Ducit System escrita por mrszyslak


Capítulo 1
Ducit System




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                                      ∆ ducit system ∆

─ O que têm pra comer hoje? ─ pergunto a Rasik, que espera pacientemente ao meu lado, conformado com o absurdo tempo de espera.

─ Não sei, pelo que estão dizendo é algo bom. Quer dizer, melhor que nos outros dias.

─ Eu espero. A comida, depois da ascensão de Cailar a Imperador, esteve terrível. Ouvi dizer que algumas pessoas chegaram a passar mal após comê-las.

─ Que bom que aquele louco foi morto. Ninguém o suportava. Fez com que a vida em Conatus se tornasse um verdadeiro inferno. Até o povo de Bellum se sentiu inferior. E, cá pra nós, não existe planeta mais baderneiro do que aquele ali. Qualquer coisa que acontece eles já estão em guerra, chega a ser cansativo.

─ Não me admira que todos venerem Omissionis como um dia veneraram Deus. Não estão no mesmo planeta à toa, Wiernosc* deve ter olhado e pensado "porque não colocar agulha com agulha, em vez de colocar agulha com algodão?".

─ Faz sentido. Acho mesmo é que os habitantes de Bellum devem agradecer à Ducit pela misericórdia. O povo lá em cima é boboca mas pelo menos um pouco de juízo eles tem. Devem estar por aqui com essas guerras imbecis. Qual é, são coisas realmente desnecessárias.

Conatus é o planeta onde vivemos eu e Rasik, desde que nascemos. Rasik tem quinhentos e vinte e nove anos, o que significa que ele já teve um considerável tempo de vida, o suficiente para ele viajar muito e conhecer lugares fantásticos. Infelizmente, quando ele completou trezentos e doze anos, e eu duzentos e trinta, Cailar, um senhor de setecentos e tantos anos se tornou imperador do país onde moramos. Todos nós já tínhamos em mente que as coisas mudariam de forma a partir do dia em que ele fosse chamado Patrem Cailar.
Bellum, o planeta vizinho, é governado por Omissionis, o homem mais estúpido de quem já ouvi falar. É individualista e narcisista ao extremo. Não aceita a opinião dos outros bem como exige que concordem com a sua. É capaz de assassinar a pedras qualquer um que entre em seu caminho, e, infelizmente, acabou conseguindo submeter todos de seu planeta a um regime de escravidão terrível. As pessoas de lá não têm cinquenta por cento da liberdade que as pessoas de qualquer outro planeta têm. O surpreendente, é que elas sabem disso e ainda assim concordam com aquilo que as é imposto. Omissionis conseguiu, no fim das contas, fazer uma baita lavagem cerebral em quase todos os habitantes dali, e, os que não aceitam, acabam mortos.
Já Ducit é o planeta onde vivem os líderes. Os chamados "Ductores", que têm mais poder sobre todos os planetas do que um imperador têm sobre o seu próprio. Os Ductores podem estalar os dedos e fazer com que o planeta onde você vive sucumba em chamas. Não faz diferença alguma pra eles, na verdade, todos nós achamos que no fundo eles pensam que quanto menos planetas, melhor. Eles são pacientes e tolerantes, não extinguem raças inteiras por conta de intrigas ou guerras internas. Quando algo acontece com determinado planeta e que não envolve os planetas vizinhos ou qualquer um que seja, eles normalmente mandam o representante Ductor daquele planeta para conversar com o Imperador do local e discutir o que precisa ser discutido. Mas há momentos em que esse procedimento já foi exercido mais de mil vezes e aquilo continua a se repetir, então os Ductores se irritam e acabam "bamming", que é o termo que usamos quando algum planeta é destruído.
Depois que Cailar assumiu a liderança de nosso planeta, nossas obrigações triplicaram e nossos direitos foram praticamente extintos. Passamos a acordar três horas da manhã para trabalhar, voltávamos às onze de Dwa* à Dziewiec*. Cailar mantinha uma rivalidade infantil e irremediável com quase todos os imperadores, fazendo com que nosso contato com outros planetas se tornasse extremamente complicado. Visitas, então? Fora de cogitação. Algumas leis foram impostas e, com relação à elas, fomos todos obrigados a concordar que Cailar tinha de fato algo a oferecer. Regras rígidas mas que apesar de tirar um pouco da graça das farras que eram o que faziam com que cento e oitenta e nove horas de trabalho por semana valessem a pena, tornaram nossa vida muito mais segura. Proibir o uso de Wolnosc* de Dwa à Dziewiec fez com que não tivéssemos medo de andar pelas ruas e ser atingido por um louco afetado. As dzieci* estão sendo mantidas em jaulas afastadas da civilização, o que nos faz sentir muito mais seguros, certos de que não seremos atacados por um andando livremente na rua. Wiernosc que me livre! A vacina contra a doença que os gera está em fase de testes, mas já perdemos a esperança faz tempo. A medicina tenta há décadas, mas nunca chegaram a um acordo, nunca esclareceram de vez a pergunta que roda nossas cabeças desde nosso nascimento; o que os gera? Ninguém sabe. Vez ou outra ouço boatos de cidadãos mantendo-os em casa, em segredo. Não entendemos o porquê, mas preferimos não denunciá-los, afinal de tão pouco sabemos.

