POV DRACO MALFOY 

Trinquei o maxilar e fui até a mesa da Sonserina. Eu não iria importar-me com aquilo. Eu ficaria na minha, ignorando toda aquela ceninha. E foi o que fiz.  

No momento que cheguei na mesa da minha Casa, virei o rosto para Hermione e Krum. Não tinha muita fome, mas obriguei-me a comer, eu não iria ficar mal por causa de uma menina. 

"Como eu me enganei tanto?". 

Eu achava que Hermione era doce, sensata e inteligente. Que não iria ficar se jogando nos braços de qualquer um assim que eu virasse as costas. 

"Mas você fez muito pior que isso ontem, Malfoy...". 

Tudo bem, eu não sou exemplo e como nós nunca chegamos a ter alguma coisa séria, com compromisso, não posso cobrar nada. Mas aquilo era altamente desagradável. Minha sorte: hoje tinha Quadribol, prometi a mim que iria descontar toda aquela angústia no jogo. 

Fui o primeiro a chegar no campo, iniciei naquele momento uma volta em alta velocidade com a vassoura. Fiz diversas curvas fechadas, quanto mais alto eu chegava, mais alto eu queria ir. E, depois de certo tempo, os outros entraram em campo. Desci a vassoura até o chão.  

O capitão do time passou uma série de avisos e começamos o jogo. Eu ficava andando de um lado para outro com a vassoura o mais rapidamente que podia. Quando o pomo apareceu eu voei o mais rápido que podia. Agarrei aquela bolinha.  

—Caramba, alguma coisa mexeu com o Malfoy, hein? - Falou um dos meus colegas rindo. 

—Desde que ele tenha essa fome no próximo jogo, eu não me importaria de atiçar ainda mais essa raiva – falou o capitão. 

—O Potter vai comer poeira – falou outro. 

—O Potter não vai nem ver o pomo – falei chegando mais perto dos outros – vamos almoçar e depois treinar mais um pouco?  

—Nem precisava ter falado – falou o capitão com um sorriso maligno. 

Almocei com mais calma, já conseguia sorrir. Mas, como um bom otário, tentei pegar um vislumbre da Mesa dos Leões. A castanha não estava lá, provavelmente estava se pegando com o Krum em algum canto. 

Terminamos o almoço e depois de infernizar um corvinho que havia ficado para trás dos seus, fomos para o campo novamente.  

A tarde havia passado rapidamente. Quando terminou o jogo, desci da vassoura e fui conversar com os meninos que estavam combinando o próximo treino. Quando olhei de relance para a arquibancada, lá estava Hermione, a soqueira pendia logo abaixo da altura dos seios. Krum estavs sentado ao seu lado. O meu sorriso sumiu e senti uma onda de raiva voltar. Entretanto, não fiz nada. Subi com os outros para uma chuveirada e descemos para o jantar. 

POV HERMIONE GRANGER 

Flash back on 

Draco havia deixado-me, eu estava chorando compulsivamente e não sabia como podia doer tanto. 

Com a visão borrada pelas lágrimas não vi Viktor chegando. 

Ele veio correndo até mim e pegou meu rosto entre as mãos. 

—O que houve, Hermione? - ele perguntou extremamente preocupado. 

Eu não conseguia falar. Ele me abraçou e eu fiquei lá soluçando. Aos poucos fui acalmando-me e tornando a respirar e falar como uma pessoa normal. Com um feitiço, fiz uma caixa de lenços aparecer. Enxuguei as lágrimas e sequei o nariz. 

—Está melhor? - As sobrancelhas de Viktor se juntavam de tanta preocupação. 

—Não. 

E por alguma razão comecei a explicar para ele o que havia acontecido, sabia que aquilo faria Viktor encarar-me com outros olhos, mas eu precisava compartilhar aquilo com alguém, precisava exteriorizar aquela dor. 

Ele assentia em algumas partes, em outras apenas se mantinha sério. Ele era um bom ouvinte. 

—Você não fez nada de errado, Hermione. 

—Fiz, Viktor, eu menti – e encarei-o nos olhos. 

Ele parecia um pouco decepcionado e triste, mas ainda assim estava lá comigo. 

—Para tudo tem jeito, Hermione, dê tempo ao tempo. 

Viktor ficou comigo até escurecer, juntamos o piquenique e deixamos na frente da escola, provavelmente um dos elfos pegaria a cesta. 

—Boa noite, Hermione. Não chore mais. 

—Boa noite, Viktor. Obrigada... Por tudo. 

Ele piscou para mim e saiu. 

Entrei no meu quarto e fui direto para cama, retirei o casaco do terno de Draco de dentro da fronha e agarrei-me a ele. Adormeci na hora, porém, acordei durante a madrugada e não consegui voltar a dormir. 

Quando fui para o café da manhã, Viktor estava de pé ao lado do lugar onde sempre sento na Mesa da Grifinória. Quando cheguei perto, ele me deu um abraço e perguntou se estava bem. Acenei com a cabeça e sentamos para comer. Viktor forçou-me a comer, eu não estava com vontade de engolir nada.  

Depois de alguns pedaços forçados, saímos caminhar pela escola. Conversamos sobre como era o Instituto que ele estudava, ele me contou sobre a família dele, sobre os amigos. Ele não falava muito, mas eu instiguei ele e conseguimos manter um diálogo. 

De repente, estávamos no campo de Quadribol, olhei-o em dúvida e decidimos ficar para ver o jogo. Quando terminou, vi Draco olhar em minha direção e virar a cara na mesma hora. 

Suspirei. 

Talvez demorasse um pouco para tudo melhorar. 

Entramos para jantar e alguns amigos de Krum vieram buscá-lo. 

—Você vai ficar bem? - Ele me perguntou. 

—Sim e, de novo, muito obrigada por tudo. Eu não sei nem como agradecer. 

—Não precisa agradecer, eu me diverti também.  

Decidi parar de sentir pena de mim mesma e quando subi para a Torre fui conversar com algumas meninas que nunca havia trocado uma palavra antes. Elas eram divertidas, rimos bastante e conversamos até tarde, elas queriam saber tudo sobre Harry e algumas sobre Ron. 

Quando já iniciava a segunda hora do dia, fomos para nossos dormitórios.  

Terminei de escovar os dentes e olhei para minha imagem no espelho e vi a corrente que Draco havia dado para mim.  

Uma onde de lágrimas subiu, mas eu fechei os olhos e forcei o choro a não vir. Coloquei a corrente para dentro do pijama e senti o frio do prateado quando tocou minha pele. 

Mais alguns dias e os meninos estariam de volta, as aulas voltariam e tudo seria como antes. 

Fui dormir – novamente agarrada ao casaco de Draco.

Flash back off