Geek Boy In Danger escrita por Nessan C


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Gente???
Por que eu to postando isso???



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Steve Rogers poderia não ser o baluarte da paz da nação americana mas poderia pelo menos tentar manter a ordem na Shield High. Porque se tinha algo que ele não gostava, essa coisa era valentões. E durante a sua estadia naquela escola ele não teria valentões sob os seus olhos vigilantes.

Não que não existisse quem o desafiasse. Afinal ele poderia ser parte do time de futebol da escola mas não significava que ele poderia mandar em tudo. Por isso – infelizmente – as vezes ele tinha que apelar para a violência e tratar os delinquentes com alguns bom socos.

— O que você estão fazendo? – perguntou no tom mais severo que tinha para os três garotos que cercavam um visivelmente menor contra um armário. Ele cerrou os olhos em desgosto com a cena. Valentões eram o pior tipo de escória que havia na sociedade de uma escola no ensino médio.

— Cai fora, Rogers. – um com mais coragem xingou em resposta. Steve suspirou impaciente. Seria tão mais fácil se não atentassem a sua paciência.

— Deixem-no em paz. Não vou pedir duas vezes.

— Se não o quê, Capitão América? – perguntou o mesmo debochado, usando o apelido que ele mais detestava no atual momento. Não teve paciência para mais. Cerrou os punhos e surrou o rosto do garoto, que caiu para trás com o impacto.

— Alguém mais quer saber? – ele perguntou.

Os outros dois até tentaram – veja bem, tentaram — iniciar uma briga com Steve, atacando o maior com socos descoordenados, mas sem conseguir muito mais do que um arranhão Steve estava surrando os dois restantes, com um belo soco no rosto de cada um. Os três poderiam até insistir na briga, mas foi só um olhar para o defensor da escola que desistiram da ideia imediatamente. Correram antes que Steve pudesse chamar alguém para encrenca-los de vez.

Mas essa não era a maior preocupação dele no momento. Ele se virou para o garoto menor, que estava abaixado para pegar os seus óculos. Assim que ele se levantou Steve viu a figura baixa, de pele bronzeada, olhos castanhos e óculos modernos. A respiração de Steve parou por um momento. Aquele tinha que ser Tony Stark, o garoto prodígio mais problemático da escola.

Bem, Tony Stark era conhecido por ser herdeiro de uma das mais ricas empresas do mundo. Mas especificamente naquela escola ele era conhecido por ser um nerd riquinho e metido que não sabia a hora de calar a boca. Além de ser um mini gênio. Sério, o garoto tinha dezessete anos mas poderia muito bem estar no último ano de engenharia no MIT. Ele era excepcional em todas as matérias, e o único motivo de ainda estar numa escola como aquela devia ser pelos seus pais.

Mais uma coisa sobre Tony Stark era: ele podia ser rico, genioso, e engraçado quando queria. Mas ele não era popular. O motivo? A maioria das pessoas não suportava o fato dele ser super inteligente e saber disso, o que fazia todos os outros adolescentes se afastarem pois ninguém gostava dos nerds. E Tony Stark era constantemente perseguido por caras maiores do que ele por ser tão convencidamente nerd. O motivo o qual ele e Steve Rogers também não se davam bem? Era um pouco diferente.

— Ah, é o Capitão América. Tinha que ser, é claro. Sempre ele. Vem cá, Rogers, você não tem nada melhor para fazer não? Sei lá, malhar ou salvar uma donzela em perigo? – perguntou em seu tom debochado e provocador usual. Steve já até estava acostumado, toda vez que se encontravam era essa troca de elogios.

— Eu estou salvando uma donzela em perigo, se não percebeu, Stark. – Steve revirou os olhos, sabendo o que estava por vir.

— Não sei se você percebeu também, Rogers, mas eu não sou uma donzela. – Tony respondeu com rispidez.

— Mas estava em perigo.

— Há! Quem disse? Eu não precisava da sua ajuda, eu estava bem sozinho. – Tony passou a manga da camisa do rosto e Steve percebeu que ele tentava limpar o sangue que escorria do seu nariz, o que o deixou em alerta.

