A Barraca do Beijo escrita por PepitaPocket


Capítulo 1
Capítulo Único




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  Uma Solução para a Falta de Recursos?

Um grupo de lindas mulheres encontrava-se sentadas em torno da mesa.

Eram elas: Rangiku, Nemu, Isane, Nanao, Soifon, Rukia, Unohana e Yachiru que havia convocado aquela reunião, mas no momento encontrava-se interessada em correr atrás de uma borboleta.

— Er... E então para que nos chamou aqui? – Nanao indagou a shinigami que lembrava e muito uma infante de jardim.

Sendo uma feminista assumida, Nanao tinha orgulho de integrar aquela associação, mas reconhecia que as reuniões presididas por Yachiru eram ou infrutíferas ou monótonas, uma vez que invariavelmente a pauta envolvia a falta de fundos.

A garota parara de saltitar e não foi por conta da abordagem de Nanao e sim, pelo olhar duro que recebera de Unohana.

— Ah sim... – A garotinha ocupara seu lugar na mesa.

Ela ocupava a extremidade. A sua direita estava Nanao e a sua esquerda Rukia. Do lado de Nanao estavam Rangiku e Nemu. Do lado de Nanao estavam Isane e Hinamori. Soifon estava encostada num canto mais escuro atrás de Unohana que se encontrava sentada na outra extremidade, era tida ali como uma presença ilustre já que ela nunca comparecia as reuniões.

— Bem, nós estamos sem fundo. – A garota disse depois de fazer um rodeio desnecessário.

Todas com exceção dela própria, soltaram um suspiro de aborrecimento. Todas contribuíam com dez por cento de seu soldo, e ainda tinha a receita do jornal, das campanhas especiais, e dos muitos eventos que elas promoviam.

Ou seja, a associação tinha uma fonte segura de rendimentos. Mas, todos eram extravasados por Yachiru em itens de seu interesse pessoal.

Quanto a isto nenhuma delas fazia nada a respeito afinal a garota era protegida de Kenpachi e também de Unohana, que cedera a presidência de bom grado a fukataichou mirim.

— Bem isto não é um problema em si. Não é a primeira crise financeira que nós temos. – Dissera Nanao tentando ser otimista.

— E conforme os fatos, essa não será a última. – Nemu dissera com seu jeito estoico de sempre.

— E o que faremos agora? Pelo que me consta as boas ideias estão acabando. – Isane dissera afundando-se na cadeira um tanto desanimada.

— Bem, tem de haver algo que não fizemos. – Rukia falara tentando resgatar o otimismo de Nanao.

— Hum... Fotos exclusivas no semanário, venda de garagem, quermesse, festa do chá, festa do pijama, jantar dançante, rifas, sorteios, vendas de souvenires, e até uma caixinha de doação, e sem contar um desfile de peças intimas...  – Hinamori calara-se vendo que a maioria dessas tentativas traziam recordações não muito agradáveis para suas nakamas.

— Ainda assim deve ter algo... – Rukia fez um último esforço para convencer as demais que havia uma luz no fundo para aquela situação nem tão inusitada assim.

— Não há nada. – Quem tomara a palavra fora Soifon, e a julgar pelo seu semblante ela estava mais irritada que o normal. Afinal, aquelas reuniões roubavam um tempo precioso do treinamento de seus recrutas e ninguém nunca a ressarcia das inúmeras baixas de seu esquadrão.

— Já fizemos tudo o que tinha de ser feito. – Soifon dera um olhar de desagrado para Yachiru que continuava saltitando alheia as acusações silenciosas da taichou.

— Quem sabe seja hora de encerrar as atividades da associação. – A taichou falou dando de ombros, indiferente ao choque que surgiu na face de suas parceiras.

— Isto nunca... Essa associação representa nosso orgulho... – Nanao batera com as duas mãos na mesa movida pela convicção.

— Diga isto por si mesma! – Soifon falara com tanta tenacidade quanto Nanao, que aquela altura tinha os olhos faiscando de raiva.

— Nanao-san, por favor, se acalme. – A voz passiva de Unohana surtira efeito imediato nos ânimos, mas seu olhar disciplinador fora direcionado para Soifon, que por conta da irritação não se sentiu tão intimidada assim…

— Eu só sei que do jeito que as coisas vão, nós iremos acabar oferecendo serviços de acompanhante, para financiar os caprichos de nossa presidente. – Soifon dissera fazendo um sinal escuso para Yachiru que pela primeira vez sentiu sobre si a indireta recebida.

— Taichou... – Unohana iria tomar a palavra, mas fora calada por um grito de exaltação por parte de Matsumoto.

— SOIFON VOCÊ É UMA GÊNIA. – Ela dissera numa alegria tão intensa que as meninas ficaram em choque por alguns instantes.

— Nem pensar! - Todas, com exceção de Unohana e Yachiru protestaram verbalmente.

— Eu não vou ser acompanhante de mais nenhum babaca. – Soifon dissera ficando vermelha quando todos olharam para ela.

Fazendo com que Rangiku ficasse com uma gota de constrangimento da cabeça.

— Vocês ouçam primeiro minha brilhante ideia. – Rangiku dissera cheira de confiança.

E assim Rangiku começara a falar de seu plano para suas incrédulas ouvintes.

#

Ichigo soltara um bocejo cansado. Aquela gata vadia havia o arrastado para a Sociedade das Almas para mais um treinamento sem sentido. Tudo por que ela só dormia enquanto ele dava duro tentando sobreviver às investidas insanas de Zaraki Kenpachi.

— Esta precisando relaxar um pouco garoto. – Yoruichi disse séria, apesar de seus olhos brilharem em provocação.

— E você precisa um pouco mais de trabalho não acha? – Ichigo dissera apontando acusadoramente para a mulher-gato que o olhava com uma expressão entediada.

Foi quando chegara um anunciador de eventos gritando a plenos pulmões.

— Venham, venham... Desfrute do mais novo evento promovido pela “Associação das Mulheres Shinigami”.

— O que será que elas vão inventar dessa vez? – Yoruichi ficara curiosa.

— Pensei que você fosse sócia. – Ichigo disse zombeteiro.

— Gatos não fazem parte de associações de mulheres. – Ela dissera alargando seu sorriso cherrise.

Nem mesmo Ichigo aguentou a curiosidade e teve de se aproximar para pegar um dos panfletos.

