Emily: Eita. Draco, deu ruim! –Berrei.

Draco: O que foi?!

Emily: Ela ta vindo me pegar! Draco!

Draco: Pula logo, disgrama!

                Ai, não consigo. Vou quebrar a perna e o pescoço –Bem específico –Não vai dar não.

                Charlotte chegou mais perto e na hora q ela esticou a mão pra mim eu joguei o corpo pra trás sem querer; só senti o ventinho batendo e meu cabelo subindo. É aquele momento que tudo parece passar em câmera lenta e a única pequena palavra que você consegue pensar é “ai”, e quando você está quase chegando no chão você pensa em completar com um palavrão relacionado ao seu orifício.

                Antes de eu virar patêzinho Draco me segurou bem like a princess, bitches. Eu me senti. Mas logo começamos a correr que nem dois meliantes depois de roubar o frango na padaria.

                Arfando nós paramos só quando entramos no caldeirão furado, e Draco pareceu ser sobrecarregado de olhares reprovadores que insistiam em esnoba-lo.

Emily: Ai meu coração... É muita coisa pra um dia só.

Draco: Você é muito fraca.

                Uma pessoa parou atrás dele e ele nem percebeu, era uma mulher, e ela logo agarrou os ombros dele e soltou um “Buu”.

                Por menos másculo que tenha sido o gritinho de Draco acompanhado de um arrepio, ele tentou permanecer imponente.

                A moça começou a rir mostrando seu belo sorriso de batom vermelho, e começou a debochar.

Moça: De durão só tem cara mesmo –Ela ria alto e a aura do local se iluminava.

Draco: Ta me tirando?!

Moça:  Of course, my lord.—Debochou e eu gargalhei.

                Ela se apresentou como Zoey Camell, e era a mãe de Jessye, eram bem parecidas de rosto, mas Zoey tinha um estilo militar de roupas, e parecia ser aquelas motoqueiras de estrada. –O estereótipo começa quando...

Emily: Agora já sei de onde vem a boa genética de Jessye –Sussurrei e ao perceber que ela escutou fiquei um pouco sem graça.

                Aparatamos com ela.

                Quando chegamos em Hogwarts, o clima não era lá dos melhores, mas logo que entramos no hall de entrada, onde estavam pregando regras e mais regras na parede, cercados de alunos e professores tentando ler o que Umbridge preparava novamente.

                Minerva, Snape, Filch e Jessye vieram a nosso encontro.

Jessye: Emily! –Exclamou me abraçando e logo depois abraçando a mãe.

Filch: ...Está viva?

                Snape engoliu em seco e pude perceber seu olhar sagaz.

Minerva: Pelas barbas de Merlim, Emily! Está bem?!

Emily: Estou ótima. Graças a Draco. –Olhei para ele, que se encontrava com o nariz empinado.

Snape: ... –Chegou perto de Draco o agarrando pelo braço com brutalidade- Teve a audácia?! A FODENDO audácia, de sair de Hogwarts durante a diretoria de Dolores com... “Ela”? –Fuzilou-me como se eu fosse uma peça de uma bomba nuclear.

Draco: Não sei do que está falando. –Arrancou seu braço da mão de Snape –Assunto do meu pai, resolva com ele.

                Snape torceu o nariz raivoso, e eu não entendia mais nada. Draco obviamente queria glória, mas eu não podia deixar de estar grata a ele.

                Me encaminharam para a sala de Dumbledore junto com Draco, e eu tenho a leve impressão de que Ashura nos causará problemas.

                No caminho, vi Aaron de canto dos olhos numa vértice do corredor, observando. Suspirou parecendo aliviado e tomou seu caminho à algum lugar.

Snape: Professor Dumbledore?

...

                Foi decidido que Ashura ficaria sob os cuidados de Madame Pomfrey até que estivesse bem o suficiente para voltar a seu lar –O que não demoraria mais de três semanas caso o corpo dela respondesse bem.

                Draco seguiu para seu dormitório e eu fiz o mesmo. Ele recebeu uma bronca mas todos concordaram em não soltar a informação de que Draco sumiu e eu também por um tempo à Dolores, pois isso seria um problema.

...

                POV Draco On

                Cheguei ao dormitório e me deparei com Pansy encostada na parede mais escondida... É claro que ela já sabia que eu estava de volta e me esperava.

—Salvou a criancinha? –Perguntou com desprezo e eu apenas sorri.

—Sim.

—Estava com saudades... –Fiz um sim com a cabeça confirmando.

                Cheguei perto puxando sua cintura contra meu corpo e distribuindo beijos por seu pescoço, até que ela envolveu as mãos sobre meu pescoço e me puxou para um beijo mais quente.

