Pov. Majô 

— Cirilo,kkk essa peça não é ai- eu ria dele tentando encaixar o que ele chamava de " a maldita peça"

— é sim Majô, não estraga a minha felicidade- ele reclamava

— ok- me encostei no sofá, já que estávamos no chão, e esperei ele quebrar mesmo a cabeça mais um pouquinho

Depois de um tempo ele me olhou e se deu por vencido

— ta ok, eu desisto, não sou bom pra isso- ele bufou e eu ri

— nossa, que bom- peguei a peça que era a certa e encaixei- já tinha achado ela a tempos

Ele me olhou como se fosse me matar a qualquer momento

— é melhor correr- eu, é claro, como sou corajosa, destemida e super orgulhosa, advinha o que fiz? eu corri, e corri muito

E esse viado veio atrás de mim, eu gritava enquanto ele me perseguia, até que uma hora ele sumiu, e eu estava na sala, de repente ele pulou em cima de mim, nós dois nos desequilibramos e caímos, ele em cima de mim, começamos a rir

— kkkk, que coisa- e então eu o olhei, percebi que ele olhava pra mim, e meus olhos começaram a brilhar, até que caímos na real e ele se levantou

— desculpa- decidi brincar com ele

— desculpar nada, seu gordo, nunca mais coloque esse peso todo em cima de mim ta ok- eu o olhei e ele parecia surpreso, então comecei a rir e ele também

— ahh que bom que não quebrou nada né, de tão magra que é

— aiii obrigada- é serio, eu amo quando as pessoas dizem que eu estou magra

— por nada- ele riu

— não é serio, valeu mesmo- sorri

Ficamos mais uma vez nos encarando em silêncio

— então- ele quebrou o silêncio- almoçamos comida chinesa?

— claro

E então ele foi pedir a comida enquanto eu achava algo inútil na tv para nós vermos

Pov. Jaime

— eu sou de borracha?- ela me perguntou

Nós, eu e Cleme, como bons adolescentes, crescidos e maduros, com mentes super avançadas, estávamos fazendo algo que mudaria a humanidade, o novo avanço da tecnologia, estamos... jogando quem sou eu

— não- no caso ela era um pente- eu sou usado em casa?

— sim, hã, eu sou usada em salão de beleza?

— claro clichê de meninas- ela me mostrou língua- ohh quem mostra língua quer beijo hein- e então ela corou

— ahh vai te cata e faz logo a pergunta- ri

— ta bom, eu fico no banheiro?

— pode ficar- ela respondeu séria e risonha- eu ajudo a separar o cabelo?

— ajuda, eu fico no teto?

— não, eu sou um pente?- ahh acertou miserável

— sim- bufei

— ahhhh ganhei, aham, ganhei aham- ela se levantou e começou a fazer uma dancinha que eu não entendia, então eu comecei a rir, feito uma hiena engasgada, ela me olhou e começou a rir também

Ficamos lá feito idiotas rindo no chão

— acho que vou preparar o almoço- ela disse depois que parou de rir- já ta com fome?

— sim, mas dessa vez eu te ajudo

— ok, o que vamos fazer?

— o que acha de hambúrgueres e milkshakes?- ela me olhou e sorriu

— sério?- ela riu

— sim, sabe o que mais eu quero?

— o que?

Peguei o controle remoto e cantei o trechinho de uma música

"-  Eu quero um supersorvete
Com as nuvens do céu
Com gosto de mel
Que lembra um pastel
E uma manhã de sol quente
É o prato do dia
Com um creme de abacate
E marshmallow dentro de uma melancia"- ela começou a rir da musiquinha

— gente que música incrível, mais o que é marshmallow?- eu a olhei com a cara mais estranha que eu consegui

— você não sabe o que é marshmallow?- ela fez não com a cabeça- como não?

— antes de morar com as minhas amigas eu morava com minhas tias, fui uma criança sem doces, quando morei com as meninas tomei milkshake, mais nunca marshmallow

— nossa que história triste, de noite nós vamos comprar um pacote pra depois da janta ok?- ela quase pulou em cima de mim

— ahh obrigada Jaime, obrigada mesmo

— ta bom, agora pra cozinha, monta ai- ela veio de cavalinho, esse ano vai ser o máximo

Pov. Valéria

— me dá agora o controle- eu ameaçava aquele projetil de um burro

— já assistiu demais é minha vez- ele se sentou no outro sofá e trocou do canal que eu estava vendo, sem mais nem menos

— garoto você é insuportável

— e você é suportável? dona quero-tudo-que-é-seu- ele voltou a atenção para a tv

— se lembra o bonitão da bala chita que essa casa agora também pertence a mim, portanto, a tv também- puxei o controle de sua mão 

— EI- ele gritou

— abaixa a voz, o dono do mundo- ele se levantou e eu aumentei a tv

— é guerra que você quer, é guerra que você vai ter- ele foi lá em cima, e logo depois desceu com o seu notebook tocando uma música altíssima e se sentou no sofá, ele quer me irritar

"Eu tô bem, sem ninguém
Tenho você, ninguém me tem
Sou assim, vou falar
Que por enquanto não quero mudar

Sozinho,
Mas com todo mundo
Eu, sou livre pra dizer
Tchau pra você"

Fecho o seu computador com os olhos queimando, e ele levanta

— qual é o seu problema?- pergunto

— o meu?

— é o seu, quer saber de uma coisa, não teríamos essa maldita convivência se você não viesse correndo e não olhasse pra frente, se pedisse pelo menos desculpa e admitisse que também errou, você é um idiota, não teria motivo nenhum pra mim te odiar se você pelo menos uma vez tivesse sido gentil, agora vê se me deixa em paz, e enfia esse controle onde você quiser- entreguei o controle em sua mão e me virei pra escada, enquanto ele abria a boca- e cala a boca, não quero te escutar

Subi e fui pra o meu quarto, poxa é serio, custa ele parar de me irritar pelo menos uma vez