— Essa será uma ótima oportunidade meu jovem para você descobrir a magia dos encantos femininos... – O sujeitinho que parecia mais um bobo da corte, dera uma piscadela maliciosa enquanto Yoruichi gargalhava perante a possibilidade.

A ex-taichou fora mais rápida e já havia corrido os olhos pelo panfleto. Assim, que vira seu conteúdo, Ichigo ficara vermelho como um tomate.

“Prove o gosto do beijo de uma guerreira, no incrível LEILÃO DE BEIJOS!”

Milhares de perguntas pairaram na cabeça de Ichigo que ficara chocado demais para acreditar que aquilo era verdade para ser levado a sério.

— Acredite ou não, elas levarão isto até o final. É uma pena você ser menor de idade para ter sido convidado para o deslife de peças íntimas. – Yoruichi falara em meio a uma risada maliciosa.

Ichigo ficara com uma gota na cabeça não sabia se ficava chocado ou envergonhado pela loucura alheia.

Veremos as atrações.

— Oh, quem diria Unohana-sama está quebrando seus anos de celibato finalmente.

 _ Nanao-san com aquela pose de certinha... E Rangiku-san encontrou um jeito louco de aliviar sua eterna dor de cotovelo... E até mesmo... – Mesmo na forma de gato Ichigo quase podia jurar que as bochechas de Yoruichi avermelharam.

Ele então olhara mais atentamente o panfleto, e se surpreendera ao ver o nome da taichou da segunda divisão.

“Se me tocar você morre, se não pagar morre também”. – Um calafrio percorrera a espinha de Ichigo com a ideia, mas não tanto como quando ele vira o brilho malicioso nos olhos de Yoruichi.

— Ei Kurosaki por que não vá até o leilão se divertir? – Yoruichi sugerira para um agora indignado shinigami substituto.

— E quanto a você? – Ele quis saber mesmo quando não deveria fazê-lo.

— Preciso cuidar de algumas coisas. – E nisto ela desaparecera usando o shunpo.

— Gata maldita! – Ichigo ficara borbulhando de raiva, aquela gata tarada iria aprontar alguma coisa e ele já até sabia quem era a vítima.

“Quem sabe ele devesse avisá-la, mesmo correndo o risco de ser morto no processo”. – Tentando tomar uma difícil decisão.

— Vejamos, onde fica essa tal colina dos prazeres? – Ele indagara ao anunciador que ficara exultando vendo o súbito interesse do shinigami substituto.

“Idiota eu estou indo para acabar com os planos maléficos daquela gata borralheira”. – Ichigo defendera-se da acusação silenciosa de que ele pretendia usufruir dos serviços oferecidos por aquelas malucas.

#

Chegara até o lugar foi fácil. O que ele nunca imaginou é que no lugar já se encontrava uma pequena multidão ansiosa pelo desenrolar dos fatos.

— Oh, finalmente irei provar o delicioso sabor do beijo de Matsumoto-sama. – Um oficial de patente bastante inferior, sonhava em voz alta enquanto trazia de baixo do braço um bichinho de pelúcia surrado no qual deveriam estar guardadas todas suas economias.

Contudo, o jovem não ficara muito tempo em pé, já que acabara caindo sentado por conta de um chute que levara na cara, de um irritado fukataichou.

— Hei Hisagi-sama, contenha-se, por favor. – Kira dissera tentando usar as palavras para trazer a razão ao seu enciumado amigo.

— Ninguém ira tocar na Matsumoto-san. – Hisagi dissera babando de raiva.

— E isto inclui você mesmo, não é? – Dissera Kira com certa consternação.

Hisagi caíra de joelhos envolto numa nuvem roxa.

“Maldito, Madarame que o fizera perder todas suas economias, naquela estupida competição de quem aguenta passar a noite toda tomando saque”. – Era em horas assim que Hisagi se convencia de que deveria dar mais ouvidos a Kira.

— Ah, olá Kurosaki-san. – Kira percebera a presença de Ichigo mesmo ele tentando esconder-se na multidão. Mas, infelizmente para ele era fácil demais identificar um adolescente alto de cabelos cor de laranja.

—... – Ichigo realmente não queria ser notado com aqueles malucos.

— Procurando alguém? – Kira dissera com um ar depressivo.

— Ah, isto. Eu procuro pela Soifon. – Ichigo dissera sem nenhuma segunda intenção, mas suas palavras geraram perplexidade em seus ouvintes que o encarava como se ele tivesse ficado de uma hora para outra, pelado.

— IDIOTAS, NÃO É O QUE VOCÊS ESTÃO PENSANDO. EU SÓ VIM AVISÁ-LAS DAS MÁS-INTENÇÕES DAQUELA GATA CHARLATÃ. – Ichigo desembuchara tudo de uma vez, mas isto serviu apenas para deixar Kira e Hisagi ainda sem palavras.

— Eu finjo que acredito. Por mim tudo bem desde que você não ponha os olhos na minha Matsumoto-san. – Hisagi dissera tentando soar ameaçador, mas aquela aura roxa em sua volta deixava Ichigo deprimido apenas.

— Ah, eu acho que você não tem com que se preocupar, porque nem a Matsumoto-san pode competir com aquilo. – Kira então apontara para uma das barraquinhas onde uma linda garota de cabelos ruivos estava parada num lindo quimono roso florida com os presos amarrados num coque solto, tão linda que seria facilmente confundida com uma princesa, ou mesmo com um anjo.

Ichigo que até então estava achando tudo uma maluquice. Quase tivera um mal súbito ao olhar para trás e ver Orihime detrás de uma das barraquinhas.

“Orihime?!” – O garoto balbuciara com os olhos esbugalhados como um prato.

— Eu sei como é essas coisas meu amigo. Se a gente não toma a iniciativa as garotas fazem a fila andar do jeito mais louco possível.

As palavras de Kira deixara Ichigo ainda mais aborrecido. E quando dois garotos com pose aristocrática se aproximaram dela, o filho de Masaki fora movido por uma força invisível chamada ciúme.

Ele estava tomado por uma aura vermelha, que o deformava deixando-o com uma aparência endiabrada, mas tudo se desfez quando ela dissera uma só palavra:

— Kurosaki-kun! – A garota conseguiu juntar as silabas enquanto suas bochechas tingiam-se de rubro.

