The Words escrita por Sunrise


Capítulo 8
Outtake 7


Notas iniciais do capítulo

Calma! Demorei, mas ele já está aqui. Considerações (e desculpas) ao final do capítulo. Divirtam-se.



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A manhã já começava a brilhar pela brecha da cortina no quarto dos Jane. Patrick já estava de pé, espreguiçando-se para um novo dia. Sua esposa ainda dormia tranquilamente agarrada ao intruso indispensável que os acompanhava desde o sexto mês. Aquele travesseiro horrível o atrapalhava todas as noites. Mas ele garantia a Teresa uma posição mais confortável ao dormir.

Andando calmamente ao banheiro, o consultor começou sua rotina diária e alguns minutos depois já seguia para o quarto após banho tomado e pronto para se vestir.

O cheiro de sabonete foi o que fez a morena despertar. O bocejo preguiçoso dava a conotação de que ela adoraria ficar naquela cama. Mas ao ver seu marido desperto e praticamente vestido, fez seu sono se dispersar.

“Por que não me acordou?”

“Você dormia tão tranquilamente com seu amiguinho, que não quis te incomodar. Além do mais, é cedo.” Disse se sentando na cama para calçar os sapatos. “Pode dar seu cochilo de quinze minutos.”

Lisbon suspirou cansada. “Não posso. Se voltar a dormir, vou ficar mais mal-humorada.”

“Ainda mais?”

A mulher bufou dramaticamente. Levantando-se devagar, ela conseguiu sentar-se e tocou suavemente a barriga. Respirando fundo, acabou saindo da cama. “Cada dia está mais difícil me levantar como um ser humano normal.”

“Defina normal?” Jane se aproximou sorrindo e a beijou na testa. “Um pouco mais de um mês e ele estará aqui conosco.”

Teresa o abraçou como pode. “Sinto-me uma baleia.”

“Está linda. Brilhando.”

“Você me diz isso todos os dias.”

“Porque é verdade.” O som do celular de Jane tocou. “É, parece que o dia começou mesmo.”

Ele tocou suavemente o cabelo dela e com a outra mão pegou o celular. Ele murmurou o nome de Cho e seguiu para o corredor. Desanimada, Teresa pegou seu roupão e seguiu para o banheiro.

Algumas horas mais tarde, já na sede do FBI, a morena buscava sua primeira caneca de chá, quando um rosto conhecido adentrou no recinto. Com um sorriso nos lábios, Lisbon se aproximou da visita.

“Não creio no que os meus olhos veem.”

“Teresa.” Houve o cumprimento com um abraço. “Quem bom vê-la. Percebo que as coisas andam diferentes por aqui.”

“Nem tanto, para ser honesta. Somente algumas novidades.” Disse sorrindo. “Está de passagem?”

“Na verdade não. Vim falar com Cho.” Respondeu calmamente. “Soube que há uma vaga na equipe.”

“Sim. O último agente pediu transferência depois que Jane resolveu questioná-lo sobre o caso anterior que ele havia investigado.” A agente fez uma careta. “Bem, digamos apenas que era um assunto sensível para Stinson.”

“Sempre Jane.” A visita fez uma careta. “Falando no diabo.”

“Kim Fisher.” O mentalista sorriu ao dizer o nome da ex-colega. “Finalmente resolveu responder ao convite de Cho para retornar a Austin?”

“Como ele faz isso?” Perguntou a agente para Lisbon.

“Acredite, desisti de perguntar depois que me casei com ele.” Falou Teresa divertida. “Podem me desculpar, preciso ir ao banheiro. Tenho uma carga bem pesada sob a minha bexiga.”

Jane e Fisher sorriram quando viu a morena se distanciar. O gingado ainda mais aparente de Lisbon deixava o andar dela mais característico.

“Fiquei feliz por vocês dois. Lisbon te faz muito bem, Jane.”

O mentalista sorriu feliz por um momento. “Lamento pela sua mãe, Fisher. Espero que tenha recebido nossas flores.”

“Obrigada. Foram muito gentis.” Disse taciturna por um instante. “Então, como vão as coisas por aqui?”

“Meh, o mesmo de sempre. Assassinatos, fraudes, prisões... nada novo.” Jane respondeu sem muito entusiasmo, enquanto Kimball Cho aparecia com um arquivo em mãos.

“Jane, preciso que vá com Tork na casa do pai da última vítimas. Encontraram uma retirada de dez mil dólares da conta da madrasta há dois dias.”

Cho entregou uma folha a Jane que apenas balançou a cabeça e dobrou a página colocando-a no bolso.

“Bem, o trabalho chama.” Disse tocando o braço de Kim antes de sair. “Seja bem-vinda, Fisher.”

Cho a cumprimentou com um aceno. “Vamos a minha sala. Precisamos conversar.”

Enquanto eles seguiram para a sala do supervisor-chefe, Jane tinha acabado de encontrar Teresa terminando de preparar uma caneca e uma xícara de chá na copa.

“Vai sair?”

