A Princesa e o Revolucionário escrita por Elaena Targaryen


Capítulo 3
Le Sauveur


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Voltei com mais um capítulo! Espero que gostem. Bjs



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Suíça – Residência dos Bourbon, junho de 1815.

                Ela tinha sido acordada no meio da noite e estava assustada, conseguia ouvir o barulho da batalha que se formava atrás dela. Tinha sido Pierre quem fora a acordar, abriu a porta e rapidamente a fechou. Foi até a cama da princesa e com a pressa que estava a acordou com o máximo de delicadeza que conseguiu a colocou em seu colo e foi em direção à passagem secreta que tinha em seu quarto deixando para trás alguns soldados suíços que lutavam contra os soldados de Napoleão. Conseguiu chegar até o quarto da Rainha Maria por meio das passagens e Pierre pôde ver o alivio no rosto da mulher quando viu sua filha.

                -Minha princesa – ela disse e pegou sua filha, a enchendo de beijos.

                - O que está acontecendo mamãe? – a menina de 8 anos pergunta esfregando seus olhos com sono.

                -Lá fora tem um bando de homens maus querendo nos fazer mal querida.

                -São amigos daquele homem que está no trono do papai?

                Nem deu tempo para Belle ter sua resposta, um soldado entrou no quarto avisando que os homens de Napoleão estavam avançando cada vez mais para perto do quarto. Pierre começou a dar ordens para todos de como defender a rainha e a princesa. Quando terminou, só havia as duas e Pierre no quarto, ele se abaixou na altura de Belle e começou a dar instruções a ela.

                -Alteza, eu quero que faça um favor para mim pode ser? – ele pergunta e ela acena positivamente com a cabeça. – Se alguma coisa der errado e eu não entrar por essa porta, vai para as passagens e faça o caminho que a gente sempre faz para a cozinha tudo bem? Sua mãe estará junto com você e vocês duas conseguirão escapar daqui. – ele terminou de falar e viu o medo em seus olhos – Você vai conseguir. Nunca se esqueça de que você é a princesa da França, entendido?

                -Sim Pierre. – ela responde – Mas não vai embora – ela diz e o abraça. Não queria perdê-lo, há 3 anos que conviva com ele e se sentia sempre protegida, queria mantê-lo para sempre consigo.

                -Eu vou fazer o que eu sempre fiz: proteger você e sua mãe. Prometo que vou fazer o meu melhor para voltar.

                Pierre deixou mãe e filha no quarto e saiu para o corredor. Certificou-se de que a porta estava trancada e empurrou a chave para dentro do cômodo. Estava muito preocupado de como sairiam dessa, rezava para que mais apoio suíço chegasse para manter Belle protegida e para que a consciência daqueles homens começasse a funcionar, pelo amor de Deus! Ela era apenas uma criança. Começou a ver os soldados franceses chegar e já tinha sua espada em mãos. Uma árdua batalha começou a ser travada no corredor. Com o passar do tempo e por causa dos números dos soldados, o bando de Napoleão estava ganhando essa luta. Por fim, só havia sobrado Pierre e antes que recebesse um golpe que tiraria sua vida, um homem gritou para parar. Não sabia quem era e, no momento, só queria saber o porquê dessa atitude.

                -Quem é você? – perguntou o homem.

                -Por que quer saber? – retrucou Pierre que somente levou um chute na altura das costelas.

                -Porque gosto de saber o nome de quem eu mato. – o homem voltou a falar – Contudo, antes de matá-lo, irei fazê-lo assistir enquanto eu mato aquela vadia que acha ser rainha e quando eu der aquela pirralha para o meu exército se divertir, se é que me entende. – ele terminou com um sorriso no rosto, o que fez Pierre sentir mais ódio. Quando foi abrir a porta do quarto viu que estava trancada e perguntou pela chave.

                -Não vou falar nada e nem adianta me chutar, me bater. – Pierre responde.

                -Tudo bem então, vou derrubá-la sozinho. – disse o homem e começou a dar chutes na porta. Pierre só esperava que Belle e Maria já tivessem saído do quarto. Quando a porta foi derrubada, o homem não achou ninguém e gritou para que Pierre fosse trazido até ele. – Onde elas estão?

                -Não sei e nem que se eu soubesse iria te contar – Pierre cospe as palavras

                -Eu sei chefe. – outro homem fala entrando no quarto pelas passagens secretas para desespero de Pierre e um garoto entra atrás com as duas – Pare de ser gentil com elas menino. – o homem se irrita e pega Maria com força a jogando no chão para fazer o mesmo com Belle em seguida. Pierre tinha visto pelo olhar do garoto que ele não queria aquilo, ele sabia o que iria acontecer e não queria fazer parte.

                -Bom, parece que você falhou em sua missão – o homem fala para Pierre e indo em direção a ele.

                -Me perdoe majestade, me perdoe alteza. Fiz o melhor que pude. – ele começa e depois se vira para o homem – Meu nome é Pierre.

                -Ótimo, agora posso matar você.

                -Não! Pierre – ele consegue ouvir Belle gritando com a voz de choro.

                -Seja forte Belle, você é a princesa da Fran... - não conseguiu completar sua fala, pois uma espada havia sido enfiada em seu coração.

