Maternidade escrita por sweetheart


Capítulo 1
Drabble


Notas iniciais do capítulo

Essa drabble estava perdida no meu note desde que eu assisti esse episódio (já faz bastante tempo), achei ela e resolvi postá-la. Ele se passa no episódio 3x11, quando a Liz descobre que está grávida. Porém, essa é a versão onde Red descobre que ela está esperando um bebê.

Bem, eu sei que muita gente acredita que Lizzington possa formar um casal, mas eu não vejo desse jeito... ele pode não ser o pai biológico dela também, mas para mim ele já assumiu esse papel fraternal há muito tempo, para mim ele é um pai sim!
Mesmo que não goste da ideia de que eles possam ser pai x filha, espero que apreciem a história do mesmo jeito.

Espero que gostem. Boa leitura! :3



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Sentado na poltrona, ele degustava sua última garrafa de Bourbon. Ele não se lembrava de que ano era aquela garrafa, mas podia assegurar-se de que ela era muito mais envelhecida do que meros doze anos.

Normalmente, ele preferia abrir um vinho da sua invejável adega – diga-se de passagem –, mas os acontecimentos recentes o obrigavam a se embebedar mais do que se saciar com o gosto doce de vinho. Ele merecia algo mais amargo.

Ele sabia que o seu fim estava próximo.

Sabia que não teria muito tempo para protegê-la.

O Cabal era uma organização perigosa, ele sempre soube. Já sabia desde que entrara para aquele mundo. Um homem, por mais poderoso que fosse, não conseguiria sozinho derrubá-los. Mas algo fazia-o pensar, em seu íntimo, que ele conseguiria.

Alguém.

Elizabeth Keen.

Ele tentava. Por ela.

Sempre era por ela.

Ela fazia-o acreditar que ele ainda tinha tempo. Que ele ainda tinha salvação.

A luz que ela emanava seduzia-o, mas não no modo como as pessoas pensavam. Se eles soubessem ririam da sua desgraça. Ele observava, das sombras, o seu sucesso. O futuro dela deveria ser brilhante: ter um marido exemplar, o emprego dos sonhos. Mas isso tudo foi tomado dela. Ele devia se culpar disso, mas, ele também sabia que essas coisas foram privadas dela desde que ela nasceu. E por mais que ele tentasse protegê-la do mundo, não podia protegê-la dele mesmo. Ou dos próprios instintos dela.

Ela havia cruzado a linha. Não tinha mais volta.

E agora pagava o preço. Afinal, ela havia cruzado a maldita linha. E se existisse mesmo um Deus, ele sabia o quanto Raymond Reddington queria reverter aquela situação. Ele queria ter apertado o gatilho por ela.

Ele nunca quis que ela se tornasse alguém como ele: Ela havia matado um homem.

Ela voltou a se envolver com o ex-marido que a enganara.

Disse para a nação dos Estados Unidos que era uma espiã russa.

E apesar de todos os perigos e contras, Deus não havia lhe negado uma criança. Sim, ele sabia.

Estranhamente, ela tinha desenvolvido uma certa atração pelo o perigo – talvez tivesse herdado dele? Ele nunca saberia.

— Raymond. — Enquanto passava um dos dedos ásperos pela borda do copo e desvencilhava-se daqueles pensamentos, ele ouviu a voz dura de Dembe lhe chamando.

Raymond levantou o olhar para ele, dando-o espaço para falar. Dembe segurava um telefone e tinha um olhar de preocupação.

“Lizzy.”

— O que aconteceu? — Perguntou, após beber todo o conteúdo do copo em um único gole. Algo dizia que ele precisava fazer aquilo antes de ouvir.

Seu coração deu um solavanco.

— Elizabeth... — Ele falou com cautela — ... Lizzy está no hospital. — Raymond apenas o encarou severamente, não querendo repetir a pergunta. Ele prosseguiu. — Ela foi atacada por um homem, mas já estamos cuidando disso.

Raymond apenas assentiu com a cabeça.

— Onde ela está?

.

.

 

Olhando-a desacordada na cama, Lizzy respirava serenamente. Um homem espancou-a num estacionamento, fora tudo o que disseram, e Raymond só pensava nas mil maneiras de como matá-lo.

Enquanto ela respirava calma, ele observa cada parte de seu rosto – como fazia toda vez –, tentando ignorar os olhos roxos. Ainda assim ela era bonita, tão serena dormindo, como se lá fora não houvessem monstros que espancavam grávidas, como se não existisse o Cabal. Deslocou seu olhar mais para baixo, onde estava uma protuberante barriga de grávida. Ele ria internamente ao pensar como ela ainda não notara. Ao menos não acontecera nada com o bebê.

Mas Raymond ainda não havia parado para pensar no que aquilo realmente significava.

Katarina Rostova ficara radiante grávida, ele se lembrava, embora ele não tivesse visto ela com a enorme barriga – ela lhe privara disso –, no entanto, Lizzy estava ali na sua frente. A barriga não estava grande, mas já notava-se sinais. Ele sabia cada mísero detalhe seu.

De repente, ele ansiou tocá-la, tocar aquele receptáculo de vida, mas percebeu que suava friamente. Ele estava nervoso. Parte dele pensava que ele não merecia tal dádiva.

“Você podia... quando ela acordar, jamais saberá que você esteve aqui”, pensou.

Suavemente, ele depositou a mão sobre seu ventre. Logicamente, em meio aquele lençol branco de hospital, ele não sentiu nenhum movimento. Mas ela estava quente. Sua Lizzy havia sido tocada pelo o dom da vida. Ele sabia.

Uma lágrima solitária escorreu.

Naquele momento, Raymond percebeu que teria mais uma pessoa que deveria proteger. Mais uma pessoa que ele amaria de todo o coração.

Lizzy estava a um passo de descobrir a maternidade.

E ele de se tornar avô – embora esse último ainda tivesse que permanecer em segredo.


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Notas finais do capítulo

Se gostou, não deixe de demonstrar ;3



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