The Game of Life escrita por anabfernandes8


Capítulo 11
Capítulo 10 - O último treino e a tentativa de assassinato


Notas iniciais do capítulo

Oi mores, tudo bom? Para quem ainda segue me acompanhando nessa jornada, meu muito obrigada e desculpas pela demora. Tenho estado enrolada com outros projetos, mas agora aqui está um capítulo fresquinho para vocês. Espero que não tenham desistido de mim, boa leitura.



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Acordei com uma dor de cabeça terrível. Sentei-me e o mundo rodou a minha volta. Opa, vamos com calma aqui. Balancei a cabeça, para ver se a dor passava, e levantei-me para tomar um banho. As coisas tinham que melhorar. Eu não aguentava mais viver nesse caos.

Assim que eu estava pronta e com a armadura certa para encarar o resto do dia (roupas soltas e leves e uma sandália que era como se eu estivesse pisando nas nuvens), dirigi-me ao refeitório em busca de comida. Talvez um copo d'água ou algo assim fizesse com que eu melhorasse.

Entrei no recinto, ainda meio sonolenta e grogue, não prestando muita atenção no que estava ocorrendo ao meu redor. Todos os meus dias aqui foram muito ruins, mas parece que este estava sendo o pior. Coloquei algumas coisas aleatórias no prato, peguei um copo com água e fui para a mesa.

— Não, não, onde você está indo? Eu faço questão de que você se sente ao meu lado, aliada. - Parei, não revirando os olhos apenas porque sabia que o gesto faria com que minha cabeça doesse ainda mais. Meus olhos estavam meio fechados pelo cansaço, e forcei-os a abrir um pouco mais para ver quem estava falando comigo.

— O que você acha que está fazendo, Sabaku? - Continuei ali de pé, olhando seu sorriso e pose relaxada. Ele estava em pé ao lado de uma das cadeiras, com sua irmã de um lado, e a cadeira do outro lado vazia, enquanto suas mãos apontavam para esta. Eu sei que deveria ficar com raiva dele, mas eu já estava tão esgotada de ficar com raiva que agora estava apenas conformada. Essas pessoas são loucas.

— Como, o que? Agora que nos aliamos, é óbvio que precisamos andar juntos o tempo todo. - Em algum momento da noite anterior, eu havia decidido começar a chamá-lo pelo seu sobrenome. Eu precisava manter a pose e toda a coisa e não era uma má ideia começar a identificar as pessoas agora que eu sabia exatamente o que estava fazendo.  

— O que? Você é louco? Você está ouvindo o que está dizendo? Eu não vou andar grudada com você o dia todo. Eu gosto de ficar sozinha.

— Mas nós nos aliamos.

— Que aliança estúpida? Isso não significa nada! - Suspirei, indo sentar ao seu lado já que não havia mais nenhum assento disponível. Isso era coisa dele, eu tenho certeza. Por Kami, o que ele estava pensando? Na verdade, o que eu estava pensando fazendo um trato estúpido com um espírito e agora sendo obrigada a estar numa aliança idiota com essa pessoa?

Diante da minha fala, vi seu sorriso vacilar um pouco, mas um segundo depois já estava de volta, tanto que achei que tinha imaginado a coisa toda. Ele deu de ombros, como se não se importasse, e sentou-se também, voltando a comer.

— Bem, depois do que aconteceu ontem, achei que tínhamos um trato!

— Qual o seu problema? Cai na real. Nós apenas conversamos, nos acertamos, eu te aceitei apesar de toda a sua arrogância e fim. Isso não significa que de repente somos aliados. - Bebi o copo de água em um gole só e em seguida comecei a comer. Fiquei surpresa com o quão rápido meu cérebro havia criado um plano para a noite passado, considerando as condições em que eu me encontrava hoje.

— De onde eu venho, o que conversamos, significa claramente que nos aliamos. - Ele adquiriu um ar de superioridade e dei uma mini-revirada de olhos, o possível para o meu cérebro pulsante não estourar na cara de todos. Parece que eu não estava indo me livrar disso afinal. Suspirei, conformada.

— Você é um idiota. Até aí, nada de novo.

