Teoria da Mente escrita por Yurippe


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente vou agradecer a Capricho por me ajudar a ter essa ideia KKKKKKKK Eu já tinha uma base como eu queria escrever essa fanfic e acabei pesquisando algumas coisas e achei um negócio bem interessante no site da revista Capricho e a ideia só foi se desenrolando e taram.

Espero que não tenha ficado estranha pois é a primeira vez que tento fazer algo assim, sobre explicar uma teoria e sobre fazer o Zoro já admitindo para si mesmo que ele gostava da Robin.

Mais uma obra do meu OTP, espero que gostem!



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Já era de noite, a maioria dos tripulantes do Sunny Go se encontravam dormindo, então o silêncio acabava dominando o navio.

Zoro tinha acabado de sair da cozinha, segurando uma garrafa de saquê, ele estava indo para o ninho da gávea, onde passava quase todas as noites lá, fazendo vigia, treinando ou até dormindo, que por sinal, ninguém precisava saber que as vezes, em vez de ele fazer a vigia, ele acabava simplesmente dormindo.

Ele logo subiu as escadas para o ninho da gávea e se surpreendeu com quem ele encontrou lá. Nico Robin estava sentada no sofá que tinha lá, ela estava lendo um livro e estava tão concentrada na leitura que não reparou que o espadachim estava em sua frente.

—Você não faz outra coisa diferente de ler um livro? — Robin desviou os olhos do livro para encarar o espadachim e sorriu. Ela já esperava por esse encontro.

— Não é verdade. — Robin continuou sorrindo. Ela apoiou sua cabeça com uma de suas mãos e ainda continuava a encarar Zoro. — Eu faço outras coisas, mas talvez ler é o que eu mais faço.

— Você é estranha. — Zoro disse e se sentou ao lado da arqueóloga. Ele tomou um gole de seu saquê e se espreguiçou, como ele estava esperando por esse momento. Chegar a noite, o navio em silêncio e só ficar ali, no ninho da gávea, tomando sua bebida, mas ele foi surpreendido pela arqueóloga que decidiu ler seu livro logo no local que ele passava quase todas as noites, mas não que a presença dela era inconveniente, para ele, talvez, ela ali era melhor do que ele ficar passando a noite sozinho.

— Por que estranha? — Não que o comentário do espadachim tivesse ofendido Robin, e ele sabia que ele não iria ofender. — Só por que eu gosto de ler?

— Sim. Quero dizer... — Zoro tentava explicar enquanto ele se perdia no olhar da arqueóloga que não parava de encarar ele por nem um segundo. — Se ler já é algo chato, eu não sei como você consegue ler tantos livros.

— Ler não é chato. — Robin suspirou e parou de encarar o espadachim depois de tanto tempo. — Enfim, é o gosto de cada um, eu já não consigo me ver treinando arduamente como você faz todos os dias, eu não gosto, mas já você gosta, e eu também te acho estranho por você treinar quase vinte e quatro horas por dia.

— O que? — Zoro fez uma expressão de irritado e Robin só acabou rindo. — Treinar é essencial, eu tenho que ficar mais forte, eu tenho motivos! — O espadachim cruzou os braços e permaneceu irritado.

—Então pronto, eu tenho um motivo para ler tanto.

— E qual seria? — O espadachim arqueou a sobrancelha.

— Porque eu gosto. — A morena sorriu para o espadachim e ele só conseguiu revirar o rosto.

E a conversa dos dois era sempre assim, com a arqueóloga encerrando o assunto, parecendo que ela tinha ganhado na pequena “discussão” que os dois faziam.

No começo, quando Robin entrou para a tripulação, Zoro se irritava demais com ela, afinal, ele não confiava nela. As atitudes dela acabavam fazendo ele enlouquecer, mesmo não entendendo o porquê, só de ela estar do lado dele já o irritava o bastante.

Algum tempo depois, ele já conversava tranquilamente com a arqueóloga, e as vezes ele até gostava da companhia dela. Ela era bem diferente do que os outros do bando, então as vezes os dois acabavam entrando em assuntos bem diferentes do que o Zoro costumava a discutir com o resto da tripulação.

Aos poucos, a necessidade da companhia da Robin foi se tornando claro para Zoro, e mesmo no começo, foi difícil admitir que ele sentia alguma coisa pela arqueóloga, algo que talvez ele nunca tinha sentido por outra pessoa.

Era impressionante como o tempo mudava o jeito de pensar de algumas pessoas.