— O que faz aqui? Tipo você não é shinigami nem nada... Er... Quer dizer você não tem nada haver com isto daqui... – Ichigo tentava articular o que dizer, mas as palavras lhe fugiam. Pelo menos ele havia afugentado aqueles dois gaviões, só com sua cara feia, mas logo apareceriam mais. Ele tinha de tirar sua Orihime dali.

— Er... Eu acho que nenhum rapaz vai querer me beijar. – Orihime falara de cabeça a baixo, alheia a pequena multidão que se formava a seu redor, para descontentamento de Ichigo que vira suas previsões se tornarem realidade mais cedo que o esperado.

Então, não lhe restara opção a não ser fazer uma oferta:

— Ei, Orihime, seus problemas foram resolvidos. – Ele disse tentando sorrir o que deixou a garota intrigada.

— Como assim? – Ela quis saber sentindo o coração palpitar.

— Conheço alguém que terá prazer em beijá-la. – Ele dissera sentindo seu coração também palpitar.

Tão nervoso estava que ele não vira o desapontamento tomar conta da expressão da garota.

— Venha comigo. – Dito isto ele a puxara pelo pulso levando-a até um amigo tarado que provavelmente havia pedido para que ele fosse o intercessor, aquilo fizera o coração da garota apertar.

— Kurosaki-kun, Kurosaki-kun. Onegai. ICHIGO PARE! – Orihime tivera de gritar com o garoto quando este estava o alcançando.

A adolescente ficara com as bochechas rubras quando o vira encarando-a com uma expressão perplexa, por ela ter gritado com ele.

— Desculpe-me se eu assustei você. – Ele falara sentindo-se um pouco sem jeito.

— Eu não vou beijar nenhum de seus amigos. – Ela falara juntando um indicador no outro.

O garoto demorara alguns momentos, para entender o que ela queria dizer, mas quando o fizera ele acabara dando um meio-sorriso.

— Então, é isto que preocupa você? Céus, Orihime eu nunca faria isto com você. – Ela ficara confusa enquanto ele parecia cada vez mais desajeitado ali estaqueado fitando-a enquanto coçava a cabeça.

— Então porque me trouxe aqui? – Ela perguntara de repente dando-se conta de que estava sobre a construção mais alta da região.

— Eu não queria que você beijasse nenhum garoto. – Ele dissera com sinceridade, a confissão fizera as bochechas de ela esquentar.

— Por quê? – Ela por sua vez tinha de fazer a pergunta capciosa.

De repente Ichigo achara o chão mais interessante.

— Eu fiz uma pergunta Kurosaki-kun! – Orihime dissera sentindo seu coração tamborilando de expectativa no peito.

— Eu fiz isto por que... – Ele falava cada vez mais baixo, o que a fez aproximar o rosto para ouvi-lo. Neste momento, ele se dera conta do quanto os lábios rosados da garota pareciam convidativos.

Assustado, com este pensamento ele dera um passo para trás, no exato instante quando ele tivera a impressão que os lábios de Orihime iriam grudar-se aos seus.

— KUROSAKI-KUN! – Ela gritara quando vira o garoto se desequilibrar e cair do alto da edificação que deveria ter no mínimo cinco metros.

#

— Já sabe o que fazer não é Omaeda? – Soifon perguntou de um jeito mortífero.

— Hai, taichou! – Omaeda choramingou logo atrás de sua taichou.

Estava sendo forçado a pagar o dobro por um serviço que viria pela metade. O mundo era muito injusto, quando ele tinha a chance de dar e receber algum carinho de sua chefa, as coisas aconteciam daquele jeito.

— E nem se atreva a perder um lance se quer. – Soifon falara de um jeito mais ameaçador ainda.

O único consolo do fukataichou é que sua taichou estava longe de ser a mais popular, graças aquele jeito assustador de ser, logo ninguém seria louco de se atrever a pagar por um beijo dela.

Além do mais, a feira dos beijos estava recheada de atrações mais convidativas aos olhos do freguês.

Isane estava quase abrindo um buraco e se escondendo de tão assustada. Ela nunca deveria ter aceitado aquela maluquice, afinal ela nunca tinha beijado ninguém na vida e parecia traumático ter seu primeiro beijo daquele jeito.

Rangiku por sua vez jogava os cabelos e fazia pose, nem parecia que há pouco tempo havia perdido seu grande amor. Quem sabe um lance mais superficial a ajudasse?

Os candidatos que pretendiam beijar Hinamori estavam impedidos por uma parede de gelo.

A fukataichou ficou bastante indignada com a atitude do albino.

— Argh... Shiro-kun, ou paga e me dá um beijo, ou me deixa fazer o meu trabalho. – Ela dissera com as bochechas só não mais vermelhas do que as do taichou do décimo esquadrão.

— Argh... Não me de apelidos idiotas Hinamori... E você não deveria chamar isto de trabalho... Isto é uma afronta a civilidade feminina... – Ele lançara mão de tudo quanto é argumento de que era capaz.

— O que esta insinuando? – A garota perguntou vermelha de raiva.

— Que só uma desclassificada vende beijos numa barraca... E você me parece a pior delas... – Toushirou falara de um jeito cruel.

Contudo, sua brabeza se desfez depois que Hinamori começou a chorar.

E este nem de longe foi seu maior problema.

Nanao e Rangiku estavam de braços cruzados atrás dele, com os olhos faiscando de um jeito amedrontador.

— O que você disse? – Elas quiseram saber, embora as duas não tenham dado tempo de o coitado dar uma resposta, já que começaram a soca-lo sem dó nem piedade.

#

— Bem, eu pago 1000 pratas e posso beijar a tarde toda a taichou. Digo Soifon. – Omaeda se pronunciou nervoso enquanto a citada ficava com uma veia enorme na cabeça por causa da ridícula posição que ela fora colocada por conta daquela associação estupida. Mas, ela prometia que depois que aquilo tudo terminasse ela sairia daquele hospício, aquilo era a gota d’água.

— Er eu pago o triplo... Para ter os beijos da Soi-chan a tarde toda... – Uma voz mais que conhecida cantarolara cheia de alegria, sentimento nem de longe compartilhá-lo pela taichou que olhara feio para o mais novo chegado.

— O que faz aqui? – Ela perguntara fazendo uma careta de aborrecimento.

