UnderERROR escrita por LukeSanada


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem ~ Frisk

Ou vão queimar no inferno ~ Sans

...

E só vai restar os ossos ~ Sans



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[Frisk P.O.V]

Eu havia chegado na Nova Casa mais uma vez pra fazer o ‘final feliz’, subia as escadas para ir de encontro a Asgore e tudo aquilo se desenrolar mais uma vez, mas as coisas estavam diferentes, tudo estava estranhamente quieto, aquele lugar já é quieto por si só, mas eu não ouvia nenhum som ambiente além dos meus próprios passos pelo corredor, até que finalmente abri as portas que davam ao jardim do rei, me deparando com Asgore e Toriel mortos no chão, com seus corpos rodeados por uma poça de sangue.

Fiquei parada, sem reação olhando os rostos deles sem expressão, me ajoelhei sobre as flores douradas, contendo-me para não chorar, tentando entender o que havia acontecido, peguei uma das flores, e quando tive ela em mãos, ela morreu… Então escutei uma voz feminina sussurrar em meu ouvido

 

Isso é culpa sua! — Escutar aquilo me fez virar para trás de susto e cair sentado no chão, não havia ninguém lá, então a voz continuou. — Como é sentir o sangue daqueles que você ama em suas mãos?

— E-Eu não… — Senti algo em minha mão, eu segurava uma faca coberta de sangue, uma lágrima escorreu pelo meu rosto. — Eu… Eu não fiz isso!

Eu vi o que você fez, você é cruel, você é fria, você causa o sofrimento dos outros sem se importar! Eu admiro isso... — Eu tapei os ouvidos e fechei os olhos dizendo ‘não’ dezenas de vezes, mas a voz dela parecia na minha cabeça — Mas não se preocupe, se não se importa, vou terminar o que começou...

— Eu não matei ninguém! Eu não matei ninguém! — Quando finalmente abri os olhos me vi encarando uma garota com olhos vermelhos que choravam sangue e um sorriso psicopata, calei no mesmo instante.

Você é a próxima… — Vi ela movendo a faca na direção do meu peito até ela fincar a mesma dentro de mim.

...

Acordei na cama dentro do quarto de hotel em Snowdin que eu havia alugado para poder descansar, passei a mão sobre onde a faca teria entrado, meu coração acelerado, suava frio naquele instante, respirava ofegante, e o rosto da assassina não saía da minha cabeça. Depois daquilo não consegui mais dormir, me levantei, me troquei vestindo minha blusa de frio, e fui dar uma volta pela cidade.

Eu acabei parando no Grillby’s, sentada em uma das mesas que ficam mais no canto do local, com um hamburger intacto bem na minha frente, eu apoiava minha cabeça com as mãos sobre a mesa, pensativa, quando comecei a viajar senti uma mão nas minhas costas que me fez despertar novamente.

— Você tá bem, pirralha? — Aquela voz reconheci no mesmo instante, quando olhei para trás tive certeza de quem era, Sans, devia estar dando aquelas pausas no trabalho para passar no Grillby’s. — Sua cara ta mal pra osso

— Oi Sans… To bem...— Cocei os olhos bocejando logo em seguida, ainda olhando para ele, tentando esboçar um leve sorriso.

— Hum... preciso conversar com você. — Ele se sentou na cadeira ao meu lado me encarando. — As coisas ficaram um tanto estranhas desde seu último reset.

— Meu último… Reset? — Ergui uma sobrancelha, as cenas do pesadelo voltaram a minha cabeça, eu tive que perguntar. — Que tipo de coisas?

— Detalhes, na verdade… Algumas coisas que não deveriam estar ali, ou nem existir… Mas nada muito grande sabe, me avise se ver algo estranho por aí — Pensei por um momento em falar sobre o sonho, mas decidi negar

— Tudo bem, eu aviso. — Sorri de leve para ele.

— Bem, minha pausa acabou, tenho que ir, até mais pirralha. — Ele se levantou e se virou em direção a porta

— Até...

[Em algum tempo, em algum lugar]

Aquele corredor era úmido e mal iluminado, uma passagem larga que acabava dando em um grande portão, do qual não se podia ver se quer um raio de luz vindo do outro lado, em pé em frente a ele estava um monstro fêmea, de média estatura, de cor branca com chifres curtos, alguns metros a frente estava uma criança humana, de camisa listrada, com a franja tampando seus olhos, ela caminhava em direção a maior que abriu os braços e começou a falar.

