The Game of Life escrita por anabfernandes8


Capítulo 23
Capítulo 22 - O receio de Gaara e uma técnica obscura


Notas iniciais do capítulo

MEUS AMORES, VOLTEI!
Depois de cerca de oito meses sem postar nada, com uma baita falta de criatividade para essa fanfic, estou finalmente de volta para continuarmos nossa história! Agradeço a todos que não desistiram de mim e que me deram força nos comentários para não desistir. Consegui fazer um planejamento que fazia sentido para continuar o resto da história e agora será mais fácil escrever os capítulos. Sem mais delongas, vamos lá! Boa leitura a todos e espero que gostem!



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— Por acaso já nos vimos antes? - Provavelmente estou sendo desagradável por ser óbvia demais ou algo assim, porém, no momento, não ligo muito para as precauções. Já vim no horário errado, então, afinal, o que mais poderia dar tão errado?

— Estou aqui todos os dias. Devemos ter nos visto quando chegou ao The Game. - Um sorriso agradável parecia estar congelado em seus lábios e por mais gentil que ele parecesse, a vida havia me ensinado que a confiança é algo que se conquista. Ou seja, a primeira vista, ninguém é realmente confiável. - Bem, você parece procurar por algo aqui fora. Posso ajudá-la de alguma forma?

— Eu… na verdade, eu já estava voltando para o quarto. Só vim pegar um pouco de ar puro e olhar as estrelas.

— Tem certeza? - O que esse homem queria, afinal? Parecia insistente.

— Absoluta. Preciso ir. - Comecei a andar antes que ele tivesse a chance de dizer qualquer outra coisa. Eu provavelmente estava ficando paranoica por desconfiar de alguém que estava disposto a me ajudar, porém, bondade demais é um pouco suspeito, sabe. Além disso, as pessoas do The Game, que sucumbiram perante essa tradição horrível, não pareciam muito confiáveis na minha visão.

Chegar no quarto não foi a tranquilidade que eu esperava que fosse. Temari estava me esperando no corredor, sua expressão parecendo um pouco caótica. Na verdade, ela não parecia tão afobada, porém passar a conhecê-la melhor me deu um pouco mais de conhecimento quando se tratava dos seus sentimentos. E eu não poderia nem ao menos chegar a imaginar o que estava deixando-a daquela forma.

— Oi. O que aconteceu?

— Vimos a Hyuuga passar com a recompensa que dá direito ao bônus. - Eu já imaginava que isso poderia acontecer e imaginei que os irmãos também pensavam da mesma forma. Porém, no fundo, sabia que eles ainda tinham esperança de que ela não conseguisse nada; foi fácil perceber o sorriso forçado do ruivo durante o almoço. Aparentemente, ele não estava tão confiante quanto pareceu com a ideia de ficar sem sua cabaça. - Gaara está pirando.

Eu com certeza não estava preparada para me deparar com a visão do ruivo cabisbaixo quando entrei no quarto de Temari, Vendo-o sempre alto astral e muito animado, foi meio como um baque vê-lo daquela forma. Não imaginava que ele dependia tanto daquele objeto para lutar. Era muito óbvio que eu não estava prestando muito atenção nos outros no treino coletivo?

— Achamos que você pudesse ter alguma ideia. Não conseguimos pensar em nada. Alguma ideia de como manipular areia sem areia disponível? - A loira se pronunciou e pus-me a pensar em algo que fizesse o mínimo de sentido. Então era essa a técnica do irmão Sabaku mais novo.

— Talvez taijutsu? - Era a resposta mais óbvia, mas eu falei já sabendo que eles, provavelmente, tinham pensado nisso antes. A mulher balançou a cabeça e, mesmo que eu não entendesse o porquê não funcionaria, fiquei calada, em respeito ao momento. O homem deixou seu silêncio para me explicar o motivo. Assim que seus olhos se levantaram para encontrar os meus, eu pude ver que o buraco seria, talvez, um pouco mais embaixo do que eu estava pensando.

— Nossa família foi uma das primeiras a descobrir a possibilidade de utilização do ninjutsu. Acreditávamos que poderia ser uma espécie de evolução, ou seja, que viveríamos em um mundo em que o taijutsu, obsoleto, não seria mais necessário. Seguindo essa lógica, você pode perceber por si mesma que talvez não tenhamos tido tanto treinamento em lutas corpo a corpo.

— Nunca precisamos utilizar o taijutsu para defender nossas terras. Assim como eu e Gaara, a maioria das pessoas do nosso clã possui técnica em jutsus de longa distância. Nunca foi necessário lutar tão perto do inimigo. - Fazia total sentido, porém uma coisa ainda me incomodava.