— Estou atrás de um beijo. – Urahara falara dando uma piscadela para a mulher que corara num misto de raiva e timidez.

— Então procure outra barraca. – Ela falara apontando na direção onde estavam suas companheiras. Urahara fingira cogitar a ideia, mas depois rejeitara.

— Não dá! Este é especial... – Ele disse olhando-a no fundo dos olhos o que a fez recuar.

— Não se atreva. Eu tenho três mil pratas. – Soifon olha para Omaeda agradecida.

— Eu tenho cinco mil. – Urahara falara em meio a um assobio, o que deixou a taichou da segundo divisão possessa.

— Eu tenho dez mil. – Urahara falou firme.

— Então eu tenho... – Omaeda ia rebater, mas lhe ocorreu uma ideia, ele estava saindo no prejuízo. – Gomensai taichou, mas eu não posso pagar tudo isto por um beijo na bochecha.

— Nani? – Dessa vez o olhar psicótico fora em direção a Omaeda para alívio de Urahara que ficara feliz pela concorrência estar eliminando a si própria da competição.

Omaeda tivera de prender a respiração e morder com força os beiços para não sair ceder à vontade da mulher.

Entre beijar Kisuke e Omaeda a escolha era óbvia. Kisuke ela teria que ceder, Omaeda era só quebrar sua cara em mil pedaços.

— Que seja. – Ela dissera dando de ombros escondendo suas más intenções.

— Quarenta mil. – Omaeda dissera cheio de confiança.

Kisuke sorriu o que irritou Soifon.

— Baka você não tem tanto dinheiro assim. – A pequena de repente se dera por conta de algo muito importante.

Então ela vira um gato preto na multidão com os olhos brilhando maldosamente.

— Maldita Yoruichi. – Ela amaldiçoara esquecendo-se o pedestal em que ela costumava a ex-taichou.

— Os Kuchiki devem estar quebrados... E eu que achei que o maior lance foi dado por ele. – Alguém que assistia o desenrolar dos fatos comentara inocentemente alheio a quem ouvia o que estava dizendo.

O nobre taichou que estava na multidão ouviu infame comentário e tomado por uma aura de orgulho ele tomara a palavra.

— Esperem. Eu cobro toda e qualquer oferta. – Kuchiki falara numa pose pomposa, para surpresa total de todos.

Urahara sendo o bom perdedor que era dera um sorriso apenas, já Omaeda começara a chorar pensando em mil maneiras de implorar por sua vida. O consolo é que ele poderia encontrar aquele metido do Kuchiki no inferno que era para onde a taichou o mandaria também por atrapalhar seus planos.

#

— Quem é o senhor? – Um sujeito alto, de cabelos pretos mais olhos castanhos, de porte largo alargara o sorriso.

— Isshin Kurosaki. Linda jovem. – Ele tentara beijar a mão de Isane, mas esta tirara de seu alcance. Apesar de saber que teria de ceder à investida do homem nem que fosse com um selinho, já que ele fora que o sujeito fora quem dera o maior lance.

— Por quinhentas pratas, você poderia incluir um brinde, além de uma beijoca. – Ele dissera piscando de um jeito como se aquilo fosse o tornar um garanhão.

— Mas, é claro... – Isane dissera pensando numa maneira de sair daquela saia justa.

— Quem sabe uma bela apalpada. – Ele dissera com os olhos brilhando maldosamente, mas quando seus dedos estavam prestes a alcançar o busto da Kotetsu ele acabara sendo arremessado longe por um sujeito que havia visitado a barraca de Unohana.

“Lá se vão minhas quinhentas pratas voando”. – Isane pensara resignada enquanto olhava para o que acontecia na barraca de sua taichou.

— NINGUÉM TOCA NELA – Dissera Kenpachi.

— Querido eu já disse que você precisa pagar se quiser impedir que outros usufruam de meus beijos.

— E por que eu pagaria por isto? – Kenpachi perguntara enquanto seus poucos neurônios fervilhavam tentando realmente entender.

— Porque a nossa Associação precisa de fundos, e você poderia colaborar, em troca ganhar uma recompensa. – Unohana dissera deslizando os dedos por seus cabelos negros, e fazendo uma expressão levemente sedutora, mas isto não surtira efeito no homem.

— Se você me deixasse quebrar seu pescoço eu até que aceitaria a oferta... – Ele dissera com um sorriso insano, foi quando um brilho passara nos olhos de Unohana.

— Paga quanto. – Ela dissera com uma calma que não estava refletida em seus olhos.

— Para isto o quanto quiser. – Ele dissera dando de ombros.

— Feito. – Ela dissera de um jeito que causara um calafrio em quem assistia.

— Espero que não se arrependa disso mulher... – Ele falara em tom de ameaça.

— Eu lhe convido a descobrir, Zaraki. – Ela falara inabalável, fazendo com que o homem se afastasse lhe lançando um olhar cheio de promessas.

#

— “Oh, você é um velho muito sovina sabia”. – Rangiku estava com vontade de dizer isto.

Mas, seria uma afronta ao comandante geral que estava em frente a sua barraca com olhos desejosos. Ou melhor, dizendo, ela não queria virar churrasco.

— Dez pratas. – Ela dissera como se aquela fosse uma oferta tentadora. Para ele o era.

— Como você cobra de seu chefe essa exorbitância? – Ele perguntara bravo.

Rangiku ficou aborrecida. Ele estava a desvalorizando seus lábios, ou seja, estava afrontando seu poder feminino.

— Se o senhor não pagasse tão pouco não viveria nessa pindaíba que até beijo eu tenho que vender. – Ela dissera de um jeito um tanto dramático.

— Duas pratas é minha oferta final. – Ele dissera não se comovendo com a chantagem emocional que ele fazia.

Rangiku ficou com lágrimas nos olhos.

Teria de beijar um velho e correr o risco de ficar toda babada.

Que crueldade.

Era isto ou morrer chamuscada.

Então ela torceu para que alguém a salvasse.

E inesperadamente um homem amorenado de cabelos negros, olhos castanhos e calça jeans e camisa caíra do céu.

Afastando Yamamoto no exato instante que ele fazia sinal para que ela se curvasse para beijá-lo.

Emocionada, ela cumprira sua promessa silenciosa. Há ganhar dois míseros tostões ela não ganharia nada. Sendo assim ela então cumpriu a promessa beijou o felizardo de graça.

