How To Save A Life escrita por LLPotterhead


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hello :)
Primeira fic Swan Queen que eu posto aqui, espero que gostem :)



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~Emma Swan

Se você procurar qualquer fonte fictícia para amnésias e perdas de memórias pós-acidente, vai ver várias pessoas esquecendo coisas seletivamente. Histórias bonitinhas de pessoas esqueceram sua história de amor/o filho que tiveram com, sei lá, algum príncipe montado em um cavalo branco e depois lembram. No final, sempre termina bem, e as pessoas sempre lembram.

O problema geral das minhas últimas semanas é que minha vida não é uma novela mexicana. E me garantiram que eu muito provavelmente nunca me lembraria dos seis meses que eu esqueci.

A realidade sempre explodindo na minha cara. Legal.

Então, eu estava recorrendo a maneira mais prática de resolver qualquer problema: Fugindo dele. Eu quero dizer, literalmente falando. Eu estava fugindo do hospital.

O corredor estava praticamente vazio, o que era bom porque impedia que qualquer um me visse caminhando por aí com uma camisola de hospital, casaco do Bob Esponja e pantufas dos mimions – julgue-me pelo meu bom gosto na hora de me vestir, sociedade – e acabasse se perguntando coisas como, por exemplo, “O que diabos essa louca tá fazendo?”.

Era idiotice fugir do hospital, admito. Não ia realmente resolver nada. Mas eu precisava da sensação de que pelo menos estava tentando fazer alguma coisa. E apesar de eu achar que quando eu chegasse em casa minha melhor amiga ia querer me estrangular por ter fugido do hospital, eu imaginava que ela e meu irmão deviam estar precisando de mim – isso se a doida da Ruby Lucas já não tivesse colocado fogo no apartamento -.

Era pelo menos minha terceira ou quarta fuga em um mês, e cheguei a conclusão de que eu não servia para isso quando no meio de uma tentativa de passar despercebida, eu esbarrei em uma pessoa. Eu nem tinha saído da droga do corredor, e já tinha estragado tudo.

Parabéns, Emma.

— Emma Swan? – a pessoa me questionou, olhando para baixo.

Não, o Darth Vader.

— Não! – eu tossi e arregalei os olhos quando notei que aquele era o meu médico. Ferrou. Fujam para as colinas – Quer dizer, sim. Quer dizer...

— Outra fuga, Emma? – David Nolan, o médico, me encara e suspira – É tão difícil assim ficar no seu quarto?

Reviro os olhos.

— Também seria pra você, se fosse obrigado a ficar preso lá.

David abre a boca para me dizer alguma coisa, provavelmente um sermão sobre como a recuperação é mais rápida se você não fica fugindo do quarto como se fosse uma criança de cinco anos, e blá, blá, blá, mas acaba sendo interrompido pelo meu melhor amigo gritando do outro lado do corredor.

— SWAN! – Killian estava com metade do cabelo parecendo um ninho de urubu, porque eu o tinha deixado no meu quarto dormindo no sofá. Todas as minhas fugas tinham sido feitas durante as visitas do Killian, porque sempre que eu dormia (ou que ele achava que eu estava dormindo) eu podia fugir tranquilamente.

— Ela fugiu de novo – meu médico disse a ele, falando de mim como se eu nem estivesse ali.

— Emma – ele brigou comigo.

— Killian – eu revirei os olhos.

— Você precisa aprender a lidar com isso – David repetiu a mesma coisa que dizia sempre – Você precisa fazer mais consultas com os psicólogos, e...

— Pela última vez - eu rosnei – minha cabeça está muito bem, obrigada. Eu não pirei.

Não devia ser muito bem o que parecia pra quem olhava para mim, vestida com roupas infantis, fugindo de um hospital.

— Emma – David Nolan suspirou, colocando a mão amigavelmente sobre o meu ombro -, você precisa ter esperança e acreditar que vai lembrar.

— Não preciso de esperança, preciso de respostas – reclamei.

Eu fechei os olhos, me lembrando dos sonhos que eu tinha toda noite. Fragmentos de memória que não ajudavam em absolutamente nada, exceto em acabar com a minha sanidade mental. A memória mais clara que eu tinha era de mulher morena de olhos castanhos, que sempre aparecia nos meus sonhos sorrindo sarcasticamente. Eu não me lembrava dela de nenhum momento antes da minha perda de memória, e nunca tinha perguntado para Ruby – que, sendo minha melhor amiga, deveria saber me responder – ou Killian. Poderiam achar que eu estava louca (mais louca do que já imaginavam que eu estava).