— Mas você sabe um pouco de taijutsu. Vi na sua luta com a Hyuuga. - Dirigi-me à Temari, mas era como se ela já esperasse esse tipo de questionamento. Apenas balançou a cabeça e suspirou.

— Eu precisei aprender um pouco do básico e tive que desenvolver força física para que pudesse manipular o meu leque. Gaara nunca precisou de algo assim.

Se eu estivesse no lugar dele, tendo a desvantagem que ele tinha e lutando contra quem ele lutaria, eu já estaria desesperada; ele estava até bem calmo ao meu ver. Com toda certeza, o Uchiha seria implacável e um minuto era o suficiente para que ele acabasse a luta. A situação era preocupante e mais preocupante ainda era que, assim como eles, eu não conseguia pensar em nada. Mas precisava ajudar. Porque quando precisei, ambos estiveram lá para mim. Agora era a hora de retribuir o favor.

— Você é capaz de manipular toda a areia que esteja ao seu alcance? - O ruivo afirma com a cabeça - A Arena é toda de concreto, certo? Pensei ter visto uma árvore. - Comento, como quem não quer nada, quem sabe aquela árvore tivesse alguma terra que pudesse ajudá-lo.

— Acredito que não seja uma planta de verdade. De qualquer forma, só controlo areia. A terra, que está ligada às plantas, eu não poderia usá-la.

— Espere um momento. - A expressão de Temari parecia como se ela tivesse feito a descoberta do século. Havíamos dito algo que a desse alguma ideia de como lidar com a situação? Ótimo. Esperava que sim. - Concreto não é feito com areia? Você poderia manipulá-la.

— O jeito com que você fala faz parecer fácil. Tem cimento no meio, Temari. E água, além de já estar sólido. Eu precisaria de muita concentração para poder  descompactar todos esses elementos e só então poderia usar a areia. Isso considerando que isso é possível. - Ele não pareceu muito crente de que a ideia funcionaria, mas eu concordava que havia algum sentido na afirmação dela; se houvesse uma mínima possibilidade, seria ótimo que ele tentasse.

— É a melhor ideia que conseguimos pensar no momento. Acreditamos que você vai conseguir, Sabaku. Não desista antes de tentar. Não há nada a perder de qualquer forma. - Minhas palavras pareceram surtir mais efeito que as de sua irmã. Assim, ficamos combinados que ele tentaria treinar pela noite, apenas para testar a possibilidade.

Fui para o meu quarto, cansada do dia. Porém, com certeza, o próximo seria ainda mais longo. Pensei em ir ver Shizune, mas além de estar tarde, imaginei que seria melhor conversar com ela no dia seguinte, mais tranquilamente. Deitei-me na cama, disposta a dormir rápido. Como o dia todo em si parecia ter sido um fracasso, não havia nada mais que eu pudesse fazer no momento.

***

Assim que cheguei para o café da manhã, o Sabaku não parecia estar mais animado do que ontem, então pude imaginar que talvez executar o plano poderia ser um pouco mais complicado do que havíamos imaginado. Sentei-me entre ele e Temari e tão logo o fiz, ele suspirou de desânimo.

— Não posso dizer que foi uma péssima ideia, mas com certeza é bem difícil. Eu consegui mover um pouco de areia ontem. - Eu e a loira o olhamos com esperança, mas ele cortou nosso pequeno lampejo de vitória com um bufo. - Foi só um punhado, mal cabia em uma das minhas mãos. Não sei se isso vai dar certo.

— Acreditamos em você. - Foi tudo o que sua irmã disse. É claro, não tínhamos como dizer a ele o que fazer, já que não possuíamos as mesmas habilidades que ele, porém pensamento positivo sempre vinha a calhar. E, com certeza, ele faria de tudo para não perder para o Uchiha. Seria humilhação demais.

— Oe, Sabaku. Está com medo? - Obviamente que o babaca não perderia a chance de provocar seu oponente. Contrariando todos os movimentos feitos por ele até agora, o ruivo abriu um enorme sorriso, mais debochado impossível.

— De você? Faça-me rir, Uchiha. Espero que depois de perder essa luta, você finalmente entenda quem são os mais fortes nesse jogo. Eu morreria antes de perder para alguém como você.

— Então acho que sua família já pode começar a preparar seu funeral.

Antes que a rixa evoluísse, ali mesmo, para o começo da luta fora da Arena, o Hio-Sama interveio, pedindo a recompensa que a Hyuuga conseguira. Assim, a cabaça foi confiscada e, de onde eu via, podia dizer que o Sabaku estava tremendo. O resultado dessa luta definiria, de uma vez por todas, aquela rivalidade entre os dois.