E então Isshin atingiu o céu no sentido figurado quando sentiu os lábios da loira nos seus e literalmente quando fora lançado longe pelas chamas de um Yamamoto muito contrariado.

#

— Você é má Nanao-chan! – Shunsui usava um falso tom choroso.

Isto por que das duzentas regras que ela estipulara para poder beijá-la ele não se enquadrava em 199, parecia que ela fizera para repeli-lo.

— Gomensai você não esta qualificado. – Ela dissera ajeitando seus óculos.

Shunsui dera um sorriso languido, ante aquela afirmação. Sua pequena flor sempre tão rígida.

— Além do mais, você não é o tipo que anda com grande quantidade de dinheiro. – Ela lhe lançara um olhar de repreensão lembrando-se das inúmeras contas que chegavam ao seu esquadrão de suas noitadas em bares, bordeis, e em outros lugares que ela tinha até vergonha de pensar.

O homem limitara-se a dar um sorriso indolente como se este fosse justificar todas as suas ações.

— Eu nunca imaginei que você se tornaria uma mercenária do amor. – Nanao ficara literalmente de boca aberta ao ver sua antiga fukataichou parada diante de sua barraca.

— Lisa-sama o que você faz aqui? – Nanao não entendia o que ela fazia ali, já que assim como a maioria dos Vaizards, Lisa não quisera voltar.

— Você ainda não me respondeu... – Ela dissera ajeitando os óculos. – Por que esta fazendo isto? – A mestiça fitara a fukataichou no fundo dos olhos fazendo as bochechas da mesma corarem.

— Er... Isto... É pelo bem da associação... Não é nada sério... – Antes que se desse por conta ela se via tropeçando nos próprias palavras tentando justificar-se para uma pessoa que não fazia mais parte de sua vida.

— De mais a mais... – Nanao bufara zangada consigo mesma por não conseguir dizer nada dessente. – O que faz aqui, Lisa-sama? – Ela questionara depois de soltar um longo suspiro.

E ela que jurou que nunca iria pisar na Sociedade das Almas, mas o fizera apenas por curiosidade.

— Eu vim fazer minha oferta. – Ela dissera olhando de um jeito que Nanao teve esperança de que ela não falava sério, mas convencera-se do contrário quando Lisa diminuíra a distância entre ela. - E eu imagino que eu esteja qualificada. – Ela falara em um tom que praticamente hipnotizara Nanao.

Então sem aviso ela dera um selinho em Nanao que corou que nem um pimentão depois que Lisa se afastar deixando-a em meio à multidão de curiosos que observara a cena inusitada em choque.

— Baka, você não pagou. – Nanao gritara a plenos pulmões tentando expurgar seu constrangimento.

— Pendure, no nome daquele ali. – Ela apontara para Shunsui que segurava com força o nariz, a fim de conter sua hemorragia nasal.

Com isto, Nanao concluíra que não veria pagamento, nem hoje nem nunca.

E no fim manda pendurar e Nanao conclui que ela não vai pagar.

#

— JÁ DISSE QUE NÃO. – Rukia dissera em alto e bom senso.


— PORQUE NÃO? EU FIZ TUDO O QUE VOCÊ ME PEDIU. EU DEI O MAIOR LANCE. – O ruivo dissera batendo com força as duas mãos na pequena barraca da morena.

— EU FIZ ISTO PORQUE VOCÊ É MEU AMIGO. – Rukia disse com os braços cruzados.

— MAS, EU GASTEI TODAS MINHAS ECONOMIAS NESSA PORCÁRIA. – A resposta fora um soco no meio do nariz.

— Se é só para reclamar não deveria ter feito. Eu poderia ter pedido para o Ichigo, o Sado e até mesmo para me nii-sama.

Ela dissera fechando o punho, o que fez Renji recuar amuado.

— E não me olha dessa maneira. É tudo por uma boa coisa. – Rukia dissera dando um sorriso que acabara com o aborrecimento de Renji.

Que de repente, se vira empurrado com tudo para frente. Ele acabara batendo com força a cabeça no toldo da mesma.

Abaixara-se por causa da dor, e acabara ficando frente a frente com Rukia, na altura perfeita para um beijo.

— Vocês jovens perdem muito tempo nesse lengalenga. A vida é curta demais para ser desperdiçada. – Iba dissera ensaiando seu melhor sorriso.

— Iba, seu maldito. – Renji olhara cheio de raiva para o shinigami com óculos escuros. Komamura estava ao lado satisfeito com as ações de seu fukataichou.

— Nem precisa nos agradecer Abarai-san. – Komamura falara de um jeito que não escondia suas más intenções.

— Malditos. – Renji ralhara de novo, mas se acalmara quando as mãos de Rukia tocaram seu rosto.

— Talvez nós devêssemos ouvir a sabedoria dos mais velhos. – A morena dissera aproximando seu rosto do dele com as bochechas coradas. Aquilo só podia ser uma armadilha, Rukia mudara de ideia rápido demais.

Mas, quando sentira a maciez dos lábios dela ele soubera que aquela era uma armadilha que ele não se importava de cair quantas vezes fossem.

Isto até parte da barraca ceder bem sobre suas cabeças, e ele ver a escuridão abater-se sobre si sem que ele pudesse ter certeza se o que aconteceu anteriormente fora um sonho que fazia sua cabeça doer às pacas toda a vez que ele pensava nisto.

#

— Muito peituda. – Ele dizia olhando para Isane.

— Muito reta. – Se referia a Nanao.

— Muito velha. – Para Unohana.

— Muito infantil. – Agora a Hinamori.

Olhara para a taichou da segunda divisão.

— Acho que Urahara-san não me perdoaria.

— Hunf? – Hirako pensava enquanto balançava com força o pequeno cofrinho no formato de um porco. – Mas, que droga será que eles não têm nenhuma opção decente para oferecer?

Hirako perguntara se sentindo irado com a falta de opções.

Mas, seu momento de macheza se desfez quando um forte chute na canela lhe fora desferido.

— Ai, ai, ai... Hiyori qual o seu problema, isto dói sabia? – Ele dissera com lágrimas escapando de seus olhos.

— Eu que pergunto seu careca, como se atreve a trazer Pig para um antro como esse? – A mulher perguntara furiosa enquanto puxava com força os cabelos loiros do homem.

