Deep Six - Novos Horizontes escrita por Gothic Princess


Capítulo 13
Capítulo XIII - Belle Reve: Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Hello, heroes!! The girl is back B)



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Não precisava ser um gênio para ver que as coisas estavam ruins. Ela podia ver que seus amigos não estavam em situações muito agradáveis e resolveu logo fazer algo sobre isso, deixando a tarefa de colocar os detentos de volta em suas celas para depois. Speedy correu até onde Batgirl estava, tudo ao seu redor se movendo em câmera lenta enquanto ela se movia mais o mais rápido que conseguia. A velocista levantou o pé de Apolo e puxou a Wayne para que se afastasse dele.

Ela, então, olhou para trás e viu que Natasha estava no chão, e que um cara estranho estava segurando a asa dela. Quando pensou em acertar um belo soco no rosto dele para que a soltasse, Grace teve o rosto empurrado contra uma pilastra de concreto, e teve quase certeza de que ouviu um barulho algo saindo do seu nariz.

— Olha só o que eu achei, — Zeus disse, puxando a cabeça dela de volta e a jogando com força no chão. — Um inseto vermelho.

Ela sentiu uma boa quantidade de sangue descendo por seu rosto e teve certeza de que seu nariz estava quebrado. A dor era grande, mas a raiva que sentia pelo outro velocista era maior. Limpou o sangue com as costas da mão enluvada e se colocou de pé rapidamente.

— Claro que você estaria aqui também! Agora que fez novos amiguinhos acha que tem chance contra nós, mas vou te contar uma novidade, babaca, nós vamos acabar com seu novo clube de vilões mais rápido do que acabamos com o seu outro! — ela cerrou os punhos e olhou para o lado quando ouviu um som estranho de água se agitando.

Era a cela em que Scott havia caído. Tinha água ali dentro, o que era um bom sinal, certo? Mas parecia que estava havendo a terceira guerra mundial ali pela forma como a água estava agitada e pelos sons que saíam abafados dali de vez em quando. Com a distração e a preocupação pelo amigo, Grace não viu quando Zeus envolveu uma mão com garras afiadas em sua garganta e a ergueu do chão facilmente.

— Parece que alguém caiu na cela do Crocodilo. Espero que tenha sido um dos seus amigos, porque, se for, essa água vai estar cheia de sangue logo — o velocista sorriu, suas longas presas ficando a amostra.

Speedy tentou não se desesperar ao ouvir que aquela era a cela do Crocodilo. Aquele bicho era extremamente forte, provavelmente conseguiria mastigar até um carro inteiro e depois palitar os dentes com um poste. Ela começou a se debater para que Zeus a soltasse, sem efeito e ainda fazendo com que ele apertasse ainda mais as garras no pescoço da jovem.

Os sons do lado de dentro da cela ao lado ficaram mais alto e, do nada, algo saiu voando da mesma e caiu do lado oposto da penitenciária. Os dois velocistas olharam na direção de quem fora e ambos ficaram surpresos ao verem que era o Crocodilo, que havia derrubado uma parede com a força que havia sido lançado.

Scott saiu de dentro da cela com água sacudindo a mão e com o cenho franzido, provavelmente por ter socado bastante a pele dura do meta humano.

— Isso é o que você ganha por tentar comer meu lindo rosto — Scott gritou, olhando em volta e só então vendo o caos que aquilo estava. — Fico fora por cinco minutos e isso acontece, típico.

Grace aproveitou que Zeus olhava na direção do herói e acertou um chute com toda a sua força no peito dele, sentindo as garras rasgarem superficialmente a pele de seu pescoço quando se soltou da pegada do vilão. Ela, então, correu até estar ao lado de Scott, vendo o atlante deixar o sorriso em seu rosto sumir quando viu o quão ensanguentado seu rosto estava.

— O que houve com o seu rosto?! — ele tentou segurar os ombros dela para poder ver seus ferimentos, mas a loira deu dois tapinhas nas mãos dele, o afastando.

— Pode me fazer um favor de congelar aquele idiota? Não tô com tempo pra lidar com ele agora, preciso ajudar os outros!

— Precisamos sair daqui! — ele olhou na direção de onde Zeus antes estava e viu que ele não estava mais ali.

Demorou alguns segundos para ele perceber que Grace não estava mais ao seu lado e para ele ver dois vultos, um rodeado por raios vermelhos e outro por raios azuis passando por todos os cantos de Belle Reve, inclusive no teto e nas paredes. Ele queria muito congelar aquele desgraçado, mas não conseguiria fazer isso se não pudesse vê-lo.

