A-a-aquele m-maldito Guia!" Melina tentou falar mas as palavras saíam como suspiros de seus lábios, era horrível tentar dizer coisas e saber que não poderia ser escutada.  Essa, foi a primeira vez em anos que ela voltava a ter medo do silêncio. 

Deus! Como Melina sentia falta de seus pais naquele momento. Ela juraria incluso que com apenas escutar a voz deles seria mais que suficiente.  Mas eles não estavam ali agora, e provavelmente não estariam nunca se ela não fizesse nada para sair daquele lugar.

Assim que com rapidez os dedos Melina foram ao pescoço, em busca de desconforto, mas já não sentia dor como fizera outrora.

Por que não doía?   

Por que respirava bem agora?

Por que começava a enxergar tudo e não conhecia o lugar onde estava?

A-ajuda....— Ela conseguiu dizer baixinho, lembrando de repente que alguém a havia tocado antes de que houvesse desmaiado pela falta de oxigênio. — Branco...—  sussurrou cuidadosamente, ainda não entendendo por que não podia mover as pernas. 

A sim, era certo. Ela voltou a lembrar que havia visto algo branco antes que tudo ficasse preto. Tão preto quanto o tom dá pele dela. Algo pálido e talvez delicado que a tocou antes que mundo desaparecera da vista de Melina. 

Um anjo, ameaçou com sair dos lábios dela, mas Melina se deteve ao final. — N...n...não...pen...se ...nisso..agora.. — Ela  repreendeu-se fraca.  Sendo a(o) desconhecida(o) anjo ou não, Melina tinha que sair daquele lugar. Não queria ter de comprovar em primeira mão que esse alguém terminasse por ser o demônio em pessoa. Talvez até um novo Jack estripador.

  ★★★    

Sair....     sair.....     Sair.....

Rondava pela  mente de Melina enquanto ela tentava levantar-se várias vezes até ficar exausta. Estava cansada demais até para manter os olhos abertos. "Eu não quero dormir!" Ela quase implorou a seu corpo para que reagisse aos comandos, mas era em vão.  A cabeça dela começava a dar voltas, e Melina já não pensava em outra coisa mais que descansar, nem que fosse apenas um cochilo.  Mas ao mesmo tempo na cabeça dela rondavam as lembranças de sua família, da dona Claudette também, a vendedora de Avon que sempre passava pela casa de dela. Ou dos projetos que ela sequer teve a chance de continuar, e que possivelmente seguiriam inacabados se ela fechasse os olhos.

Tinha que seguir desperta para sair......  

tinha que seguir despertar para sair....

Cantarolou para si mesma, mas por desgraça, a pesar de que estivesse  lutando com unhas e dentes para seguir estando de olhos abertos, terminou caindo num sono profundo não muito depois disso.

  ★★★  

Quando Melina voltou a abrir os olhos tudo ao seu redor parecia estranho.  A  garganta dela já não estava seca, e  se sentia um pouco grogue. 

Acho que eu dormi demais. Ela pensou girando a cabeça de um lado para o outro tentando acostuma-se ao entorno, até que de casualidade se encontrara com um lindo par de olhos azuis fitando em sua direção. Ou seriam de outra cor?

Se fosse em condições normais, coisa que não era, Melina provavelmente houvesse gritado de susto. Talvez até tivesse tentado fugir, mas... algo superior a ela  a fazia continuar quietinha bem a onde estava, deitada em uma espécie de cama, e encarando ao desconhecido a uns quantos metros longe dela.

— MOçO....— Ela indagou depois de um longo silêncio incómodo com a voz turva, como se estivesse completamente bêbada e com a cabeça nas nuvens. 

O carinha que a estava observando levava uma espécie de cosplay que Melina nunca havia visto antes, com uma peruca branca que le chegava até a virilha e umas lentes de contato de dar inveja. Sem contar também o excesso de maquiagem que ele levava posto para parecer mais pálido, com uma aparência quase quebradiça estilo: "Se eu te der  um tapinha você se desmonta."   

Mas para vexame de Melina o tipo não fez ademã em respondê-la, sequer teve a delicadeza de dizer "o que fosse" para ela, somente a seguia observando como um médico louco, a ponto de experimentar com a pobre cobaia dá vez.  E Melina não queria ser tratada como uma rata de laboratório. Não MESMO!     

Se eu cair pra cima dele aposto que ele quebra. Ela pensou bolando um plano. Ainda estava grogue e não tinha a menor idéia de onde diabos estava, mas uma parte sua, a mais racional naquele exato momento a dizia que se concentrasse em buscar uma escapatória.  O único problema era, que a parte racional de Melina estava falhando.

 — MOçO du cosplai! Cê nun quer me mata non, certu? — Ela bufou um monte de palavras inconsistentes acreditando por um momento que foi entendida. — Moçu?..— Repetiu tentando levantá-se com dificuldade, até que,  o estranho a deteve em seco com apenas um olhar.  Não fez nem falta que ele se levantasse da janela  a onde estava repousado preguiçosamente, ou que caminhasse até onde Melina  se encontrava, não. Com apenas um olhar, sim, um único maldito olhar foi mais que suficiente para fazer Melina ter vontade de fazer xixi nas calças. Não havia dúvida de que aquele cara sabia dar um bom olhar assassino, e ò senhor, era algo divino de ver, e assustador ao mesmo f*dido tempo.