— Oe, Sabaku. Qual é o papo de aliada? Vocês estão juntos e esse é algum tipo de apelido carinhoso? - O moreno odioso do treino coletivo, que não teve nenhum pouco de piedade de mim, disse, um sorriso arrogante naquela cara estúpida. Por mim, esse babaca poderia ir se foder. Sim, hoje eu estava totalmente estressada e com zero paciência pra esse tipo de comportamento.

— Engraçado, Uchiha, mas não estou rindo. E não, não estamos juntos, como você bem sabe isso é proibido aqui. Ou talvez tenha se esquecido de ler as regras? - Um para o ruivo, zero para o idiota. O homem de olhos escuros bufou, nenhum pouco abalado. - E não, isso não é um apelido carinhoso. É um estado. Eu e Ino nos aliamos. Até mesmo você sabe o que isso significa.

— Significa que você e essa perdedora serão os primeiros a serem eliminados? Claro, porque com as habilidades dela de ficar no chão… - O cretino deu uma risadinha e olhou para mim com pena. - Ela é patética.

Eu estava prestes a levantar e começar a bater boca, quando a mulher Sabaku se levantou com os braços cruzados, os músculos tensos, uma postura clara de quem estava se segurando para não quebrar alguma coisa. No caso, a cabeça desse babaca. Bem, você não estava me vendo reclamando disso.

— Você pode querer ter mais cuidado quando fala da minha família. - Uou, isso virou pessoal.

— Ou o quê? - O outro desafiou. Uh oh, amigo, agora você está brincando com armas pesadas. Eu não queria estar na sua pele.

— Não vai querer saber. - Respondeu ela, em um tom sombrio. Minha pele se arrepiou inteira e aparentemente todos na sala tiveram a mesma reação. Ela não estava ficando menos assustadora com o passar do tempo.

— Relaxe, Temari. Toda essa pose arrogante esconde um monte de coisas. A primeira delas é que você está com medo. Se não estivesse, por qual motivo se preocupar com um fato que não tem nada a ver com a sua vida? Se isso não te incomoda nenhum pouco, então por que se interessar? O que nos leva à segunda coisa: você está confuso. No treinamento coletivo, você conseguiu ter uma boa visão das habilidades de todos. No entanto, você não está muito certo de que aquela é a capacidade real dos seus oponentes. E isso te deixa um pouco perdido. Devo continuar?

— Você não poderia estar mais enganado. - Aliado com a pose arrogante, estava o sorriso presunçoso. Na verdade, reparando melhor, parecia um sorriso tenso. Parece que alguém foi pego em seu próprio jogo?

— Bravo! - O Sabaku mais velho entrou batendo palmas. Eu não deveria nomeá-lo, já que tínhamos uma relação de ódio e ódio, mas como os três irmãos tecnicamente tinham o mesmo nome, concluí que não havia problema nenhum em me referir aos três da mesma forma. E já que eu já havia nomeado um deles, qual era o problema? Não havia nenhum, então não havia nada para remoer sobre aquilo. Era até uma surpresa o fato de eu ter conseguido me lembrar do sobrenome dos irmãos mesmo tendo ouvido isso apenas algumas vezes. - Devo admitir que apesar de algumas atitudes, vocês têm uma grande capacidade. Essa será uma Arena bem empolgante.

— Não precisava elogiar a todos apenas para falar sobre a minha mente brilhante, Kankuro. - O irmão mais novo deu aquele sorriso de canto irritante, que sempre dava quando estava se gabando de algo. Com que tipo de pessoas eles me colocaram para conviver, Kami?

— Muito humilde você, Gaara. Me deixa orgulhoso. Ino, você está pronta para o treinamento? - Terminei o resto da minha refeição e segui-o para fora dali.

Não trocamos palavras durante o caminho. Não era necessário. Eu estava literalmente me arrastando atrás dele, de tão cansada que estava da situação toda. Já haviam-se passado vários dias e nada havia melhorado; muito pelo contrário. Todos os dias, as coisas de mal a pior, de pior para enlouquecedor e de enlouquecedor ao fim do mundo.