─ Olha ─ aponto para a comida que as máquinas expelem desta vez. ─ Sabe o que é aquilo?

─ Não sei, o que será? ─ ele pergunta.

─ Vamos perguntar para alguém.

─ Não, olha. Estão todos tão confusos quanto nós.

─ Ué, será uma nova invenção?

─ Eles avisariam, não? É o que normalmente fazem. Todos os dias de manhã eles deixam em frente à nossa porta avisos informando mudanças nos cronogramas ou algo que precisamos fazer. Vez ou outra uma mudança no cardápio, embora seja algo muito raro.

─ É, acho que sim. Não me importo, de qualquer maneira, estou morto de fome.

─ Ei, vocês ouviram o que estão dizendo? ─ Mhakil, uma menina de 439 anos (oito anos mais nova que eu) que estudou comigo surge ao nosso lado de repente.

─ Estão dizendo tantas coisas recentemente, Kil, seja mais específica.

─ Estão dizendo que os cientistas de Ducit descobriram a existência de mais um planeta. Muito maior que todos os planetas que conhecemos juntos. O que automaticamente significa que não é como nós, fragmentos da terra, que sofreu uma explosão devido à algum asteroide que colidiu com a mesma. É algo maior que isso, garotos. É a esperança de um planeta onde todos possamos habitar como uma só sociedade, e não facções separadas por não sei quantos anos luz, que se diferem apenas pela capacidade de suportar temperaturas mas elevadas ou o contrário. Porque, no fim do dia, todos nós sabemos que essas são as únicas coisas que nos separam. No fundo somos todos os mesmos, opiniões diferentes não nos faz raças distintas, mas sim nos prova que portamos em nossas cabeças algo que nos permite pensar. Um cérebro. Pessoas frequentemente discordam de mim usando o argumento de que em Bellum, por exemplo, todos são iguais, selvagens com nada além de uma terrível história pra contar. Mas como podemos afirmar isso? O nome daquilo, na minha opinião, é aceitação. Do que adianta lutar contra um império quando você tem total consciência de que eles podem acabar com você em um estalar de dedos? Porque organizar passeatas contra um Imperador sujo e cruel quando ele pode encinerar você e todos à sua volta com apenas um olhar? Não vale a pena. Eu faria o mesmo em seus lugares. Chama-se adaptação. Quando algo não se adapta a você, você é quem se adapta, e é isso que eu acho que aconteceu naquele planeta. Acho que se os Ductores forem inteligentes o suficiente, eles poderão transformar nossas diferenças em um planeta completo, onde embora cada um tenha sua função, todos se aceitam como irmãos, já que no fim das contas, é o que de fato somos. ─ Mhakil termina e eu olho para Rasik na esperança de descobrir o que ele pensa.

─ Mhakil, apesar de eu concordar com noventa e cinco por cento do que você diz, ─ Rasik começa e passa a mão pelo rosto, como se estivesse se preparando para contar algo desagradável. ─ acho que você não está levando em consideração uma coisa.

Ele pausa seu raciocínio quando temos que passar por baixo das máquinas que expelem a estranha comida que logo logo estará em nossos estômagos. Nos dirigimos à mesa onde sentaremos e começamos a comer, esperando Rasik completar sua fala.

─ Você não está levando em consideração o fato de que os Ductores não são anjos, Mhakil, eles têm seus próprios interesses, completamente diferentes de tudo que possa fazer com que nossas vidas melhorem. Porque você acha que eles preferem menos planetas a centenas, como um dia foi? É menos gente pra se preocupar. É menos tempo desperdiçado com pessoas das quais eles tomam conta por nada além de obrigação, já que é isso que Wiernosc os impôs. Qual é, todos nós sabemos que esse cara não tá nem aí pra a gente, se ele estivesse não colocaria nossas vidas nas mãos desses loucos gananciosos. Eles são movidos pela cobiça. Se é que esse tal planeta de fato existe, pode ter certeza que eles não moverão um dedo para nos colocar lá, é muito trabalhoso. Eles o usarão para seu próprio bem, pode ter certeza disso.

