The Game of Life escrita por anabfernandes8


Capítulo 4
Capítulo 3 - O dia dos procedimentos médicos


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos, sim, eu voltei kk E ai está meu presentinho de ano novo a todos que acompanham. Não vou mais pedir desculpas pela demora, porque se não vou fazer isso sempre. Como disse na descrição da história, não terei nenhuma frequência de postagem, então por favor não desistam de mim. Feliz ano novo a todos e boa leitura.



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Um novo dia começou e, ao invés de me sentir renovada depois de dormir, eu me senti ainda mais destruída. Como se isso fosse mentalmente possível. A noite não foi uma das melhores; mas também, o que eu deveria esperar? Se o dia tinha sido um lixo, era inevitável não imaginar o que a noite tinha guardado. Kami, isso não podia ficar pior.

Um conselho: quando as coisas estiverem realmente ruins, nunca diga (nem ao menos tenha a audácia de pensar) que elas não podem ficar piores. Por que elas podem. E sempre ficam.

Levantei-me da cama, sem ter a mínima ideia de que horas eram. Tomei um banho rápido e fiz minha higiene matinal básica. Abri o armário, disposta a escolher qualquer roupa, mas o que vi só piorou meu humor já escuro: Uma única túnica azul clara, que mais parecia um vestido de hospital. Kami, caberiam vinte Inos dentro daquilo.

Frustrada, vesti-me com aquela peça horrorosa. Aonde tinham ido parar todas as outras roupas que eu vira no dia anterior? Havia apenas uma coisa no mundo que eu odiava mais do que ficar sem nada para fazer: Ficar sem escolha. Isso fazia uma verdadeira bagunça interna em meu psicológico já afetado.

No entanto, o pior ainda estava por vir. Minha barriga roncou, ansiando por qualquer comida. O principal problema, e único, na verdade, é que eu não fazia ideia de para onde deveria ir. Argh, gemi furiosa, enquanto abria a porta. Tive uma surpresa e tanto ao ver um homem parado ali fora.

—Quem é você? - murmurei, nervosa, sem saber muito bem como reagir àquilo.

—Siga-me - disse ele, começando a se virar e andar. - Vou levá-la ao refeitório.

—Você realmente não vai me dizer quem é? - cruzei os braços e fitei seus cabelos negros, disposta a não mover nenhum músculo. Ele pareceu perceber que eu realmente não iria colaborar, então parou e olhou-me.

—Não estamos autorizados a estabelecer qualquer conversa pessoal com os participantes. - e deu de ombros, sem expressão.

—E se eu decidir não ir com você? Pode ser perigoso.

—Você está no The Game. A Arena devia ser seu ideal de algo perigoso e não um mero empregado. - Ele continuou olhando-me, a face desanimada, porém não surpresa. E então deu de ombros, aparentemente não se importando muito com a situação. - Bem, faça como quiser. Você pode ficar aqui como uma criança mimada, emburrada e ainda com fome, ou pode me seguir e ter uma espécie de banquete. Sei que não me conhece, mas provavelmente não conhece ninguém aqui, então que diferença faz? - Olhei-o, chocada com suas palavras. Eu não escutava palavras assim há um bom tempo. Tão cruas e reais. - Desculpe se fui rude. Por favor, me acompanhe.

Quieta, segui-o pelos corredores. Eu sabia, sem que ninguém precisasse dizer, que teria que decorar o caminho até o refeitório; afinal, eu duvidava de que alguém me levaria lá todos os dias. Ainda bem que não era um caminho complicado e que chegamos lá rápido.

Chegar, no entanto, aflorou algo em mim. Eu não sabia o que era, nem como chegou, só sabia que o chão aos meus pés sumiu, como se nunca tivesse estado lá, e tudo escureceu como se tivessem apagado o sol.

—E ai, andarilha. - Abri a porta, dando de cara com Itachi e seu sorriso torto.

—Hey, matraca. Como passou a noite?

—Oe, não roube minha perguntas. - Ele cruzou os braços, parecendo realmente ofendido. Aw, Itachi, mau humor de manhã não.

—Eu...

—Retire o que disse. - fechei a porta, suspirando e começando a andar. - Aonde está indo, garota? O refeitório é para lá.

