O Esquecido Pettigrew escrita por Honora


Capítulo 1
Pettigrew e o aniversário


Notas iniciais do capítulo

Eu li uma vez só uma fanfic que falasse um pouquinho sobre o Peter, por isso resolvi escrever essa. Boa leitura!



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Era hora do jantar. Peter sentou-se com o rosto amarrado, mas ninguém pareceu perceber. Sirius cumprimentou-o com um sorriso largo e logo voltou a falar sobre uma lufana qualquer, enquanto James mal o olhara, estava ocupado demais olhando para Lily, já Remus lhe deu um sorriso torto e envergonhado, olhando diretamente para mesa, mas prestando atenção nas palavras de Sirius.

 

Peter bateu a mão fortemente na mesa, porém o barulho fora abafado pelo gritinho estridente de uma garota grifinória. Então ele respirou fundo e deixou pra lá, apenas concentrou-se na comida a sua frente.

 

Naquele dia em especial, Peter estava irritado. E Peter Pettigrew nunca esteve irritado. Medroso, cansado, faminto, sonolento, preguiçoso, contente… bem, era assim que Peter normalmente se encontrava – um conjunto estranho. Mas jamais irritado. Nunca irritado.

 

Manteve-se a manhã toda ansioso, aguardando pelos presentes que receberia. Normalmente, Sirius lhe dava algum tipo de objeto ilegal; James lhe dava utensílios para conquistar as garotas; e Remus lhe dava livros (de autoajuda, sobre o futuro, as estrelas e até mesmo sobre pedras).

 

Entretanto, naquela manhã nada recebeu; não havia sorrisos e presentes embrulhados logo que acordou. Uma pontada de chateação lhe pegou, mas logo passou, porque imaginou que os amigos estavam cansados demais para lembrar – tinham ido à Hogsmeade na noite passada. Esperou pela tarde e nem mesmo assim haviam se lembrado; Moony dava um sermão a eles sobre fazer as lições que eram passadas, enquanto Sirius e James arquitetavam uma nova travessura contra o seboso-Severus.

 

Peter não só ficou cansado, faminto e sonolento, como também decepcionado, entristecido, frustrado e irritado. Seria possível que seus melhores amigos haviam esquecido de seu aniversário?

 

Eles nunca esqueciam! Sempre comemoravam com uma ida a Hogsmeade ou uma escapadinha até a cozinha. Mas esquecer? Jamais!

 

Peter não era dramático ou um cara que normalmente ficaria planejando um enorme textão em sua cabeça, mas naquele dia em especial, Peter cansou-se.

 

Cansou-se de ser conhecido como medroso, cansou-se de ser ignorado pela maior parte da escola, cansou-se de ver os amigos se preocupando tanto com Remus e sua licantropia, cansou-se de ter que ouvir James falar de Lily toda hora, cansou-se de ver Sirius reclamando de sua família rica, cansou-se de ver as garotas darem em cima de James, Sirius e até mesmo Remus que tinha uma aparência sempre magra, esguia e adoentada!

 

Bufou. Uma vez. Duas. Três. Olhou para a comida e tratou de comer os últimos grãos. Bufou pela quarta vez. Quinta. Olhou para os lados e não havia mais James ou Sirius, apenas Remus lhe olhava curiosamente.

 

— Algum problema, Pete? — perguntou Remus, sorrindo gentilmente.

 

Bufou pela sétima vez. Por que Remus tinha que ser tão carinhoso com todo mundo?

 

Negou com um aceno e reparou que boa parte dos grifinórios havia desaparecido. Mas os sonserinos ainda estavam lá, debochando de algo que não soube entender.

 

— Bem, eu vou me deitar, você vem? — Remus levantou-se e piscou para uma garota Grifinória (algo que Peter estranhou, mas deu de ombros).

 

Caminharam pelos corredores no total silêncio. Não esperava que Remus (o mais sensato do grupo) fosse esquecer justamente do aniversário do amigo. Mas, de qualquer forma, Peter apenas deu de ombros, seria engraçado a reação deles quando se lembrassem de que haviam esquecido daquele dia especial — Peter adoraria ver a cara de culpado dos três.

 

Então tudo aconteceu muito rápido.

 

Os pensamentos esvaziaram-se de sua cabeça quando escutou Remus falar a senha ao quadro da mulher gorda e, em seguida, um barulho extremamente alto lhe ensurdeceu por alguns segundos, depois, quando voltou a ouvir bem e a enxergar melhor, havia inúmeras pessoas lhe abraçando. Uma atrás da outra, com sorrisos no rosto.

 

Peter olhou extasiado para os enfeites de festa grudados nas paredes, também percebeu as inúmeras caixas embrulhadas em cima da lareira. Havia uma grande quantidade de comes e bebes no canto do salão da grifinória — sua barriga passou a roncar, mesmo tendo comido.

 

— Peter! Diga que amou a surpresa! — gritou Sirius, com os pés em cima do sofá, pulando como uma criança.

 

Wortmail olhou novamente para os grifinórios (havia poucos corvinais e lufanos também, estava realmente apertado, mas divertido) e indagou-se se estariam ali porque Sirius e James eram populares ou porque se importavam com Peter a ponto de comparecer em uma festa de aniversário dele… de qualquer forma, ele havia amado.

 

Remus lhe abraçou e pediu desculpas, dizendo que havia sido difícil fingir que havia esquecido. Depois, James também lhe abraçara e dera inúmeros tapinhas em suas costas. Logo após, Sirius bagunçara seus cabelos e o cutucara, apontando para uma garota que não parava de olhar para Peter.

 

Cumprimentou várias pessoas que conhecia apenas por frequentar a mesma casa, conheceu algumas outras pessoas muito bacanas, também ganhou de Lily um encontro com uma lufana, bebeu até ficar sonolento e comeu até ter dor de barriga.

 

Quando aquela festa pouquíssimo barulhenta tivera seu fim, Peter deitou-se na cama e chorou.

 

Havia grande felicidade naquelas lágrimas, mas arrependimento por ser tão covarde e cretino e deixar que a raiva lhe tomasse conta e tivesse pensado em coisas tão absurdas e maldosas sobre seus melhores amigos (às vezes isso também acontecia quando estava com medo).

 

Eles não merecia nem de longe um amigo que, quando a raiva batia, pensava coisas ruins sobre eles; que, quando o medo lhe pegava, saía correndo e escondia-se no primeiro lugar que coubesse. Não mereciam um amigo que poderia mudar de lado num instante. Mas ele não disse isso aos Marotos, porque Peter tinha medo de acabar sozinho.

 

Por isso, ele apenas fechou os olhos e dormiu com um enorme sorriso; eram amigos de ouro.

 

 


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me se eu errei algum nome ou termo, na sonolência algo sempre me passa despercebido.
Obrigada por ler!

Nicky. ♥