§

Não muito longe dele, Canário olhava na direção de Wolf e esperava pelo ataque do outro. Ele era rápido e forte, se ela deixasse que ele quebrasse suas defesas nem que fosse por poucos segundos, ele iria cortá-la com aquelas garras. Pensando nisso, ela suspirou fundo e começou a correr de costas, afastando-se o máximo que conseguiu de todos os que estavam lá.

Wolf não perdeu tempo e começou a andar junto com ela, vendo-a parar quando suas costas tocaram uma parede. O rosto da heroína estava frio, fazendo-o perceber que ela não recuava por medo. Iria fazer alguma coisa.

No momento em que suas costas tocaram algo sólido, Kate tomou fôlego e soltou o grito do canário mais alto que sua garganta lhe permitia. Havia tomado distância para pegar uma área maior, mesmo sabendo que também afetaria seus amigos, pelo menos derrubaria boa parte dos criminosos ali presentes. Não demorou para todas as janelas ou qualquer coisa de vidro que estivesse ao alcance do grito se estilhaçasse em milhares de pedaços. Todos ao seu redor caíram no chão com as mãos nas orelhas e, Wolf em particular, acabou sendo jogado para trás com a força do grito.

Batgirl estava prestes a jogar um batarangue bomba no homem que estava segurando a asa de Natasha, quando ouviu o grito e precisou cobrir os ouvidos e fechar os olhos com força. Ela os abriu apenas para ver que o homem que iria acertar havia soltado a asa da heroína e começava a recuar por causa da sensação terrível de que seus tímpanos iriam explodir. Ela, então, se virou na direção de Apolo e Cypher, que estavam ao lado de Titânia e também pareciam sofrer com o grito. Sem pensar muito, ela correu na direção do namorado e pulou por cima dele, retirando as mãos dos ouvidos para segurar o cabo verde preso a sua nuca e puxá-lo com toda a sua força.

No momento em que o cabo se desprendeu do herói, Apolo caiu no chão, imóvel e Melissa atirou o batarangue explosivo que ia usar antes na frente do capacete de Cypher. O objeto ficou preso ao mesmo e explodiu logo em seguida, derrubando o vilão, porém não danificando sua armadura.

Quando o viu cair, o grito de Kate já havia praticamente desaparecido e a jovem loira caiu de joelhos, parecendo exausta. Ainda sentia seus ouvidos dormentes e provavelmente não escutaria bem por uma semana depois daquilo, porém correu na direção da outra heroína.

— Scott, protege a Nat e o Apolo! — ela berrou, não sabendo se o atlante a havia escutado, já que ele ainda parecia atordoado pelo grito, assim como Grace e Zeus, que estavam ambos no chão.

Quando chegou até Kate, ela a levantou e apoiou o corpo da companheira de equipe no seu.

— Avisa na próxima vez! — ela disse, de forma grosseira e impaciente. — Fica com o Apolo e a Nat, vou subir para  ver se consigo sinal para mandar o Ethan nos tirar daqui.

— É, porque isso funcionou tão bem da última vez — a voz de Kate saiu um pouco rouca, mas ela logo conseguiu ficar de pé e se afastou de Batgirl.

— Consegui libertar o Apolo do controle do ciborgue estranho, é só não deixar que ele o pegue de novo!

Melissa não estava com paciência nem tempo para discutir com ela. Agora que seu gancho havia sido cortado, precisaria subir e passar por vários andares cheios de detentos. Que dia divertido ela estava tendo.

§

Cassandra se apoiava em um joelho e se segurava na grade de uma das celas depois do grito que Canário havia dado. Ela e Janessa haviam pego apenas um pouco dele por estarem no segundo andar, mas foi o suficiente para interromper a luta delas. A heroína estava pegando leve com a amiga, podendo tê-la derrubado algumas vezes, mas escolhendo não fazê-lo por estar achando a luta divertida.

Janessa não havia ativado seus braceletes em momento algum, então parecia que as duas estavam apenas treinando, ainda que Cassy acertasse um soco ou outro no rosto da Crane. Ela se levantou, ainda ouvindo um apito alto em seus ouvidos e não conseguindo ouvir bem nada ao seu redor.

— Sua amiga sabe como chamar atenção — Jane comentou, não sabendo se a outra a ouviria.

Cassy deu uma risada e se colocou de pé, lendo os lábios da amiga para entendê-la.

— Ela sabe. E parece que nosso amigo está livre — ela indicou com a cabeça Apolo caído no chão no andar de baixo. — Então acho que já vamos indo, mas foi ótimo te ver!

— Vocês não vão sair até eu deixar.