 

— Prove-me que é forte o bastante para… — Ela foi interrompida no mesmo instante, quando a pequena avançou contra ela e penetrou uma faca na mesma, fazendo a maior cuspir sangue. — Vo-Você me odeia tanto assim?

Afinal, é matar... Ou ser morto. — Ela disse as últimas palavras olhando para a maior fazendo a franja sair da frente de seu rosto revelando olhos tão vermelhos quanto sangue, ela terminou de cravar a faca dentro de sua vítima, vendo ela virar pó. — 4 de L.O.V.E hm? É um bom começo… Hahahahahahaha.

Os pesadelos se tornaram frequentes, cada vez mais longos, com diálogos com a assassina misteriosa, as cenas ficando mais pesadas, do pouco que me lembrava do que era dito nas conversas, me lembro que ela dizia coisas como ‘falhas’, ‘linha do tempo’. Não sei o que isso significa, e se tem a ver com o que Sans me disse dias atrás, mas resumindo, não consigo mais dormir direito.

Bem, chegava finalmente o momento de salvar Asriel mais uma vez, tudo ocorreu como deveria ocorrer, mas eu sempre me emociono em algumas partes sabe, mesmo eu fazendo isso várias e várias vezes, sim eu sou coração mole, mas sou a salvadora do subsolo, após tudo isso, eu resetei novamente. Me levantei sobre as flores douradas e caminhei devagar para onde encontraria Flowey.

 

— Oi Flo… — Iria cumprimentá-lo, mas ele me interrompeu em desespero.

— Frisk! O que faz aqui? Rápido, você tem que sair daqui, ou ela também vai te pegar! — Ele dizia aquilo olhando para trás como se procurasse por alguém que não estava ali.

— Ela… Quem? — Sem entender nada eu coçava a cabeça.

— É Chara! — Ele dizia várias coisas em seguida, mas não prestei atenção em nada, esse nome ecoou pela minha mente, todos os pesadelos vieram em minha mente, eu não faço ideia do que está acontecendo, o medo tomou conta de mim por um momento.

— Chara... — Meu coração acelerou, eu não conhecia Chara, mas tinha certeza que ela era a garota dos meus pesadelos, eu fiquei ofegante, tudo estava se tornando real, aparentemente. Tudo que eu pude fazer foi sair correndo em direção a casa de Toriel

— Frisk! — Flowey tentou me chamar de volta, mas eu nem dei atenção.

 

Cheguei na casa da Toriel, gritei por ela procurando em cada canto da casa, porém não a encontrava em qualquer lugar que procurasse, a torta de canela e caramelo estava na cozinha, porém intacta, desci as escadas em direção ao portão que levava ao resto do subsolo, quando cheguei encontrei uma pilha do pó que monstros se tornam quando morrem, e sobre ele, o manto que Toriel usava, com o emblema que nunca soube o significado, tudo que pude fazer foi abraçá-lo e chorar, chorar muito.

 

— E-Eu posso consertar… Só preciso resetar e… — Eu falava comigo mesma em meio aos meus soluços, quando escutei alguém falando atrás de mim.

— E fingir que é nossa amiga de novo... — Era Sans, alguns metros logo atrás mas… Ele não estava sorridente, não estava sério, estava triste.

— Sans… — Ao vê-lo tudo que pude fazer foi correr na direção dele para lhe abraçar, mas na metade do caminho pude ver ossos voando em minha direção que me fez parar no mesmo instante, vendo eles passarem na frente do meu rosto por um fio, meus olhos voltaram a lacrimejar. — Sans…

— Eu consigo lembrar agora… De todos os resets… De tudo que você fez, das mortes, dos finais ‘felizes’... Você me usou, usou a todos, e se comporta como se nada acontecesse! — Ele tirou do bolso da blusa, um cachecol vermelho, de Papyrus, mais lágrimas escorreram pelo meu rosto.

— Eu nunca fiz isso... Eu nunca usei ninguém... Eu nunca mataria ninguém… — Em meio a lágrimas eu dizia aquilo, eu nunca mataria meus amigos, mesmo que se eu resetasse eles não se lembrariam depois, eu nunca o faria.

