Canção de ninar escrita por Valentina221B
Quando era menino e seu irmão apenas um bebezinho, Dean costumava ficar ao lado da mãe enquanto ela colocava o pequeno Sammy para dormir. Ele achava engraçado como seu irmãozinho, que estava elétrico e dando gargalhadas banguelas para o papai há tão poucos minutos, agora estava calmo e preguiçosamente estirado no berço, estendendo as mãozinhas e mexendo desajeitadamente nos longos cabelos loiros de Mary Winchester, que estava sentada ao lado do móvel e inclinada sobre ele.
Ela então abria um grande sorriso - daqueles que as mães dão quando sentem orgulho dos filhos - e cantava para Sam. Músicas calmas e de letra fácil. Tinha até uma curiosa - a única que Dean realmente gostava, sem saber o motivo - que falava sobre uma rua ladrilhada com brilhantes e que tinha ao seu redor um bosque onde vivia um anjo que roubava corações por ter tido o próprio roubado.
O irmãozinho então adormecia - pelo menos por algumas horas, até que sentisse fome - e a mãe o tomava delicadamente pela mão e dizia que já estava na hora de ele ir deitar também. Eles iam juntos até o quarto infantil do outro lado do corredor e ele ganhava um abraço apertado, um beijo na testa e a promessa da mãe de que anjos olhariam e cuidariam dele durante o sono. Então Mary se retirava para o seu próprio quarto e deixava Dean, já de pijamas e sob as cobertas. O garoto mais velho, ao contrário de Sam, ainda demorava a dormir. Às vezes surrupiava a lanterna da gaveta e se divertia por mais uma hora, sendo na maioria das vezes surpreendido pelos pais em pleno ato.
Mary então o colocava novamente na cama, entregando a lanterna ao pai, e perguntava se ele gostaria que ela cantasse. Dean então desconversava e dizia que aquilo era "coisa para criancinhas pequenas como o Sammy". Mas a verdade é que elas nunca funcionavam com ele. Nunca traziam sono.
É engraçado que agora, 30 anos depois e justamente nesse momento, quando está já tão cansado e sonolento, ele se lembre dessas ocasiões já tá distantes.
Mas, de certa forma, sabia o porquê.
Castiel estava com ele. Na mesma cama e com o corpo suado. Finalmente, depois de tanto tempo, eles estavam plenamente unidos um ao outro, e uma tranquilidade rara a ambos se espalhava entre eles. O anjo colocou a mão sobre os cabelos do homem em um carinho terno, arrancando-o de suas lembranças e conseguindo um sorriso de lado que era metade suspiro.
Com a cabeça no peito de Castiel, Dean escutava as batidas de seu coração. Fortes, ritmadas, em um som abafado e contínuo. Foi a primeira canção de ninar que realmente o fizera dormir.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Essa foi a primeira fanfic que escrevi em toda a minha vida, em meados de 2013 (no auge dos meus 15 anos). Como decidi voltar a escrever e publicar, quis ressuscitar essa historinha que estava esquecida.
Espero que gostem, mas se não acontecer, me deixem saber a opinião de vocês mesmo assim? Críticas são construtivas!
Abração e até a próxima. ♥