— Qual é, Jane! Acabou, a Waller deve estar muito puta lá fora mandando o exército vir matar todos nós, você também precisa sair.

— Ainda não acabei aqui, então por que não conhece um pouco meus novos amigos? — a Crane sorriu sob a máscara e olhou para trás para onde Ariel e Fulgur, que assistiam às lutas no final daquele corredor. — Vocês dois, cuidem dela.

Robotgirl foi a primeira a correr na direção de Cassy, passando por Jane e tentando acertar um soco no rosto da heroína. Ela falhou quando a morena deu um mortal para trás e em seguida outro para o lado, ficando de pé no corrimão de metal no lado oposto das celas. Ariel tentou outro golpe, um chute dessa vez, achando que a faria perder o equilíbrio, o que não aconteceu.

Cassandra deu um pulo alto e caiu no mesmo local em que estava, se equilibrando na ponta de suas botas com salto. Ela riu quando a ciborgue começou a ficar frustrada e a dar vários socos rápidos, errando todos enquanto a Wayne saltava de um lado para o outro, fazendo acrobacias absurdas.

— Qual o problema, garotinha? Não consegue me acompanhar? — Cat desceu do corrimão quando Ariel acertou um chute tão forte nas barras de ferro que as mesmas foram destruídas. — Muito lenta.

— Que saco, fica parada e luta direito! — a ciborgue continuou a avançar e Cassy inclinou levemente a cabeça para o lado.

— Se é o que quer, quem sou eu pra negar — Cat estava pronta para defender um golpe de Ariel com seu braço, quando viu uma rajada de energia amarela vir em sua direção e a acertar em cheio no peito.

A descarga elétrica a lançou para trás e ela precisou dar um salto para não cair com as costas no chão, mas sim abaixada e encarando seus oponentes. Quem havia lançado aqueles raios fora um homem alto loiro atrás de Ariel, que não havia feito nada até o momento.

Cassy tentou se levantar, mas a dor começou a afetar todo o seu corpo e ela não conseguiu se mover. Uma segunda descarga a acertou e ela sentiu como se sua cabeça fosse explodir naquele instante, deixando um grito de dor sair.

Fulgor teria continuado a eletrocutá-la se Janessa não o tivesse segurado pelo colarinho e o jogado contra a parede com violência, o mantendo ali enquanto o encarava, nem um pouco contente.  

— Se matar a minha amiga, garotão, vou arrancar suas bolas e fazer você comê-las! — Jane sibilou entre dentes. — Fui clara?

— Sim, senhora. E o que sugere que eu faça, então? — Fulgur não pareceu intimidado pela ameaça, até sorriu, debochado.

— A mantenha ocupada, preciso resolver um assunto — ela lançou um último olhar para adverti-lo antes de se afastar.

A Crane andou para o mais perto que conseguiria chegar de Cypher estando no segundo andar, e viu que o ciborgue verde já estava se recuperando depois da bomba que Batgirl havia jogado em seu rosto.

— Cypher, vem aqui! — ela gritou e ele olhou para cima, logo subindo pelas paredes como um inseto e chegando ao nível da criminosa. — Preciso que faça uma coisa para mim.

§

Yuki estava cansada de trocar golpes com Shi. As duas eram habilidosas demais para perder tão facilmente, quem perderia seria a que ficasse cansada primeiro e baixasse a guarda, e era o que a morena estava quase fazendo. Seus braços já não estavam mais conseguindo usar as kodachis para bloquear as estocadas fortes da outra como antes, e cada vez que suas lâminas se encontravam, ela percebia que a vontade de matá-la que sua prima tinha só crescia.

Elas haviam acabado por voltar para onde estavam inicialmente, no segundo andar oposto à onde ficava a cabine de comando e onde ela havia mandado Tony e Damian irem para que tentassem abrir as portas. Depois do grito de Kate, as duas haviam continuado a batalha avidamente e agora ela só queria que tudo terminasse logo.

Shi a empurrou com um pouco mais de força e Kodachi acabou por ficar pressionada contra a parede de um corredor interno, perto de uma saída para as celas externas do andar. A katana da vilã estava a poucos centímetros do rosto da morena e a única coisa que a impedia de cortar seu pescoço, eram as duas kodachis a mantendo levemente afastada.

— Vai aceitar a derrota? — Shi questionou, tomando impulso com os pés para pressionar ainda mais a lâmina na direção da prima.

Yuki tentou se afastar ainda mais, porém estava tão encostada na parede que logo acabaria se fundindo a ela. Enquanto pensava em uma estratégia para sair dali, ouviu uma voz feminina vinda da parte aberta do segundo andar.