                Minha vontade era leva-la para o dormitório e sabe-se lá o que poderia acontecer, mas eu não estava afim de levar outra bronca desnecessária.

—Ok, Pansy. Vá para o seu dormitório.

                Separei-me do beijo e afastei-a de perto de meu corpo.

—Mas eu quero ficara com você. –Impôs.

—E eu quero ir dormir e me livrar de mais problemas!

                Ela fechou a expressão e cruzou os braços indo para seu dormitório. Suspirei.

                POV Draco Off

...

                Já no dormitório corri para abraçar Dominik, que estava esticado em meus lençóis. Ele pareceu me estranhar um pouco –Afinal eu só fiquei com ele uns três dias no máximo... –Mas logo acostumou com minha presença novamente.

                Os olhares das alunas de lufa-lufa não pesavam tanto quanto o resto de Hogwarts, nesse pouco tempo eu senti mais pressão do que nos últimos anos. Talvez voltar viva com rumores daquele tal de “Você-sabe-quem” a solta faziam eles acharem que eu era uma espécie sobre-humana, ou sei lá. Mas na lufa-lufa não era tanto, talvez por ser a casa dos mais amigáveis. Claro... Os olhares vinham de todo o canto.

Emily: ...Tô com fome. –Exclamei.

Jessye: Vamos descer já, já. Está quase na hora do jantar. –Sorriu ela.

...

Jessye: Sente esse cheirinho maravilhoso... Esse cheirinho de...

Emily: Esse cheirinho de delícia..! -Completei com água na boca.

Menino Ruivo 1: E aí?

                Olhei para o meu lado esquerdo e vi o rosto de Jessye ruborizado e um menino ruivo passando o braço por seu ombro. Não pude deixar de estranhar, porém antes de eu perguntar algo, um braço passou por meu ombro também, e logo olhei para meu lado direito. Um menino ruivo? Ele teleportou?

                Olhei para a esquerda de novo. Ele ainda estava lá, então deduzi que o que passara o braço pelo meu ombro era o "MENINO RUIVO NÚMERO DOIS" - Airbrush connair phillips walita.

Menino ruivo 2: Ora, ora, se não é a fugitiva? -Sua voz era provocativa.

Emily: Não, eu não fugi, é que... Ahn... -Comecei a perder o controle da minha voz quando seu olhar começou a me constranger um pouco.

Menino ruivo 1: Você pode se explicar melhor sentada! Vamos, vamos, você e sua amiga. -Ela agora veio para o meio e transpassou um braço pelos meus ombros e outro pelos de Jessye, nos puxando para a mesa da Grifinória- sentem com a gente!

                Jessye se manifestou gaguejando e afirmou que não sabia se era certo se manter a mesa de uma casa que não é sua. Mas os gêmeos, que logo se apresentaram como Fred e Jorge, afirmaram que não iriam nos dedurar e que como Jessye era ruiva ela se passaria bem fácil por uma Weasley para os leigos. Quanto a mim, a melhor solução seria arrancar minhas vestes e falar que sem elas ninguém pode provar que sou Lufana.

Emily: Isso seria constrangedor. -Afirmei tentando comer, mas meu rosto fervilhando não aquietava os músculos.

Jessye: Seria engraçado, como será que é seu corpo? -Ela entrou na brincadeira, mas era claro que estava mais envergonhada que eu.

Emily: Eu não contarei.

Jorge: Está se guardando pra alguém especial?

Emily: Que? -Soltei uma risada estafada- Não.

                A conversa pareceu começar a fluir depois que entendemos que Fred e Jorge eram assim, brincalhões, e aos poucos paramos de ter vergonha para brincar também.

Jorge: Então quer dizer que Malfoy te salvou? -Surpreso disse.

Emily: É, é mais ou menos isso.

Jessye: Algumas coisas deram errado, e ele é um selvagem, problemático e mimado do caralho.

                Todos arregalaram os olhos para o vocabulário límpido de Jessye e logo riram, menos eu, não vi sentido naquilo.

Fred: Tem razão, "Meu pai vai ficar sabendo disso, Potter" -Fred afinou a voz e levantou as mãos desmunhecando para debochar.

Jorge: "Logo vão ver que algumas famílias de bruxos são melhores que as outras, você não vai querer se misturar com a pessoa errada" -Imitou a voz fina.

Fred: "Eu posso ver SOZINHO quem é a pessoa errada"

                Na última ele engrossou um pouco a voz, imitando outra pessoa que eu não sabia quem era. Todos ao redor começaram a rir com as encenações de Fred e Jorge.

                Jessye olhava atenta a Fred, e quase não piscava. Dei-lhe uma cotovelada.

Emily: Jessye está apaixonada..! -Fiz biquinho e barulhinhos de beijo.

                Seu rosto ruborizou num vermelho intenso.