— Pig? – Ele olhara com perplexidade para o porco de lata. – Ah, qual é Hiyori? Esta tão solitária que adotou um porco de lata como namorado? – O ex-taichou provocara sendo devidamente calado por um soco.

— Dentro do porco estão todas minhas economias, careca. – Ela dissera vermelha de raiva.

— E daí? – Ele questionara dando de ombros.

— E daí que você ia gastar todo meu dinheiro com safadeza cretino? – Ela dissera segurando com força a aba de seu quimono.

— Sabe Hiyori se eu não a conhecesse bem eu diria que você esta com ciúme. – Hirako dissera dirigindo-lhe um sorriso escroto que fora desmanchado por uma dolorosa cabeçada.

— Se tem alguém que vai gastar minhas economias ESSE ALGUÉM SOU EU. – Ela dissera com os olhos inflamando de determinação.

— Mas, Hiyori aqui não tem nada para garotas. – Ela apontara para o panfleto surrado que ele afanara da casa do Urahara. – Ah, não ser que você tenha algumas preferencias exóticas como é o caso de Yoruichi-san, que morre de amores pelos gatinhos.

Ele dissera pensativo, levando outro chute na virilha.

— Eu nunca disse que era da sua conta, a maneira que eu iria gastar MEU DINHEIRO, careca. – Ela disse dando-lhe um sorriso psicótico.

— Só um pouquinho meu dinheiro também, esta dentro do PIG. – Hirako falara como se lembrando de algo muito importante.

— Agora é MEU DINHEIRO. – Ela dissera em meio a um sorriso malvado.

— Mas, isto é injusto. – Ele dissera com água nos olhos.

— Considere isto um pagamento por ter me obrigado a vir nesse lugar atrás de você. – Hiyori usara um tom sepulcral.

— É bom saber que você faz sacrifícios pela minha pessoa. – Ele provocar tendo quase os cabelos arrancados de sua cabeça.

— Não fique convencido não fiz isto por você, eu fiz isto PELO MEU DINHEIRO. – Ela dissera com as bochechas ficando traiçoeiramente rubras.

— Sei. – Ele dissera fingindo não concordar.

— COMO É? – Mas, Hirako ficara subitamente calmo.

— E se serve de consolo nenhuma destas mulheres me interessou. – Ele dissera pondo as mãos dentro das calças.

— Eh? – Ela ficara ansiosa de repente com o rumo que aquela conversa estava tomando.

— Sabe por quê? – Ele dissera tomando sua mão e olhando-a no fundo de seus olhos.

— Nenhuma delas é loira, baixinha e irritante. – Ele fora num fôlego só.

— HIRAKO. – A garota gritara de nervosismo, ela estava emocionada, mas não sabia lidar com isto, sua vontade era de mata-lo por dizer aquelas coisas sem que ela estivesse preparada.

Contudo, quando ela partirá para cima ele pusera o pé no caminho para que ela tropeçasse, mas antes que ela chegasse ao chão ele a agarrara com força e depositara um beijo em sua bochecha.

Isto foi tudo que ele conseguira fazer antes de ter de correr para salvar sua vida.

— O que mais você quer eu já disse que não vou visitar nenhuma barraca. – Madarame vinha com sua espada sobre os ombros com uma expressão de poucos amigos. Tudo porque Yumichika não parava de resmungar sobre o evento das bruxas feias e oferecidas... E um lero-lero, que ele não queria escutar.

No entanto algo ali no chão chamara sua atenção.

— O que foi? – Yumichika perguntara quando vira Ikkaku chutando uma estranha lata na forma de...

— Porco? – Ele ficara surpreso ante o inusitado objeto.

Ikkaku fizera abrir, mas Yumichika temera que aquilo fosse alguma armadilha, mas como sempre Ikkaku fora mais impetuoso e abrira o objeto mesmo assim.

Para a perplexidade de ambos:

— Dinheiro? – O quinto acento murmurara quando vira Ikkaku tirar um enrolado de notas.

— Estou rico. – Madarame comemora nas nuvens.

— Hã? São cinco pratas... – Yumichika ficara com uma gota na cabeça.

— E daí? – O careca ficara sem paciência.

— E daí que isto são notas antigas de mais de cem anos atrás, isto nos tempos de hoje não vale nada.

#

Isane contemplava com tristeza o próprio reflexo no espelho.

Depois daquele esquisitão de cabelos pretos, ninguém mais se candidatara a sua barraca. Desse jeito, ela seria aquela que menos arrecadaria dinheiro.

Ainda tinha a incerteza se seus atributos físicos eram atrativos o bastante, ou... – Cansara de pensar naquilo, quem sabe ela devesse levantar acampamento de uma vez, e recolher-se com seu fracasso.

— Oh, já esta indo Kotetsu-san? – Um homem de cabelos brancos e uma expressão cansada chamara a atenção da jovem.

— Er... Ukitake-sama, eu pensei que Unohana-taichou tivesse o mandado ficar de repouso.

— Kyone e Sentarou falam tanto do evento promovido pela associação que fiquei curioso e resolvi dar uma passadinha. Isane-san promete guardar segredo não é mesmo? – O homem lhe lançara um olhar que deixara a garota toda embasbacada.

— Desde que o senhor prometa não se exceder. – Ela dissera sem esconder a promoção. Mas, Ukitake, entendera mal suas palavras.

— Oh, eu não pretendo abusar de nenhuma de vocês. – O taichou dissera em tom apaziguador, o que deixara a garota com uma gota enorme na cabeça, por conta da ingenuidade do homem.

— Então, porque esta levantando acampamento tão cedo? Achei que o evento fosse durar até as cinco... – A garota tentara não olhar para o mais velho, tamanha sua vergonha.

— Er... Acho que as meninas vão dar conta sem mim. – Ela dissera sem esconder a tristeza.

Ukitake começara a tossir com força.

— Acho que é melhor o senhor voltar para o leito. – Ela dissera ainda cheia de preocupação.

— Como quiser querida. – Ele dissera fazendo com que as bochechas dela imediatamente fossem tingidas de vermelho.

O trajeto até a casa dele transcorrera em silencio.

— Que lindo seu jardim. – Ela comentara referindo-se a roseira que crescia em frente da casa deixando o ambiente levemente mais perfumado.

— Você gosta? – Ele perguntara com suavidade.

