Conhecendo Pandora

O que você vai ser quando crescer?

Muitos aqui devem estar surpresos por eu estar aqui em cima disso e falando com todo mundo desse jeito, não é verdade? E sim, sou eu a palestrante. Não gosto desse termo, então sintam-se como se eu estivesse conversando sobre futuro com todos, sim? Pode ser difícil, mas eu juro que não mordo.

Mas antes de me acharem doida ousei lá, inapropriada (?), quero lhes motivar. E sim, eu posso fazer isso. Todo mundo pode, e eu hoje fui “escolhida” pra isso. E para quem não sabe ainda, meu nome é Pandora. Estranho? Duvido alguém querer contrariar minha mãe, ela acha lindo, e eu tenho que aceitar, aliás, é meu nome.

Tenho quase dezessete anos e sou do PRÉ A. E antes de eu começar a falar sobre algumas coisas que vocês tem interesse, quero muito agradecer ao professor de Matemática, senhor Abner, por ter me “divulgado” pela sala dos professores. Obrigada mesmo, por acreditar, antes de todos, no potencial que estou descobrindo aos poucos que tenho. Enfim.  

Minha mãe dizia que o terceiro ano não era um ano de brincadeiras, pois esse era o último ano de uma etapa importante. E ela me ensinou a levar as minhas próprias brincadeiras para um lado mais sério; mais importante. E eu levei mesmo. Então anotem aí num papel ou nas costas do seu amiguinho mesmo: ouvir sempre a mamãe. Brincadeiras à parte, mas, conselho de mãe é pra ser seguido com todas as forças. Entretanto, a vida é sua, e não dela. Então saibam distinguir ambas as partes.

Vim falar também sobre o que me aconteceu recentemente. Aconteceu de que eu, Pandora Matos, tecnicamente, vou entrar pra faculdade. Cursarei Web Designer, Fotografia e Letras. Um desses. Aí vocês me perguntam: “Como assim, Pandora? Três cursos?” Pois é, pode parecer uma loucura isso, e ainda estou em processo de choque porque isso foi tipo muito rápido, mas é a verdade. Mas claro, gente, é obvio que só vou cursar um de verdade, porque pretendo trabalhar no horário livre, com moda.

Ótima pergunta, Tiago! Como consegui decidir isso? Pois bem, primeiramente eu levei o conselho da minha mãe em conta e meus momentos de diversão se tornaram um pouco sérios de mais. Além disso, acabei fazendo breves cursos online sobre coisas que eu achava que me destacava. Mas eu não sabia em que área ou coisa, como a gente fala, eu me destacava mais. E antes de fazer os cursos eu olhei para o espelho e falei: eu desafio você. E foi bem isso mesmo.

Eu tenho várias redes sociais. Meus hobbies são jogar videogame, ler, escrever ― sou uma prova viva de que brasileiro não tem preguiça de ler e escrever ―, tirar fotos ― principalmente de meus pés cobertos de meias ― e etc. E uni o útil com o agradável. Comecei pela escrita, já que eu escrevo desde os doze anos de idade, numa comunidade de orkut. Terminei de escrever meu primeiro romance, com 280 páginas, em março, e já está até publicado. Se quiserem mais detalhes, pessoas que gostam de ler e que tenham se interessado, me procurem no final da palestra que posso informar onde vende e os preços.

Enfim, antes de eu publicar pra poder virar um livro físico, eu era apenas uma pessoa que gostava de ler e escrever. Eu compartilhava minhas histórias num site qualquer como apenas uma amadora, para pessoas que eu mesma não conheço pessoalmente, mas que são as melhores pessoas do mundo. Conheci muita gente bacana que me incentivou a publicar meu trabalho quando terminei de publicar na rede social, e elas me ajudaram muito. Quase não tive trabalho de procurar uma editora e uma gráfica confiável. Eu estava realizando um sonho que tinha acabado de descobrir que era um.

No processo de mandar meu livro pra gráfica, eu desafiei o maior recordista de um jogo online, um jogo que eu jogava há séculos. Gostaria muito de encontra-lo um dia e abraçar ele, pois, além de eu ter ganhado dele, foi uma das partidas mais fodas que eu já tinha jogado. Então, quando ele me deu os parabéns, eu fiquei super emocionada. Cara, ele(a) era a pessoa com mais pontos dessa região aqui (!), e ele(a) me dizendo que eu levava jeito pra coisa foi a coisa mais foda que eu já li de uma pessoa virtual daquele jogo.

Depois de eu ter vencido ele(a), eu acabei fazendo pesquisas aleatórias e descobri que eu mesma poderia criar um jogo ou um site. E tipo, isso é bem mais fácil do que eu pude imaginar, em minha humilde opinião. Tem em todo lugar cursinhos assim, gente! E foi aí que passei a trabalhar nisso também.

Abri um Blog, fiz um canalzinho no YouTube, e passei a produzir meu próprio layout. E acho que vi você lá no meu Canal do YouTube, Tiago, no meu primeiro vídeo.

Por último: muitos aqui já devem ter visto algumas de minhas fotos. Acho que devem se perguntar se eu sou maluca ou não, por ser viciada em tirar fotos dos meus pés cobertos por meias. Digamos que é um hobbie que eu viciei mesmo. E, por engano, uma pessoa nas minhas redes sociais me chamou pra fazer um book pra ela. Ela me disse que uma amiga dela tinha dito que eu tirava muitas fotos bonitas ― vou achar essa danada também ― e ela veio diretamente a mim, na minha rede social, ver se eu era de verdade para poder me contratar em seguida. Ela simplesmente adorou todas as minhas fotos e fico super feliz por isso. E não, eu não fiz o book dela, não ainda. Porém, ela me abriu os olhos, dizendo que daria uma ótima fotógrafa e tudo mais. Me indicou alguns fotógrafos famosos e li bastante as biografias deles. Fiz um outro curso, e desse eu tive que desembolsar, infelizmente, e tô pra concluir ano que vem.

Beleza, não tô aqui pra falar de mim e das coisas boas que têm me acontecido. Mas saibam que nada vem de graça em nossas vidas. E não tô falando de dinheiro ainda, porque dinheiro é consequência do que você irá produzir em sua vida.

Temos que lutar, temos que próprio nos apoiar, temos que acreditar em nós mesmos. Vocês acham que desde 2011 eu não venho tendo medo de mostrar do que sou capaz? Levei cinco anos para acreditar em mim e expor o que eu tenho de melhor. A vida derruba sim, e de diversos modos.

E, antes que me falem que eu merecia algumas dessas coisas que estão me acontecendo, eu vos digo que não. Meu sonho era, e ainda é, moda e jornalismo. Ainda tentarei esses algum dia, mas, por enquanto, eu abraço o que vier a meu favor. E se jornalismo e nem moda é o que eu realmente gostaria de fazer? É isso que eu tô querendo dizer! Que abracemos todas as oportunidades que nos aparecer.

Espera. Não tem oportunidades? Calma lá. Vamos conversar, então? Vamos abrir nossos olhos juntos? Proponho aqui mesmo na escola, ou até mesmo online. E claro, Tiago, você pode organizar esse nosso futuro encontrinho juntos. Quero todo mundo presente, sim?

Então, gente, abram seus olhos e encontrem seus valores. A hora, por enquanto, é agora. Sei que nunca é tarde demais, mas vamos aproveitar esse tempo? Eu sei também que estou sendo muito otimista agora, pois posso quebrar minha cara a qualquer momento quando eu descobrir que profissão x não é o que eu quero. Mas, pessoal, o que tenho a perder? O que temos a perder? Somos tão jovens!