Assim que chegamos ao nosso local de treinamento de sempre, do lado de fora dos prédios, ali no jardim, meu corpo estava a um passo de desabar. Kami, o que aconteceu comigo? Eu fui atropelada durante a noite?

Então, sentei-me no chão, esperando que pudéssemos conversar até que eu tivesse melhorado o suficiente para conseguir treinar. Ele não pareceu se importar com o que eu fiz, já que logo em seguida ele se sentou também à minha frente.

— É isso aí, o último dia. É aqui que nossos caminhos se dividem. - Murmurou ele, com a cabeça abaixada, e brincando com os dedos no colo. Ele parecia… triste. Mas, espere um minuto. Como assim último dia? Do que exatamente ele estava falando?

— Eu não entendo o que você está falando. Por que esse é o último dia? - Diante da minha fala, seus olhos se levantaram e encontraram os meus. Ele me estudou meticulosamente, como se estivesse analisando se aquilo era uma espécie de piada. Continuei com a mesma expressão, tentando entender o que estava acontecendo. Por que as pessoas me tratam como se algumas coisas fossem óbvias para mim? Eu não deixei bem claro o fato de que eu não me lembro das coisas?

— Bem, hoje é a noite de abertura. Uma semana se passou desde que você entrou aqui. É o tempo que o treinamento com os instrutores leva. A partir de aqui, você não recebe mais ajuda externa. Considerando que as lutas começam a partir de amanhã, achei que esse fato fosse meio óbvio.

Não! Não! NÃO! Havia se passado uma semana inteira desde que eu estava nesse inferno? E o que ele quis dizer com… as lutas começam amanhã? Mas…

— Isso… não! Não! As lutas não podem começar amanhã. Eu não estou… eu não to preparada.

— Sinto muito, Ino. Você tem razão, você não está preparada. Nem de perto. Mas o The Game não é feito para pessoas que vieram do Mercado inferior. O The Game é pra pessoas que nasceram e vivem até hoje em seus clãs, pessoas que desde pequenos frequentam academias ninjas, pessoas que sabem muito bem quais são suas habilidades. O The Game não é para pessoas como você. Mas, infelizmente, ninguém se importa. Você foi escolhida e você está aqui. E não há nada que possa fazer a respeito.

— Eu vou morrer. - Minha voz saiu como se eu tivesse sendo estrangulada. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Como isso era possível? O mundo não podia ser tão injusto assim comigo.

— Então talvez devêssemos trabalhar para que você não morra esquecida. - Nos encaramos por um momento, a realidade caindo sobre mim. Eu estava a beira de um precipício e não havia nenhuma forma de conseguir escapar. - Vamos lá, de pé. Ainda temos algum tempo.

Sim, nós tínhamos esse tempo. Toda a manhã. Que foi preenchida com o treinamento mais pesado que tive desde que cheguei. O Sabaku não pegou nenhum pouco leve. Ele conseguiu ser pior do que o idiota com quem lutei no treino coletivo. Não houve nenhuma trégua em nenhum momento. Ele me atacou sem parar durante a manhã toda e quando chegou a hora do almoço, eu mal conseguia andar de tão exausta que estava.

Mas eu estava relativamente melhor. Meu treinador caiu em cima das rasteiras, então no final do treinamento da manhã, eu estava mais esperta em relação às minhas pernas. Não 100%, óbvio, mas eu já não caia todas as vezes também, o que foi pra mim mais uma pequena vitória. Eu estava chegando lá. Se eu tivesse mais tempo de treinamento… talvez eu pudesse me tornar uma ninja boa. Balancei a cabeça, tentando afastar esse pensamento. No que eu estava me transformando? Eu não queria ser uma ninja.

Diante de todos os acontecimentos, meu cansaço mental havia sumido, sendo substituído pura e totalmente pelo cansaço físico. Antes eu mal estava conseguindo raciocinar, mas agora minha mente estava a mil, porém eu mal estava conseguindo andar. Brilhante.

— É isso. Eu queria poder ter mais tempo para treiná-la, mas tenho assuntos urgentes para resolver. E considerando seu estado, acho que poderia querer descansar durante a tarde, já que talvez vá lutar amanhã.