— É mesmo, Stark? – puxou Tony pelo braço no intuito de se aproximar, percebendo pelo seu rosto inchado que ele havia tomado uma surra. Tony era consideravelmente mais baixo e mais magro do que ele. Isso deixava Steve enlouquecido, pois se ele fosse maior e conseguisse se defender decentemente ele não precisaria ficar tão preocupado com o menor toda vez em que via ele se metendo em encrenca. Aliás, Tony às vezes conseguia ser tão irritante com suas provocações que ele queria ter coragem de entrar ele mesmo numa briga com o gênio.

Mas ele não tinha coragem de encostar um dedo em Tony, nunca teve e provavelmente nunca teria, por mais irritante que ele fosse às vezes.

— Vamos para a enfermaria. – ele disse, firme, antes que se distraísse demais com os traços do rapaz mais baixo.

— Wow, não vou a lugar algum, Cap! Eu sei me cuidar, agora me solte, fazendo o favor.

Steve o soltou mesmo a contra gosto. Ele não podia e nem queria obrigar Tony a coisa alguma, e isso o irritou ainda mais, pois ele não suportava o herdeiro Stark mas suportava ainda menos que ele nunca confiasse em si.

— Sabe tanto se cuidar que foi pego pelos idiotas de novo, Stark. Sinceramente, eu não queria ter que fazer isso mas você ao menos sabe se defender.

— Se eu sei ou não me defender é problema meu, não é? – Steve se surpreendeu quando viu um tom de rosa surgir no rosto do outro rapaz. Desviou os olhos rapidamente para que a visão não o deixasse também desconcertado. O outro se calou por alguns instantes até limpar a garganta e acrescentar. – E eu estou trabalhando nisso. Eu não pedi para aqueles caras me baterem, se você quer saber.

Steve suspirou. Era verdade que mesmo que ele tivesse uma personalidade implicante que poderia estourar os miolos do homem mais calmo, não era como se Tony Stark realmente procurasse pelas brigas. Não era como Steve. Tony não resolvia as coisas no braço.

— Tony. – se atreveu a usar o seu primeiro nome numa rara ocasião, o que, ele percebeu, fez voltar o tom de rosa no rosto do outro – Você é tão complicado...

O outro deu de ombros e pegou a mochila, virando-se para sair, acrescentando por ultimo:

— Ser normal é tão chato. – e saiu.

...

— O que é isso, Tony? Não, eu não acredito que tiveram coragem de te bater outra vez.

— Erh, bem... Foi mal? Eu posso ficar com o seu café?

Era o dia seguinte e quando Pepper viu o seu rosto fora uma comoção. Pepper estava furiosa. Bem, normalmente ela ficava quando seu querido amigo aparecia com o rosto inchado. Tony se sentia culpado por esse tipo de reação. Não queria que Pepper e Rhodey se preocupassem com ele por causa dessas coisas, mas ele não conseguia evitar quando acontecia. Quero dizer, dava pra evitar quando Rogers aparecia para ajuda-lo mas não era todas as vezes e ele nem queria que Rogers o ajudasse.

Porque Steve Rogers era o total oposto do que ele era. Rogers era grande, forte, bonito, gentil e popular. E Tony detestava que Steve fosse tão grande, forte, bonito, gentil e popular porque assim era praticamente impossível de odiá-lo e ele o odiava ainda mais por isso. Desde que ele havia começado com aquela história, no primeiro ano, de defender os fracos e indefesos e restaurar a ordem na escola ele tinha vontade de arruinar aquela cara perfeita dele. Arruinar como ele não dizia.

Pra falar a verdade, foi Tony que deu o apelido de Capitão América à Steve. Ele sabia que o maior detestava, pois debochava da maneira dele de agir na escola. Mas Tony ficou tão irritado que o sr. perfeito passou a defende-lo também e ele não precisava – ok, talvez um pouco – de ajuda e isso o enlouquecia.