Dei meia volta, não conseguindo conter um sorriso. Comecei a andar na outra direção, e ele marchou atrás de mim, o barulho de suas botas um tanto ruidoso.

—Você não vai retirar o que disse?

—O que eu fiz de errado? - Acelerei o passo, tentando me livrar dele, mas suas pernas eram realmente longas, o que o fez me alcançar como se meu esforço fosse insignificante. E era.

—Você roubou minha pergunta e a usou contra mim! - Kami, eu não podia acreditar que ele estava chateado por algo tão banal. Do jeito que falou, parecia que eu tinha roubado toda a água do mundo e estocado só para mim.

—Isso é ridículo! Eu só quis ser educada. - Dobrei a esquina, fazendo um novo esforço para me afastar.

—Onde você está indo? É para a esquerda. - Virei novamente, voltando para ficar parada ao lado dele.

—Eu retiro o que disse. Satisfeito?

—Agora sim. - o idiota abriu um sorriso enorme, e colocou uma mão em volta dos meus ombros, meio que me abraçando de lado. - Como passou a noite?

Revirei os olhos, não conseguindo ficar séria perto dele. Continuamos andando e jogando conversa fora, como se nos conhecêssemos há anos. 

—Ótima noite. Minha cama é confortável. Preferia estar em casa, claro, mas no momento a situação não me favorece.

—Nem me fale de casa. - Ele balançou a cabeça, como se estivesse se impedindo de pensar naquilo. - Chegamos.

Uau. O refeitório não era nada como eu havia imaginado. Era enorme, e quando eu digo enorme, quero dizer gigantesco. As palavras me faltaram. Uma mesa estava posicionada alguns metros à minha frente, perto de uma parede com janelas. Uma infinidade de comidas se encontrava nessa mesa, com quantidade o suficiente para alimentar um clã inteiro por algum tempo. Algumas mesas estavam espalhadas pelo espaço, todas conectadas, possivelmente para que todos tenham as refeições juntos uns dos outros. Kami, eles realmente gostavam de coisas grandes aqui. Até o tamanho das cadeiras era apavorante.

—Você parece assustada. - Itachi retirou suas mãos de mim e as enfiou em seus bolsos, seus olhos pregados na mesa de comida.

—Intimidada é a palavra certa.

—Bom dia - uma voz feminina e gentil soou ao nosso lado, vindo de uma mulher de estatura média, expressão suave, cabelos marrons e olhos grandes e negros. - Sou Nara Yoshino, responsável pela cozinha da Sede.

—Cabelos castanhos; olhos negros; sobrancelhas levemente fechadas e questionadoras, o que geralmente não é bom; queixo pontudo, hum, ela tem uma cara de brava mesmo enquanto fala docemente e... - Itachi começou a sussurrar atrás de mim, e dei uma cotovelada em suas costelas. - Ai!

—Bom dia. - murmurei, cumprimentando-a com um sorriso e curvando-me formalmente. Olhei para trás pela beira do olho, verificando se o idiota estava fazendo o mesmo. Ele estava se curvando, sem jeito, meio perdido em pensamentos. O que temos aqui? Alguém que tem vergonha dos adultos?

—É um prazer conhecê-la. Sou Itachi. Não precisa guardar meu nome, por que isso realmente não é necessário e nem importante. Essa é minha companheira. Você pode chamá-la de andarilha. - Decepção pairou em minha mente. Achava que tinha nas mãos um ponto fraco para poder usar com ele, mas me enganei. Também, não sei como pude ao menos cogitar a ideia de que esse estranho tivesse vergonha de alguma coisa. Yoshino apenas deu um sorriso doce, como se o achasse divertido.

—Aproveitem a comida. - Ela se curvou e dirigiu-se a uma porta lateral.

—Você está bem? - O funcionário que havia me acompanhado até ali tocou meu ombro e o mundo pareceu ganhar foco novamente. Pisquei, sem saber o que estava realmente acontecendo.

Não, não, não. Eu não podia ter dormido de novo. Kami! Qual era o meu maldito problema?