— Vou torcer para que você esteja errado. Sobre a luta de amanhã, eu quero dizer.

— Pense como quiser. Não vai conseguir fugir pra sempre. - Ele suspirou, dando de ombros, como se a situação fosse a mais normal do mundo. - Eu tenho alguns conselhos para dar antes da luta. Mas primeiro, você vai querer saber um pouco sobre a noite de abertura antes que ela comece. Ela vai ocorrer no clã Hyuuga, aqui perto. E vai ter muita gente. Pessoas do mundo todo vão estar aqui e você vai estar sob os holofotes. Não há razão para se intimidar. Você vai ser apresentada ao público e algumas informações sobre você serão mostradas. E seu clã inteiro vai gritar o seu nome assim que o seu rosto aparecer nos telões.

— Isso parece estúpido. - Quem liga se meu ex-clã inteiro estará lá para me ver morrer? Eles nunca se importaram o suficiente de qualquer forma.

— É uma tradição. O que eu disse agorinha é a parte que você vê. A parte que você não vê é que, enquanto os participantes estão sendo mostrados, um representante de cada clã é levado a uma sala privada. Eles são responsáveis pelas apostas. Sim, há dinheiro por trás, é óbvio. Ali, quando estão todos reunidos, cada um dá um lance. Como lance eu quero dizer que cada um escolhe um participante que acha que ganhará o jogo. Os lances podem mudar ao longo do evento, dependendo de quem ganha e perde as lutas. Quando há dois participantes do mesmo clã em uma mesma edição, como Gaara e Temari no cenário atual… bem, podemos dizer que há uma pequena divergência de opiniões dentro do clã de origem.

— Qual deles você acha que tem a maior chance? Qual dos dois irmãos você acha que vai ganhar? - Era uma pergunta pessoal demais e totalmente parcial. Ambos eram irmãos dele. Mas eu queria muito saber sua opinião sobre o assunto.

— Eu apostaria em Temari de olhos fechados. Gaara é um pouco impulsivo. Apesar de ter uma mente brilhante e fantástica, que está acima da maioria das pessoas aqui, as ações dele são um pouco… estranhas, eu deveria dizer. Apesar de que ele é um oponente muito forte. Vai entender quando vê-lo lutando.  Já Temari… ela é uma das pessoas mais fortes que eu conheço. E também não tem nenhum sentimento. Ela vai destroçar sem piedade qualquer um que for seu oponente. Se eu não estiver na sua mira, eu vejo isso como uma qualidade.

— Ela é macabra. - eu disse, tremendo só de pensar na possibilidade de enfrentá-la na Arena.

— Faz parte dela. No cenário Arena, essa é a personalidade perfeita. Enfim, voltando ao que eu estava dizendo, você vai querer ter as melhores apostas. Isso significa que, no final, se aquele que ganhar tiver tido apostas boas, ele conseguirá se manter bem, você pode ter certeza. Se eu aposto em você e você ganha, eu tenho meu dinheiro de volta. Mas, se ao invés disso, você perder, todo o dinheiro vai para o The Game. É assim que eles se mantêm. Certo, agora alguns conselhos pessoais. Você vai querer observar seus oponentes enquanto eles lutam, então não durma enquanto outras pessoas estão lutando. Se fizer isso, corre o risco de ficar pra trás, porque todo mundo vai estar prestando atenção. No mais, é só isso. Apesar do pouco treinamento, acho que você vai se dar bem.

— Espero que esteja certo. - E eu esperava mesmo. De todo o meu coração.

Nossa despedida foi breve, mas não aconteceu ali. Eu pedi-o para me ajudar a chegar até as piscinas, já que não estava me aguentando em pé. Toda vez que eu tentava, minhas pernas vacilavam, tremiam e eu acabava no chão.

Assim, ele me ajudou a chegar lá e sentou-me na beira de uma das piscinas, colocando meus pés na água.

— Isso pode ajudá-la a relaxar mais rapidamente. Agora eu tenho que ir, então… boa sorte, Ino. - Ele sorriu e acenou, enquanto saía apressado. Não me importei em respondê-lo, concentrando-me em sentir a água. Balancei minhas pernas, sentindo como se estivesse no céu, tão maravilhosa era a sensação.

