Daemon estava brincando no parque com as crianças.

Estava cansado de tanto conter os poderes de água, já que não queria ser encarado como uma aberração pelos amigos do bairro, então havia parado embaixo de uma árvore para descansar.

Precisava aliviar um pouco a pressão da energia de seus poderes, então discretamente escondeu os dedos das mãos por debaixo da grama e deixou a água escorrer para a terra, molhando um pouco as raízes da árvore. Relaxou o corpo e sorriu. Estava correndo tudo muito bem até ali.

Gostava muito de brincar na rua, de sentir o sol na pele e de fazer amigos. E, quando ninguém olhava, podia se aliviar e se refrescar com sua energia transformada em água enquanto observava os outros se divertirem e chamarem para que voltasse logo.

No entanto, naquele dia sua atenção foi puxada para longe de seu grupinho de amigos. Para a janela da casa na frente da qual estava brincando.

De longe, estava parecendo meio branca, mas Daemon logo percebeu que ela estava congelada. No meio do verão. Como era possível?

Então viu a silhueta de um garoto pelo vidro. E entendeu.

Ele era como aquele garoto. Havia ganhado poderes cedo demais. Mas pelo que estava percebendo, o garoto era muito mais poderoso do que ele. Sequer podia sair de casa para brincar pois não era capaz de conter a energia que tinha fluindo por seu corpo.

Por mais que a situação fosse triste, Daemon se sentiu confortado. Não estava sozinho no mundo.