Foi fácil tomar a decisão de que, se todos na escola o odiariam, Steve Rogers também o odiaria. Tirando o fato de que pensar era mais fácil do que fazê-lo. Ele implicava com Steve, Steve detestava, mas no dia seguinte estava ajudando o outro de alguma forma. Tony estava perdendo a cabeça. Por que Steve não podia odiá-lo normalmente que nem o restante da população da escola? Por que ele tinha que bancar o perfeito com ele também? Aquilo o deixava tão, tão, tão... frustrado.

— Como conseguiu sair vivo dessa vez? – Rhodey perguntou, também preocupado porém mais velado do que Pepper, que parecia que ia matar alguém.

— Eu bati neles, óbvio.

— Tony... – e também era óbvio que Rhodes não acreditaria.

— Rogers. – ele resmungou, se encolhendo nos seus braços.

— Santo Rogers! - Pepper exclamou e Tony fez uma careta.

— Eu não precisava de ajuda.

— Você nunca precisa até ele aparecer. – Rhodes revirou os olhos – Deveria contratá-lo como segurança, Tony. Eu me pergunto porque eu nunca estou por perto quando essas coisas acontecem.

— Bem, eu não estou sempre colado em vocês, não é mesmo? Além do mais, eu estava saindo do laboratório. Bruce já tinha ido embora e eu estava sozinho. Eu juro que não fiz nada além de mandar eles procurarem os pelos da barba das mães deles até eles decidirem que queriam me bater. Não é como se eu procurasse. Eu sou um gênio e eles me odeiam, é isso.

— Você é um maldito nerd, Tony. – Rhodes balançou a cabeça em desaprovação – Que infelizmente esqueceu de crescer. E ainda é rico. Um alvo fácil.

— Eu não pedi pra ser um alvo.

— Mas gosta de ser odiado, parece. – Pepper acrescentou, ainda furiosa. – Ainda bem que Rogers não te odeia tanto quanto o resto da escola e está sempre por perto para te ajudar.

Tony bufou, tentando parecer impaciente, mas o seu rosto tomou um leve tom de vermelho ao pensar em Steve Rogers.

Ainda bem.

...

O intervalo era uma verdadeira selva. Era neste momento em que os bandos se reuniam, caçavam e se alimentavam, e, ocasionalmente também lutavam. O que acontecia neste exato momento entre Thor e um garoto corpulento que compensava em peso os músculos do nórdico. Ainda nenhum monitor da escola havia parado para impedir a briga, mas normalmente ninguém queria se meter quando Thor brigava com alguém. Ninguém estava realmente ligando para a briga além de um rapaz de cabelos negros que praticamente gargalhava ao fundo.

— Se existe alguém nessa escola mais odiado do que você com certeza esse alguém é o Loki – disse Jane Foster que algumas vezes se reuniam a eles no intervalo. Ela era outra nerd geniosa, mas não tão desajeitada quanto Tony e Bruce.

Observaram Thor brigando com os caras que estavam mexendo com Loki - como se Loki não tivesse provocado primeiro – por mais algum tempo até perder o interesse. Era óbvio que Thor iria ganhar, não entendiam como Loki se deleitava tanto em disseminar a discórdia.

— Tem sim. – respondeu Natasha, que naquele dia também estava com eles – Ivan Vanko.

— Vanko não conta, ele é um idiota. – Tony respondeu enquanto mexia no seu celular. O sinal da escola era horrível para que eles se concentrassem nos estudos e não na internet.

— E você não é?

— Eu não sou um psicopata.

— É um nerd, o que é ainda pior. – revirou os olhos.

— O que você está fazendo mesmo na mesa dos perdedores, Natasha? – Bruce perguntou timidamente ao que a ruiva deu de ombros.

— Essa não é a mesa dos perdedores, Pepper está aqui e ela não é uma perdedora.

— Nossa, obrigada. – a loira agradeceu.

— Alguém sabe me dizer por quê Rogers não tem praticamente nada postado no facebook? – Tony perguntou de súbito, cada vez mais irritado ao mexer no celular - Aliás, ele não parece ter nenhuma rede social. Ele usa a internet?