Mas quem culparia a ela de estar assustada? Não seria a primeira vez que Melina fosse chamada de covarde. Ademais, a único diferença de sua infância com agora era que Melina não estava sofrendo bullying, senão que possivelmente um seqüestro(?) que terminaria em morte. E adivinha quem seria o cadáver? Melina Vázques, é claro.

— Não, humana. —  O carinha comentou de repente com voz neutra e calculadora.   Melina incluso percebeu incômoda como o olhar dele a perfurava de forma possessiva. — O que eu menos desejo é o seu falecimento.

— Cê non vaim  me mata entaum? — Melina voltou a perguntar confusa pelo o modo estranho que ele falava, mas claro, sem mover-se do lugar tampouco. Sendo dócil como uma boa garotinha.

— Por suposto que não humana.— Ele garantiu levantando-se da janela com graça e delicadeza, parecendo que flutuava sobre o chão ao invés de andar sobre o mesmo.  Era quase.....surreal.

— Moçu du cosplai?

Ele voltou a observá-la sem dizer palavra. Outra vez o silêncio. Ótimo.

— Eu querô ir pla casa.— Ela falou baixinho, quase em um suspiro, mas o carinha pareceu havê-lá escutado perfeitamente.

— Isso não será possível.

— Pol quê? — Ela perguntou dessa vez baixando as pernas da espécie de cama que a haviam deitado.

— Porque, — comentou ele com desdém ou incluso tédio talvez.— você me pertence agora.— Explicou como se fosse algo que ela já devesse saber.

— Moçu, eu non sou um cachorro non.— Falou confusa. Melina tinha quase certeza de que não era propriedade daquele cara, mas a cabeça dela ainda dava voltas, infinitas voltas imaginárias. Assim que quem sabe? Talvez ela fosse dele mesmo.

Então, as coisas começaram a mover-se rápido demais para Melina captar com os olhos a tempo,  ela estava ida demais para reagir, grogue demais fazer ou pensar em algo. Quando já se dera conta, o desconhecido estava bem diante dos olhos dela.

—Wow moçu! Cê é rapidaum.—  ela sorriu como uma tola sem razão aparente. Algo de toda aquela situação a fazia graça, muita graça. — E MoçU, qual é o seu nomi? O meu é Milina. Non, espera. MI-LI-NA. Hey, tem algu mau na minha voz, vô repito pro cê, É Miline. Non, espera um momentum isso tampouco tá certu. É...

— Basta. — A voz era tão firme e neutra que fez Melina abaixar a cabeça  assustada de imediato. De um momento a outro já estava sóbria. O tom daquela voz foi suficiente para Melina reagir. 

— D-descul-pa.— Ela gaguejou do mesmo modo em que fazia quando era mais jovem, como um gatinho assustado.

—  Dorme um pouco mais. — Ele sussurrou dessa vez  inofensivo, doce até. 

Melina ainda assustada, se havia visto incapaz de levantar a cabeça até que ele a tocou no ombro. Mãos firmes.  Ela não teve muito tempo para reagir quando ele abriu a boca dela com cuidado, enquanto a dava algo liquido de beber. Melina deveria haver rejeitado, deveria haver lutado mas não podia, simplesmente bebeu obedientemente o que o lindo estranho a oferecia.

— É apenas água. — Ele explicou ficando de joelhos diante dela, até que os olhos dele voltaram a encontrá-se com os dela. — Dorme um pouco mais, humana.

— M-mas e-eu que-ro ir pra casa.— confessou.— E tenho medo. E quero chorar.

— Oh, pobre criatura miserável você é. — Ele comentou sarcástico. Melina assentiu com a cabeça, sem se dar conta do desprezo presente nos olhos dele. Ela estava hipnotizada pela luz do  estranho par de lentes azuis claros com toque escarlate.  Eram tão bonito....

— Por que o seu cosplay é tão perfeito? Parece até real.— Melina comentou sentindo sono, muito sono. Queria levantar o braço e tocar a orelha pontiaguda do carinha mas não pode.

— Cosplay? — Ele perguntou contrariado,  ainda que a sua face seguisse neutra. Como se não tivesse nenhum tipo de emoções, ou não  as mostrasse.

Melina não alcançou a dizer nada mais já que por segunda vez naquele dia, ou noite havia caído profundamente dormida. 

  ★★★

  Alexandrithiel conteve um longo suspiro de exasperação.  Que demônios era um cosplay para começo de estória? Ele se perguntou afastando-se da humana repousada na cama de folhas mortas, que ele já havia preparado com antelação. Perguntaria a ela depois quando voltasse a se despertar, era esse o único jeito.

—  Não esperava que as ervas medicinais tivessem tanto efeito em humanos. — divagou consigo mesmo, voltando até a janela da pequena casinha que Alexandrithiel fizera anos atrás para a momentos de aperto. —...Interessante. —  Pensou em voz alta revisando a zona florestal onde se encontrava pela décima vez, não queria visitas inesperadas.