— Quero que vá até aquela cabine e use seja lá o que isso na sua mão for para controlar o cara alto sem rosto, — ela estava falando de Tony, Yuki sabia. — Descubra o que conseguir e, se ninguém perceber, traga ele pra mim.

A oriental desviou o olhar da prima para o lado e pôde ver o mesmo ciborgue que antes estava controlando Apolo começar a andar pelas paredes da prisão na direção da cabine. Um certo desespero cresceu em seu peito e ela acertou uma joelhada sem jeito na barriga de Shinigami, não sendo eficaz para derrubá-la, apenas o bastante para afastá-la e abrir uma brecha para a heroína correr pelo corredor na direção das escadas.

Quando chegou ao andar de baixo, viu que Cypher andava rapidamente pela parede e se aproximava cada vez mais de onde Questão e Batclaw estavam. Ela olhou para frente e viu um criminoso alto e extremamente forte vindo em sua direção e simplesmente deslizou por debaixo dele, não tendo tempo para lutar agora.

Ela passou por Kate e Scott, que estavam de pé ao redor de Natasha e Apolo, deitados inconscientes no chão. A loira tentou falar algo com ela, mas Yuki apenas continuou a correr, chegando às escadas daquele lado da penitenciária e acelerando ainda mais o passo quando Cypher entrou na cabine de controle.

§

— Como todos os vidros racharam, mas o seu capacete está intacto? — Questão perguntou, digitando algo nos computadores.

— Não é vidro comum — Damian jogou mais um detento pela janela quebrada da cabine, depois de espancá-lo um pouco, e voltou a se concentrar nos monitores. — Você está fazendo errado.

— Ah, sério? Então faz certo, mestre hacker — Tony deu espaço para ele fazer o que quisesse.

Damian não ficou no computador nem por um minuto antes que o outro dissesse:

— Agora você tá fazendo errado!

— Não sabe o que estou fazendo!

— Isso é a segurança externa, se estivessemos do lado de fora seria bem eficaz, mas adivinha? Estamos tentando sair!

— Cala a boca e me deixa trabalhar — Batclaw viu mais três criminosos aparecerem na porta.

— Aquele ali também tem o morcego no peito! — um deles gritou e Damian rosnou de raiva.

— Mais fãs seus — Tony ironizou e o Wayne se afastou dos controles para quebrar os ossos daqueles idiotas. — Pode deixar, eu vou consertar as besteiras que você fez.

— Não toca em nada! — Batclaw girou o pulso de um dos criminosos com tanta força que ele quase desmaiou por causa da dor, e em seguida acertou dois socos certeiros na têmpora de outro, o nocauteando.

Questão o ignorou com um aceno vago de mão e continuou a se concentrar no que estava fazendo. Ele ouviu alguém chamá-lo e olhou para frente, sendo recebido com Yuki pulando para dentro da cabine através da janela quebrada e o empurrando para o chão tão rápido que mal soube o que estava acontecendo até olhar para cima e vê-la ali.

— É por essas e outras que seu namorado me odeia, sabia? — Tony a moveu para o lado e se sentou.

Foi então que ele viu o cabo verde neon preso à nuca dela.

— Ah, droga! Batclaw... — Tony chamou, olhando brevemente para Damian, que lutava contra o maior dos detentos e levava alguns socos na barriga.

— Meio ocupado! — ele conseguiu recuperar o ar e acertou uma cotovelada no rosto do oponente e o jogou para longe com dois chutes.

Tony se levantou e manteve uma distância de Yuki, olhando para cima e vendo Cypher no teto, olhando para ele.

— Que interessante — a voz robótica saiu da boca dela. — Essa é a filha da Katana. Já controlei a mãe dela uma vez, muito divertido.

— É bom ver que desistiu do Apolo, — Questão pegou sua besta e apontou na direção de Cypher. — Agora se fizer a gentileza de soltá-la antes que eu faça um furo bem legal no seu rosto, vou agradecer.

— Era pra eu pegar você, na verdade — os olhos do herói se voltaram instintivamente para Yuki, que havia falado. — Mas acho que posso me divertir um pouco antes disso.

Tony disparou contra o rosto de Cypher, e sua flecha foi desviada por Yuki usando uma de suas kodachis. Ela, então avançou contra ele, quando não tentava socá-lo, tentava acertá-lo com suas lâminas. O herói precisou se esquivar e ir andando para trás para continuar intacto. Conseguiu segurar os pulsos dela em um movimento rápido, porém não previu que ela daria um mortal para trás e acabou recebendo um belo um chute em seu rosto, o obrigando a soltá-la.