“Sim, preciso checar uma possível pista com Tork.” Ele pegou a xícara e bebeu um pouco o conteúdo. “Não sei se vou chegar a tempo para a consulta.”

“Tudo bem. Posso pedir uma carona.”

“Ok, me deixe informado.”

Jane a olhou por um instante e mordeu levemente os lábios, seguido de um sorriso. Teresa deu-lhe um sorriso em reciprocidade. Era uma forma que a agente sabia que seu marido adoraria beijá-la, mas a sede do FBI era um território proibido para eles. Teresa o fez prometer que só agiriam profissionalmente enquanto estivessem lá.

“Você é um perigo.”

Touché.” Respondeu Jane saindo e colocando a xícara de chá na pia.

Vendo o mentalista caminhando ao lado do agente para o elevador, Lisbon deu um breve suspiro. Lavou a xícara de Jane e a guardou após enxugar. Pegou sua caneca e seguiu para a mesa.

A consulta a tarde marcaria o fim do sétimo mês. O início do oitavo mês estava logo ali. Eles vinham conversando sobre o consultor permanecer no FBI por mais um tempo. O plano para morarem na cabana foi postergado até a chegada do filho deles. Jane se recusou a ir para lá, no caso de alguma emergência médica de sua esposa, o que fez a morena xingar o maldito livro sobre gravidez que ele leu.

Planos. Eles tinham feito alguns no ano passado. Na verdade, discutir sobre o que gostava ou o que queria fazer era a parte mais divertida de conhecer um lado de Jane que a surpreendia.

~*~*~*~*~*~*~

Flashback

“Paris?”

“Humpt.”

“Roma?”

“Hum.”

“Certo. Londres. Todo mundo quer conhecer Londres algum dia.”

Lisbon voltou a morder seu sanduiche calada e balançou os ombros despreocupadamente.

“Hong Kong?”

“Nunca pensei nisso, Jane.”

“Caribe?”

“Você e esta mania de praia com tubarões do tamanho de tanques.” Ela revirou os olhos com desprezo. “Olha, nunca pensei muito em viajar para fora. Na verdade, minha ideia de férias era dormir por muitos dias até tarde.”

O mentalista fez uma careta. “Que férias!”

“Não é todo mundo que pode sair viajando por aí. Você sabe que trabalho em um ambiente extremamente masculino e competitivo.” Desabafou calmamente para ele. “As poucas férias que tive sempre foram interrompidas em virtude do dever. Nunca me senti culpada por conta disso.”

“Mas nunca pensou em conhecer algum lugar? Até mesmo por aqui?”

Ela ficou pensativa por um instante. ”Maine?”

Patrick olhou estupefato. “Pelo menos não é Wisconsin.”

“Jane!”

“Por que desconfio que há algo mais que não esta me contando?” Teresa sentou-se mais ereta, fazendo o mentalista sorrir. “Deve ter um lugar. Algum país que você tem curiosidade de conhecer.”

“Ok, mas não vá rir.”

Ele aguardou enquanto esperava que falasse, mas Teresa só olhava para ele. “Então?”

“Irlanda.”

Jane sorriu. “Ok, podemos visitar Dublin quando quiser.”

A agente apenas sorriu de volta. “E você?”

“Desde que esteja ao meu lado, não me importa o lugar.”

Os dois terminaram de comer o sanduiche e se levantaram para sair da pequena barraquinha no parque próximo ao FBI. Jane pegou a mão de Teresa e seguiram para o carro. Eles tinham trabalhado até tarde, depois de resolver o caso envolvendo o Coronel Raymond e a amante dele Denise Cortez.

“Já pensou em escalar uma montanha?”

“Não.”

“Ou esquiar? Mergulho?”

“Jane.” Disse emburrada. “Minha casa ou o balde metálico?”

Ele sorriu. “Sua casa. Mais próximo e preciso de uma cama para o que tenho em mente.”

A agente riu. “Tipo dormir?”

“Claro, podemos fazer isso também.” Ele acionou o alarme para destravar o carro. “Só que depois.”

Teresa gargalhou abrindo a porta. “Patrick Jane, você cada vez se supera.”

O mentalista riu e entrou no carro.

~*~*~*~*~*~*~

O dia passou voando. Quando retornou de sua consulta, Teresa estava feliz. A gravidez caminhava conforme o planejado.

Ela estava terminando de preparar a salada para o jantar quando Jane apareceu. Tinha uma caixa nas mãos.

“Seu irmão mandou de Chicago.”

O relacionamento com seus irmãos melhorou muito nos últimos meses. Stan sempre ligava ou mandava mensagens para saber do sobrinho. Jimmy seguia a mesma linha. Tommy ficou surpreso com tudo, mas enquanto seu trabalho no Canadá não lhe proporcionava folga, somente Annie prometeu logo vir visitar a nova família.

A temporada de visitar as faculdades estava chegando para a moça. Teresa ficou abismada como o tempo havia passado rápido. A jovem logo começaria a faculdade de Direito, o que deixou todos da família Lisbon admirados.