— Ainda tem coragem de mentir, é só ver o seu L.O.V.E… — Quando ele disse isso eu fiz no mesmo instante, eu voltei a me ajoelhar no chão, me sentindo a pior pessoa do mundo… Frisk LV 16.

— Sans, eu juro, eu nunca matei ninguém…Isso tá errado… — Eu não conseguia entender o que estava acontecendo, eu não fiz nada.

— Frisk, eu te considerava uma grande amiga, mas agora eu sei de toda a verdade, e você… — Ele abaixou a cabeça por um momento colocando o cachecol de Papyrus, e quando olhou pra mim, seus dois ‘olhos’ estavam totalmente pretos. — Vai ter um dia ruim…

— Sans… Não… — Eu vi a mão dele começando a brilhar em azul, alguns ossos começaram a aparecer atrás dele, ele preparava um ataque. Quando uma espécie de cipó agarrou o braço dele e fez com que o mesmo fosse cancelado.

— Uh? — Sans olhou para trás, era Flowey, ele me salvou, porquê ele me salvou?

— Frisk! Corra! — Ele gritava para mim enquanto tentava conter Sans, sem pensar duas vezes corri para o portão, conseguindo o abrir com um pouco de esforço, passando pelo mesmo correndo sem olhar para trás, apenas sentindo as lágrimas escorrendo pelo rosto.

O que diabos está acontecendo? Do nada eu começo a ter pesadelos, as coisas mudam completamente depois do reset, fui acusada de algo que não fiz, uma das pessoas que eu amo aparece morta e outra tenta me matar. Além de alguém que aparentemente não gostava de mim começa a me ajudar, tudo tão confuso, nem tive tempo de pensar sobre isso.

Eu corri até não aguentar mais, não haviam monstros pelo caminho, não havia Papyrus com seus quebra cabeças, não havia boneco de neve, não havia Doggo, não havia ninguém. No meu limite eu consegui chegar á Snowdin, mas não conseguia dar mais um passo, foi então que desabei com a cara na neve. Devo ter ficado inconsciente por uns minutos, até acordar com alguém me balançando e chamando.

— Aí, você ta viva? — Me virei, mal sentia meu rosto por causa da neve gelada, abri os olhos lentamente, era o Monster Kid me chamando.

—  Vo… Você… — Relembrei das coisas que haviam acabado de acontecer então fiz certo esforço para me levantar, com ajuda dele.

— Aí, você sabe pra onde todo mundo foi? — Eu olhei para a direção da cidade, estava completamente vazia, como se todos tivessem ido embora dali e deixado tudo para trás, ou…Bem, tentei apostar na melhor opção.

— Venha… — Fui andando até a pousada com ele, o atendente não estava por lá, então apenas fechei a porta e fomos para um dos quartos, me joguei na cama.

— Tivemos sorte do dono da pousada ter saído, aí podemos entrar de graça né? — Dei um sorriso de leve para ele, ele era muito inocente para o que estava acontecendo, eu decidi que deveria protegê-lo, senti meu corpo tremer de frio, então ele carregou um cobertor com a boca e trouxe até mim. — Aqui, pega.

— Obrigada… — Peguei o cobertor e me encobri com ele. — Eu vou descansar um

pouco, se for ficar acordado, não saia esse quarto.

— Tudo bem, eu vou ficar aqui esperando você acordar — Depois que ele disse isso eu me virei e fechei os olhos tentando dormir um pouco, mal sabia que ele já estaria cochilando dois minutos depois.

 

Comecei a pensar nas coisas que haviam acontecido, se Toriel e Papyrus haviam sido mortos, quer dizer que Undyne, Alphys, Asgore, Mettaton. Todos corriam perigo, então lembrei que Sans me odiava, e mesmo sem eu ter feito nada, era tudo culpa minha. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, naquele sono eu não tive pesadelos, porquê tudo a minha volta se tornou um.

 

*Uma sensação de culpa e incerteza predomina em você, você mantém sua determinação.


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Notas finais do capítulo

AE SANS TA TOCANDO A CRIANÇA? ~ Flowey

Ali o cara ta tocando a criança ~ Chara

Não toca a criança ~ Toriel