─ É, Sik, acho que você têm razão. ─ ela parece triste, me fazendo sentir a obrigação de a confortar. Coloco minha mão sobre a sua, fazendo carinho com o polegar.

─ Ei, vai ficar tudo bem, estamos vivos, não estamos? ─ sorrio, compassivo.

─ É, acho que-

...

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Sempre quis saber qual era nosso destino após a morte. Ao nosso redor, essa era uma palavra pouco dita e ainda menos presenciada. A morte em qualquer um dos planetas que constituem o Sistema Ducit não é algo natural. Doenças são tão raras que mal temos informações sobre elas, a criminalidade é quase zero, devido à baixíssima tolerância dos Imperadores quanto a isso. Já em Conatus, nosso planeta, a morte se tornou uma estranha ainda mais distante quando Cailar, Imperador que antecedeu Huxley, restringiu o uso de Wolnosc ─ a mais popular droga legalizada do Sistema ─ à apenas um dia por semana, tornando os outros nove completamente limpos, fora do alcance de qualquer substância tóxica, alucinógena e estimulante.
A palavra morte era o que trazia consigo o silêncio perturbador em uma conversa divertida. Era o assunto menos retratado em qualquer meio de entretenimento ou informação. Acho que as autoridades tentavam nos manter afastados disso. Dizem que quando a morte toma conta dos seus pensamentos, ela também toma conta de suas ações. Muitas vezes retratam ela como uma pessoa com um objetivo, ou então como um terrível monstro pronto para te devorar a qualquer deslize. Não sei, nunca tinha parado pra pensar.

Mas, agora que me encontro frente a ela, todos os pensamentos que nunca passaram pela minha cabeça me confrontam em uma árdua batalha que nenhum de nós vencerá.
Minha mente funciona de forma que sinto que meu cérebro já não está conectado com meu corpo, e que isso que fala na minha cabeça é apenas um narrador contando essa louca história que está prestes a ganhar forma.



O que você pensaria se te dissessem "hey, têm um meteoro gigantesco vindo em direção à terra!". Não acreditaria, imagino. Bem, foi isso que aconteceu há mais ou menos 1027 anos. Um meteoro que nós apelidamos de 'Deus' foi em direção à terra a partindo em centenas de pedaços, que hoje são os nossos planetas, os planetas do Sistema Ducit. Algumas coisas que se encontravam soterradas foram encontradas no Planeta Base (base 1 ou Ducit) que é o maior, e acabaram influenciando bastante em quem somos hoje. Dicionários pela metade, livros metade queimados metade não, coisas que nos mostraram um pouco da cultura deles e nos empurraram para a frente, de certa forma.
No início, todos os planetas eram governados por um único homem, que, de acordo com transcrições encontradas em palácios e museus abandonados, era um tremendo tirano. Uma versão trinta vezes pior que Omissionis, governador de Bellum. No entanto, houve uma epidemia que extinguiu metade da população (originada da bactéria Principium), inclusive esse imperador. Os habitantes restantes concordaram que um só homem não daria conta de tantos planetas, então colocaram o habitante mais velho de cada um para ser seu Imperador. Para cada planeta também foi decidido um segundo homem, que moraria na Base 1 e representaria seu planeta lá.
Até hoje, a pior doença que já afetou habitantes de nosso planeta é chamada Generatio Morbo, que faz com que se desenvolva um asqueroso monstro no interior das mulheres, as únicas afetadas. Desde os primórdios do Ducit os maiores cientistas da história vêm tentando descobrir o que causa tal doença, mas até hoje essa causa nos é desconhecida. Tais monstros depois de serem expelidos são entregues para o Controle, e então são postos em jaulas onde passarão o resto da vida. Normalmente eles não vivem mais de três anos, talvez devido às más condições, mas não temos certeza de nada.

O que importa é que conseguimos construir uma vida, uma sociedade, e hoje vivemos a maioria felizes com o que alcançamos.

A minoria é o problema.

BIP

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Minha cabeça dói como se eu tivesse levado um soco. Meus pés se movem sem meu consentimento embora meu cérebro ainda esteja parcialmente desligado. Ouço barulhos altos e sinto o calor emanando de corpos próximos ao meu, ainda que não os veja. Meus olhos permanecem fechados e meu coração bate mais forte a cada passo que dou. Me sinto completamente acordado embora abrir os olhos e retomar o controle de minhas ações não esteja sendo como o planejado.
Paro bruscamente no momento em que todos os passos a minha volta cessam e, por um segundo, meu corpo se sente aliviado com a esperança de "voltar ao normal".
Eu estava bem errado quanto a isso.