— H-Hai! – Ela falara balançando a cabeça enquanto seu rosto mais uma vez era tomado pelo rubor.

O homem então retirara uma das rosas do pé, tomando cuidado com os espinhos e amavelmente pusera no cabelo de Isane.

— Ficou ainda mais bonita. – O homem disse de um jeito gentil, mas a jovem sentiu que ele tinha captado sua tristeza e quis algo para fazê-la se sentir melhor.

— Você deve estar achando que estou fazendo tudo de propósito, e de fato estou. Mas, não pelas razões que pensa. Tudo de bom Isane-san. – Dito isto ele se afastara depositando algo em seu bolso, ao olhar ela vira um envelope que dizia “não há dinheiro que pague o beijo da mulher amada, então receba isto como uma contribuição a sua associação sem segundas intenções”.

Imediatamente, os olhos de Isane se marejaram.

— ISANE. – Ao olhar para o lado ela vira que Kira se afastava a passos apressados.

— Fiquei preocupado quando não a vi mais no evento. Esta tudo bem? – O loiro quis saber.

— Espere um minuto. – Isane dissera seguindo até dentro da casa de Ukitake que recém havia entrado no vestíbulo.

— Algum problema Isane... – O homem não conseguira terminar de falar o que intencionava tudo por que Isane grudara seus lábios no dele, tomando dele um selinho então se afastara rubra com um tomate, deixando Ukitake literalmente sem fôlego.

— E agora Isane-san? – Kira perguntara ainda com aquele ar de preocupação.

— Aceita um chá? – Ela perguntara sendo tomada por uma súbita alegria.

O rapaz parecera hesitar um instante, mas logo respondera.

— Por que não? Hisagi-san fica um porre quando está deprimido.

— Olha quem fala. – Ela dissera dando um sorriso tão bonito que Kira enrubescera, enquanto entre os dedos ele apertava a cadeira.

Quem sabe uma boa conversa, equivalesse a um beijo, ao menos naquele primeiro momento.

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— Aquele maldito Kurosaki, quando eu achar você... – Ishida murmurava descontente.

Tudo porque seu amigo-rival atrasara-se de novo para a patrulha. De uns tempos para cá, nada grandioso acontecia em Karakura City, ainda assim eles tinham de ficar vigilantes. O que não significava que ele iria fazer todo seu trabalho enquanto Kurosaki ficava dando passeios misteriosos com aquela gata sorrateira.

Andar pelas ruas do Gotei 13 fora relativamente simples. Se não tivesse sentido a reiatsu de todo mundo aglomerado num só lugar, ele teria achado que todo mundo foi raptado.

“Que tipo de lugar é esse? – O Quincy se perguntara quando virá uma massa de shinigamis num lugar com o sugestivo nome de Colina dos Prazeres”.

No entanto ele não tivera tempo de bolar nenhuma teoria tudo por que um sujeito com expressão de bêbado viera trôpego na sua direção até cair em seus pés.

Só que uma segunda olhada ele concluíra que ele não estava bêbado e sim dopado.

Não foi preciso nenhuma teoria da conspiração para que o Quincy descobrisse que havia provocada ali. Logo depois de passar por um rastro de meia dúzia de rapazes, ele encontrara Nemu detrás de uma barraca cor de rosa, o que não combinava nada com a estoica fukataichou.

— O que está havendo aqui? – Ishida perguntara remexendo em seus óculos, incomodado com o olhar de “você é um idiota” que ela lhe lançou.

— A leitura de seus padrões vitais me diz que eles ficam mal intencionados assim que nossos lábios entram em contato. – Ela dissera aquilo sem transmitir nenhuma emoção.

— Esta me dizendo que você beijou; todos eles? – Ishida indagara perplexo.

— Esse é o objetivo do evento. – Nemu falara sem mostrar nenhuma emoção especial.

Por conta do calafrio que sentira Ishida realmente não queria saber qual maluquice os shinigamis haviam inventado dessa vez.

— E você o que procura? – Ela perguntara demonstrando um pouco de interesse.

— Procuro Kurosaki. – O filho de Ryuuken dissera olhando para a multidão, por que toda vez que olhava para Nemu, ele sentia uma pressão estranha na boca de seu estômago, e aquilo não era bom, ele era um Quincy e ela uma shinigami, aquilo nunca iria dar certo.

— Sinto muito, mas ele não é uma oferta. – O garoto arqueara uma sobrancelha, ele não entendera patavinas do que a shinigami dissera. – Mas, quem sabe eu sirva de substituta. – Ela dissera aproximando-se de repente.

— Substituta para o que? – Ishida perguntara tarde demais, seus lábios foram absorvidos pelos de Nemu, que imediatamente erguera uma seringa e tentara acertá-lo direto no braço, mas Ishida parara seus movimentos.

— Qual o seu problema sua maluca? – O Quincy indagara sentindo-se furioso.

— Seus padrões vitais... – Ela dissera com o olhar brilhando de um jeito estranho.

— O que você esperava? É isto que acontece quando uma mulher beija um homem. – Ele dissera desviando de mais uma investida com a seringa.

Nemu baixara a cabeça, como se ponderasse sua resposta.

— Você esta bem? – O Quincy perguntara ainda hesitante aquela garota era tão difícil de ler que ele nunca sabia qual seria suas reações, e isto era uma das coisas que ele gostava nela.

Então novamente sem aviso, ela tomara seus lábios, mais uma vez. A diferença é que Ishida sentia-se mais preparado e dessa vez ele não faria o papel passivo.

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— Esta atrasada taichou. – O Kuchiki falara em um tom de voz monótono.

— É sério que você quer fazer isto? – Soifon indagara sem esconder o próprio aborrecimento.

— Eu não vejo outra maneira de fazer valer a pena o ato de assinar um cheque de seis dígitos.

A expressão de Soifon tornara-se ligeiramente amarga quando o Kuchiki encurtara a distância entre elas.

— Espere. – Ela pedira hesitante.

O nobre lhe lançou um olhar como se não entendesse seu pedido.

— Por favor, feche os olhos. – Aquilo soara como uma ordem o que fez Kuchiki arquear uma sobrancelha. – Onegai, não torne isto ainda mais difícil para mim.

Ele a estudara, por quase um minuto o que lhe pareceu uma espécie de tortura. Mas, no fim ele fechara os olhos.

