A Capitol se reergue escrita por ket


Capítulo 1
O assassinato de Paylor




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Ela estava em seu escritório, organizando as novas tarefas que imporia aos distritos mais capazes, sendo eles o 2º, o 3º e a própria Capitol. Todos trabalhariam para um bem maior enquanto ela estivesse no comando do país. Já fizera 21 anos desde que fora proclamada presidente de Panem, e modestia à parte, fizera um puta de um ótimo trabalho para reerguer os distritos pobres e ajudar seus habitantes.

Paylor dirigia-se ao seu quarto, quando esbarrou em Hayley. Ela era ruiva, seus cabelos cresceram cacheados e haviam mechas brancas que ela mesma tingira ali e aqui. Possuia um corpo normal, nada de mais e nem de menos. Tinha um temperamento forte, era insáciavel sua busca por novas descobertas. Ela permitira Hayley ficar na casa quando sua mãe, a neta de Snow, veio pedindo ajuda com uma criança no colo; ninguém em Panem tolerava ver alguém da família de Snow, mas Paylor acolheu a criança. Ela ofereceu moradia à moça, mas essa se recusou. Quero apenas a minha filha a salvo, disse ela, eu posso me virar sozinha. Paylor não disse nada, afinal, quem era ela para tentar mudar o destino já traçado de alguém?

Mas a criança crescera impetuosa e sarcástica. Estudara sobre seu bisavô a vida inteira e o admirara como se ele fosse um super herói.

— Olá, querida presidenta! Já ia deitar?

Paylor olhou com desagrado. Não caíra uma única vez em suas trapaças, mas não podia dizer o mesmo de todos os outros. Hayley manipulava e chantageava. Gritava, comandava. As vezes vem à tona uma imagem de dois anos atrás: um garoto que Hayley mandara afogar porque ele simplesmente não queria ir ao baile com ela. Hay chamava os soldados de pacificadores alegando que deveria continuar pelo menos um legado de seu bisavô, e eles achavam que deveriam ser leais à ela, já que ela era bisneta de Snow; Para eles, ela deveria assumir a presidência. O povo de Panem a adorava, então provavelmente pensavam o mesmo. Paylor estava velha, e ainda não achara um sucessor. Mesmo amando Hayley como se ela tivesse sido gerada em seu útero, ela jamais a deixaria assumir seu cargo. Nem se morresse.

— Oi, Hay! Já sim, hoje o dia foi tão cansativo. E você, estava indo aonde?

— Ai, tia! Cheia de tarefas, aqui e ali. Você precisa descansar um pouco! Ah, tava indo tomar um ar. Ou champagne. Vem comigo, a gente pode brindar a vida!

Paylor decidiu ir. Não gostava de deixar Hayley andando por ai a sós. Não com medo do aconteceria com ela; medo do que aconteceria com quem ela encontrasse.

— Vem comigo, a gente pode brindar a vida!, repetira seu Jabberjay*

Hayley possuia vários "animais de estimação", desde jabberjays a bestantes. Paylor jamais a deixara ter bestantes violentos, apenas animais ligeiramente modificados, sem nada extravagante. Elas ficaram 4 anos sem se falar por conta disso.

Assim que chegaram na cozinha, Hayley abrira o forno. Tirara de lá um bolo, e oferecera a Paylor. Hayley enchia sua taça quando começara a falar.

— Sabe, tia? Hoje eu li muito sobre Nightlocks. - pausou enquanto esperava Paylor dar sua primeira mordida no bolo — Meu vô era um gênio! Não é interessante como elas funcionam? Ah, eu descobri uma coisa também! E sozinha! Claro que eu li algumas coisas no livro que me ajudou, mas eu descobri por mim mesma, juro! Meu vô iria ficar tão orgulhoso! Adivinha o que é? - Paylor já começara a sufocar — Ah, vou falar! Tem como a gente raspar elas sem estourá-las! E acho que o pózinho mata lentamente. Assim, não deve ser na hora porque ela perde o feito de BOOM, mas acho que mata de qualquer jeito, né?

— Hayley, o-o q-que vo.. - Paylor entendera tudo. Era tão óbvio! Hayley fizera 18 anos ontem, ela já pode ser presidenta! E o povo obviamente vai aceitá-la! Não. Gale não deixará. Katniss não deixará! Eles jamais serão manipulados por ela. Não eles.

— Ai, quando eu fiz o bolo, resolvi colocar um pouco das raspas na mistura, pra ver o que aconteceria com quem comesse. É tão triste, tia! Eu não queria que essa pessoa fosse você! Mas amora é a sua fruta favorita, né? Não deve ser tão ruim assim. Eu experimentaria, mas tenho que continuar o que meu bisavô começou.

Paylor sabia. Sabia! No fundo, sempre soubera. Então, seus pesadelos vieram à tona como se tivesse adormecido; vira seu passado, vira seus entes e os habitantes do distrito 8 deitados em macas, bombas explodindo perto dali, vira Snow rindo, vira bestantes, vira Hayley quando criança, vira mockingjays, vira a si mesma definhando... até que não vira mais nada.


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Notas finais do capítulo

*jabberjays são mais conhecidos como "gaio tagarela"; eles imitam a voz de qualquer pessoa.



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