Zootopia 2 - As regras de Nick Wilde escrita por Untitled blender


Capítulo 21
Assalto


Notas iniciais do capítulo

mais um cap difícil de escrever, espero que gostem!



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O dia estava quase no fim, e o sol tingia tudo de dourado, um ano e cinco meses após o caso do sequestro. A imensa sala estava totalmente decorada, desde o mais simples arranjo de flores até os arcos mais elaborados. Dezenas de mamíferos aguardavam sentados nos bancos longos de todas as alturas. O sol atravessava as janelas decoradas e caía em lindos raios sobre o tapete.

Nick e Judy haviam discutido durante meses antes daquele dia, cada mínimo detalhe. Ele usava o uniforme de gala da corporação, com todas as cinco medalhas que ele havia ganhado. Judy estaria com o seu, se Bonnie não tivesse insistido tanto no vestido. Mas, enquanto a marcha nupcial tocava e Judy Hopps caminhava em sua direção com o pai à direita, Nick teve que reconhecer que fora uma excelente escolha.

A cada passo que a coelha dava, cinco ou seis flashes acompanhavam o movimento, e dez ou vinte lágrimas vertiam dos olhos do seu pai. O vestido era branco, longo e cheio de detalhes, mas não tinha cauda. Eles haviam discutido por duas madrugadas seguidas se Judy usaria um véu ou não. No fim, a própria Judy eliminou qualquer hipótese de isso acontecer.

Se Nick sorrisse mais, alguma presa no salão poderia se assustar com seus dentes extremamente brancos, afiados e brilhantes. Quando Judy chegou ao seu lado no altar, ele soube que nada poderia dar errado.

A coelha lançou um rápido olhar de ansiedade na direção do parceiro, e ele retribuiu com o olhar mais calmo e confiante que sabia fazer. Claro que também houvera uma discussão extremamente cansativa a respeito de quem iria ministrar a cerimônia, já que haviam vários conhecidos deles que poderiam fazer isso (sim, o chefe Bogo esteve nessa lista).

No fim, para encerrar as discussões, eles haviam contratado um desconhecido que, aparentemente os conhecia.

Nick não conseguiu prestar a mínima atenção a qualquer palavra entre “estamos aqui reunidos” e “se alguém tem algo a dizer”. É claro que muitos animais tinham muitas coisas a dizer, mas ninguém se pronunciou.

— Você, Nicholas Piberius Wilde, aceita Judy Hopps como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?

Nick olhou uma última vez para o rosto da coelha que aprendera a suportar, gostar e... Amar seria a palavra certa? Antes que pudesse pensar mais, sentiu seus lábios moverem-se por conta própria, pronunciando a palavra que selaria seu destino.

— Aceito.

— E você, Judy Hopps, aceita Nick Wilde como seu legítimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?

 Os animais na sala prenderam a respiração inconscientemente. A maior parte dos convidados consistia na família Hopps e parentes. O DPZ havia sido oficialmente convidado a participar, com Garramansa e chefe Bogo lado a lado na primeira fila. Os dois trocaram olhares, mas não disseram nada.

O pai de Judy era outra história. Em pé, próximos ao altar, ele e Bonnie assistiam a cerimônia com os olhos marejados. Até que Stuart disse algo como “ah, minha nossa, lá vem a choradeira”.

A única coisa que Nick pôde ouvir de onde estava foi a resposta de Bonnie.

— Ah, Stu, engole o choro.

Judy não pareceu ter ouvido. Ela sequer hesitou antes de falar.

— Aceito.

O ministro sorria de orelha a orelha ( detalhe: ele era uma zebra) quando disse:

— Então, pelos poderes a mim concedidos, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Nick se aproximou delicadamente de Judy, sorrindo. A coelha tinha a face sorridente e o focinho tremia como nunca. Nick teria que perguntar depois se era de medo, nervosismo, alegria ou Judy simplesmente não podia controlar. Eles se aproximaram ainda mais.

 Os olhos de Judy chegavam a ser hipnóticos, suas pupilas dilatadas de emoção e suas íris violáceas o instigando a explorar os seus segredos. Aproximaram-se mais. O tempo deixou de correr, o mundo ao redor deixou de importar, as centenas de animais ali deixaram de ser minimamente relevantes. Tudo o que importava eram os olhos de Judy encarando os seus, seus rostos tão próximos, seus corpos...

— Socorro, polícia! – uma voz foi ouvida ao longe –estão assaltando o banco!

Nick parou alguns milímetros antes de tocar os lábios de Judy com os seus. Eles olharam nos olhos um do outro, perguntando-se silenciosamente se eram capazes de fazer aquilo. Então fizeram. Os dois saíram correndo do altar, Nick sacando o rádio do cinto para chamar reforços, Judy segurando o vestido enquanto corria. Ela nem paro u para olhar quando o chefe Bogo pegou, acidentalmente, o buquê que ela jogou para trás.

Eles saltaram no carro e aceleraram, fazendo as latinhas amarradas ao para choque traseiro saltarem como grãos de pipoca numa panela quente. Judy atrapalhou-se com o vestido ao sentar no banco do motorista, e Nick riu quando ela tirou os saltos dos pés e jogou no seu colo.

— Qual o banco? – Nick perguntou no rádio.

Eles receberam a rua imediatamente, a apenas duas quadras dali. Quem quer que houvesse tido a brilhante ideia de assaltar um banco a duas quadras do casamento de Judy Hopps e Nick Wilde estava prestes a se arrepender. As sirenes estavam ligadas, e Nick pôs os seus óculos escuros enquanto Judy virava as esquinas de forma suicida.

Assim que eles entraram na rua, viram o carro vermelho a mais de 180 por hora. Judy nunca pareceu tão feliz quanto quando pisou ainda mais fundo no acelerador, fazendo a viatura disparar a mais de duzentos quilômetros por hora. As latinhas presas ao carro começaram a se soltar uma por uma, voando sobre a pista e ricocheteando ao acaso entre outros carros.

 O carro vermelho ficava cada vez mais próximo, seus vidros reflexivos não permitindo que a dupla visse quem dirigia. Mas era alguém com reflexos excelentes. Ambos os carros desviaram uma égua idosa antes de Judy emparelhar e fechar o outro carro, o obrigando a parar.

Nick desceu primeiro, se aproximando devagar do carro imóvel. Judy desceu depois, aparentemente não dando a mínima para o vestido de noiva quando gritou com o motorista de fuga.

— Saia do carro com as patas para cima! – Nick não entendia como ela conseguia soar ameaçadora vestida daquele jeito.

A porta do passageiro se abriu, e uma doninha saiu, soando mal humorada.

— Você me disse que era rápido! – Ducke doninha disse para dentro do carro antes de ter as mãos algemadas.

A porta do motorista abriu. Segundos se passaram antes que eles divisassem as garras levantadas sobre a porta do carro. mais alguns segundos se passaram antes que os pés do motorista posassem lentamente no chão. Então a porta abriu até o fim, revelando a preguiça com os braços levantados.

— Flecha, flecha – Nick disse – você deu brecha!

 

A preguiça levou exatos sete segundos para abrir o sorriso.

 

— Nnnniiiiiiiiiiiiiiiiiiick!

 

 


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Notas finais do capítulo

AINDA NÃO É O FIM!

AGUARDEM...