— Quando eu me aproximar, você faz. – Ela dissera controlando-se para gaguejar.

— Mais rápido taichou, eu tenho coisas a fazer. – Ele dissera sem denotar emoção.

— Agora... – Um tanto incerto Byakuya erguera sua mão para se certificar se era Soifon a sua frente, e seus dedos pressionaram o minúsculo seio para o constrangimento dos dois.

Para acabar com aquele martírio ele depositara um beijo na boca da taichou. Seus lábios pareceram surpreendentemente duros e frios.

Mas, o que esperar de um beijo que envolvia negócios apenas?

Quando abrira os olhos, ele tivera a impressão da taichou jogando algo para longe. Mas, ela não lhe dera nenhuma chance para que ele falasse qualquer coisa a mais, pois desaparecera com seu shunpo.

“Melhor assim”.

O Kuchiki pensara aliviado por poder voltar a sua rotina normal.

Mas, sua tranquilidade se desfez quando ele ouvira um infame comentário.

“Por que diabo o taichou estava beijando uma melancia?”

Então, a compreensão se abatera sobre ele, que partira atrás de uma pequena trapaceira.

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A mulher petite fechara os olhos, sentindo-se aliviada, por tudo ter terminado bem no final de contas.

Olhara o cheque assinado por Kuchiki. Ela pretendia usá-lo para financiar sua saída daquela estupida associação de uma vez por todas.

Contudo, um segundo pedaço de papel chamara sua atenção, e ela identificara um cheque com quase cinquenta por cento a mais do que Byakuya tinha pagado. Só que a assinatura trazia a brilhante caligrafia de...

— Eh, Soi-chan não espere que eu vá cair em um truque tão barato como aquele. Como homem de negócios eu não sei ser razoável com aqueles que me dão uma mercadoria de baixo valor. – Urahara dissera com um sorriso largo.

— O-Q-U-E-V-O-C-Ê-F-A-Z-A-Q-U-I?! – Soifon se vira gaguejando atrapalhando-se nas próprias palavras.

— Eu quero aquilo que eu peguei naturalmente. – Ele dissera fazendo um bico muito estranho.

— Isto não tem o menor valor, o Kuchiki dera o lance final, você... – Mais uma vez ela não conseguirá terminar direito o que tinha para falar, tudo por que um Kuchiki com uma aura assassina aparecera na porta.

— Então, eu fui duplamente enganado... Pretendia ficar com meu dinheiro enquanto se enroscava com o cavalheiro aqui... – Byakuya acusara-a de forma impiedosa fazendo com que a pequena taichou ficasse com uma enorme veia na cabeça.

— Eu não tenho culpa se você foi precipitado em fechar negócio, nunca ouviu falar em contra oferta? – Urahara tirara seu chapéu como se estivesse dando as condolências para o Kuchiki perdedor.

— Exijo que você pague o que me deve. – Byakuya disse apontando um dedo para a mulher, completamente seguro de si que isto a intimidaria, mas a julgar pela sua face vermelha ela estava ficando furiosa.

— Naturalmente eu serei o primeiro, já que paguei o maior valor. – Urahara falara sem perder a compostura.

— Se é o caso eu pago, três vezes a mais o valor. – Byakuya dissera não aceitando perder de jeito nenhum.

Urahara não conseguira responder tudo porque um ruído para lá de alto se fizera ouvir, Soifon furiosa partira sua mesa ao meio e lançara um olhar sanguinário para os dois que fizeram uma expressão de cordeirinho, quando ela partira para cima dos dois.

— Me façam um favor, engulam isto e desapareçam. – Ela dissera empurrando boca abaixo dois com uma força que poderia arrancar a cabeça deles, se ambos não tivessem usado cada qual uma manobra evasiva.

Como consequência a taichou desequilibrara-se tropeçando em seus próprios pés, convenientemente OMAEDA, vinha entrando exultante com um papel na mão.

— Taichou, eu consegui, eu cubro o dinheiro pago pelos dois em cem... – Mas, ele não pode dizer nada por que a chinesa caíra diretamente em seus braços e os dois acabaram mexendo a cabeça do mesmo jeito.

Omaeda entendera que a mulher ficara feliz e pulara em seus braços, então a pegara com força e tomara seus lábios como se fosse o bolinho mais gostoso que já lhe fora oferecido e de fato o era. 

Kisuke e Byakuya assistiram a cena com poker face e então quando Soifon cai sentada no chão, tão perplexa quanto os demais, os dois gritam para ela.

— QUEREMOS DEVOLUÇÃO. – Que Omaeda percebeu que havia entendido tudo errado de novo. Só que desta vez este errinho iria lhe custar sua vida.

Dando-se por conta disto, Soifon se levanta furiosa.

— Omaeda eu vou te matar.

— AH, ME PERDOA, TAICHOU. – Soifon partira em disparada atrás de Omaeda deixando os dois outros homens para trás que dessa vez se olharam como se fossem cumplices desde o inicio.

— NÃO FOGE NÃO. – Eles gritaram saindo em disparada atrás dela.

#

Um grupo de lindas mulheres encontrava-se sentadas dessa vez cada qual em um tapete, envolvidos por uma gaiola reforçada com Bakudou.

Unohana fora detida por ter quase quebrado o pescoço de Zaraki. Soifon, em um acesso de fúria colocara no hospital Omaeda, Byakuya, Urahara e um gato preto não identificado. Matsumoto acabara detida por uma falsa acusação de desacato e as demais por serem cúmplices do que nas palavras do comandante fora um ato vergonhoso.

Indiferente a isto Yachiru, como presidente da Associação andava saltitante pelos corredores do presídio de segurança máxima recém-construído, e inaugurado pelo grupo de mulheres que aguardavam resolutas o pronunciamento de sua presidente infante.

— Er... Que tal dar prosseguimento a reunião! – Nanao tentara em vão chamar a atenção da garotinha de cabelos róseos que só respondeu ao seu chamado por que Unohana lhe lançara um olhar severo.

— Como vocês sabem nosso mais último efeito fora um fracasso. – Todas as mulheres deram um suspiro de desgosto, pois sabiam a questão que viria a seguir.

— Estamos sem fundos. – A garotinha dissera dando uma risadinha, maníaca. – Alguma grande ideia para arrecadar fundos.

Dessa vez a resposta viera em uníssono:

— NÃO!


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura e até o próximo.