— Não está lutando de volta. Está com medo de machucá-la, não é? — a voz de Yuki misturada com a de Cypher falou e Tony ficou em silêncio. — Ainda bem que não tenho tais limitações.

A jovem, então, ergueu os punhos e desferiu vários socos na direção do maior, as kodachis ainda passando perto demais do rosto dele. Sabendo que não queria e não iria acerta-la, ele a segurou pelo braço e a jogou para o lado, abrindo caminho para ele correr até a porta onde Damian havia acabado de lutar. O outro apenas sentiu alguém o puxando para fora da cabine e só puxou seu braço de volta quando estavam do lado de fora.

— Ficou maluco?

— Precisamos de mais espaço — Tony pegou sua besta novamente.

— Aquele ciborgue maldito está com ela, não vou correr.

— Ninguém falou em correr, Romeu, só precisamos de mais espaço ou ele tem a vantagem! — Questão viu Yuki sair andando de dentro da cabine com Cypher andando logo atrás.

Damian fez menção de pegar sua katana, quando ouviu alguém gritar no final do corredor externo em que estavam no segundo andar:

— Olha lá um dos ajudantes do Batman! — ele se virou e viu alguns detentos grandes e nem um pouco felizes vindo na direção deles. — Já que o Morcego não está aqui, podemos nos contentar em acabar com esse filhote.

— Deveria abrir um fã clube aqui — Bertinelli comentou e Damian revirou os olhos.

Os dois heróis estavam de costas um para o outro, Questão de frente para Yuki e Cypher e Batclaw de frente para os criminosos vindo até eles pelo outro lado da plataforma de concreto.

Tony começou a atirar flechas na direção de Cypher, e todas elas eram bloqueadas ou desviadas por Yuki, conforme ela se aproximava.

— Estou ficando sem flechas aqui.

— Revida se ela atacar — Damian sequer virou o rosto para dizer isso, concentrado nos seus novos oponentes.

— Não vai rolar. Troca comigo.

— Vai dar conta?

— Quantos são? — Tony continuou a pressionar o gatilho da besta. Faltavam apenas três flechas.

— Seis.

— Ok. Passa por cima agora! — assim que disse isso, Questão se abaixou e Batclaw virou-se ao mesmo tempo em que pulou por cima dele.

Antes mesmo de que seus pés tocassem o chão, ele já havia desembainhado sua katana e bloqueado um golpe de Yuki com as kodachis de cima para baixo. Ele precisou admitir que, agora, olhando para ela, não sabia se conseguiria atacá-la.

Tony havia prendido sua besta novamente em seu cinto e já levantou acertando uma cotovelada para cima no queixo do primeiro detento que viu, em seguida socando sua garganta e o empurrando para o lado. Esperou o próximo vir e usou ambas as mãos fechadas para acertar socos em cada um dos lados da cabeça dele, o deixando confuso e aproveitando para dar uma cabeçada forte em seu nariz, e já estava batendo em outro antes mesmo que esse caísse no chão.

Enquanto isso, Damian lutava contra Yuki e tinha a impressão de que estar sendo controlada a deixava mais forte, pois cada golpe dela era equivalente a dois dele.

— Yuki, você precisa lutar contra isso! — ele disse, e ela deu uma risada.

— Não aguento romances clichês, vamos pular para a parte que faço sua namorada te matar, Wayne — Cypher deu ênfase no final e Damian segurou o cabo de sua katana com mais força.

Na próxima vez em que as lâminas da kodachi dela se chocaram com a de uma katana, não foi a dele. O herói deu um passo para trás quando Shi apareceu do nada e se colocou na frente dele, encarando Yuki.

— Vou matá-la — ela anunciou e Cypher deu um passo para trás.

— Não pode fazer isso enquanto controlo ela! — ele disse com a voz da Yamashiro morena.

— Pareço me importar? — Shi ergueu sua lâmina e a desceu rapidamente e com vontade.

Cypher sabia que se ela não a acertasse agora, continuaria tentando, então apenas puxou seu tubo de controle de volta e soltou Yuki. A oriental caiu para frente, e iria ser acertada pela lâmina da katana em cheio.

Damian ainda estava no meio do caminho para puxar Shi para longe da namorada quando um vento forte passou e o corpo de Yuki sumiu dali. A espada de Shinigami acertou o chão e os dois ficaram confusos por um momento.

— Procurando isso? — Grace apareceu ao lado de Damian no próximo segundo, com Yuki sobre seu ombro. — Só vou avisando, moça, se matar minha amiga eu vou ficar com muita raiva e você não quer ver isso. Então para!

