Patrick Jane POV

“Não há um minuto em que meu sorriso não signifique a alegria que é ver esta nova realidade que me abarca. As horas parecem passar lentamente neste lugar, dando-nos a sapiência de que tudo tem o seu tempo certo. Minhas dúvidas ainda espreitam, mas estão cansadas de serem rebatidas pelas recompensas de uma nova realidade.

Ver que toda dor e medo foram fases para me transformar em um homem melhor para essas duas pessoas que são o meu presente. Meu presente, no sentido maior que o material e temporal. Impossível de ser explicado, apenas sentido.

Minha doce e destemida Teresa, a mulher mais forte e resoluta que encontrei em toda minha vida, tem desabrochado em uma mãe afetuosa, linda e levemente impaciente. Seu sorriso a cada momento que conversa com nosso filho é brilhante e incisivo, apesar do trabalho materno essencial do dia a dia.

Jamais diria que ela parece cansada, pois seus olhos verdes continuam cristalinos e emanam aquela energia vital que sempre me encanta.

E Daniel...

Minha surpresa mais querida.

Alguém que nunca pensei em conhecer.

E quem virou minha realidade mais que desejada.

Ser pai é um grande momento para um homem. Não importa qual idade ou situação em que se encontra na vida. É um clarão que desponta quando essas palavras nos atinge.

Teresa me disse certa vez que, ao descobrir da gravidez, uma esperança a tomou. Uma certeza de que tudo ficaria bem quando chegasse a hora. E que este momento que ela também não havia pensado ter seria nossa redenção. Afinal, ela sempre acreditou que o amor supera tudo.

E ela tem sua razão.

Daniel não é um novo começo. É mais do que um fruto de nossos genes. E mais ainda que nossa redenção.

É o nosso filho. Um pequenino ser que aprendemos a amar mesmo sem vê-lo. Um amor que não conseguimos por em palavras, mas que chegou, clamando em plenos pulmões que estava ali e, por enquanto, precisava de nós dois, assim como ambos precisávamos dele.

E mesmo agora, deitado aqui na cama, observando Teresa falar suavemente enquanto o amamenta na cadeira de balanço que construí imaginando esta cena, meu sorriso plastifica-se mais uma vez, denotando todo o sentimento que agora era fácil e mais do que querido ao me tomar.

O vazio deixara minha alma quebrada e quase incurável. Mas hoje, posso dizer que as cicatrizes estão mais brandas e cicatrizadas. E dentro de mim, a certeza de que o homem que fui se transformou. Obstinado pela esperança de que a vida, em alguns momentos pode ser mais do que plena. Ela pode ser justa.”

~*~*~*~FIM~*~*~*

Em Breve, Próxima FANFIC:

O som de saltos altos batendo sob o cimento da calçada movimentada no centro da cidade ecoava pelo lugar. A mulher de cabelos loiros acaba se chocando com um casal que caminha tranquilamente.

“Desculpe-me.”

Ela voltou a andar mais rápido, segurando sua bolsa cara de grife, quando dobrava a esquina, conseguindo desviar de um entregador que a xinga. Seus passos finalmente diminuíram ao chegar à porta de uma butique. Ela batia sem parar, até que uma das funcionárias apareceu para destrancar a grade de proteção e a abrir para ela.

“Bom dia, Sra. Morgan. O que...”

Ela adiantou-se e voltou a segurar a bolsa contra seu corpo. Sua fisionomia continuava pálida e aflita. E antes de chegar à escada que levava ao escritório, a mulher acaba caindo em um dos sofás próximos aos provadores.

“Oh meu Deus. Sra. Morgan.” Gritou uma das funcionárias que corre para ajudá-la, mas acaba por se espantar ao ver a mancha de sangue crescendo no peito da mulher caída. “Oh, liguem para emergência. AGORA!”

Com uma careta de dor, ela tentava falar alguma coisa. Porém, o sangue já havia tomado boa parte de sua blusa. E em poucos segundos, seus olhos se tornaram imóveis e sua vida havia acabado...