Era meia-noite no cemitério.O vento açoitava o portão de ferro antigo enquanto o cadeado era fechado e trancado.
 O coveiro vai embora.Pensava no enterro que ocorrera pela manhã.Fora meio escandaloso.O único que parecia mais calmo era um garoto de uns dezesseis anos.Porém este parecia o que mais sofria pelo acontecido.
   O silêncio retornou ao cemitério,o santuário dos mortos.
 Uma ave grande sobrevoou o céu límpido.O pássaro enorme pousou em um caixão 'xique'e negro como breu.
  Um som forte ribombou pelo lugar sombrio e o animal saiu voando assustado.
  Um novo som como um trovão resvalou sobre tudo.
 De repente começaram a se ouvir ruídos,como se unhas estivessem arranhando madeira.
   Bum!Bam!Bam!Bum!Bam!Bam!
   Uma série de batidas fortes e aterrorizantes.
  Fortes.Como poderia alguém vivo estar no cemitério batendo em alguma coisa.O que seria?Madeira?

   Aterrorizantes. 

  Aterrorizantes por que estavam mais insistentes.
  Aterrorizantes por que provavelmente não havia nenhuma pessoa viva de verdade no cemitério.
  Aterrorizantes por que as batidas cada vez mais fortes vinham de um caixão.

 Não era um caixão qualquer e sim um caixão todo negro e de uma pessoa que deveria ter sido muito rica quando estava viva.

   E principalmente,era tudo tão aterrorizante por que naquele momento houve uma pancada tão forte e bruta no caixão que sua porta se abriu.

  Como o tipo de 'dormitório' para o morto que estava ali era diferente dos outros,o lugar onde o corpo estava era mais raso que o dos outros.
   O guincho estridente da porta se abrindo parou.Como se aquele fosse um momento completamente normal,o vulto quase nu de uma forma feminina se elevou sentado.
   Os cabelos castanhos do vulto caiam em camadas sobre o ombro nu de pele tão branca como o próprio branco.Os fios do cabelo se moveram como se tivessem vida própria já que não havia vento algum e o vulto levantou a cabeça.

   O rosto lindo e branco como moldado por um artista talentoso abriu os olhos e revelos os olhos verdes de Alice Swats.