A velocista viu Tony derrubar um último detento e se virar para eles, então colocou a jovem oriental nos braços dele e sumiu mais uma vez.

— Bom trabalho — o detetive disse.

Assim que Shi se virou para eles, Damian fez o favor de acertar um chute no peito dela, a mandando para o mais longe possível. A loira, porém, ainda ficou de pé e estava ainda mais irritada.

— Tire a Kodachi daqui — Damian ordenou.

— Não tem muitos lugares para onde posso levar ela, mas tudo bem — Tony a colocou sobre seu ombro esquerdo, de forma que se fosse atacado, pudesse revidar com sua mão direita.

§

Scott havia usado a água da cela do Crocodilo para criar uma enorme parede de gelo, extremamente grossa, ao redor dele, Kate, Apolo e Natasha quando viu que mais criminosos chegavam mais perto.

— Como tá essa perna? — ele perguntou, vendo a loira sentar-se no chão, cansada, enquanto pressionava o ferimento que Wolf havia lhe dado.

— Tá doendo, mas vou ficar bem. Como tá a Nat?

Scott estava ao lado da thanagariana e examinava sua asa. Uma boa quantidade de penas haviam ou caído, ou ficado negras, mas ainda haviam muitas na mesma. Ela estava respirando, o que era um bom sinal, porém não parecia que acordaria logo.

— Com sorte ela vai ficar bem. Não faço ideia do que houve, mas quem fez isso vai pagar — o atlante disse, em seguida trincando o maxilar.

Eles, então, começaram a ouvir vários tiros sendo dados na cobertura de gelo que os protegia. Nenhum projétil conseguiu passar, mas logo conseguiria.

Do lado de fora, Rick atirava sem parar com sua metralhadora em um ponto específico do gelo, só parando quando ficou sem munição.

— É muito grosso, está perdendo tempo — Wolf disse, esperando de braços cruzados ao lado de Septhis.

— Vou mostrar pra eles o que é grosso! — Rick jogou a metralhadora no chão e sacou duas pistolas, continuando a atirar.

— Que nojo, — Septhis fez uma careta após a frase e puxou o semideus para trás, fazendo-o parar de atirar. — Deixa que eu faço isso, idiota.

O moreno se aproximou da camada de gelo e começou a socá-la com toda a sua força, acabando por abrir um grande burado na mesma de forma que uma metade inteira da parede congelada caiu. Não pôde ficar orgulhoso do seu trabalho, no entanto, já que uma mão saiu do nada de dentro da fortaleza e o acertou em cheio no rosto, com uma força tamanha que o fez ser lançado a quase um metro de onde estava.

Scott saiu dali, vendo os olhares espantados e irritados de Wolf e Rick na direção de Septhis, agora no chão.

— Nossa, você cumpre mesmo sua palavra — Canário saiu de dentro do que restou da fortaleza de gelo e recebeu um olhar confuso do amigo. — Esse foi o cara que machucou a Nat.

— O quê?! Era aquele? Ah, droga, deveria ter batido mais!

Kate viu Wolf e Rick se preparando para atacá-los e se posicionou.

— Pode dar conta do lobinho? — Scott perguntou, já sabendo a resposta.

A loira nem respondeu e avançou contra o vilão, começando uma troca violenta de golpes.

O atlante sentiu algo sendo pressionado contra sua têmpora direita e percebeu ser a ponta de uma arma.

— Tchauzinho, perdedor — Rick disse, e antes que pudesse puxar o gatilho, Scott segurou a arma e a amassou como se fosse uma lata de refrigerante vazia.

— Hoje não — ele sorriu e acertou um tapa com as costas da mão no rosto de Rick, seguido por um soco potente usando a outra.

Enquanto corria para manter Zeus e Iceshot ocupados, Speedy notou que a maioria dos detentos estava no chão e que tinham alguns que nem haviam saído de suas celas, os mais espertos, talvez. Viu também que Melissa estava quase no topo para conseguir se comunicar com Ethan, então logo sairiam dali, de preferência antes que o exército da ARGUS invadisse o lugar. Os helicópteros já eram ouvidos do lado de fora, não demoraria para a cavalaria chegar.

— Isso é tudo o que sabe, cabeça de gelo? — ela berrou para Iceshot, que errou mais uma vez um tiro.

— Zeus, segura ela, droga! — Iceshot gritou para o colega de equipe.

— Não me dê ordens! — Zeus respondeu, tentando agarrar Grace com suas garras e falhando quando ela passou por debaixo dele e apareceu do outro lado. — Você é mais escorregadia do que uma lesma, pirralha.