─ Boa tarde, habitantes de Conatus. Como estão? ─ uma voz grossa se pronuncia, ─ não me pergunte de onde ─ rindo logo após o fim da frase.

─ Sinto muito, esqueci que vocês não podem me responder.

Meus olhos se abrem e automaticamente os fecho por contra da claridade excessiva que incide sobre eles. Tento olhar ao meu redor mas minha cabeça não se mexe, paralisada. Noto pelo pouco que consigo enxergar com a visão periférica que me foi concedida, que eu não sou o único nessa situação. Percebo que estou de frente à um palco não muito alto, tornando possível o ato de olhar para cima e ver o senhor realizando seu irritante monólogo. Percebo sua fisionomia estranha. O mesmo porta duas coisas uma em cada lado da cabeça, sua pele é de um marrom escuro e nela crescem pêlos que só estamos acostumados a ver em Zwierzets. 

─ Está na hora de vocês conhecerem a história completa.
Meu nome é Charles Bolden e, um dia, fui administrador do que os humanos chamavam de "NASA", uma sigla para Agência Espacial Norte Americana (North American Spatial Agency). A NASA nunca foi uma instituição extremamente governamental. Entre nós, nos considerávamos autônomos, por diversos fatores, principalmente conflito de interesses.
Desde o ano dois mil prevíamos a chegada do meteoro e começamos a nós preparar desde aí. Não informamos uma alma sequer e nunca consideramos isso crueldade. Para nós, se chamava favor. Tudo não passava disso, um grande favor. Além de sabermos que comunicar isso a todos só geraria caos — já que sabiam que não teríamos condições de transportar todos para uma nave ou coisa do gênero —, a humanidade não merecia. O Planeta Terra estava se tornando a cada dia um lugar pior. Os humanos eram monstros sem alma, cometiam atrocidades em troca de coisas tão banais, era inacreditável. Tivemos então a ideia de transportar quem de fato importava para uma nave e fazer dali sua moradia até o dia da explosão.
Morei na nave até recentemente. Eu e minha equipe passamos anos observando cada um dos planetas do Sistema Ducit, listando-os e os caracterizando como: habitável, inabitável etc. Já devem imaginar que Bellum passou longe da categoria "habitável", aqueles homens são trogloditas. De qualquer forma, eram por fins científicos, nada que nos servisse no futuro, afinal nunca foi esse nosso objetivo. Temos dia após dia visitado planetas e dito as mesmas coisas para cada um deles. Aprendemos seu dialeto e descobrimos palavras em seu idioma que um dia pertenceram a idiomas da Terra. O latim e o polonês.

─ Onde nós estamos? ─ alguém grita e só aí percebo que já posso falar.

─ Estamos no lugar de onde vocês nunca sairão. ─ ele diz e some. Seu corpo desaparece como mágica. Ouço barulhos altos e agonizantes e percebo as paredes laterais subindo, nos dando visão à mais milhares de pessoas.

O que está acontecendo aqui?, penso. 

O palco a minha frente vai se abaixando até que esteja na altura do chão, as luzes se apagam nos mergulhando no breu. As paredes que estão à nossa frente se abaixam junto ao teto, que desaparece aos poucos.

Bem-vindos à Tempus.


Tudo que eu havia planejado para minha vida caiu por terra no instante em que aquelas paredes foram abaixo. A esperança que restava para nosso mundo se foi. Queríamos tanto Imperadores justos, honestos e bons, de fato, que nos esquecemos do pior. Nós somos eles. Se nós não éramos cidadãos honestos, o governo de nossos planetas era apenas um reflexo de nós. Crescemos ignorantes, acreditando que estávamos certos quando na verdade nossos olhos estavam tampados pelo narcisismo e egocentrismo presente em nossas veias desde nosso nascimento. Crescemos errados. Pensando que estávamos tão à frente do que um dia os humanos foram, que éramos seres evoluídos e que nossas descobertas frustrariam os melhores cientistas da terra. Fomos tão tolos. Tão estúpidos. Tudo o que a Terra mais prezava foi o que nos levou ao buraco.
Quer saber o que vimos quando as paredes caíram?

Nós.

Foi exatamente o que vimos. Não sósias. Não duplicatas. Nós. Nossos frutos. Nossos descendentes.

Aprendemos, a partir daí, que não é porque algo nos assusta, que é de fato assustador. Talvez estejamos cegos pelo medo. Esse era nosso caso.


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Notas finais do capítulo

Oi, tudo bem com você? Tudo bem comigo :)
Gente, essa história é meu amorzinho ♥
Então assim, se você gostou, favorita, recomenda, comenta e todas essas coisinhas bonitinhas, que se você escreve, sabe que fazem toda a diferença ^-^.
Muitos beijos e até a próxima!



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