“Desculpa a demora. Rafael me ligou. Tiveram problemas com o deque do lago.” Disse entrando na cozinha retornar do banheiro. “Sinto cheiro de rosbife?”

“Sim. Cheguei cedo e acho que merecíamos uma comidinha caseira.”

O mentalista sorriu tocando suavemente a barriga dela. “Você continua com seus mistérios.”

“E você adora.”

Ela lhe deu um beijo rápido nos lábios dele e fechou a caixa, colocando-a na bancada oposta a pia.

“Sempre.” Disse se afastando e a ajudando a terminar de arrumar a mesa. “E a consulta?”

“Tudo ok. Bebê Jane se desenvolve bem.” Teresa falou tranquila. “Já podemos fazer o ultrassom 3D.”

Jane parou e olhou para ela entusiasmado. “Quando quer fazer?”

“Quando você estiver livre.” Ela falou sorrindo. “E o caso?”

“Resolvido.”

Teresa olhou abismada. “Em 24 horas?”

“A madrasta confessou que pagou para matar a enteada. Ciúmes da relação da filha com o pai. Tork e Collins ficaram responsáveis pelas prisões.” Ele abriu o forno. “Uau, isto cheira tão bem.”

Os dois sentaram-se para o jantar e eles continuaram a conversar amenidades. O clima era tranquilo e algumas vezes se ouvia algumas risadas dos dois. E quando Jane resolveu lavar os pratos, porque detestava como a máquina fazia, Lisbon suspirou.

“Cansada?”

“O dia foi corrido, mas não é isso.” Ela falou se sentando novamente.

“A médica lhe disse para pedir a licença maternidade.”

Lisbon fez uma fisionomia de incredulidade, mas já havia aceitado esta faceta de Jane há muito tempo. “Na verdade, sugeriu. Contei a ela sobre o nosso plano.”

“Bom. Estou dentro, se você estiver.”

“Patrick, eu...” Ela deu um suspiro triste.

“Você não vai desistir do seu trabalho. É só o tempo de experimentar outro aspecto de sua vida.”

“Eu sei, mas Cho...”

“Fisher vai voltar. E seu trabalho não será ameaçado pelo dela no FBI.” Disse se virando e enxugando as mãos. “Acha mesmo que seu chefe e amigo iria lhe dar as costas dessa forma? Lembre-se também que pode tirar um ano sabático de suas funções. É permitido no regulamento.”

Ela olhou seriamente para ele. “Já discutimos sobre isso. Sabe como me sinto.”

“Sim, e respeito sua posição de mulher moderna e independente. Sabe disso.” Falou sucinto, enquanto terminava de enxugar os pratos lavados e guarda-los na bancada. “Mas...”

Teresa esperou que ele concluísse. Ela sabia que os planos deles haviam mudado com a gravidez. Tanta coisa tinha mudado nos últimos meses. Ótimas mudanças que ela jamais tinha imaginado. Talvez seu marido tivesse razão, ela teria que pensar um pouco no bebê que estava chegando.

“Olha, prometemos ser honestos um com outro. Então, você viveu uma boa parte da sua vida adulta sendo a profissional que é, doando-se pelo bem-estar da comunidade e da unidade policial que representa.” Jane puxou uma cadeira e sentou-se perto dela. “É natural que tenha medo de perder esta posição. Afinal são muitas mudanças acontecendo. É normal ficar receosa. Mas precisa pensar um pouco em você agora, Teresa. No futuro que está chegando.”

Ele tocou a barriga dela carinhosamente. “Além disso, estou aqui. Não vou a lugar algum. E temos um plano bastante concreto. Vai dar tudo certo. Basta você decidir o que é melhor.”

A agente balançou a cabeça concordando.

Jane se levantou e foi até a geladeira. “E então, o que temos para sobremesa?”

Teresa levantou as sobrancelhas. “Sobremesa?”

“Claro. Depois de uma refeição maravilhosa que você preparou, duvido que não tenha uma sobremesa nos aguardando.”

A mulher se levantou devagar e sorriu. O empurrou para o lado e abriu a porta da geladeira novamente, retirando uma pequena embalagem.

“Tiramisu do Giane’s?”

Touché.” O mentalista riu, retirou duas colheres da gaveta e pegou a iguaria da mão dela. “Mas não vai me enrolar. Da última vez... ei, você sabe que não posso correr. Jane. JANEEE!!!”

 


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Notas finais do capítulo

Et voilá. Mais um outtake e Jane aprontando! Tive três semanas difíceis. Saí do estágio, mudei de cargo no trabalho, semana de prova e seminário na facu, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Mas o próximo capítulo não vai demorar porque já está pronto. Quem sabe trago uma surpresinha para vocês. E a todos que se pergunta "por que raios trouxe a Fisher de volta?", ela terá uma função maravilhosa nas próximas histórias. Como disse, vou fazer uma oitava temporada a la Sunrise. Espero que gostem do que vou traquinar. (risos) E aos que acompanham esta pequena fic, meu muito obrigada. Mais de 1000 visualizações. UAU! Logo mais, o próximo capítulo estará postado. Até breve.



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