— Posso te assegurar que ele usa. – Natasha deu um sorriso malicioso, o que não era anormal vindo dela.

— Bem, mas que jovem desse século não usa redes sociais? Sinceramente.

— Ele não precisa disso, ele é bonito esqueceu?

Tony soltou um resmungo baixo. Ta aí uma coisa que ele não podia negar. Steve era alto, forte, loiro, tinha aqueles olhos azuis matadores e aquela pose de galã de cinema que ele detestava. Era extremamente difícil continuar sendo hetero perto de Steve, não que Tony fosse.

— Fica pra você. – ele deu de ombros, tentando não soar muito afetado.

— Não estou interessada e nem ele. – ela lançou um olhar sugestivo em direção à Steve. – Mas eu posso arranjar o telefone dele se você quiser, Tony.

Seu rosto ficou vermelho por um instante e ele ficou nervoso, responde mais rápido do que planejava:

— Não. No, nope, eu não preciso, pra quê eu ia querer?

A ruiva revirou os olhos em sinal de pura impaciência.

— Não seja ridículo, você sabe.

O que é que ele sabia? Aliás, o que ela queria dizer? Tony não havia dito ou deixado nada escapar para ela para que ele sugerisse alguma coisa. Quero dizer, não é como se ele estivesse interessado em algo relacionado a Steve. Nada que pudesse liga-lo a ele além de pura implicância mutual. Pra isso precisava do telefone dele? Não, não precisava, Natasha estava sugerindo alguma coisa e...

O alarme soou antes que os mecanismos internos de Tony entrassem em curto. Ela não disse mais nada e deu um tchauzinho antes de se encontrar com Clint e seguir para a aula. Pepper deu de ombros e seguiu em frente junto com Jane. Bruce também já estava indo e acabou deixando Tony para trás, que se demorava em recolher seu computador para entrar.

Quando finalmente se levantou deu de cara com quem ele menos queria naquela hora.

— Ah, Stark. – o loiro disse ao se aproximar.

Tony suspirou rapidamente e se recompôs.

— Rogers.

— Eu só queria saber se você foi a enfermaria? Está bem? – o maior tinha as mãos na cintura e olhava diretamente para ele, aqueles olhos azuis brilhando e ansiando uma resposta. Tony odiava aqueles olhos. Por que eles pareciam se preocupar com ele? Que coisa, ele não precisava disso. Não queria isso e principalmente não queria a pena de Steve. Ele fechou a cara e assumiu a postura sarcástica de sempre.

— Não precisa fingir que está preocupado comigo só porque você é o protetor da Shield, Rogers. Mas sim, eu estou bem. Me dá licença.

— Não é nada disso, Stark! Por que você é sempre tão teimoso?

Steve não percebeu que ele segurou os ombros do menor. Não de forma brusca para machuca-lo, mas para fazê-lo olhar para seu rosto. Tony enrubesceu com a proximidade e a visão foi tão adorável que o próprio Steve se viu corando de forma vergonhosa. Mas mesmo assim ele não conseguia tirar os olhos daqueles grandes olhos castanhos. Tony estava imóvel e então Steve percebeu que ele estava sendo um bruto, um babaca. Ele o soltou e sem dizer nada, Tony se retirou, o rosto ardendo.

Ele tomou o rumo da sala de aula, batendo no ombro do maior antes de ir. Ouviu ele chamando o seu nome mais uma vez. Tony disse para si mesmo que não era isso que ele queria. Mas seu coração deu um pulo inesperado.

...

— Fiquei sabendo que Steve te ajudou anteontem de novo. – Natasha estava em visita ao laboratório que ele e Bruce haviam montado numa sala vazia da escola. Normalmente ninguém aparecia ali além dele, Bruce e Jane Foster além dos visitantes usuais como Pepper. Mas Natasha parecia ter adquirido um estranho gosto em visita-los ultimamente. Na verdade, como Tony havia bem reparado, visitar uma pessoa em particular e que definitivamente não era Tony. Bruce estava desconcertado.