Não demoramos a ir para o local do confronto. Temari e eu desejamos boa sorte ao irmão dela, porque com certeza ele iria precisar de muita sorte naquele momento, e entramos para a caixa de vidro. TenTen veio prontamente se sentar ao meu lado e não pude deixar de reparar que, após sua luta com o Uzumaki, nosso grupo estava separado. Ela estava comigo e ele estava com o Nara. Não nos falávamos mais e nem ao menos sentávamos perto. Esse era o tipo de coisa que o The Game era capaz. Destruir laços e fazer com que pessoas que eram amigas virassem, repentinamente, inimigas.

Nesse caso, porém, havia alguém a quem eu poderia culpar. O moreno de cabelos espetados em forma de abacaxi havia tido uma escolha. E, afogado nas tradições em que fora criado, escolhera alimentar aquela separação, colocando, assim, mais lenha na chama que era o sistema instaurado.

Voltei meus olhos para frente, percebendo os dois lutadores de frente um para o outro, esperando o sinal para começar. Assim que esse soou, observei o ruivo fazer um sinal com as mãos, porém nada aconteceu. Não houve nenhum tremor, que foi o que eu esperava quando ele começasse a manipular a areia compactada, mas não houve nada. Pude ver de longe que ele bufava de exasperação por não ter conseguido.

Essa série de movimentos foi captada pelo Uchiha, que parecia estar ciente do que estava acontecendo (sua análise foi mais rápida do que eu esperaria de alguém estúpido como ele) e logo partiu para o ataque corpo a corpo. Como o Sabaku precisava, obviamente, se concentrar muito mais do que o normal, ficou claro que seria impossível pôr seu plano em prática se estivesse tentando desviar dos ataques do outro.

Ao meu lado, Temari parecia estar contando os segundos, mesmo que um minuto parecesse pouco a princípio, poderia ser decisivo naquela luta. O moreno partiu para o ataque e ele parecia se movimentar com uma rapidez anormal, a qual o outro não conseguia acompanhar. Sendo assim, o ruivo foi jogado, longe, em questão de poucos segundos.

A situação começava a me deixar tensa e pareceu ainda mais quando o atingido permaneceu ali deitado olhando para um ponto fixo na parede de concreto. Começou a me dar um nervoso, principalmente pelo fato de que o oponente corria em sua direção para atingí-lo. Olhei para sua barra de força exibida na tela e espantei-me ao ver que já estava na metade. Por Kami, ele perderia com certeza se não se levantasse naquele momento.

A loira ao meu lado ainda estava começando a contar os 30 segundos. Parecia tão nervosa quanto eu estava como se, a qualquer momento, pudesse se levantar e gritar com o irmão para que ele se levantasse e fizesse qualquer maldita coisa! Porém, por mais que parecesse que ele estava apenas deitado esperando para ser atingido, em seguida descobrimos que ele estava apenas tentando se concentrar, após ter descoberto um buraco na parede de concreto, onde alguém havia sido acertado com muita força em uma luta anterior e deixado uma marca.

A próxima coisa que tivemos noção foi que a parede se desintegrou de uma forma muito esquisita, todo o cimento molhado indo ao chão com um baque enquanto a areia permanecia no alto, como se flutuando. Os grãos começaram a se unir rapidamente, formando duas grandes mãos, que se movimentaram apressadamente para que pudessem comprimir o Uchiha entre elas. Por um momento, o moreno sumiu, estando no meio daquela areia, ao mesmo tempo em que o outro lutador se levantava e fazia um gesto com sua palma como se quisesse esmagar alguém.

— Caixão de areia.

Foi um pouco assustador, principalmente quando toda aquela areia se dissipou, jogando o rival do outro lado da Arena, e voltou, amontoando-se no corpo do ruivo, como se revestindo-o. Alguns segundos depois e ela desapareceu, como se tivesse construído uma armadura para ele. Poucos segundos se passaram, o outro ainda no chão, claramente com dificuldades para se levantar, quando um apito soou e cabaça, antes apreendida, agora estava já devidamente presa onde era o seu lugar.

— Ele conseguiu. - A mulher ao meu lado sussurrou, já com uma postura mais tranquila. Mas isso durou muito pouco, pois um chakra estranho, de cor incomum, arroxeada, começou a rodear o corpo do homem que ainda há pouco havia sido atingido pela areia.