— E você é uma lesma! — Speedy deu língua para ele e voltou a correr.

Percebeu que havia enfurecido o outro velocista quando sentiu uma mão segurar firme seu ombro. Quando ele ia atacá-la e, provavelmente machucá-la bastante, um jato da arma de Iceshot passou de raspão nela e acertou Zeus no peito, congelando seu corpo todo em questão de segundos.

Ela olhou espantada na direção de Iceshot, que parecia ter feito aquilo completamente por acidente, já que estava paralisado no lugar. Zeus com certeza iria querer a cabeça dele depois daquilo.

— Valeu mesmo! Continua com a mira ruim, me ajuda bastante — Grace piscou para ele e correu até onde Scott estava. — Peixinho, estou um pouco desocupada agora, quer ajuda?

— Não, tô bem — ele olhou para baixo, onde pisava em Rick e o mantinha parado no chão.

— Seu pedaço de merda, eu vou te matar! — o semideus vociferou, tentando alcançar suas armas em vão.

— Mas é bom ver se os outros estão bem.

— Deixa comig…! — a frase da velocista morreu quando algo a acertou nas costas e ela sentiu uma dor intensa ao ter seu corpo todo congelado.

Aquela havia sido pior do que quando Melody havia congelado ela e as outras meninas quando foram a Atlantis pela primeira vez, parecia que a arma que Iceshot disparava havia sido feita para machucar bastante.

Scott arregalou os olhos, surpreso, quando viu a amiga ser congelada ao seu lado e imediatamente acertou um chute no rosto de Rick, virando-se para o local de onde o tiro havia vindo e dando de cara com Iceshot. Haviam poucas vezes em que ele ficava com tanta raiva quanto naquele momento, e agora aquele cara iria levar uma bela surra.

O Snart sacou uma segunda arma e apontou para o atlante, atirando duas vezes antes de perceber que gelo não teria efeito algum nele. O viu dar dois passos em sua direção, não ligando para o fato de algumas partes de seu corpo estarem congeladas, e acertou um jab de direita no meio do capacete do vilão. O visor se quebrou em vários pedaços e alguns cortaram o rosto dele. Isso, juntamente com o impacto e a força do soco, o fizeram cair para trás.

Ele olhou para o andar de cima, onde viu que Titânia e Aura o observavam e não pareciam nada satisfeitas com o que viam. Estava com muita vontade de subir e colocá-las em uma daquelas celas, porém não teve a oportunidade quando o teto da penitenciária explodiu e alguém trajando preto desceu por um gancho, parando no segundo andar onde as duas estavam.

Janessa viu Arqueira Noir cobrir sua vista para o andar de baixo e quase usou suas lâminas nela por causa do susto.

— Mandei o Alex nos teleportar agora, a Liga da Justiça está aqui. Fiquem perto de quem formos levar para eles teleporta-los também — Fleur disse.

Amanda não esperou mais um segundo e pulou para o andar de baixo, segurando Septhis pelo braço e olhando para Scott.

— Isso não acabou — ela disse, e então ela e os outros vilões da Equipe Venom desapareceram.

— Se algum dia eu reclamar de qualquer coisa na minha vida, por favor me lembrem desse dia! — Scott virou-se na direção em que ouviu a voz de Cassy.

Melissa ajudava a irmã a descer as escadas e não parecia nem um pouco contente, mesmo que os resultados para aquela aventura tivessem sido relativamente favoráveis. Kate mancou até onde ele estava e se apoiou em seu ombro.

— Por que eles foram embora? — ela questionou.

— Porque… — Batgirl mal começou a frase e as portas reforçadas que os impediam de sair foram derrubadas facilmente.

Todos, inclusive alguns detentos que recobraram a consciência, olharam na direção da mesma e viram ninguém menos do que o próprio Superman de pé ali. Atrás dele, Batman e Mulher-Maravilha apareceram.

E foi naquele momento que eles souberam que estavam muito, mas muito ferrados.

§

Algumas horas depois…

Assim que Greg saiu do avião, sentiu-se quase relaxado depois daquela missão dos infernos. Ele só queria ir para sua cela e dormir pelo resto da semana, mas ao ver várias pilhas de corpos sendo colocadas em um caminhão do lado de fora, percebeu que não teria seu desejado descanso tão cedo.

— Liberdaaaade! — ele ouviu Duela gritar quando saiu da aeronave, em seguida passando correndo por ele e indo na direção da entrada da penitenciária.

— Lado errado, idiota, a saída é por ali — Alice apontou e andou  atrás da garota de cabelo azul.