— E o que você não sabe, Natasha? – ele revirou os olhos, já odiando o fato da notícia ter corrido.

Ela deu de ombros.

— O motivo pra ele continuar te ajudando. Considerando o quanto você atenta a paciência dele.

— Se nem você sabe, como eu vou saber? – respondia enquanto não parava de verificar o interior do novo robô que estava construído. – Aliás, eu já te pedi para não vir aqui.

— O laboratório não é só seu. – ela lançou um olhar bastante provocador em direção à Bruce enquanto ela se sentava numa das mesas do laboratório. O pobre garoto deixou o caderno cair.

Tony decidiu que era melhor voltar o trabalho e deixa-la flertando com Bruce em paz, não era como se o garoto fosse fazer alguma coisa mesmo. E ele gostava de trabalhar no laboratório da escola. Era menos solitário do que na sua grande e espaçosa casa. Mesmo que ficar depois das aulas resultasse em episódios como os de ontem. Por isso Tony normalmente ligava para Happy busca-lo. Aqueles idiotas podiam machuca-lo mas não eram nada. Ele já havia sido sequestrado e não foi legal.

— Ahn, Tony? – a ruiva interrompeu os seus pensamentos. Se virou para ela e percebeu que em nenhum momento ela tirava os olhos de Bruce – Eu ia te dizer, se você quer sair por cima do Steve mais uma vez... Parece que a moto dele está com algum problema. Você poderia... sei lá, ir lá resolver e depois se vangloriar por isso?

Mesmo se fosse mentira, Natasha sabia muito bem manipulá-lo. Aliás, Tony não sabia quem Natasha não sabia manipular. Talvez só o seu pobre amigo nerd Bruce que não percebia o interesse bastante óbvio da ruiva. Tony bufou, entendendo metade do plano dela. Ele pegou a mochila e meteu algumas ferramentas dentro dela.

— Se for mentira você me paga, Romanoff.

— E quando eu mentiria pra você, Tony? – respondeu no seu tom mais inocente, se é que ela tinha algum. Claro que ele não se atreveu a responder e saiu.

...

Steve preferia ter que evitar ficar pensando em Tony a todo momento mas como estava sendo árdua esta tarefa. Ele queria tanto não se preocupar com o rapaz mais baixo mas era difícil quando ele quase sempre se metia em confusão, e quando ele era tão claro que não queria a sua ajuda ou a sua companhia, e ele era tão teimoso e tão irritante que a vontade que tinha era deixa-lo em paz, mas droga!, não conseguia. Os seus olhos castanhos eram tão interessantes e seu tom sarcástico o excitava, mas Steve não se atrevia a tentar puxar um assunto pacífico com o rapaz porque sabia a acidez que receberia em resposta. Se sentia um idiota por isso.

Steve saiu do chuveiro se sentido mais cansado do que o normal. Isso porque ele sabia que teria que levar a sua moto ao mecânico assim que saísse dali. E o treino hoje fora mais duro do que o normal, não que ele se importasse com isso.

— Hey, Steve. Ânimo! – Bucky bateu em suas costas, o que fez o loiro fazer uma careta. Bucky não era fraco, ao contrário de certos alguéns...

— Ânimo? – ele ergueu uma sobrancelha para o amigo – Acabamos de sair de um treino, Bucky!

— Mas hoje é sexta! – ele sorriu – Thor me falou que hoje vai rolar rodada de shots em Asgard. Já falei com o Sam, e você vai tamém.

— Ah... – Steve sentiu o ânimo se esvaziar ainda mais. Não era lá grande fã desse tipo de festa, mas normalmente frequentava pelos amigos – Não sei não, Bucky. Minha moto deu problema hoje mais cedo, preciso leva-la para o concerto. E sei lá, você sabe que eu não sou fã...

— Qual é, Steve! Eu te dou carona, só vamos!

— Tudo bem, eu... – ele suspirou, desistindo – Eu vou pensar, tudo bem?