Todos na caixa de vidro pareceram alarmados e eu não poderia nem começar a imaginar o que aquilo significava, mas eu parecia a única; todos aparentemente sabiam do que se tratava e estavam assustados e surpresos com o fato. Ele se levantou e quando seu rosto entrou no meu campo de visão, era como se estivesse pegando fogo. Logo, foram substituídas por estranhas marcas negras, distribuídas por todo o lado esquerdo do corpo dele. E, mesmo parecendo sádico, pude ver que um sorriso começava a aparecer em sua expressão.

Os olhos de cor escarlate que pude vislumbrar no dia em fugimos estavam de volta e, mesmo à luz do dia, eles não eram menos intimidantes. Mesmo o Sabaku com sua cabaça de volta, até mesmo ele parecia meio alarmado com toda a situação.

— Qual é, Sabaku, não me diga que está ficando assustado. - o Uchiha se pronunciou e pudemos escutar sua voz, mesmo que ela soasse a nós um pouco baixa.

— Por que ele tem olhos vermelhos? E o que isso significa? - Virei-me para TenTen e era uma surpresa que ela não estivesse tagarelando. Provavelmente poderia estar em choque com todas as surpresas que aquela luta revelou. Ela demorou um momento até que seus olhos castanhos estavam nos meus.

— Bem, a família Uchiha possui o Sharingan. É como se fossem primos distantes dos Hyuuga, com o Byakugan. Porém eles têm habilidades diferentes. O Sharingan é capaz de copiar jutsus e, também, colocar uma pessoa sobre um genjutsu. Provavelmente são capazes de mais coisas, porém os conhecemos muito pouco. Os usuários também parecem poder acompanhar os movimentos do oponente com bastante precisão, algumas vezes chegando a prever o que o outro fará.

— E essas marcas esquisitas no corpo dele?

— É a Marca da Maldição. A pessoa que a ativa tem uma porção de chakra extra, aumentando sua força e, consequentemente, seu poder. - Foi Temari quem falou, baixinho, parecendo um pouco apreensiva com a técnica. - Na verdade, o Uchiha não deveria poder utilizá-la. Depois que Orochimaru (aquele que a espalhou) voltou para o convívios dos clãs e foi perdoado, todos aqueles que foram marcados tiveram seus selos retirados. Não sei como ainda não interromperam a luta.

Voltei meus olhos para frente, no exato momento em que o Sabaku trouxe seu olhar para sua irmã. Pareciam em algum tipo de comunicação à distância e, quando ela deu-lhe um aceno positivo, ele parecia mais determinado do que nunca. O moreno estava se aproximando para atacá-lo quando ele fez um sinal de mãos, aparentemente complicado e demorado e uma grande quantidade de areia surgiu, Tinha a forma de uma mulher e o Uchiha foi pego e preso entre os braços cruzados dela.

— É a nossa mãe. Ela morreu quando éramos pequenos. - sussurrou a loira ao meu lado, referindo-se à mulher de areia que aparecera no jutsu. Em seguida, a imagem se transformou em uma grande pirâmide e então o oponente não podia mais ser visto.

— Grande funeral do deserto. - Gritou o ruivo, conseguimos ouvir sua voz alta e clara, quando ele colocou sua mão em punho, novamente como se estivesse apertando algo. A pirâmide diminuiu de tamanho, quase ao tamanho de uma mão, e então explodiu. O moreno foi jogado com violência contra o chão da Arena e não foi preciso que o sino soasse para perceber que a luta havia acabado. O atingido não parecia nem mesmo respirar, deitado ali no chão.

Temari nem ao menos esperou que a luta se desse por completamente finalizada para ir correndo ao encontro do irmão. Depois do seu último jutsu, ele próprio caiu no chão, sentado, sua cabeça para baixo, quase em seu colo. Era uma posição estranha e eu já havia visto aquilo antes, por isso me levantei e segui a irmã para dentro da Arena, onde os médicos ninjas já cuidavam do outro.

Aproximamos do ruivo juntas, mas foi ela quem o cutucou, chamando-o pelo nome. Não esperávamos que ele estivesse bem, é claro, fora uma luta rápida, porém aparentemente exaustiva, mas acho que ambas esperávamos por Gaara. Entretanto, quando ele levantou seus olhos para nós e tudo o que nós duas pudemos ver foram duas orbes negras e profundas, pude perceber que não era o irmão de Temari ali; sim, a besta tinha assumido. Shukaku estava no controle do corpo e eu não sabia dizer até que ponto isso era uma coisa perigosa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo, foi importante porque a partir de agora esse evento da Marca da Maldição vai desencadear uma série de coisas. A partir de agora, as coisas vão ficar um pouco tensas e vou tentar voltar com o próximo capítulo o mais rápido possível. Beijos de luz a todos.



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