O pior é isso: não dá para confiar na minha própria cabeça. Desde que eu acordei, fico imaginando qual é a ligação dela com tudo que eu não consigo me lembrar, mas não dá para realmente avaliar isso sem saber se ela é real.

David desistiu de falar com uma parede loira e foi enfiar agulhas cruelmente no braço de pessoas, ou faze-las tomar remédios com gosto de lama, ou sei lá o que mais médicos fazem. Assim que ele virou as costas, Killian começou a me puxar – delicado igual um cavalo – e abaixou, sussurrando perto do meu ouvido:

— Não sei porque você quer tanto fugir daqui – ele abaixou mais o tom de voz, até eu quase não conseguir ouvir, quando uma enfermeira passou – Te dão gelatina de graça.

Revirei os olhos.

— Você é um idiota, Killian.

Ele fez bico, falsamente magoado, e eu lhe dei um soco fraco no braço.

Desde que tinha feito 18 anos eu morava com Ruby Lucas, a louca que eu chamo de melhor amiga, e meu irmão mais novo, Henry. Killian ficou sem lugar para morar depois de ficar desempregado – ou melhor, ser despedido por discutir com o chefe – e veio para o nosso apartamento. A intenção inicial era que ele ficasse com a gente alguns meses, até achar outro lugar para morar, mas estava morando lá há três anos. Éramos como uma família muito doida, ou os três mosqueteiros – só que com bem menos coordenação motora -.

Killian e eu voltamos pelos mesmos corredores que eu tinha passado na hora de fugir, e dessa vez eu estava na velocidade lesma, porque tudo no meu corpo doía.

Talvez meu médico estivesse um pouquinho certo e eu não devesse ter fugido do hospital do jeito que eu estava.

Mas ele só estava um pouco certo, isso não significa que eu estava errada.

Depois do que pareceu uma eternidade, chegamos no quarto onde eu estava presa internada. O prontuário pregado na porta dava alguns detalhes sobre a minha pessoa:

Nome do paciente: Emma Swan

Idade: 23 anos

Descrição: Acidentada, perda de memória.

Observação: Propensa a fugas.

 

Bufei com a última parte, adicionada a caneta recentemente. As enfermeiras deviam ler isso e tirar no pedra, papel e tesoura quem ia tomar conta da louca.

Killian me obrigou a deitar e chamou uma das enfermeiras para reconectar todos os cabos, e soros, e outras coisas no meu braço. Eu parecia quase uma almofada de agulhas. Ele não ficou nem um pouco sensibilizado com o meu estado deprimente – auto piedade é ótimo – e disse que precisava ir buscar Henry na escola, já que Ruby provavelmente se esqueceria de fazer isso (de novo).

— Eu volto para te ver amanhã, Swan – ele disse enquanto saia do quarto e me abandonava, já que ele não me ama e quer me deixar aqui com um monte de agulhas – Não faça nenhuma merda enquanto eu estiver fora.

Claro, porque ele estando aqui ajudou muito a me impedir de fugir.

Fiz o que a Ruby chamava de “cara emburrada de criancinha mimada” e acenei para ele.

Encarei o teto, infeliz.

De volta á estaca zero.

A enfermeira que estava cuidando de mim era praticamente uma velha conhecida. O nome dela é Mary Margaret, e ela tinha a mania engraçada de me tratar como se eu fosse uma criancinha frágil, e ela, minha mãe. Conversava comigo sem me olhar como se cada um dos meus pedaços partidos de memória fosse maluquice.

Mary media minha pressão sentada na ponta da minha cama.

— Você sabe que não vai descobrir nada fugindo, né?

Ótimo. Agora vou ser julgada só porque tentei fugir. Merda, não é como se já não esperassem isso de mim.

— Pare de bufar e revirar os olhos, Emma – Mary Margaret me encara – Você vai acha-la, e descobrir o que quer que seja sobre os últimos meses.

Mary sabia da desconhecida que eu via em sonhos.

— Não é como se eu tivesse procurando um pacote de M&M, estou procurando uma pessoa – sem conseguir me controlar, bufei de novo – E, aliás, nem sei seu nome.

Mary Margaret colocou uma mecha loira para trás da minha orelha e se levantou.

— Se for isso que você realmente deseja, vai achar.

O que sempre disseram foi para ter cuidado com o que desejava.

Eu não tive.


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Notas finais do capítulo

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Xoxo.



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