— Passo lá às 20h. – ele deu uma piscada – você tá precisando mesmo sair, aliviar essa tensão, se dar bem, se é que me entendende...

— Tudo bem, Bucky. – ele fingiu revirar os olhos mas sorria.

Se despediu do amigo e saiu do vestiário, indo em direção ao estacionamento. Esperava que a sua velha amiga pelo menos funcionasse até chegar na oficina, seria um bom trabalho leva-la até lá se não estivesse funcionando...

Seus pensamentos foram brutalmente interrompidos ao chegar no estacionamento e ver uma cena que já era recorrente para si. Tony Stark sendo puxado pela gola da camisa por dois garotos de seu time. Steve trincou os dentes. Ele odiava ter que punir integrantes de seu próprio time mas aquele tipo de comportamento ele jamais perdoava. Ainda por cima era Tony Stark, tinha que ser Stark, a vítima novamente em um intervalo de 48 horas. O garoto provavelmente ainda estava machucado e era novamente perseguido, como Steve ainda conseguia acreditar que ele não procurava encrenca?

— Hey, Dugan! Jones! Soltem ele! – correu em direção aos seus dois colegas de time.

— Capitão Rogers! – Dugan respondeu – Esse maldito Stark, estava mexendo na sua moto! Quem sabe o que as malditas mãozinhas dele estavam fazendo?

— Eu estava concertando ela seus idiotas! – Tony tentou chutá-lo mas Dugan foi mais rápido e desviou, voltando a apertar a gola de sua camisa, o que pareceu machuca-lo visto o resmungo de dor que o menor soltou. O sentindo de alerta de Steve disparou como um louco e ele empurrou o seu colega de time para longe de Stark, que precisou se equilibrar para não cair.

— Parem com isso. – ele rosnou para eles – Você estava o quê, Stark?

— Eu dei uma olhada. – o garoto pegou as ferramentas que estavam no chão e jogou dentro da mochila – Me falaram que você estava com problemas e eu vim ver o que podia fazer, até esses dois brutamontes virem pra cima de mim.

— Quem você está chamando de elefante, Stark? – Jones quase partiu novamente para cima do menor se Steve não tivesse impedido.

— Eu já disse para deixar o Stark. – Steve se projetou a cima do o outro rapaz com uma aura assustadora e autoritária, que se fez obedecida prontamente. Se Jones ousasse tocar em um fio de cabelo de Tony, Steve não sabia o que ele poderia fazer. – Eu me resolvo com ele. Não quero vê-los novamente ameaçando ele, entenderam?

Os outros dois garotos grunhiram em resposta mas entenderam o recado. Sem precisar dizer mais nada os dois foram embora, deixando Steve sozinho com Tony. O outro pode deixar a sua postura autoritária de lado, embora a presença do outro o deixasse nervoso.

— Stark...

— Eu estava falando sério! Eu só estava dando uma olhada e não sabotando ou seja lá o que aqueles dois idiotas do seu grupinho acharam. – ele revirou os olhos – Foi só isso, eu já vou indo.

— Espera. – embora Steve não tivesse nem lhe segurado nem nada, Tony não foi. – Obrigada eu...

— Não foi nada. – ele respondeu rápido demais – Foi um problema na embreagem, ela vai funcionar, mas seria bom fazer logo a manutenção. Se você leva-la para a minha casa eu posso resolver isso rápido e...

Oh, espera.

Tony havia mesmo acabado de chamar Rogers para a sua casa? Tudo bem, levar a sua moto para a sua casa mas indiretamente ir para a sua casa? Rogers? Oh meu deus, o que foi que Tony fez? Isso tão não estava nos planos. O plano era se vangloriar de ter concertado a moto do defensor da escola e depois talvez pedir um favor em troca e fazê-lo comer na sua mão mas certamente ele não havia previsto tagarelar a esse ponto.

E infelizmente Steve respondeu:

— Ótimo, tudo bem. Então vamos. – e ainda sorria, o maldito.

— O que? – Tony perguntou totalmente sem saber o que fazer.

