Sinto meu corpo estremecer ao ouvir o barulho que fez quando o corpo de meu pai caiu no chão frio da sala. Minha mãe começou a correr, gritando e chorando, o homem efetua vários disparos na sua direção, errando todos. Ela pegou minha mão e me puxou pelas escadas, fechando bruscamente a porta do quarto, trancando em seguida. Ela colocou o dedo na minha boca, para que eu não fizesse nenhum barulho.

— Rápido, embaixo da cama. — Ela ordenou, apontando para a cama. A obedeci, e me encolhi no chão. Ela puxou a comoda para a porta, e ficou parada, silenciosa. Batidas fortes na porta fez ela saltar, consegui ouvir ela chorando, implorando para que ele não entrasse.

Ele dá um chute na porta, que a abri com força, empurrando a cômoda em seguida. Ele mira a arma nela que implora chorando. Tampo meu ouvidos, mas ainda consigo ouvir.

Três tiros.

O corpo dela cai, seus olhos azuis sem vida. Em seus lábios escorria o sangue vermelho.

Tampei minha boca com as mãos, tentando não fazer barulho, tentando não chorar. A unica coisa que pude ver eram seus sapatos brilhantes. Ele vasculhou o quarto, e quando o som das sirenes ecoavam pela casa, ele suspirou, e andou para a saída. 

Assim que a figura sombria saiu, me rastejei para fora do buraco escuro, e corri para a minha mãe. Havia tanto sangue. Um cheiro desagradavel. Segurei sua mão, e a chamei várias vezes. Sem respostas. Eu sabia que ela morta, mas não poderia aceitar. Senti uma dor insuportável no meu peito.

Os policias entraram, e um dele me agarrou e me abraçou, tampando meus olhos, era Ninkins, um grande amigo de meu pai. Algo inútil, pois já havia visto tudo.

— Está tudo bem, querida. Estou aqui. — Eu me esforcei para sair dele, eu queria minha mãe e meu pai. Porem, meu corpo estava sem forças, apenas fiquei em seus braços até tudo acabar.