Just The Way You Are escrita por Baechu


Capítulo 1
Capítulo 1 - "Hey, estamos crescendo." (Maya)


Notas iniciais do capítulo

Observação: Quando eu colocar o nome de um personagem no título, significa que este está fazendo a narração do capítulo.
Neste capítulo irá rolar aquela velha "apresentação", que mostrará o estilo da história. Espero que gostem!



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— Vamos, Riley! Você está se arrumando a quase meia hora! – Esbravejei me sentando no confortável banco da janela, observando Riley escolher uma roupa em meio às várias em seu armário.

— Espera, estou tentando escolher algo que fique bom. – Riley respondeu em seu tom doce sem me olhar diretamente, quando finalmente tirou um vestido florido pendurado em um cabide do armário, acompanhado de uma jaqueta jeans. – Pronto. Vou me trocar.

Faltavam exatos 10 minutos para o sinal da escola tocar e ainda estávamos em casa, pelo fato de Riley demorar um século para se arrumar enquanto tagarelava sobre o ano passado. Eu não estava ligando muito pra isso, afinal, nós somos do Ensino Médio agora! Não quero me prender ao passado, e sim aproveitar o máximo do futuro.

Riley entrou no banheiro de seu quarto e fechou a porta para se trocar, mas ainda dava para se ouvi-la cantarolando alguma música. Mas logo ela parou, e o falatório se iniciou novamente, agora no assunto "Meninos".

— Como será que os meninos estão? Farkle viajou com o pai durante as férias, então eu não falei muito com ele. Já o Lucas, conversei com ele por algumas semanas, disse que estava ansioso para nos ver de novo. – Ouvi sua voz um pouco abafada atrás da porta do banheiro, mas logo a mesma se abriu, revelando a morena pronta, mas descalça. Assim, ela sentou em sua cama e começou a calçar um coturno cor-de-rosa.

— Riley. – Chamei-a, logo me encarou curiosa. Suspirei profundamente. – Será que vamos mudar muito esse ano? Sabe, em relação à nossa amizade. – O leve sorriso que permanecia no rosto de Riley desapareceu quando terminei a frase, se tornando uma expressão pensativa e preocupada.

— Claro que não, Maya. Nós sempre vamos ser amigas, e amigas dos meninos também. Não se preocupe. – Ela se aproximou de mim, se sentando ao meu lado na janela e me abraçando apertado, sem dizer nada. Riley sempre dava um jeito de me animar de alguma forma, realmente ela era minha melhor amiga, e eu confiava plenamente nela.

— Okay, agora vamos pra escola, devemos estar atrasadas. – Falei me separando de seu abraço ao me levantar, ajeitei minha jaqueta e peguei minha bolsa calada, saindo do quarto. Logo Riley me seguiu para fora do local, e como seus pais tinham ido para o trabalho e Oggie para a escola, assim saímos de casa à pé.

(...)

Era uma sensação nova entrar na escola. Novas aulas, coisas para aprontar, talvez até aprender um pouco, quem sabe? Antes de iniciarmos nosso dia como veteranas oficiais, precisávamos achar os meninos. Mesmo que eu não demonstrasse para Riley — que estava um poço de alegria, por sinal — eu sentia saudade de Farkle e do Lucas, zoar outras pessoas não tinha graça. De alguma forma, eu precisava dos três para me sentir completa.

Corri meus olhos freneticamente pelos corredores da escola à procura dos meus meninos. Riley tinha se separado de mim para procurar também, assim provavelmente acharíamos os dois mais rápido. Caminhei na direção dos armários, mas nada. Estava quase desistindo, quando sinto uma presença atrás de mim, mas não me viro para ver quem era, finjo apenas que não havia percebido.

— Com licença, estou procurando Maya Hart. Você a conhece? Eu a amo. – Ouvi uma voz masculina atrás de mim, era totalmente reconhecível, mesmo que tenha engrossado. Me virei e sorri largamente vendo Farkle parado em minha frente. Sem mais delongas, o abracei envolvendo meus braços em seu pescoço. – Senti sua falta.

— Também senti. Você está diferente. – Falei próxima ao seu ouvido sem tirar meu sorriso do rosto. Realmente, ele estava muito diferente. Seu cabelo tinha diminuído e formado um belo topete arrepiado, ele substituiu suas roupas coloridas por descoladas e escuras, em tons de cinza e preto. Se notava que sua voz tinha engrossado. – Achei que a fase do "Sou apaixonado pela Maya e pela Riley" tinha acabado.

— Claro que não. Eu ainda amo as duas. – Separou-se do abraço devagar e sorriu pra mim. Mesmo que seu estilo estivesse completamente diferente do anterior, seu sorriso ainda era do Farkle. Assim como deve ser.

— Precisamos encontrar Riley e Lucas. Os dois já devem estar na sala de aula. – Mudei o assunto antes que aquilo acabasse indo para um rumo diferente, o qual eu não queria ir. Farkle apenas assentiu sem tirar o sorriso do rosto e caminhou na direção da sala de aula, então o segui, ficando ao seu lado. Os corredores iam ficando vazios, pois o sinal já havia tocado e os atrasados corriam para suas respectivas salas.