—Eu estou bem. - resmunguei e fui andando até a mesa de comida. O refeitório era enorme e exatamente igual ao do meu sonho. Balancei a cabeça. Eu dormi. Em pé. Duas vezes. Duas malditas vezes! Kami.

Peguei um prato, enchendo de ovos e pães recheados, e um copo de suco, levando-os para a mesa central, que para a minha infelicidade, já estava ocupada por alguns outros participante. Cabelos ruivos e cabelos cor de pastel já estavam aqui. Cabelos róseos e cabelos azuis também. E todos vestidos como eu. Ótimo.

Sentei-me na ponta, a duas cadeiras de distância do homem de cabelos vermelhos. Seu olhar se arrastou até mim, literalmente se arrastou, por um momento, e depois se arrastou de volta para outro lugar, como se eu não valesse uma olhada demorada demais.

Aos poucos, todas as cadeiras foram ocupadas e acabei ao lado da mulher de cabelos marrons, que parecia elétrica em sua cadeira. Ela falava alto demais, ria alto demais, tudo demais. Kami, eu nunca havia conhecido alguém tão insanamente animada.

Terminei minha refeição e parei para observar o nada por alguns minutos. Um leve formigamento em minha cabeça mostrou o começo da minha impaciência. Eu precisava me mexer, fazer alguma coisa. Qualquer coisa.

—Bom dia, todos. - Cabelos cinzas se aproximou da mesa, e quase soltei um suspiro ruidoso pela iminência de alguma ação. Todas as vezes que ele aparecia, meu interior explodia de alívio. A presença dele sempre significava alguma ação. Sempre. - Iniciamos hoje o dia dos procedimentos médicos. Alguns médicos virão aqui chamá-los pelo nome. Tenham um bom dia e obrigado pela atenção. - Ele mal saiu, e um nome já foi chamado. Não foi o meu, e minha afobação murchou um pouco. Kami, esperar realmente não era o meu forte.

Andei até a mesa de comida e reabasteci meu copo, apenas para ter o que fazer. Tentei voltar lentamente, mas até o ritmo das minhas pernas me irritou então apenas voltei a caminhar normal. Sentei-me, com um suspiro, e coloquei minha bebida intocável em cima da mesa. Cabelos marrons ao meu lado olhou para o meu suco como se fosse a última gota de água do deserto.

—Você pode pegar se quiser. - Murmurei, suspirando de impaciência.

—Oh, obrigada. É muita gentileza sua. - Ela se inclinou em minha direção, estendendo os braços magros. Prevendo um possível abraço se ela continuasse a se aproximar, me esquivei, incomodada com aquele grau de intimidade repentina e estranha. - Desculpe. Só queria mostrar minha gratidão.

—Já recebi sua gratidão.

—Tudo bem. - Ela abriu um grande sorriso, aparentemente não abalada com minha atitude rude.

—Yamanaka Ino. - Torci meu rosto para o nome. A voz vinha de uma mulher com uma prancheta, encostada na porta de entrada, e supus que devia ser a médica.

Levantei-me, agradecida por poder finalmente me mover. Ela se curvou em um cumprimento breve, sem a necessidade de palavras, e em seguida começou a andar. Segui-a sem hesitar.

Andamos um pouco, o que me deu um tempo para poder observar direito os corredores e o prédio em si. Pelo que percebi estávamos em um espaço diferente, já que a decoração e a cor das paredes mudou suavemente. A médica me levou ao que parecia uma ala hospitalar e entramos em uma das salas no canto. Era bem simples, com apenas uma maca, um armário com possíveis equipamentos e remédios e uma janela pequena. Ela, cabelos róseos, só que claros, apontou para a maca e sentei-me, obediente.

—Sente-se claustrofóbica? - Sua voz suave soou baixa e balancei a cabeça, em negação. - É claro que não. É bom vê-la, Ino. Senti sua falta.

—O quê? - disse, confusa, como sempre não sabendo muito bem o que aquelas palavras significavam. - Nós nos conhecemos?


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam deste novo capítulo? Espero que tenham gostado e comentem se vocês se sentirem confortáveis para fazê-lo. Um feliz e próspero ano novo e até o ano que vem com o próximo capítulo. Um beijo a todos :*