— Vamos, sobe aí. – Steve montou na moto e meu deus ele ficava tão bem fazendo isso. Ergueu o capacete para o menor. - Você me diz o endereço.

— Ah, claro! – céus, ele começou a ficar nervoso - Vamos, vai ser rápido.

Tony pôs o capacete e subiu na moto do loiro. Tinha que admitir, ele gostava do cheiro de diesel, de correr, de velocidade, mas não era tão fã de motos. Mas assim que o loiro pediu para que se segurasse nele e Tony pôs os braços ao redor daquele tronco, meu bem, ele a partir de agora amava motos.

...

Steve estava nervoso. E mais do que ele gostaria de admitir.

Ele sabia que Tony só havia oferecido ajuda com a sua moto porque ele gostava de mecânica e essas coisas que ele não entendia direito. Mas ele gostava de pensar que o gênio estava sendo gentil com ele. Talvez, em algum momento, eles poderiam se dar bem. E que debaixo daquela camada de sarcasmo e acidez Steve poderia ter um lugar para ele. Um pequeno pedaço já estava bom. Apesar de que no fundo Steve sabia que ele o queria por inteiro.

Estava perdido.

Tony trabalhava habilmente na moto, sem desconcentrar enquanto tocava AC/DC ao fundo. Ele realmente tinha uma oficina em casa. E pelo tamanho da casa Steve não duvidava nada que ele tinha um laboratório para cada assunto de pesquisa também. Ele sabia que concertar uma moto não era nada demais mas ele tinha que admitir o quanto o rapaz era genioso. E o quanto ele ficava adorável enquanto se concentrava. Principalmente usando aquela camisa regata preta colada no corpo. E manchado de graxa.

Ele estava muito perdido.

Enquanto Steve estava extremamente distraído com as formas do rapaz, ele finalmente terminou e levantou do chão. Soltou um suspiro satisfeito com o final do seu trabalho.

— Está prontinha.

Steve sorriu e se aproximou sentindo-se meio bobo, mais orgulhoso do bom trabalho de Tony do que satisfeito com o concerto da sua companheira.

— Obrigada, Stark...

— Tony. – o menor limpou a garganta – Eu concertei sua moto, acho que pode me chama assim, Steve.

Ele sorriu ainda mais, sentindo-se aéreo.

— Tony. – ele repetiu, não conseguindo conter o sorriso. – E o que eu posso lhe dar em troca?

— Além de me vangloriar que o garoto perfeição da escola não entende nada de mecânica?

— Posso se vangloriar o quanto quiser, eu não sou um gênio de dezessete anos.

— Não precisa me elogiar, é sério.

— Eu preciso sim, Tony. – ele se aproximou, percebendo o quanto o garoto ficou desconfortável, então recuou a contra gosto. – Você... você é tão legal com todas as suas piadas rápidas e ideias geniosas.

— Steve, a gente nunca se deu bem. Não precisa fazer isso só porque eu te ajudei. É sério.

— Eu não estou fazendo isso porque eu te ajudei. Eu quero... ficar perto de você, quero protege-lo quando está se metendo em confusão, não quero que ninguém o machuque e eu quero que você entenda... – Steve já não conseguia mais parar de falar.

— Que eu entenda o quê? – ele perguntou no tom de desafio que Steve mais adorava.

Ele não mais se conteve. Steve voltou a se aproximar. Ele sabia que poderia ser facilmente rejeito naquele ritmo mas também não queria assustá-lo. Tomou o seu rosto acariciando com as mãos devagar, finalmente unindo os seus lábios. Soltou um suspiro involuntário quando o sentiu. A tanto tempo queria fazer isso mas ele mesmo não tinha consciência disso. O coração de ambos pulou em ansiedade. E Tony... Tony quase entrou em pânico quando percebeu o que estava acontecendo mas de forma nenhuma queria que parasse agora. E ele também não tinha percebido o quanto desejava tanto aquele garoto como naquela hora. Espalmou as mãos no peito forte dele enquanto correspondia o beijo, movendo os seus lábios contra o deles. Steve era frio mas era delicioso ele não queria que terminasse nunca, até que o loiro finalmente se separou dele, com um sorriso radiante e a confiança recuperada.