A humana  não mostrava indícios de estar sofrendo, ou sentindo alguma espécie de mal estar. Parecia bastante saudável, e as marcas roxas de sua pele começavam a desaparecer. O único estranho nela era o modo da humana de falar. 

Talvez estivesse quebrada de verdade?  Voltou a observá-la com curiosidade antes de negar com a cabeça. Era mais que provável que fosse um efeito secundário das ervas medicinais que a administrou. 

— Tenho que levá-la daqui o mais rápido possível. — Tocou a ponta de seu cabelo com desconforto. Estava pegajoso e ainda havia sangue seca nele. —  Ya me ocuparé de ducharme más tarde*.— Deixou escapar em Espanhol.  

Fazia anos que ele não falava naquele idioma, talvez anos demais. Mas não é que ele gostasse de dialogar muito tampouco, Alexandrithiel era por natureza um elfo silencioso e solitário.

"Não é necessário falar quando o objetivo de um é cumprir ordens e matar."  Essa era a frase que Alexandrithiel ouvira sempre desde pequeno, e de forma quase religiosa ele seguia ao pé da letra esse provérbio. 

Ainda que houve duas partes da vida dele em que fizera caso omisso a essa sentença. E as duas vezes que o fez, se arrependeu amargamente depois.

Jamais voltaria a fazê-lo. Ao menos, isso era o que ele pensava.

.........     

  Ya me ocuparé de ducharme más tarde* = Já me preocuparei em banhar-me mais tarde.  

 

 

 

 

 

†----------------------------Extras-------------------------------†  

 

— Olá querido leitor. Hoje eu venho a.....

— Senhorita Melody espera um segundo!  Você não vai dizer o que eu penso que vai dizer, certo?

— Mas o que você está fazendo aqui pirralho?! Ainda nem é a sua vez de aparecer na estória! Chama a Melina pra mim faz favor. Anda muleque! 

— Malvada! Nem vai me apresentar?

— Não quero. E tampouco vou dizer como você é, pirralho.

— Eu não sou um pirralho.  E por certo, sou muito mais velho do que você senhorita Melody.

— E gosta de homens também como eu, uma pena eu devo dizer. Você faz  o meu tipo. — chora lágrimas de crocodilo antes de  continuar — Bem! Desculpe leitor, esse "pirralho" daqui se chama Galahanthriel. Ele fará parte da ultima entrega da Trilogia "Memories", não liguem pra ele não, é de enfeite.

— Hey! — Cruza de braços por um momento. — Eu não sou de enfeite! — Suspira antes de seguir.—   Eu só vim aqui pra dizer aos leitores que a autora Melody é uma preguiçosa.  E que não acreditem no que ela dirá a continuação.

— Fecha o bico, pirralho.  Se você continuar não fará parte do último livro. 

— Viu leitor? Não acreditem nela.

— Quer apostar comigo pirralho? De verdade você pensa que eu não sou capaz? A Melina vai ficar chateada mais isso vai passar logo, logo. — Explica vitoriosa antes de prestar  atenção exclusivamente para o leitor. — Deixando "pirralhos" de lado, o que eu venho a dizer querido leitor, é que possivelmente tarde um pouquinho mais em atualizar a estória. Não mudarei o dia de entrega nem muito menos, só estou avisando.

— Ela só diz isso porque está ocupada demais fazendo fanfics de "Ozmafia" em Espanhol, leitor. É uma mulher malvada.

— E VOCÊ É DE ENFEITE!!—Diz tapando a boca dele. — ENFEITE NãO FALA.     

— Por favor senhorita Melody, seja mais adulta. — Suspira cansado.— Por que não ensina aos leitores a nova capa que você queria por na estória, em? É um pouco sem graça para o meu gosto, mas talvez eles até gostem.

— Eu não quero. A capa tá feia.

— Não custa nada mostrar para eles. Será o nosso segredo.

— A Melina vai me matar se eu mostro para os leitores.  Ela não gosta de pôr maquiagem e pensa que na foto saiu horrorosa.

— Hey!

— Okay....Okay. Eu vou mostrar, mas só por um momento.

 

 

 

 

 

 

 

— Ninguém viu nada.... Entendeu?

— Eles entenderam perfeitamente senhorita Melody.— A pega do braço com delicadeza.—  Por que não acabamos de uma vez? Os leitores já devem estar cansados de nós. 

— Certo.

 — E você sabe que se a minha..

— Hey!

— Desculpe! Quase deixei escapar um spoiler. Melhor acabamos de uma vez por todas.

— Antes que você dê com a língua nos dentes. 

— Sim.

— Okaaay. — Sorri. — Bem leitor, isso é tudo por hoje. Peço desculpas por Galahanthriel, ele é um fedelho que sempre se mete a onde não é chamado. Mas, se eu tardo em atualizar é pelo motivo explicado por ele anteriormente. Estou um pouquinho ocupada preparando oneshots de "Ozmafia" que em um começo estão em Espanhol, mas que será traduzido ao português depois.   Eu acho que isso tudo.

 

Bye Bye!


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