— Me chama de idiota de novo que eu arranco seus olhos e como com purê! HAHAHA! — Duela berrou enquanto ria e começou a correr de um lado para o outro quando os guardas tentaram segurá-la, como se brincasse com eles de gato e rato.

— O que aconteceu aqui? — Ignis perguntou, também parando na porta do avião para observar o descarte de corpos.

— Vou me arrepender depois, mas vou perguntar para a Waller o que perdemos — Greg suspirou, cansado, e foi direto para a sala da diretora de Belle Reve.

A sala de Amanda parecia intacta, o que não era surpresa já que aquela era a única parte do prédio mais bem protegida do que a Casa Branca. Haviam alguns agentes da ARGUS ali dentro e ela estava de pé ao lado de um grande monitor preso à parede. Ele passou pelos seguranças e Waller voltou-se para o jovem.

— Como foi com a missão? — ela indagou, fria como gelo.

— Bem sucedida. Vou fazer o relatório amanhã, depois de descansar, já que quase morri seis vezes — ele cruzou os braços. — O que aconteceu aqui?

— Uma invasão. Não sei o que queriam, mas mataram muitos dos nossos guardas e levaram dois prisioneiros de alta periculosidade. Desligaram as câmeras quando entraram, não deveriam ser capazes de fazerem isso.

— Um hacker habilidoso teria conseguido, vocês não tem o melhor sistema de vigilância do planeta.

— Por sorte as câmeras voltaram logo que a Liga da Justiça decidiu intervir e olha o que encontramos — Amanda pressionou um botão em seu celular e uma foto apareceu no monitor. Uma foto que fez Greg respirar fundo e esfregar os olhos. — Reconhece seus coleguinhas?

— Não são meus colegas.

— Sua namorada e você passam muito tempo com eles, no entanto. Diria que são mais do que colegas, amigos, talvez.

— Eles são só um grupo de heróis.

— Deep Six, os mesmos que invadiram o laboratório da Cadmus meses atrás. Sei bem quem são, tenho mantido meus espiões de olho neles desde que começaram essa equipe — Waller não parecia nem um pouco feliz, ainda que sua expressão fosse neutra. — Devo encará-los como um problema?

Se havia uma coisa que não era boa, era ser considerado um problema para Amanda Waller. Aquela mulher era poderosa, e tinha pavio curto, então irritá-la significava assinar sua sentença de morte, ou pior, sua ficha de inscrição no Esquadrão Suicida.

— Não, eles não vão mais ficar no seu caminho, eu garanto.

— É claro que garante. A responsabilidade pelo que aconteceu hoje será sua, então. Vou aumentar sua sentença ao invés de diminuí-la, o que acha?

Greg arregalou levemente os olhos e abriu a boca para xingá-la de qualquer nome que lhe viesse à cabeça. Ele havia acabado de quase ser morto por causa de uma porcaria de missão que não tinha absolutamente nada a ver com ele. Ele, porém, permaneceu calado e apenas trincou o maxilar, guardando sua raiva.

— Isso é para você aprender a não tentar defender seus amigos de novo. E avise a eles que se esses detentos que fugiram não estiverem de volta aqui até o final do mês, tomarei medidas drásticas e começarei a encará-los como uma ameaça direta à mim — Waller desligou o monitor e sentou-se em sua cadeira. — Pode ir agora. Logo terá outra missão.

Greg virou-se tão rápido para ir embora que quase esbarrou em um dos guardas na porta. Ele certamente não iria descansar depois daquela bomba, precisava ter uma conversa séria com os heróis do DS. Além disso, convencer Mark a não matá-los quando assumisse seu corpo.

Aquela seria uma semana incrivelmente terrível, mas pelo menos seria melhor do que passar dias em missão com Duela.


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Notas finais do capítulo

Aiin, esse capítulo deu muito trabalho pra escrever, e todos os meus amigos sabem o quanto eu penei pra conseguir fazer ele sair. Por sorte, não vai ter um pesado desses tão cedo, os próximos vão ser mais simples onde não vou ter que lidar com tantos personagens ao mesmo tempo.

Minha parte favorita nisso tudo foi escrever o Damian e o Tony lutando juntos contra a Yuki (Cypher) e os detentos *o* vamos esperar que eles façam isso de novo, eles dão mais certo lutando lado a lado do que um contra o outro, né??

Foi isso, gente, agora o pessoal da Liga vai dar um belo de um esporro no DS por quase se matarem nessa missão, coisas de pais, é a vida. Espero que tenham gostado e que continuem lendo, ainda tenho muitas surpresas guardadas na manga!!

Un beso mis amores :*