Inclinei-me para trás, relaxando todo o meu corpo e fechei os olhos. Eu poderia ficar aqui a tarde inteira. Não estava com muita fome, logo o almoço não seria necessário tão cedo, apesar de já estar na hora. Sim, era assim que todos os dias deveriam ser. Calmos. Tranquilos. Sem nada para se preocupar.

Eu estava tão relaxada que acho que peguei no sono ali mesmo, naquela posição estranha. Em algum momento, senti alguma coisa tocar minha perna. Eu não sabia o que era, e nem tive tempo de descobrir, porque a próxima coisa que senti foi um empurrão. E assim, eu estava dentro da piscina.

Abri os olhos, atordoada, sem saber o que estava acontecendo. Água invadiu meus olhos e tentei mover minhas pernas, obrigando-as a nadar. Estar dentro da piscina não era nada, já que eu sabia nadar e sairia dali rapidinho. O único e principal problema, no entanto, foi que minhas pernas não me obedeceram. Eu não estava conseguindo sentir minhas pernas. E por mais que eu enviasse ordens para elas se mexerem, não estava acontecendo.

E eu sabia que não era por causa da dureza do treinamento da manhã. Ok, nós pegamos pesado e eu estava bem cansada a ponto de não conseguir ficar em pé, mas eu sentia minhas pernas. Elas tremiam e me levavam ao chão, mas pelo menos elas estavam lá. E agora, a sensação que eu tinha era de que elas não estavam. Como se eu não tivesse pernas.

Eu estava segurando a respiração muito bem até o momento. Mas aí desandou. Ao constatar que eu não conseguia mover as minhas pernas, eu entrei em pânico. Parei de prender a respiração e abri minha boca, o que claramente foi um erro. Porque no momento seguinte, eu estava me afogando. E não havia ninguém para me ajudar. Como foi que eu caí naquela piscina, afinal?

Tentei mover as pernas mais uma vez, totalmente desesperada. Mas nada aconteceu. Era isso. O fim. Eu iria morrer aqui nessa piscina, sem ao menos ter a chance de tentar algo. Bom, já que eu ia morrer de qualquer forma, acho que não fazia muita diferença.

Eu já havia perdido as esperanças, quando algo me puxou e eu saí da água. Tossi, buscando oxigênio desesperadamente. Meus olhos estavam embaçados e demorei a focar na pessoa que havia me salvado.  

— Você está bem? - Eu reconheceria essa voz em qualquer lugar do mundo. Não era exatamente quem eu esperava ouvir, na verdade era a última pessoa que eu imaginaria que me salvaria. Seus cabelos cor de areia entraram em meu campo de visão e apesar de essa ser a última pessoa que eu queria ver no momento, agradeci internamente por ela estar ali. A Sabaku era assustadora, isso sem dúvidas, mas ela havia me salvado, então tudo bem.

Balancei a cabeça negativamente. Não, nada está bem. Eu quase havia morrido ali naquela piscina. Com certeza, eu nunca mais chegaria perto dela.

— O que aconteceu? - Ela perguntou em uma voz suave, apesar de seu rosto ainda continuar assustador. Bom, esse era o problema. Eu não sabia o que havia acontecido.

— Eu… eu estava descansando na beira da piscinas, apenas com os pés dentro da água. Eu não sei bem o que aconteceu, eu só sei que depois eu estava na água e não conseguia sentir minhas pernas. - Assim que terminei de dizer, tentei mover minhas pernas e elas finalmente cooperaram. O que havia acontecido afinal?

— Então você foi empurrada? - Sua voz havia ficado tensa e tremi, tanto de frio como de medo. Eu geralmente não sentia tanto medo, mas essa garota não era normal.

— Por que está perguntando isso? - Sentei-me, já que estava deitada e tossi novamente.

A loira levantou-se à minha frente, com uma expressão indecifrável, pensou por alguns minutos e então começou a sair. Levantei-me rapidamente, minhas pernas ainda doendo do treino, e comecei a seguir. Eu estava molhada, com frio e morrendo de medo das minhas pernas vacilarem e me levarem ao chão, mas mesmo assim continuei atrás dela, confusa com o que ela estava planejando.