                Nesse momento, Maria sentiu-se muito mal. O homem que as protegeu por todo esse tempo estava morto por alguém sem honra, sem escrúpulos. Ela sabia o que aconteceria a seguir, mas estava disposta a lutar com sua vida por sua filha. Aninhou Belle em seu peito, agora ela estava chorando mais do que nunca.

                -Seu monstro. – Maria fala – Não está vendo que ela é só uma criança?

                -Uma criança com sangue Bourbon – responde o homem

                -Ela não tem culpa de nada – ela fala novamente e o homem faz um sinal para ela se levantar. Passa a mão no cabelo de Belle e se levanta, sentindo sua filha atrás de suas pernas.

                -Tem razão. – ele fala – Ela não tem culpa, mas você tem. – quando termina de ouvi-lo, Maria sente algo embaixo de seu peito e ouve o grito desesperado de sua filha. O homem tira a espada de seu corpo e ela cai sem forças. Uma Belle chorona chega perto dela pedindo para ela não ir embora.

                -Escute meu amor, eu amo muito você... Prometa-me que você irá ser corajosa

                -Pro-prometo mamãe – Belle fala e vê o brilho dos olhos de sua mãe ir embora.

                -Oh! Chega disso – o homem fala e vai para frente para pegar a princesa, mas o garoto que tinha a acompanhado antes entra em sua frente – Saia da minha frente Bernard.

                -Ela é uma criança chefe. Mesmo sendo quem ela é não precisa de tudo isso – disse e viu na face de seu chefe que essa discussão não chegaria a lugar algum, então tirou sua espada da bainha e engoliu a seco. – Vão ter que passar por cima de mim antes de machucá-la. – ouviu a risada de seu chefe e de Thierry, mas agora que veio tão longe não poderia voltar. Era muito bom com a espada, sabia disso, mas não sabia se conseguiria derrotar a todos assim de uma vez.

                -Pare de brincadeiras e nos dê a menina – disse Thierry.

                -Não.

                -Ok. Vamos fazer do jeito mais difícil – seu chefe falou e foi para cima dele. Bernard percebeu que Belle havia ido para o canto do quarto, se afastando da briga.

                Mesmo lutando contra dois homens estava indo bem. Conseguiu atingir Thierry na perna, o fazendo cair no chão. Para ele parecia que estava lutando contra se chefe há um século, mas um deslize dele fez Bernard passar sua espada pelo ombro dele. Voltou-se para Thierry que havia o atacado por trás e finalmente passou a espada por sua garganta, a única coisa foi que o corpo caiu perto de Belle, que gritou mais uma vez. Foi tentar avisá-la que estava tudo bem quando sentiu seu corpo ser arremessado e bateu as costas numa cômoda. Seu chefe tinha feito isso. O segurou pelo colarinho e apertou uma adaga contra sua garganta. É isso. Morrerei assim, sem conseguir completar meu objetivo, pensou Bernard, quando viu o homem a sua frente cuspir sangue e seu corpo pesado e morto cair em cima dele que, rapidamente o jogou no chão. Viu o homem que o salvara e o conhecia, isto é, sabia quem ele era.

                -General Lamarque!

                -Qual o seu nome? – ele pergunta pegando uma espada do chão e dando para ele.

                -Bernard, senhor. – ele disse pegando a espada.

                -Obrigado por defendê-la. – ele fala – Ela é apenas uma criança, não sei o que Napoleão teve na cabeça. Agora, preciso saber: você ainda consegue lutar? – e pergunta e Bernard acena com a cabeça – Bom! Tem mais uns cinco homens vindo para cá, ajude-me a salvá-la. - Assim que terminou de falar com ele, Lamarque foi em direção a Belle. Agachou-se e a pegou no colo para colocá-la sentada na cama. Percebeu que ela estava muito assustada e não era para menos, pelo o que pode ver sua mãe estava morta, assim como o soldado que as protegia. – Está tudo bem princesa. Não vou lhe fazer mal. – ele diz enquanto rasga um pedaço do lençol para fazer uma atadura em um machucado pequeno na perna da princesa e ela apenas balança a cabeça.

                Como previsto, uns cinco ou mais homens vieram para o quarto e ao se depararem com o seu chefe morto e a princesa viva atacavam Bernard e Lamarque. Alguns reconheciam o general e depuseram a sua espada a favor dele, mas outros não se importavam. Quando teve certeza que não viria mais ninguém, Lamarque ordenou para que homens levassem o corpo da Rainha Maria e de Pierre. Depois se voltou para Belle, dizendo que agora estava tudo bem e que ele iria protegê-la. Pegou a princesa no colo e quando saiu para o corredor viu Bernard o esperando.

                -Mas, senhor, o que Napoleão irá achar disso? – o jovem pergunta quase sussurrando para Belle não ouvir.

                -Napoleão achará nada meu rapaz. – Lamarque responde no mesmo tom.

                -Como assim?

                -Ele perdeu a Batalha de Waterloo. A família Bourbon será mantida no poder da França. – ele diz – A princesa Belle estará segura, pelo menos por enquanto – ele completa e olha para a menina que estava carregando. Ela tinha um olhar perdido e não era para menos. Agora a levaria para seu pai e tentaria a fazer superar pelo menos um pouco desse trauma.


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