— Então, gostou do novo jeito do Farkle? – Perguntou passando seu braço direito por meus ombros e me abraçando, oque me fez dar uma risada. Eu vou ter que me acostumar com isso, mas é engraçado ver ele tão diferente com seu jeito de agir e seu estilo. Acho que sempre vou vê-lo como aquele rapaz que era menor que eu, sempre tirando boas notas e usando roupas ridículas. Mas confesso, é frustrante ver Farkle bem maior que eu.

— Está... Aceitável, digamos assim. – Fiz uma expressão crítica, encarando seu rosto e descendo por todo seu corpo, analisando-o. Ele apenas riu fraco no começo, mas logo se mostrou "indignado". – Não me impressiono, Farkle.

— Ah, é? – O loiro parou de andar e se pôs em minha frente. Eu não sabia oque ele pretendia, Farkle sempre foi uma surpresa pra mim. Ele colocou as mãos nos bolsos do casaco lançando um sorriso feliz, mas ao mesmo tempo travesso, como se planejasse algo. – Eu duvido não se impressionar comigo.

Realmente, eu fiquei chocada e com um toque de raiva ao mesmo tempo. Ninguém tinha duvidado de mim antes, desde que entrei neste colégio que todas as pessoas sabiam que eu era maluca o suficiente para fazer ou dizer qualquer coisa que me desafiassem, ou que simplesmente me desse na telha. Em um movimento rápido, enrolei a gola do casaco de Farkle em minha mão e a puxei com certa força, fazendo com que ele se aproximasse de mim alguns centímetros, enquanto encarava seus olhos seriamente e de um jeito ameaçador, como de costume quando eu planejava minhas afrontas. O loiro pareceu surpreso e pude ver um toque de medo em seu rosto, oque me fez dar um leve sorriso de canto, com um ar vingativo. Obviamente isto era apenas uma forma de deixar as pessoas com medo, mas acho que, mesmo aplicando este truque há anos, ele parecia nunca ter percebido o mesmo.

— Não duvide de mim, Farkle. – Tentei ficar séria o máximo de tempo possível, mas Farkle ainda sorria pra mim com seu jeito engraçado de ser, isso me fez amolecer de certa forma, nunca haviam agido daquele jeito à uma ameaça minha, foi como se ainda houvesse um plano em sua mente. Eu começara a ficar com medo do que se passava ali dentro daquela cabeça de vento.

Farkle flexionou os joelhos se abaixando para ficar da minha altura e se aproximou de mim, isso já estava me deixando cada vez mais desconfortável, quando ele virou sua cabeça alguns centímetros para a direita e colou seus lábios nos meus, me dando um selinho por uma fração de segundo. Separou-se de mim logo em seguida, mas continuou abaixado à minha altura, esboçando um leve sorriso. Todas as minhas palavras se perderam após o acontecido. Minha boca se entreabriu em um perfeito O, assim como meus olhos estavam arregalados, até um pouco de ar me faltou naquele momento. Farkle era meu melhor amigo, isso era estranho e confuso ao mesmo tempo. Não fazia a mínima ideia do que havia acontecido naquele momento, assim como eu não sabia como reagir ou o porquê dele ter feito isso. Milhões de coisas se passaram em minha cabeça, quando finalmente ele se explicou sem tirar o sorriso do rosto:

— Hey, estamos crescendo. Ficamos mais imprevisíveis a cada momento. – A voz dele saiu mansa e, mesmo com as palavras "poéticas", eu ainda não tinha entendido nada. Isso ficava cada vez mais confuso na minha mente.

— Mas, por que você... – Finalmente as palavras saíram da minha boca, mas não demorou muito para que eu fosse interrompida por ele, que já tinha noção do que eu iria perguntar.

— Você disse que não se impressiona, provei que estava errada. Ou não ficou nem um pouco impressionada? – Se ergueu novamente colocando as mãos no bolsos do casaco preto, foi quando tudo se esclareceu em minha mente. Suas intenções foram totalmente bobas e inocentes, pude ver isso por seu sorriso de criança. – Tudo em nome da ciência.

— Parece que o velho Farkle, o gênio e nerd, ainda está aqui dentro. – Sorri feliz e pousei minha mão sobre o lado esquerdo do peito do garoto, onde se localizava seu coração. Ele apenas sorriu de volta, isso foi o suficiente para que eu já tivesse o espaço em meu coração que pertencia à Farkle preenchido.

— Ele nunca saiu daqui. – Como um ato de carinho, Farkle colocou sua mão sobre a minha que permanecia em seu peito e depositou um beijo sobre as costas da mesma, assim como um perfeito cavalheiro, do jeito que ele era. – Vamos para a sala, encontrarmos a Riley e o Lucas.

Apenas assenti pensativa — mas ainda sorridente — e voltei a andar ao lado de Farkle para a sala de aula. De fato, aquele "beijo" não tinha me afetado, claro que não. Muito menos à ele. Mas era estranho mesmo assim, nunca pensei em beijar um amigo, principalmente Farkle, que era quase meu irmão. Afastei aqueles pensamentos e entrei na sala de aula atrás de Farkle, em seguida agradeci em silêncio pelo professor não ter chego na mesma. Analisei todos os rostos ali presentes à procura de Riley ou Lucas, quando identifiquei os dois abraçados no final da sala. Não sei o porquê, mas aquilo sim tinha me afetado um pouco. Desviei o olhar para Farkle, e pelo que vi, ele sentia o mesmo que eu. Um incômodo.




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