Andamos por mais algum tempo, até que chegamos ao refeitório. O almoço estava sendo servido e todos estavam presentes, alguns sentados na mesa, comendo e conversando, enquanto poucos ainda estavam se servindo. Mitsashi estava entre eles, provavelmente repetindo pela terceira vez. Algumas coisas nunca mudam.

Assim que chegamos, as pessoas da mesa nos olharam, mas não liguei, eles já haviam me visto em situações piores (como no dia dos procedimentos médicos, no dia do treinamento coletivo, entre outros). Parei na entrada, mas a mulher assustadora continuou andando. Eu não sabia qual era a sua intenção, mas aposto que não demoraria a descobrir.

E não demorei mesmo. Ela só parou de andar quando estava atrás de uma menina que estava sentada comendo. Esta tinha cabelos róseos e estava exatamente ao lado de sua recente “inimiga”, a de cabelos azuis que podia fazer crescer veias grossas ao lado de seus olhos. Uh oh, isso não era nada bom.

E não acabou aí. Ela não só ficou atrás da cadeira, como tocou no ombro da que estava na sua frente e se inclinou um pouco. Sua voz foi baixa, mas todos ali presentes ouviram.

— Se eu fosse você, não tentaria afogar alguém novamente. Porque da próxima vez que isso acontecer, é você quem estará naquela piscina e acredite, não terá apenas um probleminha nas pernas; você estará sem elas.

Um silêncio estranho caiu no recinto, como se ninguém ousasse abrir a boca para dizer algo. Então, assim como chegou, a Sabaku se endireitou e saiu. Fiquei ali parada, observando-a. Achei que ela pararia e falaria comigo, mas ela nem ao menos me olhou. Logo que ela saiu pela porta, todos pareceram respirar aliviados. Saí do transe e obriguei minhas pernas a se moverem. Já que já estava ali, por que não aproveitar e comer?

Fui até a mesa, peguei um prato e me servi. Ao meu lado, estava a louca das comidas, que, assim que tudo voltou ao normal, se virou e fingiu que nada tinha acontecido, pegando sua comida naturalmente.

— Ei, Ino. Como você está? - Quando ela finalmente me olhou, ela percebeu que eu estava totalmente molhada. Não havia como não perceber. - O que aconteceu com você?

— Eu me afoguei.

— Então… - Ela olhou ao redor e buscou alguém, e assim seus olhos pararam na mulher de cabelos róseos. - Era sobre isso? Ela te afogou? Não posso acreditar!    

— Eu não sei o que houve ali na piscina. - Balancei minha cabeça, tentando entender o que havia ocorrido ali. Sim, eu senti um empurrão antes de cair na água. Mas será que realmente havia sido ela? Pelo jeito que a Sabaku estava se comportando, ela tinha certeza absoluta do que havia acontecido. Mas por quê? Por que alguém tentaria me afogar a essa altura do campeonato? Eu não era nem mesmo um oponente forte, por Kami.

— Não é por nada, mas a garota Sabaku é assustadora. Eu é que não quero ser a primeira a enfrentá-la na Arena. Tenho arrepios só de pensar. - Eu também. Acredite, eu também. - De qualquer forma, venha comigo. Não ande mais sozinha por aí. Venha sentar-se com a gente.

Não havia outra escolha a não ser aceitar a proposta. Eu amava ficar sozinha, mas por agora, eu precisava de um tempo perto das pessoas. Quem sabe o que aconteceria se eu ficasse sozinha novamente?


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Notas finais do capítulo

Olá, eu tô bem? Escrevi tão poucas palavras kkk então, o que acharam? Espero que estejam gostando, qualquer tipo de comentário (ou não) é bem vindo. Se você veio até aqui, pela primeira vez, seja bem vindo. Aos que já acompanham, bem vindos de volta. Sei que são muitas perguntas, muitas lacunas, tudo é inicialmente muito confuso, mas prometo que aos poucos vai começar a fazer sentido. Qualquer aflição, sintam-se à vontade para me chamar à qualquer hora. Um beijo a todos, até o próximo capítulo.



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