— Entendeu? – ele não conseguia parar de sorrir e para Tony ele estava todo iluminado com mais pura alegria. Tony se enrubesceu ainda mais. Como alguém podia ficar ainda mais bonito? Steve levou as mãos aos quadris de Tony para impedi-lo de se afastar e também porque ele queria tanto tocá-lo por inteiro que suas mãos começavam a queimar. Mas precisava de uma resposta dele.

— Eu entendi... que ou você está pregando uma peça muito bem feita em mim... – Steve não teve tempo de dizer que nunca faria isso, pois ele acrescentou – Ou você acaba de admitir que o garoto legal que todos amam caiu pelo nerd problemático.

Steve deixou escapar uma risada, e admitiu.

— Definitivamente eu cai. – e voltou a se aproximar, se aproveitando da proximidade que já estavam para sussurrar em seu ouvido – E eu não quero levantar. – sentiu o outro se arrepiar e ficou satisfeito consigo mesmo.

— Você vai se arrepender, Capitão América. – o outro disse baixo em seu pescoço.

— Eu quero ver você tentar, garoto de ferro.

Dessa vez foi Tony que puxou o seu rosto para beijá-lo. Tony havia parado de tentar entender finalmente. Ele só sabia que queria beijá-lo e queria muito. Os seus lábios voltaram a se encostar num beijo mais intenso dessa vez, as bocas entre abertas para dar espaço para a língua. Steve o puxou pela cintura, deixando o seu corpo colado ao dele e aproveitando ao máximo a sensação inédita de Tony não próximo dele. O moreno jogou os braços em seus ombros e apertava os cabelos da sua nuca com vontade. Tony era delicioso Steve mal conseguia pensar direito. Logo eles empurrava Tony contra uma parede, aproveitando o momento para colocar uma coxa entre as pernas do menor e sentir levemente o garoto se excitar o movimento. Ele sorriu em meio ao beijo e desceu os lábios para beijar o pescoço de Tony, provocando aquela área que parecia arrancar suspiros baixos do garoto. Tony não conseguia evitar, ele estava adorando ser tocado daquela forma e se viu cada vez mais ansioso quando Steve pôs as mãos frias debaixo do tecido da sua camisa e começou a subir lentamente...

O celular de Steve tocou.

Então ele tinha um celular! Pensou Tony ao mesmo tempo se sentindo frustrado pela interrupção. Steve fez uma cara que lhe soou extremamente decepcionada, mas mesmo assim ele se afastou, mas só o suficiente para atender o celular. Ele fez uma careta antes de atender mas mesmo assim o colocou na orelha, só pra fazer uma expressão ainda mais impaciente.

— Não, Sam, eu não vou. Diga ao Bucky pra não passar lá.

Ele soltou outro suspiro de insatisfação. Tony observava. A coxa do garoto ainda estava entre as suas pernas.

— Eu tenho um problema para resolver. – Tony o olhou e riu com malícia, roçando a sua perna provocativamente em um lugar que poderia causar uma reação indesejada. Steve suprimiu um suspiro e olhou para ele, como se o desafiasse a fazer aquilo de novo. Tony riu, tentando a fazê-lo.

Steve desligou o telefone, e sem mais paciência dessa vez quem atacou o seu pescoço fora Tony, encontrando a altura perfeita para sugar a pele do maior até deixar marcas bastante aparentes. Steve sorriu, gostando da provocação. Tony se afastou somente o suficiente para dizer:

— Esqueceu de dizer que estava salvando nerds em perigo, Cap.

Steve balançou levemente a cabeça antes de responder.

Você é o perigo, Tony Stark. – e voltou a beijá-lo.


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Notas finais do capítulo

Ok ERA pra ter smut mas como os personagens são menores de idade fiquei meio desconfortável.
Desculpa qualquer coisa.



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