— Por que você gosta de ler? — O Roronoa por fim perguntou o que ele sempre quis perguntar para Robin. Ele queria entender o que a arqueóloga via de interessante em livros.

Antes de Robin responder, ela ficou um tempo pensando, ela queria usar as palavras corretas para responder essa pergunta.

— Você já ouviu falar da teoria da mente?

— Teoria da mente? — Claro que ele não iria saber.

— Teoria da mente é uma habilidade humana que se trata de uma capacidade em que uma pessoa supõe o que a outra está sentindo. — Robin começou a explicar. — A prática pode aumentar a capacidade de interpretar qualquer pessoa, então é aqui que entra a leitura, ela pode ser uma experiência poderosa.

— Uma experiência poderosa?

— Sim! A literatura estimula a imaginação, cria um mundo de possibilidades interpretativas. Os leitores têm essa habilidade mais desenvolvida porque conseguem vivenciar as situações por outros olhos.

— Os personagens?

— Sim. — Robin ficou surpresa que Zoro estava acompanhando a explicação.

— Você gosta de ler porque você tem facilidade em entender o que os outros estão sentindo? — Zoro coçou a cabeça, toda essa explicação já tinha sido muito para ele.

— Acho que sim. — Robin apertou as mãos e olhou para baixo. — Só que o mais engraçado é que eu consigo entender eu mesma.

— O que você quer dizer? — Zoro a encarou confuso.

Robin não respondeu, só ficou encarando o chão por alguns segundos e logo depois voltou a olhar o espadachim.

— Zoro, você sabe porque os leitores são as melhores pessoas para se apaixonar?

— Não.... — O espadachim não entendia onde a morena queria chegar.

— Pessoas que leem aprendem a compreender melhor os outros. Por isso, os leitores conseguem ter mais empatia e entender melhor diferentes pontos de vista. E também, os leitores conseguem se expressar melhor com pensamentos mais profundos.

Zoro não disse nada, só ficou olhando a morena. Talvez ela tinha razão sobre isso tudo, isso explicava muita coisa para Zoro.

— Enfim, acho que falei muito por hoje. — Robin pegou seu livro e se levantou. — Boa noite. — Robin olhou mais uma vez para Zoro e sorriu e por fim se virou parar ir embora.

Só que Robin não esperava que Zoro iria segurar sua mão. Sem dizer nada, a arqueóloga se virou e encontrou o espadachim de pé, em sua frente. A morena só esperou o espadachim se pronunciar, o que não aconteceu.

— Tem alguma coisa de errado? — Robin quebrou o silêncio.

— Agora eu sei que eu me apaixonei pela pessoa certa. — Robin arregalou seus olhos. Como se fosse uma bomba aquela fala surgiu do nada, algo que ela nunca iria esperar que saísse da voz de Roronoa Zoro. Ela ainda tentava processar a fala do espadachim, mas o mesmo parecia que não queria dar tempo para ela.

Zoro, ainda segurando a mão de Robin, puxou a mesma para mais perto de si, quebrando espaço que tinham entre os dois. Zoro não pensou duas vezes e selou seus lábios nos dela. E esse ato era outra coisa que Robin nunca iria esperar de Zoro, mas mesmo assim ela correspondeu o beijo. Um beijo que talvez ela esperava por meses para acontecer.

Quando se separaram, dava para perceber que Zoro estava corado, por conta disso, Robin riu mais uma vez naquela noite.

A arqueóloga estava ainda um pouco confusa com o que tinha acabado de acontecer, mas mesmo assim estava feliz, por isso ela não parava de sorrir.

— Você agora admite que a leitura é interessante? — Robin sorriu convencida.

— Você tem razão. — Zoro virou o rosto, ele odiava admitir que estava errado.

— Claro que tenho. — Robin disse continuando sua expressão de convencida.

O que Robin um dia tinha dificuldade de expressar para Zoro tinha se tornado real.

Com passar dos dias, Zoro foi entendendo que se apaixonar pela Robin foi uma das melhores coisas que tinha acontecido para ele. Robin não era só inteligente, ela era sábia e para ele, ser sábio era algo cativante, e isso a fazia ser irresistível.

 Zoro, por fim, chegou a uma conclusão, namorar alguém que lê é como namorar milhares de almas, é como receber toda a experiência que adquiriram de tudo que já leram e a sabedoria que vem com essa bagagem.

Se você namora alguém que lê, então você também viverá milhares de vidas diferentes.


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