Reviver Um Sonho escrita por mob_22


Capítulo 4
Adeus


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demoraa... ^.^'



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               Me deitei atormentada pelo assunto e aos poucos senti minhas pálpebras pesarem sobre meus olhos cansados. Adorava aquele aconchego da minha cama, que parecia ainda mais acolhedora em momentos de sono.


               No dia seguinte eu acordei indisposta, sendo retirada da cama pela minha mãe. Fazia anos que não acordava dessa maneira. Agora eu era o sinônimo do cansaço. Fui até a cozinha e comi uma bandeja repleta de torradas com um café bem forte, pois minha mãe dizia que ele nos animava. Sentadas na mesa, ela começou uma conversa:


               __ Filha, me desculpe. Era o certo a se fazer. __ disse ela, calma. De repente aumentou o timbre da voz __ Mas...você não tem vergonha? Você é uma mulher solteira!


               __ Mãe! Não quero discutir isso agora. Eu só quero ir trabalhar.


               __ Só me prometa uma coisa: você vai se afastar dele. __ pediu ela.



               Nessa hora eu me levantei da mesa e a encarei revoltada, era demais ela me pedir uma coisa dessas. Ela me chamou de volta e eu não a obedeci. Me tranquei então no meu quarto.


               Liguei do meu celular para a Eloisa, avisei que chegaria mais tarde no trabalho. Ela entendeu e disse que ela ia informar o Sr. Walter.


               Vesti uma blusa vermelha por baixo do meu colete listrado. Coloquei também um jeans preto e recolhi novamente a bolsa que eu tanto uso.


               Depois sai de casa. Andei pela rua tentando assumir uma certa normalidade. Eu estava atrasada e isso me preocupava. Percorri o mesmo trajeto da minha casa até o trabalho o mais rápido que pude. Cheguei lá cansada e tomei um copo com água.


               Mais um dia de trabalho se passou. Tive uma reunião com meu chefe e informei a ele o acordo com os fornecedores. Por um lado toda a agitação me distraiu dos problemas pessoais. Saí dali um pouco irritada, pois meu chefe insistia em falar sobre o maldito documento que se perdeu. O dia não estava sendo bom, embora eu acreditasse que já houveram outros piores.


               Invertendo o trajeto já feito, encontrei um rapaz, estranhei quando houvi meu nome ser dito por ele. Foi quando notei que era o Adam. Meu coração bateu mais forte e eu o abracei com força, por impulso.



               __ Adam, me desculpa! Me desculpa mesmo. __ disse, a ponto de despencar em lágrimas ali mesmo.


               __ Você não tem culpa. __ disse, enquanto apoiava-me nele.



               Ele afagou meus cabelos e por um segundo o olhei, deixando que o silêncio entre nós dois falasse por mim.



               __ Eu não sei bem como dizer, mas é bom a gente parar por aqui.



               Espantei-me com o que ele disse e perguntei abalada:



               __ O que você quer dizer com isso?__ olhava pra ele. Estar conversando com ele naquele clima temeroso apertava-me o coração. Não estava com pressentimento muito bom.


               __ Olha, Kris... eu não quero piorar as coisas para você. Sua mãe não gosta de mim e pode ser que ela saiba mesmo o que é melhor pra você.


               __ Não! Ela não sabe! __ Neguei, com a voz alta e tristonha.


               __ A greve vai terminar mais cedo ou mais tarde e eu não quero ver você triste. __ ele tentou explicar, entendi o que ele quis dizer. __ Vou ter de voltar para a faculdade.



               Era mesmo o fim de tudo? Ele ia desistir? Ele queria evitar meu sofrimento, mas não sabia a besteira que estava prestes a fazer. Eu não queria acreditar e ainda abalada, disse:


               __ Como você acha que vivi esses últimos anos?

 


               Aquilo foi uma das coisas mais fofas que o Adam fez para mim” pensei a olhar carinhosamente para os papéis dos bombons, que foram os chocolates mais gostosos que já saboreei.

               Eu não podia fazer nada, ele vai se formar e assim que isso acontecer vamos poder assumir algo mais sério e é o que eu espero. Adam, quanta falta você me faz...



               Ele olhou pra mim com remorso, tristeza e desviou seu olhar para o nada. Virei-me de costas para ele e pronunciei a seguinte frase:



               __ Se é assim que você quer... Tudo bem.



               Ele me virou de frente para ele e  entrelaçou seus dedos nos meus. Rebaixei o olhar ao chão e então ele me disse:



               __ Também não é assim.... olha para mim. __ Não obedeci. __ Kristine, olha para mim!



               Com o olhar apreensivo eu ergui minha cabeça e passei a olhar pra ele.



               __ Eu não quero te ver triste, eu quero te ver sempre! Mas preste atenção: não dá! A sua situação com sua mãe não é boa eu não quero ser a pessoa que vá piorar isso...



               Me libertei de suas mãos e então o encarei:



               __ Olha aqui! Se você acha que eu estou com você pedindo autorização dela, você está enganado!



               Ele estava prestes a dar mais uma de suas explicações fúteis quando o interrompi.



               __ Se acredita que isso é tão importante, me esquece de uma vez! __ gritei com Adam, apesar de estar abalada por dentro.



               Ele segurou meus dois braços com força e me virou de frente para ele:



               __ Me larga! __ pedi inutilmente. Da mesma forma como foi inútil pedir compreensão da minha mãe.


               __ Escute-me! É pra o nosso bem! Eu quero ver você vencer na vida e isso não vai acontecer enquanto estivermos juntos.



               Senti-me triste com as palavras ditas por ele. Ele conseguira me deixar acabada. Era um relacionamento tão firme, tão sólido. Não podia acabar assim, não podia. Eu estava disposta a lutar para estarmos juntos, mas ele queria seguir seu rumo, se era assim, eu não via outras escolhas.





               Ah, Adam. Porque não está comigo”- pensei, tentando por a culpa nele por um segundo.

               O preço era alto demais a pagar e em pouco tempo de luta eu não suportava mais. Quanto mais tentava me levantar mais me afundava nos meus mil e um problemas.



               Rebaixei meu olhar ao chão e disse:



               __ Está fazendo a vontade da minha mãe: o fim do nosso namoro. __ estava deixando a primeira lágrima percorrer meu rosto.


               __ Você não me entende. __ ele completou, largando-me.



               Seria tão bom se fosse como ele queria. Você tem alguém com problemas na família? Largue-a e vá para os braços de alguém com uma vida na plena normalidade. Mas por que tinha que ser assim?



               Por um instante eu entendia seu lado. Ele queria me ver de bem com minha mãe e me livrar daquelas irritantes discussões diárias. Também queria me libertar da saudade que me acompanharia a cada dia em que ele estivesse a quilômetros e quilômetros daqui. Lá no Rio de Janeiro.



               Ele desistiu de lutar. Sacrificou um namoro que tinha tudo para dar certo. Minha visão se embaçou e, cambaleando fraca, cheguei a me apoiar nele, que me segurou com prontidão. Eu direcionei seu olhar até ele e disse:



               __ Continuamos... amigos?


               __ Acredito que sim. __ ele disse, um tanto sem emoção. Ele não queria terminar, e eu percebi isso.



               Eu segui o caminho para casa sem saber ao certo o que fazia, onde pisava e por onde caminhava... somente deveria chegar em casa. Só isso. Me senti como um robô ou como um zumbi.

 


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